— Merda, que lugar é esse? – Eu estava em um porto de navios clandestino, todos ao meu redor estavam vestidos como se estivessem na década de 1650 ou algo parecido.

— É porque estamos em 1650 – Me voltei em direção ao som da voz de Cristian. Meu corpo inteiro paralisou logo que meus olhos contemplaram aquele homem. Ele se localizava em um dos navios ancorados no porto, não estava muito distante de mim. Em pé em frente ao timão, com uma calça branca, sem blusa, com o cabelo sendo bagunçado pelo vento que a maresia fazia. Seus músculos eram bem desenhados e definidos, não consegui tira os olhos deles, andei devagar em sua direção, as pessoas a minha volta pareciam não me ver, enquanto a ele? Ele veio andando devagar em minha direção, a cada passo eu sentia o meu corpo implorar pelo dele. Quando finalmente nossos corpos se encontraram, fui recepcionada com um longo, quente e bruto beijo. Assim que retomei meu fôlego e nossas bocas se separam, juntei meus pensamentos e finalmente pude dizer:

— Que lugar esse?- Ele sorriu.

— Tanta coisa que você poderia dizer você escolheu isso?– Corei encolhendo a cabeça em seu peito. Ele me abraçou mais forte, Ficamos alguns minutos assim, que para mim pareceram segundos que eu não queria que acabasse, senti suas mãos levantarem meu rosto, e com um sorriso largo disse:

— Estamos em Tortuga, em plena era de ouro da pirataria ou se preferir Época dourada da pirataria. – O encarei surpresa.

— Pirataria? – Olhei os navios em voltas e observei com mais atenção e pude ver os bucaneiros, subordinados dos Capitães dos navios presentes, alguns descarregando os navios e outros bêbados e outros correndo atrás de meretrizes da época e outros rolando pelo chão em uma tentativa de roubar algo de algum homem desconhecido.

 O encarei vidrada.

— Como? – Perguntei ainda observando o que ocorria a minha volta

— Eu entrei na sua cabeça e te trouxe para cá

—Ainda estou na sua casa?

— Sim, deitada em uma cama quentinha

— Você viveu nessa época?

— Sim e não, mas te explico mais tarde, agora vem comigo vamos dar um passeio. Mas antes vamos da uma melhora no seu visual. – Ele disse me olhando de cima para baixo com certo olhar malicioso que me deixou vermelha, porem excitada.

 No momento em que ele falou foi quando reparei que estava vestida uma espécie de short que parecia mais uma calcinha Box preta e uma blusa regata branca e que estava descalça. Ele me olhou e riu, que cara de meniniho sapeca, nunca imaginei ele tão sex solto e desinibido daquele jeito nem parecia o anjinho metido da escola.

— Bem... Troca como de roupa?

— Assim.. – E magicamente eu estava vestida com um vestido vermelho com mandas longas de saia meio rodada um pouco curto, tinha transados de couro por toda cintura, com um corte reto no peito sem decote e pequena renda preta na borda da saia do vestido, com uma bota que vinha a cima dos joelhos com um chapéu estilo pirata preto com seu contorno com redás pretas e com detalhes vermelhos, meus cabelos estavam soltos e ondulados, caídos sobre meus ombros indo na altura dos meus seios.

  Demorei a recapitula o que tinha acontecido ali me analisei de baixo para cima, estava parecendo uma meretriz? Ah.. sei lá eu estava estranhamente sex naquela roupa. Quando parei para olhar para Cristian ele me olhava com um olhar malicioso mordendo os lábios, sendo mais específica o lábio inferior, corei novamente.

— Vou vestida assim? Perguntei apontando para mim com cara de constrangimento

— Sim, você esta linda assim, e a piratinha mais linda que já vi

— Como fez isso?

— Imaginei você assim e pronto

— Só isso?- Perguntei enquanto andávamos em a um dos bares

— Sim, estamos na sua cabeça eu usei a sua imaginação – Mas e eles? – Perguntei enquanto entravamos no bar, me referindo as pessoas a nossa volta

— Ah.. eles? Eles não podem nos ver – Cristian disse enquanto pegava uma garrafa de rum na dispensa do bar.

— Venha vamos procura uma mesa

— Voce não acha que vou beber isso acha?

— Não seja tímida, um gole

— Nem pensa – Disse franzindo a testa

— Eu te desafio – Ele disse enchendo um copo de medida de uma pequena dose pôde ver o fogo no seu olhar. Também não ia abaixar a cabeça era so uma dose não ia fazer mal, afinal era só um tipo de sonho não era?

Virei o copo todo de uma vez em uma golada só, queimava mas era bom, mas senti como se meu mundo todo estivesse girando, ele me segurou pela cintura e me colocou sentada em uma cadeira e assim que eu me acalmei e meu mundo parou de girar, formos lá para fora, ele me levou pela mao ate o navio aonde eu o encontrei, ele me colocou enfrente ao timão e junto com a minha mao segurou o mesmo, eu podia sentir o vento levantar meu cabelo, eu sentia os salpicos do mar, foi quando tomei coragem e abri os olhos e vi que não estávamos mas no porto mas sim em alto mar. Gelei, nunca tinha estado em alto mar antes. Cristian aos poucos foi largando minha mao e depositando ela em minha cintura, com delicadeza ele entrelaçou seus braços em volta dela me puxando para mais perto de seu corpo. Pude senti sua respiração acelerar no meu pescoço podia ouvir seus batimentos cardíacos no mesmo ritmo, não tinha nada o que eu pudesse para impedi seja lá o que viesse a seguir, e mesmo que tivesse não faria, pois eu queria, não importa o que fosse desde que eu estivesse com ele, ali nos braços dele eu queria.

— Eu te amo  - Ele disse com a voz rouca no meu ouvido, sua voz me causava arrepios por todo meu corpo. Sorri ao ouvir aquelas palavras, me recordei de todos os sonhos que tive e agora tudo fazia sentido, porque sonhei meu deslocamento no mundo em que vivia, sim agora tudo faz sentido eu não pertencia aquele mundo meu lugar era ali aonde eu estava, seja em uma cama de hospital ou em um barco pirata. Agora eu sabia o meu lugar, meu lugar era nos braços dele nos braços de Cristian.

 Enquanto eu entrava em devaneios com meus pensamentos Cristian depositou tres leves beijos no meu pescoço, subindo em direção a minha orelha, sua mao subia e descia pela minha cintura inquieta como se esperasse algum tipo de permissão para agir. Ao sentir uma pequena mordida na orelha foi impossível controla e soltei um pequeno gemido de prazer aquilo estava me levando a loucura, e  quando eu estava prestes a fazer uma loucura ouvi ao longe alguém bater na porta do quarto, chamar o Cristian e abri a porta devagar. O barulho era forte como o barulho de uma onda se quebrando. Pude ouvi um suspiro de frustração vindo de Cristian.

— Desculpa – Ele disse depois de depositar um beijo em meu pescoço, em seguida acordei no quarto na casa dele, demorei em abri os olhos pois se fosse um sonho eu não queria acorda.