Crests of Waves escrita por Blair Herondale


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

A inspiração bateu na aorta. Não sei nem mesmo como pedir desculpas para vocês. De qualquer modo, espero que gostem. Acho que irão gostar, não tem muito diálogo, mas achei necessário para vermos mais o que se passa na cabeça de Nathan.



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Nathan estava cansado de brigar com Catherine. Ele estava cansado dos gritos, das indiretas, dos ciúmes, das verdades sendo jogadas na mesa. Ele estava cansado de se sentir confuso, como se ele fosse mais um personagem dos romances que Catherine tanto gostava, de sentir seus pensamentos em constante contradição, de querer, mas não poder. Porém, principalmente, ele estava cansado de ter que fingir não gostar dela, de ter que guardar um desejo que havia contido há muito tempo. Desde criança, era acostumado a ver Catherine como amiga de Anne e apenas aquilo. Apenas aquilo. Com o passar dos anos, ela tornou-se alguém da família, uma segunda irmã e o moreno sabia que era errado desejar irmãs, por isso, nunca se permitiu ter nem mesmo um pensamento com Cath em relação aquilo. Era ela sua segunda irmã e pronto, sua irmã de criação e seria completamente errado desejar tê-la em sua cama e fazê-la ser apenas mais uma em sua interminável lista de garotas.

Entretanto, desde que ele beijara Catherine na exposição, algo mudara dentro de si que já não podia mais ser contido. Passara a notar a forma como ela tinha uma mania inconsciente de morder o canto da boca ao cortar a casca do pão de manhã, no modo como ela sorria por coisas mínimas e, em como seus olhos brilhavam ao falar de astronomia e buracos negros. E por um lado ele sabia que aquilo era errado, que tinham grandes chances de não dar certo, que o que ele sentia provavelmente era algo do momento e não era justo fazer Catherine passar por aquilo apenas porque ele não era homem o bastante para conseguir conter a vontade de beija-la. Sabia que sua irmã lhe mataria se ele partisse o coração de Cath. Por Deus! Ele mesmo se mataria se partisse o coração dela. Tinha vontade de se bater apenas ao considerar a hipótese de fazê-la passar por tal coisa, porque não queria ver aquela menina em seus braços sofrer e, principalmente, não queria que nem mesmo uma lágrima fosse derramada por sua causa. Então era completamente compreensível a grande contradição que se passava dentro da mente de Nathan, porque se por um lado tudo o que ele mais queria era tentar algo com Catherine, por outro ele não queria nem mesmo toca-la. Porque ele queria que ela fosse a garota que ele levasse para tomar café nas manhãs, mas não queria dar esperanças para um relacionamento sério.

Ele estava confuso.

Por um lado ele a queria, por outro ele não podia. Ela era como sua irmã.

Sendo que não era. Seu cérebro completou.

Ele estava tão assustado com o que estava sentindo por Cath que usaria qualquer justificativa para mantê-la longe de si e torná-la proibida ou intocável. Naquela semana que ele passou quase todos os dias fora de casa, foi preciso se lembrar a cada segundo que Catherine era como sua irmã, que se tentasse algo com ela mudaria um relacionamento estável de anos. Precisou se focar nas possibilidades de dar errado, de Anne não aceitar, de Cath acabar se apaixonando por ele. Porém, ele nunca quis tanto algo na vida, e não precisava ser algo sério, apenas um romance de verão. Achava, naquele momento, que era melhor tentar algo do que não tentar, do que passar o resto de sua vida pensando como poderia ter sido se ele tivesse ficado com ela. Não. Nathan não queria ser uma daquelas pessoas que se arrependiam por não ter tentado, ele iria tentar e se ela não quisesse, tudo bem, a respeitaria. O que não aguentava mais eram as brigas desnecessárias e sua tentativa de preencher seu desejo por Cath por garotas que claramente não eram ela. Emily precisou ouvi-lo passar uma noite inteira falando de como ele estava se sentindo em relação à sua frente e mesmo assim aceitou mais uma saída com ele.

Não deveria ter aceitado.Pensou. Não quando ele claramente não conseguia parar de pensar no quanto queria Cath, e no quanto ela era engraçada e paciente e doce e delicada com as coisas que lhe interessavam.

