Cair da Noite escrita por BiancaLima


Capítulo 11
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Eu fiquei em estado de choque, o telefone caiu da minha mão e eu fiquei olhando para o vazio.

Ate que senti uma mão fria no meu braço.

 

-Juli? Esta tudo bem? – Perguntou Renata.

 

-Não Re, eu preciso ir à casa da Nady urgente! – Falei calçando os meus sapatos.

 

Renata me seguiu. A garagem dela era bem grande, tinha pelo menos uns sete carros de marcas do exterior. Nós pegamos um carro azul escuro, eu não quis saber de onde era, eu só queria chegar logo na casa de Nady.

 

-O que ouve Juliet? – Perguntou Alex pegando o meu braço, de novo ele apareceu do nada.

 

-Nady... Mulher... Morta...  – Comecei a chorar e a soluçar.

 

-Calma! – Falou Alex me abraçando, era reconfortante ter ele perto de mim, pena que eu não amo ele como mulher e sim como irmã.

 

Ele me soltou e foi comigo ate o banco de traz, eu deitei no colo dele e ele ficou fazendo carinho em mim.

 

Em poucos minutos chegamos à casa de Nady. Eu sai do carro correndo entre os meus tropeções. A porta da casa dela estava aberta, isso já me assustou, eu entrei para ver o que tinha acontecido lá dentro. A casa estava igual a minha, toda revirada, eu fui ate o quarto de Nady. A porta estava escancarada para todo mundo ver minha amiga estirada no chão olhando fixamente para mim com os seus grandes e inexpressíveis olhos azuis, eu senti minhas pernas fraquejarem, minha respira0ção acelerar e minha pulsação aumentar.

 

-Juliet! – Me virei e vi Renata chorando atrás de mim.

 

-Renata! – Nós nos abraçamos e começamos a chorar em silêncio.

 

-Meninas eu liguei pra policia, daqui a pouco eles devem estar chegando. – Falou Alex se aproximando de nós duas.

 

-Vamos... – Funguei enquanto limpava as lagrimas – Vamos esperar lá na frente.

 

Nós caminhamos em silencio ate a fachada bege da casa de Nady. A policia chegou em pouco tempo, eles quiseram depoimentos e fazer perguntas sobre Nady, eu não contei sobre a parte da “Roda da Morte”, pois eu teria de ficar explicando e sofrendo por conta da minha amiga. Nós fomos para a casa de Renata, agora com Alex dirigindo, pois Re não estava em condições de dirigir. Alex ligou o som para poder relaxar o ambiente, só que piorou, começou a tocar uma musica que me fez lembra da minha amiga morta:

 

Fique calma, leve, escura e sem sonhos

Muito abaixo dos meus pesadelos e da solidão

Eu me odeio por respirar sem você

Eu não quero sentir mais nada por você

 

Eu odiava saber que ela estava morta e eu viva, e não queria mais sofre por conta disso.

 

De luto por você

Eu não estou de luto por você

Nada pode empobrecer o amor real

E embora eu possa ter perdido meu caminho

Todos os caminhos me levam direto para você

 

Eu estava de luto por ela, mas não era assim que eu queria estar.

 

Eu quero ser como você

Repousar fria na terra como você

 

Auréola, barreiras entre nós

Derretam e nos deixe sozinhas novamente

Sussurrando, assombrando em algum lugar lá fora

Acredito que nosso amor pode nos ver através da morte

 

Eu sabia que ela poderia estar me observando de onde quer que ela esteja, me protegendo e que ela ainda sentia nossa amizade.

 

Eu quero ser como você

Repousar fria na terra como você

Há espaço aí dentro para duas

E eu não estou de luto por você

Eu estou indo por você

 

Você não está sozinha

Não importa o que te disseram

Você não está sozinha

Eu estarei bem ao seu lado para todo o sempre

E não importa a convenções, eu estaria ao lado dela e ela sempre seria a minha confidente, apesar de que ela nunca mais poderia me contar os seus segredos.

 

Eu quero ser como você, maninha

Repousar fria na terra como você, querida

Há espaço aí dentro para duas

E eu não estou de luto por você

E quando nos deitarmos numa felicidade silenciosa

Eu sei, você se lembrará de mim

Eu quero ser como você

Repousar fria na terra como você

Há espaço aí dentro para duas

E eu não estou de luto por você

Eu estou indo por você

 

O que dizia ai era tudo o que eu sentia, anotei o nome da musica e a banda e depois eu buscaria na internet pra tocar no funeral dela. Os pais dela já tinham morrido há alguns anos atrás, ela recebeu a herança deles e fez com que a empresa fosse uma das mais ricas do país.

Ela não tinha outros parentes próximos, eu era a pessoa mais próxima dela, então eu me encarregaria de preparar um funeral decente.

 

-Não chore Juli! – Eu não percebi que estava chorando.

 

-Tudo bem, eu vou tentar relaxar, agora desliga esse radio, por favor! – Falei.

 

Ficamos em silencio. Deixamos o carro na garagem em casa. Quando saímos da garagem começou a chover, o dia todo tinha ficado nublado, parecia ate que era de noite, a chuva foi bem grossa, os pingos doíam ao bater na minha pele, aquilo era uma boa sensação.

 

-Juliet vamos! Você vai ficar resfriada! – Falou Alex me puxando para dentro.

 

Ele ficava lindo na chuva, a camisa branca colada no seu corpo, deixando evidente o seu abdômen definido e o cabelo molhado o deixava ainda mais lindo, pois o seu cabelo cor de fogo ficava escuro, realçando seus lindos olhos verdes. Eu não ia deixa a morte de Nady me abalar, eu me recuperaria, mas não me esqueceria dela. Quando entramos em casa me deparei com uma coisa que já estava me deixando aterrorizada...


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