Aishiteru escrita por Samy
Sala do Imura
7:00 AM
– Seja bem vindo, Izumi-san. Fico feliz que tenha aceitado participar da nossa reunião.– cumprimentou Imura Kyotaro; um homem alto, moreno e de porte robusto que se apresentara como agente do governo.
– Confesso que fiquei muito curioso com seu convite. – confessou Izumi ao passar pela porta.
– Também estou aqui.– cumprimentou Motimon saindo da enorme mochila do parceiro e correndo para a mesa de petiscos, acabando com todos em segundos e evoluindo para Tentomon.– Me sinto bem melhor agora.– soltou um arroto.– foi mal galera!
A mesa devia ter petiscos o suficiente para uma reunião com umas 20 pessoas. Extremamente embaraçado, Koushiro se desculpou com Kyotaro.
– Não esquenta. – o agente riu. – Vou mandar a secretária trazer mais.– anunciou despreocupado.
– Eu já disse que gosto desse cara? – retorquiu Tentomon animado.
…
A reunião se iniciou e contava com várias personalidades familiares para Koushiro e Tentomon; o pai de Sora; Takenouchi Haruhiko, Kido Shin, irmão de Joe, e Gennai em sua forma jovem. O tema principal era formar uma equipe de estudos e controle de atividades entre os dois mundos. Kyotaro tinha vindo como uma proposta de aliança do governo.
– Vocês possuem informações e experiência, mas nós temos a verba e tecnologia para monitorar as barreiras e ações perigosas de um mundo no outro. Vocês devem imaginar que grandes potencias mundiais já devem ver os Digimons com poder de fogo ilimitado, não é? – salientou o agente.
– Já me ocorreu que este elo também possibilita que digimaus e pessoas de caráter duvidoso façam alianças.– revelou Gennai.
– Afinal o poder corrompe ambas as partes. – concluiu Shin.
– A verdade é que precisamos saber muito mais uns sobre os outros, fisicamente, socialmente. Montando esta equipe seremos como a Triforce? – questionou o ruivo.
–Seria tipo isso, mas, com mais partes envolvidas. É um projeto iniciante ainda, todavia, com um gigantesco potencial. – argumentou Haruhiko.
Ficaram a discutir a formação da equipe, a localização e todo material que precisam. Koushiro estava bem satisfeito, ganhava bem em seu estágio, mas trabalhar com algo relacionado a Digimons era como um sonho.
No núcleo escolar…
Ao contrário de Catherine, seu irmão Armand optou por estudar em uma escola para gaijins, ele não simpatizava em nada com a cultura e os bizarros costumes dos jovens japoneses, era seu ponto. O motorista deixou o rapaz em sua instituição de ensino e seguiu com a moça para o colégio escolhido por ela.
O veículo estacionou na frente do colégio, Catherine ainda não tinha o uniforme verde-limão e, portanto foi orientada pela diretoria a usar o traje de sua antiga instituição,mas na frança não se usam uniformes e,sendo assim, ela pode ir de roupa casual.
Ao descer do carro, Catherine fez o turbilhão verde-limão, parar e admirar-la em seu vestido floral romântico, ela tentou ir o mais discreta possível, mas falhou na tentativa. Envergonhada e insegura percorreu os olhos pelo entorno a procura dos conhecidos e, para sua sorte avistou Takeru, Miyako e Daisuke na calçada oposta. Ela acenou empolgada.
– Bom dia! – comprimentou ela assim que se viram proximos.
– Bom dia! – responderam os três, também constrangidos pela atitude do restante dos colegas que agiam como se estivessem vendo um ser de outro mundo.
– Eu sinto muito por isso. – pediu Takeru se referindo aos colegas.
– Acho que você sabe como fazer uma entrada, ne? – troçou Miyako apontando para o vestido esvoaçante.
– N-não foi minha intenção, é que ainda não tenho uniforme e na minha antiga escola não existia isso.– justificou-se encolhida.
– Eh? – admiraram-se os três.
– É disso que eu to falando. Por que alguém trocaria um país liberal desses por essa ditadura aqui. – apontou Daisuke, sem filtros.