Sua linha de raciocínio foi rapidamente cortada quando sentiu ambas as mãos de Cath em seu peito e em seguida um empurrão. Antes mesmo que ele pudesse fazer uma cara de confuso, ela falou:

—Anne está voltando, finja que não aconteceu nada. -Cath pediu enquanto se virava para ajeitar o cabelo e a blusa que estava levemente levantada. Nathan não conteve o sorriso ao ver o seu impacto na loira à sua frente -Nate!- disse com uma voz um tanto esganiçava.

—Calma.- ele sussurrou, enquanto se afastava a passos largos para o outro lado da garagem, a fim de fingir que nada havia acontecido entre os dois.

Ela retribuiu.

Pensou. Cath estava com raiva dele e mesmo assim havia retribuído. Aquilo tinha que significar algo, não?

—Demorei muito?- Anne perguntou, parecendo bastante preocupada enquanto variava o olhar de Cath para Nathan- O que aconteceu quando eu estava fora? -a morena olhou desconfiada para Cath, que ainda estava ajeitando a blusa.

—Nada. -a loira disse lentamente, olhando para Nathan esperando uma negação que não viria, enquanto abria a porta do carro preto- Anne, não precisa me olhar com essa cara, eu apenas acordei de mau humor e descontei em Nathan, mas está tudo bem. De verdade. Nós vamos ter uma ótima caminha essa manhã, ver a linda vista, tomar banho de mar e acreditar que estamos em algum filme dos anos 90.

Anne ainda demorou alguns segundos antes de sorrir e tirar o óculos escuro que estava apoiado na camisa para colocá-lo no rosto. Era difícil a morena deixar algo passar, porém Nathan sabia que ela sempre ficava animada para fazer aquele passeio, por isso, nenhum questionamento iria ser feito. Pelo menos, não naquele momento.

—Certo. Eu só quero que vocês saibam que teremos uma longa conversa quando chegarmos em casa, estão ouvindo? Nunca vi vocês brigarem desse jeito. -disse séria ao entrar no carro.

—É apenas o meu estresse, Ann, já disse.- Cath tentou reforçar sua própria frase. Nathan aproveitou aquele momento para se aproximar da loira e cutuca-lá no canto dos lábios.

—Seu batom está um pouco borrado aqui. -disse brincalhão, dando uma piscada para ela. Apesar de saber que Cath não usava maquiagem para ir para praia e que não havia nada manchado, foi engraçado vê-la levar a mão instintivamente para o rosto. Em retorno, teve sua mão estapeando e afastada.

—Sem gracinhas.- Cath pediu entredentes, enquanto dava uma olhada de esgueira para ver se Anne estava prestando atenção nos dois, para a felicidade da loira, ela ainda parecia bastante ocupada ajeitando o banco de motorista, que Nathan sempre afastava por ter pernas maiores- Olha, eu não sei porque você fez aquilo agora, mas o momento de conversarmos não é agora, você poderia por favor, não ficar soltando indiretas sobre isso? Por favor. -pediu suplicante.

Nathan não hesitou antes de assentir com a cabeça. Depois do que ele havia feito, concordaria com qualquer coisa que ela pedisse. Entendia o fato dela não querer que Anne soubesse daquilo, era bastante provável que ela tivesse uma crise de gritos e pulos felizes, porém, por saber que sua irmã era extremamente imprevisível, ele não se surpreenderia se ela ficasse chateada, tanto por ele ter tentado algo com Cath, quanto por ela ter pensado em retribuir.

O pensamento lhe fez ter um instante de medo. Será que ela iria retribuir? Será que ela iria aceitar? Ou será que ele era o único que se sentia daquela forma em relação a ela e Cath o achava um estranho por esta-la beijando quando eles eram praticamente irmãos? Mas eles não eram. E Nathan faria o que fosse preciso para que a loira visse aquilo.

Ele se jogou no banco do passageiro, deitando-se e encarando o teto cinza. Como todos os vidros do carro estavam abertos, o vento bagunçava seus cabelos e mexia com sua blusa.

