Algumas horas antes do sequestro, na casa dos Rogers, James estava jogando videogame no seu quarto, quando ouviu Sara tossir sem parar, ele deu pause e correu até o quarto dela.

J: Sara?

Sara: Jamie, cadê a mamãe?

J: Foi levar Maggie na escola. Daqui a pouco ela volta. Toma, bebe um pouco de água.

James entregou o copo que estava na mesinha ao lado da cama dela. Os dois ouviram Sam, latindo sem parar.

Sara: Jamie, traz o Sam aqui.

J: Não posso, você está doente.

Sara: Eu quero ele aqui...

J: Mamãe disse para não deixa ele dentro de casa, desculpa.

Sara tossiu mais um pouco e tornou a fechar os olhos. James ficou do lado dela, até ouvir a campainha tocar. James desceu as escadas e abriu a porta, ele estava surpreso com a beleza estonteante da loira em frente a ele.

– Olá, bom dia, tudo bem?

James não respondeu, só fez positivo com a cabeça, demonstrando estar desconfiado.

– Eu sou Esther, professora da Sara.

James agora ficou aliviado e sorriu.

J: Ah sim.

E: Seu pai está?

J: Não, ele foi na escola, levar Maggie.

E: E sua mãe?

J: Foi junto.

Sara começou a chorar novamente, era baixinho, mas dava para ouvir e Sam começou a arranhar o vidro da porta e rosnar para Esther.

E: Sara está bem? Eu estou preocupada que ela não tem ido as aulas.

J: Ela está doente. Teve febre esses dias.

E: Sinto muitíssimo.

J: Só um minuto que vou ver porque ela está chorando e...

James disse enquanto se virava para ir na direção da escada, mas ele sentiu uma fina dor no pescoço, proveniente da agulha que Yelena injetou no corpo dele com uma substância que deixa a pessoa inconsciente por algumas horas.

Yelena fechou a porta atrás dela e olhou para Sam, rosnando e latindo sem parar. Como ele ia acabar denunciando aos vizinhos que algo estava errado, ela tirou uma pistola com cano silenciador, abriu o vidro e atirou contra o cachorro de Sara. Ela subiu as escadas e abriu a porta do quarto de Sara.

Sara estava tossindo ainda, e olhou para a porta com a esperança que fosse a mãe ou o pai dela.

Sara: Papai?

Y: É a mamãe, meu amor.

Sara franziu a testa e seu coração gelou ao ver Yelena no quarto dela.

Y: Você está dodói?

Sara: Quero a minha mãe.

Y: Eu sou sua mãe.

Sara: Não.

Y: Sim! Venha comigo, vou ser a melhor mãe que poderia ter.

Sara: Não.

Y: Não discuta. Você vem comigo agora.

Yelena descobriu Sara e a pegou no colo, ela estava fraca demais para reagir. Ao passar pela sala, Sara avistou Sam ferido no quintal e desmaiou. Yelena colocou Sara no carro e voltou até a casa e arrastou o corpo de James até o carro, tomando o cuidado de amarrar os pulsos e tornozelos dele antes de dar partida no carro.

...

Steve observava Sam, e ele não tinha tempo para chamar veterinário agora, ele precisava ir atrás dos filhos e de Natasha. Quando Steve se virou, se deparou com Bucky na porta da casa dele.

B: Hill enviou uma mensagem.

S: Você conhece a Yelena?

B: Conheci ela na KGB, Steve, ela é perigosa.

S: Nós precisamos de um plano.

B: E a Natasha?

S: Você sabe como ela é. Já se mandou atrás dela.

B: Yelena conhece Natasha bem e sua intenção sempre foi atingir ela, ela usou seus filhos como isca para atrair Natasha, e ela mordeu a isca.

S: Você acha que ela não fará mal aos meus filhos, então?

B: Acho que ela fará mal aos seus filhos e depois à Natasha. Precisamos encontrar ela, antes que ela ache Belova. Natasha precisa ficar fora disso.

S: Precisamos de reforço então. Vou ligar para Sam e Carol.

B: Não adianta, Steve. Eles não podem ajudar. Precisamos de espiões, porque possuem a mente parecida com Yelena e Natasha.

S: Só conheço uma pessoa que pode nos ajudar.

C: Espero que estejam falando de mim.

