A pequena Sara Rogers vestiu seu maiô preto, pegou um lenço preto e desceu as escadas.

S: Sara, tá correndo em casa de novo?

Steve gritou da cozinha.

Sara: Não, papai.

Sara colocou a venda nos olhos, e começou a fazer movimentos de luta, toda desengonçada.

Sara: Eu sou a capitã Marvel. Toma isso, seu bandido!

Sara chutou a almofada.

Steve foi até a porta da cozinha, a olhou e riu dela imitando a tia Carol.

S: Você está vendo alguma coisa com isso na cara?

Sara: Claro, eu sou poderosa, senhor Rogers.

S: Tome cuidado.

Steve voltou para cozinha. Sara continuou chutando e socando as almofadas.

Sara: Espera! Se eu sou a capitã Marvel, eu posso voar!

Sara sussurrou para si mesma e decidiu testar. Sara correu para as escadas, subiu e parou no último degrau. Ela abriu os bracinhos e saltou.

James estava saindo do quarto bem nesse momento, ele não sabe como, mas conseguiu correr a tempo de segurar Sara. Ele a agarrou, apesar de perder o equilíbrio, mas acabou quebrando o braço, ao amparar a queda. Sara se assustou, gritou e começou a chorar alto. Steve veio correndo, assim como Natasha, que saiu do quarto e viu os dois caídos na escada.

Natasha pegou Sara no colo.

S: O que que houve?

J: Ai, ai, não consigo mexer o braço. Dói muito.

Natasha olhou para Sara.

N: Machucou alguma coisa? O que houve aqui?

Sara só chorava, então Natasha achou que os dois tinham se machucado feio.

Steve se aproximou de James e apertou o braço dele pra sentir, James se contorceu de dor.

S: Tá quebrado.

Natasha pôs Sara no chão e a examinou, ela estava bem. Então ela voltou a atenção para James.

N: Vou imobilizar seu braço. Vem.

J: Não, tá doendo muito, mãe.

Natasha o olhou sem entender.

N: Você quebrou o braço ou a perna?

Steve encostou a mão no ombro de Natasha.

S: Deixa, eu levo ele pro hospital.

N: Hospital? Eu posso imobilizar pra ele.

S: Natasha! Ele está com dor, vão dar algum analgésico para ele no hospital. Lembre-se que eles não tem a mesma tolerância pra dor que você tem.

Natasha agora olhou para James e acariciou o rosto dele.

J: Desculpe, querido. Pode andar até o carro?

James consentiu com a cabeça.

S: Como isso aconteceu?

J: Essa garota estúpida ia pular da escada.

Sara: Estúpida você!

J: Você, sua anta. Acha que pode voar, só porque tá nessa roupa ridícula.

N: James!!!

S: Olha essa língua, rapaz. Já disse pra tratar sua irmã direito.

J: Mas pai, é culpa dela.

N: Okay, Okay. Vamos pro hospital.

Steve dirigiu até o hospital, James foi atendido, engessado e liberado. Na volta, Sara e James estavam no banco de trás, Sara comia um pacote de Doritos, ela estendeu pra James, como sinal de trégua.

Sara: Quer, Jamie?

James não a olhou. Sara odeia ser ignorada, ainda mais achando que estão com raiva dela.

Sara: James, olha lá a casa do tio Sam.

Sara apontou e olhou pra James, que olhava pra fora do carro. Natasha assistia pelo retrovisor.

Sara: Jamie, eu aprendi uma música nova na escola, é assim...

Agora James a olhou, com raiva.

J: Eu não quero ouvir, não quero que fale comigo. É culpa sua.

Sara respirou fundo e fez um bico enorme, ela ficou cabisbaixa e começou a chorar baixinho.

N: James, sei que está chateado, mas não fale assim com ela. Foi sem querer.

J: Eu fui chamado pro time de futebol, tenho que me apresentar para um teste e estou machucado, por culpa dela. Eu odeio ela.

Agora Sara encolheu as pernas, abraçou os joelhos e chorou mais alto.

S: Sara, tá tudo bem. Ele não quis dizer isso. James!

J: Vocês sempre ficam do lado dela.

N: Não é verdade. James, ela é pequena. Ainda está aprendendo as coisas. Tenha mais paciência.

S: Você tem que se desculpar.

J: Quê?

Natasha olhou pra Steve e fez negativo com a cabeça, Steve ergueu as sobrancelhas para Natasha e fez positivo com a cabeça.

J: Eu não vou me desculpar, ela quem tem que me pedir desculpas.

Steve estacionou o carro em casa, Sara abriu a porta do carro e saiu correndo pra dentro de casa.

S: Você foi muito grosseiro.

N: Ele está chateado, Steve.

S: E daí? Não é por estar chateado que vai descontar na Sara.

Steve fitou James pelo retrovisor.

S: Vai pedir desculpas.

J: Não!

James franziu a testa.

S: James, estou mandando.

J: Eu não vou pedir desculpas!

S: Então está de castigo.

N: Não, não está.

Steve olhou para Natasha, irritado.

James saiu do carro e bateu a porta, já sabia que Steve e Natasha iam ficar horas discutindo dentro do carro.

...

H: Torunn.

Torunn estava deitada no quarto dela, de bruços com os joelhos dobrados e os pés pro alto, balançando os mesmos no ritmo da música que estava ouvindo no fone de ouvido, enquanto trocava mensagens com as amigas no celular.

H: TORUNN!

Torunn levou um susto e olhou para Hill. Ela removeu os fones de ouvido.

H: Tenho uma surpresa pra você.

T: O quê?

