A Vingança escrita por mazu


Capítulo 2
A decisão.


Notas iniciais do capítulo

Então...eu disse que esse capítulo ia ser mais emocionante...era pra ser,mas não foi. Quer dizer,não completamente. Espero que entendam ♥ daqui a pouco eu vou postar o terceiro capítulo e ele sim ja vai ter emoção (eu paro de escrever se ele não for emocionante).



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Quando termino de assinar os livros já é de noite. Estou cansado e minha mão doí. Quero muito ir pra casa, me jogar na minha cama e mofar até amanhã, mas ainda preciso saber o que as meninas querem comigo.
Levanto da minha mesa, desço do palco e caminho até a porta. Respiro fundo antes de abrir e quando abro a porta dou de cara com Zack.
–Parabéns Hiroshi. Viu? Você arrasou! -Ele diz colocando as duas mãos em meus ombros e me sacudindo de leve.
–Obrigado! -Digo sem paciência e faço ele me soltar. Ando na direção das meninas, que estavam me esperando lá no fundo do corredor.
–Oi, me perdoem pela demora. -Digo quando chego bem perto delas.
–Não tem problema. -Mina diz e dá um sorriso.
–Hiroshi, viemos tratar de um assunto sério. Estamos reunindo o pessoal, queremos passar outras férias na fazenda Yamada... Quer dizer Nomura agora.
Fico encarando elas. Porque? Porque querem me levar de volta para aquele lugar?
–Olha me desculpem mas eu não acho boa ideia.
–Qual é, uvinha? Vai mesmo ficar preso no passado? -A Miya pergunta.
–... É que... Vocês sabem que a minha vida inteira mudou por causa daquele lugar.
–Mas isso é passado Hiroshi! Por favor. O pessoal sente tanto a sua falta, só você que se afastou de nós! Porque? Eu, Miya, Shinji, Ren... Sentimos tanto sua falta. -Mina diz e me abraça.
A Miya me abraça também e eu as aperto. Sinto muitas saudades do pessoal, mas não sei se suporto voltar para aquele lugar.
–Por favor, só pensa nisso. -A Mina diz e as duas me soltam.
–Tá eu...vou pensar. -Digo e confiro as horas no telefone.
–Nós vamos em dois dias. Acha que pode decidir até lá? -Miya pergunta.
–Acho que sim.
–Então está bom. Aqui estão nossos números, quando se decidir, ligue. -Miya diz e me entrega um papelzinho com dois números de telefone escritos.
–Certo, vou ligar.
As duas me abraçam de novo, se despedem e vão embora. Eu fico um bom tempo parado, encarando aquele papel e tentando raciocinar.
–Hiroshi, você está bem?-Zack pergunta ao me ver parado no meio do corredor. -Vá pra casa cara.
–Eu estou bem... E sim, já estou indo.
Digo,guardo o papel e começo andar.
(...)
–Hiroshi eu não sei o que está passando na sua cabeça mas você não vai! Eu não deixo, sossega. -Victoria diz me afastando da mala que eu estava arrumando.
Fiquei bastante tempo pensando e finalmente decidi ir. Foi uma decisão complicada, mas acho que é o mais certo a se fazer. Eu preciso me livrar desse trauma, nada melhor para perder o medo do que encará-lo. O único problema é Victoria, que não entende o meu lado.
–Victoria eu preciso ir! Preciso acabar com isso logo. Tenho certeza que quando eu voltar estarei melhor. Olha pra mim! -Digo e a viro pra ela poder me encarar. - Olha como eu estou! Olha meu cabelo, minhas roupas! Eu cheiro a cigarro e álcool. É esse o homem que você quer pra você?
–O homem que eu quero pra mim é você, não importa como! E se você se machucar mais, Hiroshi? Você não pensa em mim?
–Tudo na minha vida eu faço pensando em você, por isso que quero ir. Quero encarar meu medo e voltar uma pessoa melhor, pra você.
Ela fica me encarando,com os olhos cheios de lágrimas, me abraça e começa a chorar.
–Por favor... -Ela diz me apertando.
–Vics, eu preciso ir.
Digo e dou um beijo na bochecha dela. Ela se solta de mim, balança a cabeça positivamente e me deixa sozinho no quarto.
Me aproximo novamente da mala e coloco as coisas que faltavam dentro dela. Eu estou decidido. Eu vou!
(...)
Já estou no ônibus a 4 horas e meia. A fazenda fica em Boston, numa parte que costumávamos dizer 'perdida'. Lá a estrada ainda era de chão e essas coisas. Pego meu celular que estava carregando em uma das tomadas do ônibus e verifico as horas, são 5 e meia e recebi 4 mensagens. Duas da Victoria, uma da Mina e uma da Miya. As das meninas eram agradecendo por eu estar indo e dizendo o quanto a minha presença é importante e a da Victoria era dizendo pra eu me cuidar, como sempre, ela se preocupa demais.
