No dia seguinte, James deu pela falta de Torunn na aula. Ele perguntou para as amigas dela e elas disseram que ela não ia mesmo hoje na escola.

Hoje era dia de educação física, a.k.a Dia das meninas suspirarem por James Rogers correndo numa regata, exibindo seus músculos definidos.

James se alongou no gramado central, a pista de corrida era em volta desse gramado. O treinador apitou e os alunos foram cada um para uma raia de corrida. James foi para a de número 5.

– Vamos logo, não tenho o dia todo.

O treinador estava falando com Francis, que não participava nunca das aulas, mas seu pai o pegou com cigarros e disse que agora ia vigiar ele até dentro da escola. E ele estava lá na arquibancada, usando boné, óculos escuros e um capuz por cima para disfarçar. Mas ele deixou Francis saber da presença dele.

Francis estava sem graça, ele é muito mais magro que os outros atletas da escola, e como ele tem essa mania de competir com James em tudo, ele já estava com raiva de estar ali.

Francis se posicionou na raia 2, ficava um pouco mais a frente da de James.

O treinador apitou de novo, para que ficassem em posição. Todos se agacharam e apoiaram as mãos no chão, esperando a largada. Francis olhou para James, que o olhou de volta. Francis mostrou o dedo do meio para James, que franziu a testa e fez negativo com a cabeça. Francis riu.

O treinador deu o tiro de largada. Todos começaram a correr. Apesar de James ter saído mais atrás, já estava em segundo. E surpreendentemente, Francis estava em terceiro. Ele deu tudo de si para alcançar James, teve momentos que ficou empatado na corrida, mas ele não estava preparado fisicamente para tamanho esforço e foi perdendo o gás e parou no meio da pista e se jogou no chão, dramatizando.

James passou o 1º corredor e conseguiu chegar em primeiro. Clint bateu palmas da arquibancada. James o olhou e sorriu. Clint fez “jóinha”.

O treinador foi orientar Francis que ele deve ir com mais calma, porque ainda está começando e bla bla bla.

Um grupo de atletas mais velhos e mais experientes, estavam se aproximando da pista e foram direto falar com James.

Eram rapazes fortes, muito bonitos, usavam jaquetas branca e vermelha, jaquetas que só quem é do time de futebol americano, pode ter a honra de usar.

– James?

J: Oi Peter.

P: Nós vimos você correr, e ficamos impressionados.

Anunciou Peter Stark.

– Queremos que venha fazer um teste para entrar no time.

J: Sério?

– Sim, cara.

Confirmou Howard Stark, irmão gêmeo de Peter.

H: Venha amanhã, depois da aula.

J: Pode deixar.

James ficou super animado, mal podia esperar para contar ao pai.

– Okay! Chuveiro!

Anunciou o treinador. Todos foram tomar banho e depois voltaram para as aulas.

James foi para casa sozinho hoje, ao chegar em casa, Sara correu e abraçou a cintura de James. James pôs a mão nas costas dela e logo entendeu a situação. Ele olhou para o quintal e viu Steve e Natasha discutindo ferozmente e ele ainda não sabia o motivo.

James deixou a mochila no chão e olhou para Sara.

J: Qual o motivo dessa vez?

Sara: Minha culpa.

J: Por que?

Sara: Eu insisti para o papai me dar o cachorro, ele tentou convencer a mamãe, mas ela disse não, e ele disse que só ela manda na casa, e papai saiu furioso.

J: Mas e aí? O que houve?

Sara: Papai voltou com o cachorro.

J: Oh Deus.

Sara: Ele disse que ele pagou pela casa também.

J: Oh Deus.

Sara: Eles vão se separar, Jamie?

James agachou e olhou ela. James sorriu.

J: Claro que não vão. Só por causa de um cachorro? Sabe que mamãe fica brava e depois fica tudo bem.

Sara: Não quero que gritem.

Sara tapou os ouvidos.

J: Que tal você jogar meu videogame?

Sara: Eu posso?

Sara se animou.

J: Sim, vai lá.

Sara subiu correndo as escadas. James se aproximou com calma do quintal, ele abriu a porta de vidro. Natasha e Steve pararam de discutir, quando notaram a presença de James.

J: Pai...

S: Viu? Assustou ele.