Torunn não evita de ter esperanças do pai aparecer de repente para buscá-la ou ao menos vê-la. Sempre que Hill anuncia uma surpresa, ela pensa que é ele. Torunn levantou da cama, animada e sorrindo.

H: Está na sala, vem.

Torunn foi até a sala e ficou desapontada. Não era o pai dela, mas a visita que estava lá a deixou muito feliz também.

T: Tia Ororo.

O: Oh minha princesa, como você cresceu! Não posso acreditar. Vem aqui, me dar um abraço.

Torunn foi até Ororo e a abraçou.

O: Como você é linda, deixa eu olhar pra você. Sempre foi linda. Deve ter vários namorados. É o James?

Torunn fez uma cara de tédio, ficando sem jeito.

T: Não tenho namorado, tia Ororo.

O: Com um rostinho desse? Dúvido!

T: Cadê o Azari?

O: Azari! Azari, entra aqui, meu filho.

Azari entrou no apartamento de Hill, demonstrando desânimo.

T: Azari!!!

Torunn foi até ele e abraçou. Passou a mão nas tranças dele.

T: Eu amei seu cabelo assim. Como você cresceu.

H: Você e Azari vão estudar na mesma escola?

T: Sério? Que legal, Azari! James está lá também.

A: Mas não conheço ninguém lá, só o Pym.

T: Vai conhecer. Você pode andar comigo.

H: Mas sua turma é separada da dele, ele ainda tá na 6ª série.

T: Mas a gente pode se ver no recreio. Vai ser muito legal! Se tiver algum problema, só falar comigo!

Azari sorriu. Ororo se despediu e foi embora com Azari.

T: Eu vou na casa de James.

H: A essa hora?

T: A Natasha me traz pra casa depois. Por favor, Maria.

H: Ok, mas não vai dormir lá. Vou pegar as chaves.

T: Não, eu vou andando, pode deixar.

Torunn pegou o celular e desceu para ir para a casa de James. Ficava a 3 quarteirões de distância. Já estava começando a escurecer, e a rua estava particularmente deserta hoje. As lojas estavam fechando, e poucas pessoas passavam na rua.

Torunn passou em frente a um beco deserto, que é um atalho para chegar na casa de James, mas Maria sempre a alertou para não passar por lá, por ser deserto e por ser perigoso. Torunn sempre teve uma atração para o perigo. Ela passou em frente ao beco e o olhou. Ela sempre o olha. Ela interrompeu a caminhada. Tinha algo brilhoso chamando a atenção dela no final do beco.

Torunn tentou identificar o que era e olhou em volta para ver se tinha mais gente por perto, ela quase entrou no beco, mas decidiu seguir seu caminho.

Quando ela chegou na esquina, ouviu alguém fazer psiu. Torunn franziu a testa e olhou pra trás. Não tinha ninguém. Ela ouviu barulho de alguém correndo no beco, decidiu voltar e olhar o beco novamente. Não tinha ninguém. Ela achou que era algo da cabeça dela.

O objeto brilhoso começou a se mover de novo. Torunn mordeu o lábio, a curiosidade era muito grande. Devagar, ela caminhou para dentro do beco. No final, tinha umas caçambas de lixo e muita sujeira. Um gato passou correndo por ela, o que a assustou por alguns segundos. Quando ela deu uns passos pra trás, sentiu que esbarrou em alguém. Torunn se preparou para gritar, mas taparam a boca dela.

Torunn é muito forte, tem a força de Asgard, ela estava se preparando para lutar, quando quem a agarrou, soltou a boca dela e a virou de frente pra ele. Torunn parou congelada, olhando o homem à sua frente.

Ele encostou o indicador no lábio, indicando para ela ficar em silêncio.

Torunn mal podia acreditar no que estava vendo, era como ela viu nas fotos, o longo cabelo loiro, a armadura prateada, a longa capa vermelha e um capacete reluzente. Músculos enormes, barba e sobrancelhas loiras e olhos azuis como os dela. Sim, era o pai dela.

Ele finalmente voltou por mim. Pensou Torunn, que não sabia se chorava ou se sorria.

T: P-pai... Você voltou! Por mim.

Thor movimentou a cabeça, indicando que sim.

Thor: Você quer ir pra casa?

T: Sim, quero. É tudo que mais quero. Cadê a minha mãe? E u quero conhece-la.

Thor: Você irá, venha. Todos as esperam, em Asgard.

Um portal, cheio de luzes se abriu, uma ventania forte saída desse portal. Thor estendeu a mão para Torunn. Torunn segurou na mão dele. Torunn olhou para a rua e Thor notou uma certa hesitação.

Thor: Seus avós estão loucos para te conhecer.

Torunn nem sabia que os avós ainda estava vivos. Imaginou como deve ser ter uma família enorme, que a ama. Ela mal podia esperar. Torunn olhou para Thor e sorriu. Thor se movimentou na direção do portal, mas Torunn permaneceu imóvel.

Thor: O que foi, minha princesa?

T: E-eu... Tenho que avisar a Maria. N-não posso ir sem falar com ela.

Thor: Ah, a Maria. Ela não é sua mãe, é apenas uma mortal.

Torunn franziu a testa.

T: É a única mãe que conheci. É melhor eu ir embora.

Thor: Espera, espera. Tudo bem, o portal não pode ficar aberto por muito tempo, Torunn. Por que você não vem, e nos comunicamos com Maria de lá de Asgard?

T: Eu não sei. Eu vou poder voltar para ver ela?

Thor: É claro.

T: Hoje ainda?

Thor: Claro! Está combinado.

Torunn entrou no portal com Thor.