As Três Flechas - Interativa escrita por eMeoonbird


Capítulo 3
Ato 3


Notas iniciais do capítulo

Yahoo~
Como está a segundinha de vocês?
A minha tá meio "ata", mas vida que segue. Espero que esse capítulozinho anime vocês durante essa semana ♥
(Na verdade espero que alguém leia esse capítulo, já que estamos ainda em dias utéis e.e)
Boa leitura, qualquer erro me avisem que eu vou corrigir :3



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Quando Peter entrou no segundo andar subterrâneo do Arsenal Hefesto e viu o líder lá, ele já suspeitava que algo iria acontecer, e com certeza não seria coisa boa.

Ainda mais porque o loiro estava fazendo companhia para Zachary que trabalhava em alguma coisa numa das diversas mesas cheias de tralha que existiam naquele local.

Deixou os ombros caírem, como se a gravidade estivesse fazendo muita pressão neles e andou até os semideuses que estavam perto do final do cômodo, que ficava bem próximo a fornalha que substituía uma possível parede ao fundo.

— Você me chamou? — perguntou Peter assim que se aproximou dos dois.

Louis assentiu e o filho de Hefesto parou de mexer na coisa que se assemelhava a uma máquina para olhar pro rosto do líder, assim como o outro fazia.

— O que vou falar agora não é pra ser espalhado pelo acampamento inteiro, — Ordenou o loiro, com a expressão apática e o tom de voz duro. — ainda não.

— Então é uma informação que você ainda não está por dentro? — o alemão perguntou retoricamente, erguendo uma sobrancelha de forma que parecia zombeteira, mas que os outros dois sabiam que não eram.

Louis suspirou, sentindo-se levemente incomodado com o fato do mais novo saber mais sobre sua pessoa do que parecia e confirmou.

Zachary olhou de forma levemente acusadora para o líder, enquanto cruzava os braços esperando pela tal novidade a qual ele iria falar. Já conseguia presumir que o loiro estava planejando coisas antes do tempo e que boa parte delas envolveriam ordens as quais talvez não iria conseguir cumprir. O líder revirou os olhos para a ação do filho de Hefesto e disse:

— Não quero saber opiniões, só ouçam. — os campistas assentiram e Louis continuou:

— Recebemos uma profecia.

O silêncio se instalou enquanto ele parecia pensar em como falar o resto da notícia aos dois semideuses a sua frente, os quais estavam com as sobrancelhas franzidas em confusão. O grande cômodo vazio reforçava a leve tensão que começava a se instalar por ali, todavia, o texto mental de Louis e o leve pane de Zach foram atrapalhados pela voz desconfiada de Peter:

— Sabe que isso é meio difícil de acreditar, né? — O alemão parecia não ter levado muita fé nas palavras do filho de Hécate pela forma como o olhava através das pálpebras semi abertas.

— Mas também temos noção que Louis não mentiria sobre isso. — Zach retrucou, com um tom de voz cortante e uma expressão apática.

— Não tô dizendo que ele tá mentindo. — Cuspiu o filho de Atena, olhando para o outro com raiva, os lábios numa linha reta.

—  Eu falei que não queria opiniões — O tom frio do loiro fez com que ambos engolissem a vontade de continuar a discussão besta e o orgulho de dar a resposta final.

O líder respirou fundo antes de continuar a falar.

— Sei que é difícil de acreditar nisso, Peter, mas aconteceu sim. — Sua voz estava mais calma, porém ambos os semideuses sabiam que eram questão de segundos pra ele voltar a falar com frieza se fosse desobedecido. — Ainda não sei como ela é, porque Drew partiu antes de falar. Mesmo assim, quero me prevenir antes de saber.

— Só você mesmo pra se prevenir contra algo que nem faz ideia ao qual está lutando contra. — Retrucou o alemão, de braços cruzados, que recebeu uma encarada nada legal do Louis que o fez abaixar a cabeça.

— O motivo de estar contado isso à vocês é que vou precisar de ajuda. — Os outros dois assentiram, e o líder sorriu de canto ao perceber que eles estavam o esperando terminar de falar.

— Quero vocês comandando uma pequena tropa de campistas ao meu dispor, para caso seja necessário.

Zach e Peter se entreolharam, ambos se perguntando mentalmente se o loiro estava realmente bem da cabeça.

— Nós dois? Liderando o mesmo grupo? — o filho de Atena perguntou de forma calma, com um pouco de ironia em sua voz. Aquilo não fazia o mínimo de sentido para ele.

Mas para o outro semideus, a ideia começou a ser compreendida um pouco depois de analisar o olhar raivoso de Louis para o semideus ao seu lado.

— Não quero saber sua opinião, vocês vão liderar o mesmo grupo — retrucou de forma grosseira. Ele já estava começando a perder a paciência. — E acho bom vocês não me decepcionarem.