N: Assustei ele? E ele se assustou com o quê? Você está gritando, tanto quanto eu. Mas é mais fácil me culpar.

S: Eu não estou te culpando.

N: Ah não?

J: Mãe! Pai!

Natasha e Steve pararam de discutir de novo e olharam para James.

J: Eu fui chamado pro time de futebol da escola.

Natasha revirou os olhos e ficou de costas tentando se acalmar e Steve forçou um sorriso.

S: Parabéns, campeão.

J: Por que estão brigando?

N: Porque seu pai, trouxe um cachorro pra casa, quando eu deixei bem claro que não queria cachorros nessa casa!

J: Mãe eu também quero um cachorro.

S: Viu? Eu também, então 3 contra 1. Aceita, Natasha.

Natasha se deu por vencida, suspirou e subiu pro quarto sem olhar para Steve.

J: Pai...

Steve o olhou.

J: Por favor, não se separem de novo.

S: Não vamos nos separar, que história é esse? E como assim de novo?

J: Quando Sara nasceu vocês estavam separados.

S: Sim, porque um monte de coisas impedia que estivéssemos juntos, mas depois que nos juntamos não nos separamos mais.

J: A mamãe está muito brava.

S: Eu sei como acalmar ela. Não se preocupe. Venha me contar desse time de futebol.

Steve e James conversaram, Steve fez o jantar, ele pediu para Sara chamar Natasha. Sara bateu na porta e se aproximou da cama, Natasha estava totalmente coberta pelos edredons.

Sara: Mamãe?

Natasha não respondeu.

Sara: M-mamãe, o papai. A comida tá pronta.

Sara olhou pra baixo.

Sara: Mamãe você não vem?

Sara ficou triste por Natasha a ignorar e saiu do quarto.

S: E cadê sua mãe.

Sara: Tá dormindo.

Os três comeram e as crianças foram dormir. Steve lavou a louça e subiu, quando foi abrir a porta do quarto, estava trancada.

S: Natasha?

Natasha não respondeu.

S: Natasha? Abre essa porta.

N: O que você quer?

S: Dormir.

N: Você pode dormir no sofá.

S: O que???

N: Ou com o cachorro. Boa noite!

Steve ainda bateu na porta algumas vezes e chamou Natasha. Sara abriu a porta do quarto, coçando o olhinho.

Sara: Papai.

Steve a olhou.

Sara: Ainda estão brigando?

Steve a pegou no colo, a levou para dentro do quarto e a pôs deitada na cama. Ele a cobriu.

S: Está tudo bem.

Sara: Papai, eu não quero mais o cachorro.

S: Como assim? Por que?

Sara: A mamãe está triste comigo e brigou com você. Eu quero que a mamãe goste de mim.

S: Hey, que história é essa? Ela não está triste com você, está só um pouquinho brava comigo, mas vai passar. E sua mãe não gosta de você, ela te ama.

Sara: Quanto?

Steve abriu os braços.

S: Esse tantão assim.

Sara sorriu.

Sara: E você?

S: Ah eu amo você assim. Daqui...

Steve encostou na parede, levantou e caminhou até a porta.

S: Até aqui.

Sara riu. Steve voltou até ela e beijou a testa dela.

S: Agora vai dormir.

Steve checou James que estava dormindo todo torto na cama, como sempre. Ele desligou as luzes, que James sempre deixa ligado. Quando Steve saiu do quarto de James, olhou para a porta do quarto dele e notou que dessa vez a porta estava aberta. Ele estranhou e entrou devagar.

Steve não sabia se Natasha tinha ido ao banheiro, ou se era uma emboscada e ela ia dar uma machadada nele assim que ele entrasse.

Bem, era uma emboscada. Natasha fechou a porta atrás dele, ela quase montou nas costas dele, mas prendeu as pernas no pescoço dele e o fez ir ao chão, ela sentou sobre o peitoral dele, e colocou o pé no braço dele, mantendo aberto. Natasha o olhou.

N: Se você pensa, por algum segundo, que pode me contrariar, está muito enganado.

Natasha desceu mais o corpo e encostou os lábios nos de Steve dando um selinho.

N: Eu te odeio, sabia?

S: Eu te amo também.

