Na manhã seguinte Afrodite apareceu no meu quarto irritadissima.

–Atena você beijou alguém ontem a noite que eu sei! - Ela insistia em dizer toda hora, como é que ela sabia?

As vezes eu esqueço que ela é a deusa do amor e essas coisas...

–Afrodite, de onde é que você tira essas ideias? - Tentava soar o mais convicente possivel, mas estava vermelha como um tomate.

–Cara irmã você esqueceu que eu sei de tudo que acontece no Olimpo, além disso eu também sou a deusa do AMOR!- Não entendo pra que ela estava tão irritada, até parece que o Olimpo ia cair por causa disso.

–Tem razão eu esqueço, mas isso não significa que eu beijei alguém ontem ! - Se ela estava irritada acaba de ficar pior

–Eu não deixo você sair daqui até admitir! - Ela traca a porta e coloca a chave no bolso .

–Afrodite não temos 15 anos, dá pra você me deixar sair daqui? -reviro os olhos, as vezes eu penso que a idade mental da minha querida irmã é de 15 anos.

–Atena, eu já falei você só sai daqui quando admitir! - Ela é profissional em fazer birra

–Afrodite, você esta começando a me irritar. Então por favor dá pra abrir isso e me deixar um dia em paz?! - Quase gritei com ela

–Não grite comigo! Atena facilite a nossa vida, admita e nos duas somos liberadas desse enorme castigo - reviro os olhos.

–Beijei e pronto, agora não faça mais perguntas, não saberei responde-las e por favor devolva a chave do meu quarto e me deixe ir embora -Falei o mais rapido possivel.

–Atena eu sei quem você beijou , foi o ... - Tapei a boca dela, não queria saber quem eu tinha beijado, na verdade eu estava realmente dividida, eu queria saber quem ele é, mas também não queriia.Uma coisa que os humanos nos ensinam é que o amor ou acaba ou magoa mais do que é posssivel imaginar,e uma coisa que Afrodite me ensinou é que as feridas do amor demoram muito pra serem fechadas.

–Cala a boca, eu não quero saber - Falo antes dela morder minha mão.

–AI! - ela começa a rir.

–Não preciso dizer, você é esperta o bastante pra descobrir sozinha querida irmã - ela destranca a porta e vai embora.

–Não tenho mais saco pra ficar aqui! - murmurei pra mim mesma , e fui procurar uma roupa, ia sair desse lugar , preciso sair desse lugar, nem que seja por um segundo.

Coloquei um vestido branco e aparatei pra uma praia deserta, nunca tive coragem de entrar no mar agitado assim ,não sabia nadar muito bem, mas precisava esquecer de tudo por alguns instantes e nada melhor que um mergulho, pelo menos é o que Apolo diz.

Entrei no mar devagar, era uma manhã linda , não tinha presa, a final ninguém ia morrer se eu tirasse um dia de descanso .

Quando percebi já estava nadando livremente bem longe da areia.

–Então é isso?! - Gritei, sabia muito bem que ninguém ia me escutar, mas precisava gritar.

–Grande eternidade pra estar sozinha - murmurei e mergulhei , queria poder ficar lá embaixo pra sempre, mas logo a maldita falta de ar vinha e estragava tudo.

–Tenho que admitir, Poseidon é bom no que faz - falei baixo, não queria que aquele encosto ouvisse nada que eu falasse a respeito dele .

mergulhei novamente assim que recuperei o o fôlego.

Quando voltei pra superficie fui atingida por uma onda que me fez mergulhar de novo, e uma onda atras da outra.

Tudo oque eu sei sobre isso é que não adianta entrar em panico, mas puta que pariu não tem como NÃO ENTRAR EM PANICO.

Até o papa entrava em panico se estivesse no meu lugar...

Toda vez que eu tentava voltar pra superficie uma maldita onda me empurrava pra baixo, já não tinha mas fôlego pra nem um segundo.

Então é isso? Deuses não morrem mas mesmo assim isso é desesperador, imaginar que a vida pode acabar assim não é algo muito bom.

Acabei batendo a cabeça em uma pedra, que começou a sangrar, fiquei muito tonta.

Quando estava quase perdendo a consciência escutei uma voz ecoar dentro da minha cabeça.