Steve olhou para Clint Barton parado na porta da casa dele, já com seu arco e bolsa de flechas. Steve estava surpreso.

B: Eu o chamei.

S: Ótimo.

C: Steve, o melhor que pode fazer agora é levar esse cachorro para algum médico veterinário.

S: Eu não...

C: Cap... Desculpe, Steve... Conheço a Natasha como ninguém e Bucky conhece Belova melhor que todos nós, o melhor que faz é garantir que quando Sara volte o cachorro dela esteja aqui. Nós a traremos de volta, em segurança.

...

Enquanto isso, Natasha pilotava a moto sem rumo, numa velocidade absurda.

Antes de pegar a moto e sair de casa, Natasha foi na garagem e ativou um código no teclado fixado na parede e um alçapão no piso se deslocou para cima e depois para o lado, abrindo passagem para um depósito secreto no porão. Natasha desceu e no local haviam nichos com todos os uniformes que ela já havia usado antes como Viúva Negra, ela pegou um deles e se vestiu, pegou 2 pistolas, mais 1 arma de grande porte, alguns discos de ferrão da Viúva que disparam choques elétricos. Carregou a luva do uniforme que Tony desenvolveu pra ela, que também dispara uma grande carga elétrica e para finalizar ela pegou bombinhas de gás e alojou no compartimento das pernas do uniforme. Natasha começou a pilotar em direção da SHIELD, ela ativou o dispositivo no capacete, que fez uma chamada direta no celular de Hill.

N: Hill, alguma posição?

H: Sim, várias.

N: Como?

H: Ela não está se escondendo, Natasha. Pedi ao FBI para fazer buscas de reconhecimento faciais pela cidade, e eles localizaram ela indo ao mercado com uma garotinha.

N: Sara.

H: Ela pôs um chapéu na menina, mas só pode ser ela.

N: Onde?

H: Natasha... Belova não está se escondendo, está na verdade, se mostrando muito, pense.

N: Eu não ligo, me passe a localização.

H: Natasha, pensa bem, é uma armadilha, ela quer que você ache ela.

N: E eu farei ela se arrepender disso. Hill, o endereço.

H: Ela está num bairro industrial e isolado, o seu carro está estacionado em frente a uma fábrica desativada na rua Cinco.

N: Entendido.

H: Natasha, por favor, estamos enviando reforços, tente esperar antes de agir.

N: Não será necessário.

H: Será! Ela não armaria isso, senão tivesse se preparado. Natasha, tome cuidado.

Natasha desligou o dispositivo e fez uma manobra por cima da calçada, fazendo as pessoas se jogarem para a rua e se encostar rapidamente nas paredes para não serem atropeladas.

Natasha chegou ao local, rapidamente. Ela desceu da moto, e pegou sua pistola, ela se encostou na parede e se aproximou da enorme porta de vidro e ferro e notou que haviam alguns homens dentro, ela conseguiu contar 6 pelo menos. Natasha não parou pra pensar se eram pessoas do bem ou que trabalhavam para Yelena, se estão nesse local, são inimigos.

Natasha usou o cotovelo para quebrar um dos vidros da porta, sabendo que atrairia a atenção dos guardas, ela se escondeu novamente atrás da parede. Dois homens se aproximaram da porta, um deles se abaixou para olhar através do buraco que ficou depois do vidro ter sido quebrado.

– Não tem ninguém aqui. Deve ter estourado com o...

O guarda terminou a frase com um gemido de dor, Natasha colocou a mão na frente do rosto dele e disparou uma descarga elétrica direto nos olhos do guarda, até ele desfalecer. O outro guarda alertou que estavam sendo atacados e começou a metralhar a porta, quebrando todos os vidros. Natasha se jogou no chão atrás da parede para se proteger, esperando o guarda cessar fogo, assim que ele o fez, ela jogou uma bombinha de gás lá dentro, uma fumaça branca subiu, fazendo os guardas tossirem, ficarem zonzos e caírem desmaiados. Natasha aguardou alguns minutos para a fumaça se dissipar e entrou no local, com sua pistola em punho. Cada vez que entrava num corredor, haviam mais guardas e ela os apagava com facilidade. Natasha olhou em volta e ela já tinha revistado todos os lugares dessa fábrica, Yelena e os meninos não estavam lá, mas tinham que estar.