Natasha encostou os lábios nos dele, mais uma vez, Steve e a beijou, a abraçou e ele fizeram as “pazes” no chão, durante aquela noite.

No dia seguinte, James estava atrasado para escola, ele teria que pedir carona ao pai para chegar a tempo. Ele desceu as escadas correndo e ao chegar na cozinha, Natasha estava de roupão, pendurada no pescoço de Steve, enquanto Steve dava vários selinhos nela.

J: ARGH! MÃE! PAI! Aff.

Natasha e Steve o olharam. Natasha com a sobrancelha erguida.

N: O que, James?

James estava tapando os olhos.

J: Por favor, eu não quero ver isso.

N: Não estamos fazendo nada, James. Não posso beijar meu marido?

J: NÃOOO. Paiii, por favor. Sai de perto dela.

Steve e Natasha riram. James empurro Steve para ficar afastado de Natasha, ele morre de ciúme.

J: Preciso de carona.

S: Vamos que já estou indo levar sua irmã também.

Ao chegar na escola, James subiu a escadaria do colégio e entrou no corredor, cheio de alunos. James foi até seu armário, para buscar seu livro, de repente um de seus amigos, se aproximou e pôs a mão no ombro dele. Outro amigo chegou logo depois.

– Nossa, James, quem é aquela deusa?

James colocou a mão dentro do armário para pegar o livro, assim que o pegou e olhou para a entrada para ver de quem eles estavam falando, James deixou o livro cair.

– Que gostosa. Será que é aluna nova?

– Não, cara, eu acho que conheço ela, é a... É a...

J: Torunn.

Torunn estava chegando, ela literalmente parou o corredor todo. Ela balançou as longas madeixas, dessa vez, madeixas loiras, sorrindo, enquanto conversava com as amigas.

Francis estava esquiando no skate, quando foi olhar para onde todos estavam olhando, ele viu Torunn e ficou embasbacado, ele nem lembrou de olhar para frente, deu com a cara no armário e caiu no chão.

Torunn passou por ele, riu e o olhou de lado discretamente, Francis nem se importou com o tombo, apenas moveu a cabeça, conforme Torunn caminhava, acompanhando ela.

Torunn passou por James, o olhou e sorriu também.

Os amigos de James começaram a empurrar e bagunçar o cabelo dele.

– Ela sorriu pra você.

James não estava nem prestando atenção no que diziam, ele também estava hipnotizado, olhando Torunn desaparecer no corredor, ao entrar na sala de aula.

...

Natasha foi buscar Sara na escola, ela sai mais cedo que James.

Sara se aproximou do carro, correndo e gritando.

Sara: Papai, papai, olha o que eu fiz.

Sara notou que era Natasha e desfez o sorriso. Natasha abriu a porta para ela entrar.

N: Só seu pai pode saber o que você fez?

Sara entregou o desenho para Natasha. Era um desenho dela e do cachorro. Sara não sabia se Natasha ia brigar por causa do desenho.

N: É muito lindo. Você quem fez?

Sara consentiu com a cabeça.

Natasha deu partida com o carro.

N: Eu vi que você escreveu Sara, mas não botou o nome do cachorro. Ele não tem nome?

Sara: Não.

N: Ué, se vamos ficar com ele, ele precisa de um nome, certo?

Natasha piscou e sorriu para Sara. Sara abriu um sorrisão.

Sara: Bem, eu pensei num nome.

N: Qual?

Sara: Sam.

N: Sam? Por causa do Tio Sam?

Sara começou a rir.

N: Ele vai ficar bravo. E acho que vai te encher de cosquinhas.

Sara: Eu sei.

Sara riu mais ainda.

Natasha estacionou em frente a casa, tirou o cinto e se virou para Sara.

N: Você desculpa a mamãe?

Sara ficou séria de novo.

Sara: Você não me respondeu.

N: Eu sei, eu sinto muito.

Sara: Fiquei muito triste.

N: Oun, me desculpa, mamãe nunca mais vai fazer isso com você. Me dá um abraço?

Sara passou pro colo de Natasha e abraçou. Natasha beijou a testa dela e abraçou bem apertado.

Sara: Promete não brigar nunca mais com o meu pai?

N: Não posso prometer isso. Mas prometo que eu nunca vou deixar de fazer as pazes com ele.

Sara sorriu.