– Negócios. – a loira respondeu de imediato. – Os negócios dos meus pais serão bem mais lucrativos aqui.
Daisuke murchou analisando.
– Se você quiser, Deneuve-san, existe alguns uniformes que foram doados por ex alunos. – começou Miyako. – Eu espero que não entenda mal, não estou te chamando de pobre, mas ao menos por hoje.
– Eu não me ofendi. Se isso pode diminuir todo esse alarde a meu respeito, eu aceitarei com muito prazer.– respondeu empolgada se apressando em segurar as mãos de Miyako entre as suas.
– Vou mandar uma mensagem para o segurança e pedir que nos deixe entrar pelos fundos. Vamos lá? – puxou a loira por entre os alunos.
– Parece que elas se entenderam...– comentou Takeru olhando a cena.
– Já viu a Miyako não se entender com alguém?– perguntou Daisuke.
– Já sim, com você. Tem dias que penso que os dois vão se matar! – troçou Takaishi.
Daisuke rosnou e resmungou e quando foi responder foi interrompido por um grupinho de rapazes dando-lhes chave de braço e esfregandos punhos em suas cabeças.
– Podem contar tudo. Quem é aquela beldade loira que estava aqui com vocês? – um perguntou e os demais apoiaram, empolgados.
Uma algazarra se iniciou enquanto Takeru e Daisuke tentavam explicar sobre a francesa. Timidamente Ken parou na calçada contrária e esperou os rapazes se dispersarem para se aproximar dos amigos.
Ichijouji passou o restante do fim de semana angustiado pela cena que fez na festa de Joe, sabia que devia desculpas a todos, já tinha se entendido com Miyako, mas também não tinha certeza se estava tudo bem entre eles depois de sua atitude repentina em abraçá-la.
– Qual é, cara.Chega aí. – chamou Daisuke. – Vai ficar aí parado com cara de cachorro que caiu da mudança?
– É cara, guarda isso pras garotas. Com a gente não precisa ficar pisando em ovos. – emendou Takeru.
– Eu realmente preciso me desculpar.– curvou-se formalmente. – Me senti muito mal pelo transtorno que causei a todos. Me perdoem, por favor!
– Que isso, cara? – Daisuke olhou para os lados. – Para de viadagem, tá nos envergonhando. Olha, a sua fama já não é muito boa, sabe? Tem esse seu cabelinho e tals… Vai ficar se curvando pra macho?
Ken se endireitou e arregalou os olhos. Sim, ele sabia sobre essa fama que tinha, isso foi depois de ter rejeitado muitas garotas; números de celular, e-mails, seus mimos e presentes, até que muitas desistiram e começaram a falar certas coisas sobre ele e seu estilo peculiar.
– Pega leve, Daisuke. E se algum militante escuta você usando termos homofóbicos, vão acabar com a sua vida. – alertou Takeru. – Não precisa disso, Ken. A gente sabe bem o que é a pressão de ser adolescente, tretas de vez enquanto é normal. Não estamos chateados, nenhum de nós. Esquece isso.
Ken assentiu com um sorriso. Procurou Miyako com o olhar, mas não encontrou nada. Passou tanto tempo pensando em como seria quando ficassem cara a cara depois daquilo, que agora não sabia o que sentir com a ausência dela.
Assim que o sinal tocou, Hikari chegou correndo e cumprimentou os amigos. Ela tinha ido dormir tarde,pois ficou maratonando série com Taichi e isso fez tão bem que até tinha esquecido de Catherine.
– Bom dia, rapazes! Onde está Miyako-chan? – questionou radiante.
– Ah, Hikari-chan...– Daisuke sentiu o dia melhorar ao mirar Hikari com um sorriso luminescente, enquanto as pétalas de cerejeira pareciam cair lentamente a sua volta. – É tão fofinha!
Ken e Takeru cumprimentaram e se olharam censurando a cara de bobo do amigo.
– Ela entrou mais cedo com Catherine-chan, para emprestar um uniforme. – explicou Takeru.