—Acho que deveríamos fazer uma seção de cinema hoje à noite. -Anne sugeriu, abaixando o volume do som para que todos pudessem escuta-la- Fiquei com vontade de assistir algum filme do Wes Anderson, faz tanto tempo que não fazemos uma maratona dele, então pensei, por que não fazer hoje? Podemos passar em algum supermercado e comprar coisas gorduras para comermos, como pipoca, pizza e essas coisas.

—Eu posso fazer cookies quando chegarmos! -Cath disse feliz, direcionando o olhar para a melhor amiga -Você sabe que eu sei fazer os melhores cookies do mundo, não é?

—Eu posso te ajudar. -Nathan falou, se apoiando pelo cotovelo para olhar para ambas as garotas na frente.

—Se Nate for ajudar, então eu quero ajudar também!

—Tudo bem. -Cath disse revirando os olhos com a felicidade dos Tanners- Vocês podem me ajudar, mas no momento em que qualquer um dos dois me atrapalhar, os expulsarei da cozinha.

—Está ouvindo, né, senhor Nathan?- Anne falou, olhando-o pelo retrovisor. Ele se limitou a dar um sorriso em resposta e voltar a se deitar. Não conseguia entender como Cath parecia tão tranquila em relação ao beijo que eles deram mais cedo. Como ela conseguira ser racional ao ponto de empurra-lo antes de sua irmã chegar. Se fosse por ele, era provável que sua irmã chegasse, gritasse e ele ainda estaria concentrado demais em Cath.

Por Deus, ele deveria estar ficando louco, porque nunca quisera tanto alguém em sua vida. É apenas porque você não pode tê-la. Pensou, mas ao mesmo tempo não conseguia acreditar 100% naquilo. Ele conhecia Cath como ninguém, sabia dos seus defeitos, das suas manias, da sua obsessão por astronomia, romances e física moderna. Ele não a queria apenas porque ela era um rostinho bonito, ele a queria justamente porque ela era mais do que aquilo, porque ela o conhecia da mesma forma que ele o conhecia, porque ela sabia como Nathan gostava quando alguém mexia em seu cabelo, como sua mãe era importante para ele, do seu amor secreto por heróis em quadrinho. Veja bem, Nathan não estava dizendo que estava apaixonado por Cath ou algo do tipo, longe disso, já que ele não conseguia acreditar muito naquela baboseira de amor, apesar de respeitar as pessoas que acreditavam e passavam a vida inteira desejando aquilo. Nathan apenas estava percebendo pela primeira vez, que estava passando a gostar de Cath de uma forma além da irmandade, e que tinha bons motivos para isso.

Virou o rosto para encara-la tentando segurar alguns fios loiros que batiam constante e incessantemente pelo seu rosto. Anne e ela estavam discutindo sobre o romance policial que a loira lera durante a noite, aparentemente, era muito previsível. Soltou um suspiro, ele deveria estar ficando louco por pensar algo assim de Cath.

—Aumentem o som. -o moreno pediu, de olhos fechados, aproveitando aquele momento para sentir o vento em seu rosto- Não quero ficar ouvindo vocês falarem desses romances sem sal de vocês não.

—Como você é enjoado, Nate. -Anne falou, apesar de aumentar um pouco o som- E não sei porque você pediu isso, já estamos chegando.

—Shh. -ele pediu, colocando um braço sobre o rosto- Mas ainda não chegamos, então me deixe escutar uma música boa para animar.

O moreno não precisou olhar para a irmã, para saber que ela havia revirado os olhos com aquilo. Mas também, quando ela não revirava os olhos quando eles tinham suas conversas aleatórias?


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Notas finais do capítulo

Realmente milhões de desculpas.
Quero reviews. Beijos. Voltarei assim que possível, quero terminar logo essa fanfic, não irei deixá-la tão grande. Estava com muita saudades de vocês, muita mesmo.
Ah! E olhem o tumblr da fanfic, posto algumas coisas lá e vocês podem me mandar asks quando eu sumir muito aqui. Dúvidas sobre os personagens também são aceitas.
http://crestsofwavesfic.tumblr.com