Natasha reparou que a parede dos fundos da fábrica tinha uma porta maciça de ferro, agora ela tinha certeza que ia encontrar eles atrás dessa porta. Mas como abrir essa porta, ela não trouxe uma bomba, nem ferramentas adequadas para abrir uma porta desse porte. Natasha tateou e bateu na porta com raiva e se virou para tentar achar em volta dela alguma coisa que ela pudesse usar parar abrir, ela viu uma caixa de ferramentas no corredor, mas assim que ela caminhou para pegar, a porta automaticamente se abriu. Claro, Yelena queria que ela a encontrasse, tudo isso sempre foi para terminar em uma briga entre as duas.

Natasha tornou a olhar para a porta e franziu a testa, ela se aproximou da porta, sem medo de ser pega de surpresa. Ela conhece Yelena muito bem, sabe que ela vai querer lutar com ela sozinha, pois tudo que ela quer é provar ser melhor que ela.

Natasha passou pela porta e o local que ela estava era ainda parte da fábrica, mas não tinha janelas, haviam um mezanino que circulava todo o cômodo, e permitia que se visualizasse tudo que acontecia ali no térreo. Natasha foi até o centro do cômodo e olhou em volta, não parecia ter ninguém, mas ela tinha certeza que ela estava lá.

N: Yelena! Vamos acabar logo com isso.

Y: Sim, vamos.

N: Aonde estão os meus filhos?

Y: Você quer dizer meus filhos.

Yelena surgiu de um corredor escuro e encarou Natasha.

Y: Depois que você morrer, eu serei a mãe deles e esposa de Steve Rogers.

Natasha movimentou o canto da boca, como se estivesse sorrindo, mas mantendo o olhar frio e focado.

N: Você acha realmente que tem capacidade pra isso?

Y: A Sara já me ama, não é, Sara?

Yelena estalou os dedos e um guarda apareceu, segurando nos braços de Sara que ao ver a mãe, começou a se debater.

Sara: Mamãe!

Natasha olhou para Sara e para o guarda segurando ela, ela avançou na direção do guarda, mas Yelena entrou na frente.

Y: Não faria isso se fosse você. Não reparou os tornozelos dela?

Natasha olhou para Sara e notou que haviam bombas amarradas nos tornozelos dela.

Y: Se você se aproximar, mando um dos guardas ativar a bomba e aí bye bye Sarinha.

Natasha olhou para o mezanino e muitos guardas entraram, segurando um dispositivo com um botão vermelho.

Y: Somente um guarda tem o controle das bombas, qual deles? Nem mesmo eu sei.

Yelena começou a rir.

N: Cadê o James?

Y: Oh, o James... Que menino extraordinário, muito forte, aposto que tem o soro do pai.

N: Aonde está ele?

Y: Ele está aqui. James?

James estava sentado no escuro esse tempo todo, com a cabeça baixa, Natasha não notou a presença dele. James não estava amarrado, nem com bombas presas ao corpo, nem com seguranças o segurando. Natasha estranhou a feição no rosto de James, ele estava tão sério.

N: O que fez com ele?

Y: Oh, eu? Nada que eu ou você não tenhamos experimentado antes. Lembra quando Ivan me fez matar meus pais? Meus próprios pais, tudo para provar que a fórmula da obediência funcionava...

N: Yelena, nós duas destruímos aquela fórmula juntas, Ivan nunca conseguiu fazer de novo.

Y: Oh sim, verdade, ele não conseguiu. Mas eu sim, e esse é meu primeiro teste. James, meu amor, vem aqui.

James se levantou, ainda com a cabeça baixa e caminhou até Yelena. Natasha observou como ele estava suando e com a respiração ofegante, como se estivesse fazendo exercícios. O rosto de James também estava muito vermelho.

Yelena acariciou o rosto de James.

Y: Ele é tão bonito. Às vezes não sei se o quero como filho ou marido. Talvez os dois.

N: Yelena, eu te mato.

Y: Não, não, não. Meu bem, quem vai matar aqui hoje é o James. Não é, meu anjo?

N: James?

Y: James, mate ela.

James finalmente ergueu o rosto e encarou Natasha, aquele olhar não era do filho dela, aquele olhar continha tanto ódio, James fechou o punho e caminhou na direção de Natasha.