O céu escureceu para Hikari, já era o cúmulo que aquela garota tomasse a atenção de Takeru, como ela ousava roubar sua melhor amiga? Iria ter uma boa conversa com Miyako e fazer ela escolher de qual lado estava. E depois de tudo que as duas passaram juntas!
Para piorar o desgosto de Yagami, Catherine foi mandada para sua classe. Agora teria que ver a loira se oferecendo para Takeru na sua cara, todos os dias.
…
Miyako era um tanto distraída com certos assuntos femininos. Quando começou a integrar a equipe de Digiescolhidos, não se entendia tão bem com Hikari, não conseguia entender porque apesar de ser cercada de atenção a garota vivia prestes a se afundar em uma depressão. Com o passar do tempo elas baixaram as barreiras e começaram a se projetar respeitando as diferenças e, assim firmaram uma bela amizade.
Embora uma influenciasse muito a outra, Hikari deixou Miyako mais feminina e a violácea inspirou Yagami a ter mais atitude, a diferença de pensamentos ainda era gigantesca. Inoue jamais imaginou que ajudar Catherine deixaria a castanha tão magoada.
Miyako podia ser extremamente inteligente, mas se algum assunto alcançasse suas estruturas emocionais, ela não conseguia se concentrar em mais nada. O grande “x” da questão no momento era; porque Ken a abraçou daquela maneira?
– Inoue-san, pode vir até aqui e resolver o problema? – chamou a professora.
– Eu quem tenho que resolver? – ela questionou como se a professora estivesse falando sobre seus questionamentos internos.
– Está vendo outra Inoue aqui? Óbvio que é você. – a sensei cruzou os braços e os alunos riram.
– Bingo! – Miyako se levantou em um salto, deixando a todos com gotas sobre a cabeça. – Você está certa, Hamasaki-sensei. Eu tenho que resolver isso. Vou dar o meu melhor!
Ela pegou o giz e, como um furacão, resolveu todas as questões em segundos, deixando os colegas e a professora de boca aberta.
– Era pra resolver só um...– murmurou a educadora assustada. – Inoue-san, que bicho te mordeu?
– Obrigada, sensei! Já sei o que eu tenho que fazer. – Inoue abraçou a professora, correu até sua carteira, pegou sua pasta e saiu da classe.
Estarrecida, a educadora ia abrir a boca para protestar, mas o sinal tocou bem na hora, salvando a violácea. Como uma manada, os jovens deixaram a sala vazia.
...
No intervalo para o almoço, aconteceu o inevitável; todos se reuniram para partilhar o momento. Hikari estava calada, mas tentando parecer apática. Takeru obviamente convidou a francesa para almoçar na classe junto com eles.
O coração de Ken parou quando Inoue cruzou a porta. Ela estava decidida a entender o que tinha sido aquele bendito abraço e antes que a coragem lhe faltasse, sentou-se do lado do rapaz.
– Olá pessoal! – colocou seu bentô sobre a mesa o abrindo. – Olá, Ken-kun.– olhou diretamente nos olhos azuis, o fazendo desviar o olhar.
– Oi, Miyako-san… Você parece bem animada hoje. – comentou a esmo só para não deixar transparecer o quanto estava nervoso com a proximidade dela.
– É porque a minha mãe fez esses bolinhos fritos de camarão e eu adoro! – ela pegou um com os hashis e o ofereceu. – Experimenta.
Ken engasgou com a conjuntura, ruborizou ainda mais e estendeu as mãos sacudindo-as. Não era como se ele não quisesse realmente; ele queria… Uau! Aquilo era tão íntimo e ousado. Parecia tanto com atitude de casais, então…
– Hm… Vamos lá, não seja tímido. É só aceitar que você realmente quer e, ser feliz.– insistiu ela, quando deixou extremamente explícito que não estava falando apenas do bolinho.
– Eu só...– o ex-Kaiser parecia a beira de um desmaio. O que era comer um bolinho dado na boca quando ele tinha ultrapassado um limite bem mais íntimo? Ele realmente queria e também tinha entendido bem o que ela insinuou, mas ao mesmo tempo sentia que ia desabar e queria fugir.– M-Miyako-san…
Buscou coragem para olhá-la e a encontrou com uma expressão sapeca de expectativa a piscar apenas um olho. Ele buscou ainda mais coragem e decidiu aceitar, mas quando ia tomar atitude, Daisuke foi mais rápido e investiu contra o bolinho abocanhando de uma só vez.