O ônibus para na rodoviaria. Desço, pego a minha mala e respiro fundo. Eu devia tomar vergonha na cara e comprar um carro, mas tenho preguiça de dirigir. Seria bem melhor e eu não teria que usar todas as artimanhas possíveis pra esconder meu rosto, mas a preguiça é dona do meu corpo.
Pego outro ônibus, esse infelizmente não entra na rua que a fazenda fica, então terei que andar bastante pra chegar nela.
Cerca de 50 minutos depois eu peço ao motorista para parar e desço do ônibus. Tem a estrada e ao lado direito tem uma rua (que ainda não foi asfaltada) no meio do mato. Agora é pegar a reta até chegar na fazenda.
Tiro o casaco que usava e a blusa também. Guardo eles na mala, levanto a alça e começo a andar. O bom daqui é que não tem ninguém pra me reconhecer, nem nada do tipo, posso andar livremente que ninguém vai notar. Aqui eu sou apenas um rapaz normal.
Depois de um tempo andando percebo que não estou nem na metade do caminho então resolvo parar pra descansar. Aonde estou ainda pega sinal então ligo para Victoria.
–Oi amor. -Digo quando ela atende.
–Oi,e então?
–Eu estou bem, já estou chegando. Só quero avisar que lá não tem sinal então não precisa ficar preocupada. Quando eu estiver indo embora e alcançar sinal eu te ligo, ok?
–Ok! Cuidado por favor. Eu te amo.
–Eu também te amo, tchauzinho. -Digo e encerro a chamada.
Assim que a encerro começo a ouvir um heavy metal tocando muito alto. Quem nesse lugar estaria ouvindo heavy metal?Talvez um caipira punk?
Minhas dúvidas acabam quando vejo um carro virar a curva. Era um Honda Civic SI. Sério! Quem vem pra roça com um carro desse?
A pessoa que dirigia estava ouvindo um rock pesado muito alto, e cada vez que se aproximava mais o barulho se tornava ensurdecedor.
Quando o carro passa por mim, ao invés de seguir seu caminho o motorista para e dá a ré. Ele abre o vidro do carro e abaixa o som.
–Quer uma carona? -O motorista pergunta.
–Ãn... Nos conhecemos?
–Depende... Quem é você?
–Eu sou Hiroshi Maruyama.
–Filho da mãe... Entra no carro agora. -Ele ordena e eu o obedeço. Ponho a minha mala no porta-malas do carro e aproveito pra verificar se não tinha alguma arma ou algo tipo... Eu gosto de viver. Entro no carro e fecho a porta.
Ele fica em silêncio me observando.
–Não vai dar um abraço no seu amigo, seu merda? -Ele pergunta e eu o encaro. É o Shinji.
–SHINJI É VOCÊ, SEU MANÍACO!-Grito e o abraço.
Ele me dá um abraço esmagador e depois me solta.
–E ai cara? Como estão as coisas? -Ele me pergunta dando partida no carro.
–Ah, tudo uma bosta. Mas agora eu sou um grande escritor, então é uma bosta menor.
–Eu sei, só você pra me fazer ler.
–Tá de zoa que você leu meus livros?
–Cada um deles.
–Você é demais.
–Eu sei.
–E você? Pelo visto está muito bem andando num carro que custa o preço da minha casa com tudo dentro. -Digo e ele ri.
–Não fala isso, me matei pra comprar esse bebê.
–Então tá né... Mas continua sendo o preço da minha casa. Você ta trabalhando em que? -Pergunto.
–Você vai rir?
–Provavelmente. Só a idéia de você trabalhar já é engraçada.
–Puts... Então... Eu sou modelo... -Ele diz e eu começo a rir. -De cuecas.
Ele termina e eu começo a rir mais, até perder o fôlego e ficar dando aquela risada que não sai som nenhum e você fica batendo palmas igual uma foca retardada. O Shinji... Um modelo de cuecas? Bom... Pelo menos físico pra isso ele tem.
–Para de rir que não é engraçado! É um trabalho honesto.
–Sei disso! Sei disso. -Digo me esforçando pra parar de rir.
Nesses poucos minutos de conversa que tive com o Shinji pude perceber como que passar um tempo aqui realmente vai me fazer bem. Fazia tempos que eu não ria desse jeito, o que me deixou muito animado e louco pra encontrar o resto do pessoal. Que surpresas essa semana de férias me aguarda? As melhores possíveis, tenho certeza.

Continua...


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