"Atena?" Eu conhecia essa voz, não podia ser, Poseidon?

Depois disso só lembro de ver um par de olhos maravilhosamente verdes na minha frente - eu conheço esses olhos, de onde eu conheço eles? - depois apaguei.

–Acorda sua louca! - Poseidon segurava meu rosto.

Assim que acordei tossi tanta água que poderia abastecer a África.

–Ah graças a Zeus - Ele relaxou e se jogou pra traz.

–O-obrigada -Tossi um pouco.

–De nada - Ela parecia mesmo preocupado. - Você está bem ? - Ele encarava minha testa com um exesso de preocupação

–Estou, graças a você - sorri fraco , mas ele nem isso fazia estava mais preocupado em me olhar como um pisicopata

–Pensei que você me odiasse - Falei e vi a expressão do rosto dele mudar, só não sei que expressão era aquela.

–Primeiro eu não te odeio, só gosto de provocar você, você é quem me odeia, e em segundo só porque você acha que eu te odeio não que dizer que eu te deixaria morrer, Atena - ele fala, tá senti um pouquinho que culpa.

–Me desculpe... - Falei baixinho, acho que ele não escutou porque ele mudou de assunto

–Vem vou te levar pro meu castelo e depois eu chamo Apolo - Ela me ajuda a levantar

–Não precisa, estou bem ta vendo ? - tentei dá um giro, mas meu pé estava machucado, resultado, teria caido no chão se ele não tivesse me segurado.

–Não - deu pra ver que ele estava segurando o riso , ele me segurou pela cintura, me levantou me colocando sobre o ombro.

–Oque você esta fazendo? - Perguntei e ele soltou uma pequena risada.

–Te levando pro meu castelo pra depois chamar Apolo , pensei que já tinha dito isso antes- ele fala e eu soltei uma risada

–Sim, você falou - ele aparatou pra o castelo dele.

–Está melhor? - Ele pergunta ao me colocar deitada na cama.

–Estou, mas se Anfitrite aparecer agora eu não vou está - ele ri.

–Pode ficar calma, ela saiu sei lá pra onde - ele fala.

–Ainda bem... Quer dizer... Desculpe - falo e ele cai na gargalhada.

–Oque é tão engaçado? - Pergunto emburrada.

–Você está nervosa como uma adolescente no primeiro encontro - Ele fala e logo começa a rir de novo

–Poseidon, por acaso eu tenho cara de palhaça? - Falo ainda emburrada , e ele para de ri na hora.

–Não, mas você bem que poderia rir um pouco , faz bem sabia? - Ele fala e eu seguro a risada , tossi um pouco e ele começou a ficar preocupado de novo, esse cara é bipolar...

–Certeza que está bem? ainda posso chamar Apolo - Ela senta na beira da cama, comecei a rir, nunca pensei que Poseidon podia ser tão preocupado .

–Do que você esta rindo ? - Foi a vez dele ficar emburrado

–E engraçado ver você preocupado comigo, sabia?- ele ri um pouco.

–Eu não acho tá - ele deu ombros.

–Pensei que era pra rir, porque rir faz bem? - Tentei imitar a voz dele, que começou a fazer cosquinha em mim.

–Para! É serio Poseidon - falei me contorcendo de tanto rir, ele só parou quando me fez bater a cabeça na cabeceira da cama.

–Au! - Coloquei a mão na cabeça e ele fez cara de criança quando apronta

–Desculpe - Ele sorri amarelo e se levanta, por instinto segurei a mão dele, que me olhou curioso.

–A onde você vai? - Perguntei ainda segurando a mão dele, ele sorriu como quem tenta acalmar uma criança.

–Vou buscar alguns curativos, ali no banheiro - ele inclina a cabeça em direção ao banheiro

–Ahh ... tudo bem - Sorri amarelo, tenho certeza que fiquei corada, estava parecendo mesmo uma adolescente, droga!

–Você fica fofa vermelha - ele fala antes de ir pro banheiro , tenho certeza que fiquei ainda mais vermelha e ele ainda deu risada disso.

–Oque está acontecendo com você, Atena? - Falei o mais baixo possivel -você não pode se dar a esse luxo ! - Respirei fundo.