– Não sei pra que essa rasgação de seda por causa de um bolinho. Não quer, dá pra mim.– falou com a boca cheia. – Não resisto a comida da tia Kotomi! Me dá outro?
Um minuto de silêncio foi feito. Ken estava branco e petrificado. Lentamente Miyako se levantou com as mãos em punho, emanando uma aura púrpura, trevosa e assustadora.
– Impressão minha ou tava rolando o maior clima e ele atrapalhou? – Catherine cochichou e Hikari até esqueceu a antipatia por segundos e assentiu junto com Takeru.
– ORA SEU...–Inoue disparou contra o amigo, mas só conseguiu socar a mesa. – JÁ DISSE PRA PARAR DE ROUBAR A MINHA COMIDA!
– MAS PARA O KEN VOCÊ QUER DAR! – acusou injustiçado.
– ELA E METADE DA ESCOLA! – um dos colegas de classe não perdeu a piada se valendo do duplo sentido.
Ken, que antes sentia-se petrificado, agora se sentiu partindo em pequenos pedaços, se esfarelando e sendo soprado pelo vento. Não se lembrava de já ter sentido uma vergonha tão grande.
Os alunos que estavam na sala deixaram seus almoços de lado e choraram de tanto rir, alguns se engasgaram. Miyako murchou e desistiu de bater em Daisuke, mas se viu desarmada diante da piada. Envergonhada, apenas correu para fora da sala, desejando que um buraco se abrisse para ela.
– Miyako-san...– murmurou Ken a se culpar pela vergonha da amiga.
– Okada, Daisuke, olha o que vocês fizeram! – repreendeu Hikari, severa. – Deixaram a Miyako tão envergonhada que talvez ela nunca mais venha almoçar com a gente.– mirou o bentô da amiga largado sobre a mesa.
Ken se sentiu ainda mais culpado, podia ter comido o bolinho logo de uma vez, mas ficou boiando e deu nisso. Fechou seu bentô e o de Miyako.
– Vou procurar por ela, ainda temos muito tempo antes do intervalo acabar. – anunciou se levantando.
– No terraço. – afirmou Hikari. – É pra lá que ela vai quando está chateada.
– Certo! –Ichijouji assentiu e, correu para as escadas que davam acesso ao terraço, desviando de várias ‘fãs’ no percurso, deixando-as com gotas sobre a cabeça.
Abruptamente, abriu a porta do terraço e encontrou Miyako sentada no chão, olhando para o nada, aborrecida. Ele não sabia bem como se aproximar e amenizar as coisas.
– Olha, Miyako-san… Eu lamento pela piada de mal gosto do Okada-san. Garotos são idiotas as vezes.
– A culpa foi do imbecil do Daisuke. – falou entre os dentes e Ken realmente estremeceu, Miyako nervosa era meio assustadora. – Por causa disso agora todo mundo pensa que eu também sou uma das suas fãs malucas! Eu tinha uma reputação, que levei tempo para construir e…
– Eu realmente sinto muito. Para começar, se eu não tivesse me matriculado aqui, sua reputação continuaria intacta. – retorquiu magoado.
Então ela se deu conta do que disse.
– Não, não foi o que eu quis dizer. A culpa não é sua. Na verdade, que se dane essa droga de reputação. Deixa a escola pensar o que quiser, um dia eu já fui mesmo como essas idiotas que te perseguem.
– Você foi mesmo? – ele se sentou do lado dela. – Como foi isso? Eu não consigo imaginar.
– Todo mundo já fez algo de que se envergonhar, não é? Eu tinha todas as revistas com matérias a seu respeito, fazia parte de fãclube e lia fanfictions…
– Como assim lia Fanfictions? Sobre mim? Como funciona isso.
– Eu não recomendo você querer saber sobre isso. Nunca pesquise Fanfic's sobre você ou vai ficar em choque. – ela riu sabendo que ele iria pesquisar e já imaginando sua carinha de espanto.