–Você está bem mesmo? Sua testa ainda está sangrando um pouco - Coloquei a mão na testa na mesma hora, me arrependi no mesmo instante.

–Ai! - falei e logo tirei a mão da testa, enquanto Poseidon balançava a cabeça negativamente, rindo.

–Deixa eu ver isso - Ele sentou na beira da cama ao meu lado e começou a olhar minha testa com atenção, até rindo...

–Não precisa disso tudo, tenho certeza que não é tão fundo - falei notando a quantidade de coisas que ele tinha trago do banheiro, pareci até que ia operar alguém

–Deixa de se mexer! - ele quase rosnou, revirei os olhos e cruzei os braços.

–Pode ir tirando isso de perto da minha testa, Poseidon! - Falei assim que ele molhou o algodão em um redemedio que provavelmente iria arder até o infinito e além !

–Você parece uma criança, não vai arder! - Ele falou serio, mas dava pra ver o esforço que ele estava fazendo pra não rir

–Não ouse fazer isso, vai arder sim! - Choramingo e ele ri.

–Você parece mesmo uma criança sabia? - Ele fala sorrindo

–Talvez seja porque eu não fui uma - Falei com raiva .

–Desculpe - Ele fala cabisbaixo, e a culpa ataca novamente.

–Ei, a culpa foi minha, desculpa - Levanto a cabeça dele devagar e ele sorrir meio triste. - Oque foi?Você tá meio triste - Falo e ele sorri, mas logo depois coloca a droga do algodão na minha testa

–Há consegui ! - Ele fala depois que eu soltei um grito abafado.

–Idiota! -falo e ele ri vitorioso

–O idiota aqui conseguiu limpar a sua testa - Ele dá ombros me fazendo rir

–Você é um besta sabia? - Falo e ele dá ombros.

–Vem, deixa eu colocar o curativo - Ele pegou gaze e colocou na minha testa

–Acho que não precisava da gaze mas tudo bem - Falo e ele me encara

–Ta achando que um band-aid ia cobrir o corte é? - ele pergunta com a sobrancelha erguida

–É tão grande assim? - Pergunto tentando me levantar mas ele agarra na minha cintura não me deixando levantar, não sei porque me arrepiei com isso.

–Acho que você esqueceu que seu pé está machucado - ele me puxou me forçando a sentar na cama.

–É, esqueci sim - bufei, odeio me machucar!

–Deixa que eu pego um espelho - Ele se levanta rindo da minha cara e vai pro banheiro

–Oque foi isso, Palas Atena? - murmuro pra mim mesma.

Comecei a ficar com sono , quase dormi se Poseidon não estivesse me chamado a atenção.

–Droga! É bem maior do que eu pensei - Falo e ele começa a rir , mas para quando olho reprovadoramente pra ele.

–Desculpe. - ele fala se deita ao meu lado e joga o braço por cima da minha barriga

–Não acredito nisso - Choramingo e ele franzi o cenho

–Oque foi? - ele fala deitando na cama

–Não queria que ninguém soubesse que eu sair do Olimpo pra ficar longe de Afrodite - Falo e ele rir

–Então você também? - ele fala rindo

–Como assim? - perguntei curiosa, quem mais será que anda fugindo da Dite?

–Ártemis também anda fugindo da Dite - ele fala e meu queixo cai

–Vaca! Ele some e me abandona com a Dite! - Fiquei de cara feia e ele começou a rir.

–Calma ai, ela só fugiu dela umas quatro vezes - ele defende ela e eu reviro os olhos.

Poseidon tinha uma relação boa com quase todas as sobrinhas, menos comigo, a gente sempre brigou, e quando eu digo sempre é sempre, a gente teve alguns momentos de paz, antes dele fazer besteiras...

Até me admira a gente está tendo uma conversa tão longa e tranquila.

–Então onde ela se mete? Porque ela só fica com a louca 2 veze por semana - falo e ele ri

–Vocês separam os dias de ficar com a Dite? - Ele começa a rir.

–Sim, isso se chama "Programa de Proteção a Sanidade" - falo e ele gargalha.

–Acho que ela não iria conseguir te enloquecer, irritar sim, mas enloquecer não ... - Ele fala se virando pro meu lado e colocando o braço envolta da minha cintura, certeza que fiquei vermelha, porque ele sorriu.

–Você fica fofa assim - ele fala mas antes que eu possa responde-lo Anfitrite aparece gritando na porta raivosamente.

–POSEIDON O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Ela grita deixando as sacolas cairem, ele se levanta num pulo saindo de perto de mim.

–Err.. ela ... err - Ele não gaguejava oque irritou ainda mais ela.

–Eu quase me afoguei, ele me salvou e me trouxe pra cá pra faze rum curativo e depois chamar Apolo - Falei e ela estritou os olhos pra mim, como se eu estivesse mentindo, mas depois notou o curativo na minha testa.

Poseidon me olhou e moveu os lábios num 'obrigado' silencioso.

–Pra mim poderia ter morrido que eu não ligava - Além de baixa é burra...

–Poseidon obrigada por me ajudar, mas acho que deu a minha hora - Tento me levantar mas como meu pé está machucado acabo quase caindo, se não fosse por ele que me segurou. Anfitrite não gostou nada nada disso

–Dá pra largar a piranha ou tá dificil? - Ela cruza os braços e escora na porta.

–Piranha é a mãe! - É tão dificil essa biscate entender que eu sou uma deusa casta, ou seja, VIRGEM?

–Você está na minha casa, e agarrada no meu marido, eu posso lhe chamar do que me dê na telha! - Ela fala em alto e bom som.

–Não me importo, você deve respeito, nem o menor que seja, pra mim, ou você se esqueceu que eu sou uma O-LIM-PI-A-NA - Soletro pra ver se ela entende.

–Você pode ser o que for, não vou respeitar alguém que dá em cima de alguém casado - Não deu pra segurar o riso, eu e Poseidon? Ela só pode está brincando.

–Do que você está rindo? - Ela fala raivosa.

–De você! -Falo e ela começa a cerrar os punhos

–Você está passando dos limites, espertinha - Ela fala e eu reviro os olhos

–E você os ultrapassou a muito tempo - falo e ela respira fundo tentando se acalmar, eu acho.

–Atena, eu estou tentando me manter calma, e olhe que peguei você e o meu marido na cama - Ela fala como se eu e ele estivessemos fazendo algo demais.

–Não se preocupe ele vai continuar sendo seu marido, pensei que você se garantisse mais, querida - falo e ela ri sem graça

–Eu me garanto, mas pelo visto você não néh, fica agarrando gente casada - ela fala e só ai eu me lembrei que Poseidon ainda me segurava, tratei de me afastar dele.

–Olhe aqui, a única que fica se jogando em cima de alguém aqui é você - Todos sabiam que ela ficava se jogando pra cima de Apolo, deve ser por isso que Ártemis odeia ela, mas acho que não deveria ter falado isso, Poseidon parecia desconfortavel.

–Desculpe, mesmo - Falei olhando pra ele que que sorriu como se não fosse nada.

–OLHA AQUI SUA VADIA, VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO! -Ela começa a gritar como uma louca

–Abaixa o tom pra falar comigo! E eu falo com você do jeito que quiser, você não merece nenhum respeito meu ou de qualquer um - Falo e ela tenta me dá um tapa na cara, mas eu segurei a mão dela, sorte minha unha não está tão pequena, consegui aranhar o braço dela que ficou sangrando assim que soltei.

–Achou mesmo que ia conseguir? - ri um pouco da cara dela, mas logo Poseidon se coloca entre eu e ela.

–Vocês vão parar? - ele quase grita, fazendo Anfitrite se encolher, mas em mim não teve nenhum efeito.

–Só quando a biscate ai for embora - ela fala manhosa, fui pra cima dela mas nem meu pé nem Poseidon deixaram.

–Atena não faz isso - Ela falou perto do meu ouvido

–Me deixa bater nessa vadia! - Quase gritei e ela começou a rir.

–Pode vir querida

–Ta vendo ela deixou - Olho pra ele que segurou o riso

–Pode deixar Poseidon, ela nunca ia ganhar de mim e na minha casa pior ainda

–Meu anjo, eu ganho de você até no Tártaro com um mão amarrada e de muleta - falo e Poseidon solta uma risada, mas logo para.

–Já volto, Anfitrite - Ele fala, jurei que ele ia embora mas não o idiota aparatou pro Olimpo.