– Se você diz...– entregou o bentô a ela. – Melhor a gente comer rápido ou ficaremos com fome.– ela assentiu pegando o objeto.
– Obrigada. Foi muita gentileza sua em vir trazer pra mim.
– Na verdade eu estou mesmo afim daquele bolinho de camarão frito que quase custou a vida do Motomiya. Será que eu ainda posso experimentar?
Inoue arregalou os olhos, Ken havia mesmo feito uma piada? Isso sim era peculiar. Ela assentiu e colocou um de seus bolinhos no bentô do rapaz. Eles tinham que conversar sobre aquele abraço, mas era difícil para ambos então prosearam sobre a comida, trocaram petiscos e elogios sobre a culinária das mães.
Era um momento tão simples, mas que os deixavam com as bochechas quentes e o peito cheio de uma emoção crescente. Isso até o sinal tocar e quebrar todo o clima.
…
– Miyako-chan, você viu como aquela garota está se atirando pra cima do Takeru? – Hikari tinha enviado uma mensagem pelo celular e se encontrado com a violácea no banheiro.
– Olha, Hikari-chan, eu só vi uma estrangeira deslocada recebendo ajuda do amigo com quem tem mais intimidade. – foi sincera.
– Quer dizer que você está do lado dela? – acusou magoada.
– Não é isso. Só acho injusto você ficar com raiva dela, sendo que é o Takeru quem está dando atenção exagerada pra ela e negligenciando não só você mais o resto dos amigos. – ressaltou sem medidas. – Ela não tem como saber, não estava aqui antes. Não sabe dessa ciranda; Daisuke que te ama, você ama o Takeru e o Takeru sabe-se lá…
– Ela não saber não a torna inocente em tudo. Ela pede ajuda dele o tempo todo e pra tudo. Talvez eu esteja exagerando, mas estou apaixonada, magoada e quero minha melhor amiga me apoiando e não me julgando.
– Não estou te julgando. Eu só…
– Escolhe seu lado, Miyako-chan. Só quero que saiba que se fosse ao contrario e, uma amiga novata do Ichijouji brotasse do quinto dos sete infernos, pra dar em cima dele, eu te apoiaria. E sem pensar duas vezes.
– Vira essa boca pra lá, amiga. Claro que estou do seu lado. O que você quer que eu faça?
– Eu sabia que podia contar com você. – abraçou a mais velha. – Primeiro, não quero você de conversinha com ela, ignora, dá um gelo. Segundo; consiga o histórico dela pra mim e não só o escolar, tudo o que for possível. Se depender de mim, ela não vai passar no teste da torcida.
Miyako assentiu um pouco abalada. Hikari era sim, sua melhor e única amiga, nunca teve muita sorte em amizades com outras garotas, mas achava que a castanha estava levando aquilo muito a sério e não sabia bem como dizer. De qualquer forma, não queria perder o vínculo.
…
Nos dias que se seguiram, Inoue fez como Hikari tinha pedido, resumiu seu assunto com a francesa a simples saudações. Sentia pena, mas se lembrava das palavras de Yagami “Se fosse no seu caso com Ichijouji, eu ficaria do seu lado!”
Já tinha pesquisado tudo sobre a loira e entregue para a amiga. No dia do teste, Catherine estava animada, na hora da apresentação ela fez seus melhores passos, mas Hikari mandou a surpresa.
— Dançou muito bem, Deneuve. Agora vamos ver como se sai com os bastões e as fitas! – apontou e a francesa abriu a boca.
— Pardon? Mas eu nunca treinei baliza ou ginástica rítmica. – confessou desacreditada.
— Ah não? Pois deveria. – Hikari sorriu. – Suas concorrentes treinaram. Senta aí, vou chamá-las.
A pesquisa de Miyako revelou que Catherine dançava balé clássico, contemporâneo e jazz, mas sua escola nunca teve dança com fitas, bastão, baliza e entre outros, algo comum no Japão. Hikari notificou as concorrentes, mas não a francesa que nunca se sentiu tão humilhada e concluiu que foi vítima de boicote. Agora era guerra!
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