Peter bufou, inconformado, todavia concordou com o líder. A última coisa que queria era decepcionar o outro.

— Então, o que temos de fazer agora? — Zachary perguntou, assim que percebeu que o outro não iria começar uma briga com o loiro. Sabia que tinha feito a pergunta certa e não havia sido o sorriso satisfeito que havia lhe dado essa afirmação – ele conhecia aquele garoto por anos, já tinha noção do que precisava fazer para não ter problemas com ele.

— Minha primeira ordem para vocês é a de conseguir formar um pequeno grupo com essas pessoas, se elas quiserem participar. — Ordenou, entregando um papel dobrado ao alemão, que pegou e logo abriu para verificar os nomes que estavam escritos estavam nele.

— E se eles não aceitarem? — questionou o filho de Atena, erguendo os olhos do que estava lendo para o rosto de Louis.

— O problema será deles.

Zach segurou um sorriso que queria se emoldurar em seus lábios enquanto o outro bufava.

— O que eu quis dizer foi, — começou o alemão, claramente irritado, mantendo o tom de voz normal. — e se o grupo não tiver a quantidade certa de campistas?

— Não tem uma quantidade certa — respondeu o líder, sem nenhuma expressão no rosto. — Mas se é isso que te incomoda, contanto que não passe de nove, está bom.

Peter assentiu e voltou a olhar para o papel, parecendo pensar em como prosseguir.

O loiro abriu a boca, como se tivesse acabado de pensar em algo só naquele momento.

— Se quiser, pode chamar algum semideus pra não ficar com apenas dois semideus no grupo. — comentou meio pensativo, seus dedos tocando insistentemente em sua própria perna. — Só lembre-se que não quero ninguém comentando sobre a profecia pelos cantos do acampamento.

Os dois semideuses a sua frente assentiram.

Se era o que o loiro desejava, então seriam poucos que saberiam sobre aquela informação.

—…—

— Quer dizer então que não temos nada de novo? — O tom de voz do garoto de óculos parecia ser debochado, porém ele estava apenas desconfiado enquanto constatava o óbvio. Ele e um outro semideus que tinha um arco nas mãos e uma aljava no colo estavam sentados na arquibancada.

— Isso mesmo. — O ruivo que estava de pé em frente aos outros dois campistas, deu de ombros, como se não fosse nada demais. No entanto, ele sabia que para Dario, aquele assunto era bastante importante.

— O que adianta a gente ficar falando a mesma coisa? — retrucou o filho de Apolo, claramente revoltado. — E mais, pra quê me arrastar pra cá ao invés de me deixarem simplesmente ir caçar?

— Você sabe exatamente o porquê de estar conosco, Dean — Dario bufou, começando a se irritar não só pelo fato de não ter as informações a qual queria como também pelo outro que estava a lhe perturbar por sentir-se entediado em ficar ali.

— Algo sobre Louis não me querer na floresta por causa do meu senso de direção ou algo assim? — comentou o loiro-acobreado de forma meio ingênua, aparentando um pouco de confusão na forma como entortou a cabeça levemente para o lado do amigo, que ajeitou o óculos antes de responder de forma grosseira.

— É, isso mesmo.

O filho de Apolo fez um biquinho, parecendo uma criança mal-criada que não tem o doce que queria e o ruivo riu da ação dele.

— Não é justo que só porque você não possui as informações a qual quer, que eu deva ficar preso aqui também. — Dean cruzou os braços, claramente indignado com o que achava que o amigo estava fazendo consigo.

O moreno chegou a abrir a boca pra responder, as palavras certas na ponta da língua, todavia resolveu simplesmente fechá-la e ignorar o loiro ao seu lado enquanto revirava os olhos e soltava um suspiro cansado.

— Olhe pelo lado bom, Dario, — Naod começou com um sorriso brilhante, na tentativa de animar o amigo. — não vai demorar muito para Drew chegar.

O filho de Atena olhou para o ruivo de forma desinteressada. Ignorando o olhar que fora recebido, ele simplesmente continuou a falar:

— Tenho certeza que assim que ele for mostrar a profecia para Louis, você estará na sala pra ouvir junto com ele.

— Mas quantos dias vai demorar pra ele chegar, Naod? —  questionou o moreno, meio desesperado com a quantia de tempo em que o empousa estava fora do acampamento e meio frustrado por não saber essa informação também. — Não tenho certeza se aguento esperar pela volta dele não.

O ruivo apenas sorriu fraco para Dario, afinal não tinha muita coisa que poderia fazer pelo outro, encolhendo um poucos os ombros.

Enquanto Dean resmungava baixinho sobre sua situação e o filho de Atena parecia perdido em seu próprio mundo, Naod resolveu olhar em volta do local aonde estavam e viu uma luta logo próxima de si acontecendo.

Se fosse em qualquer outro lugar do acampamento, aquilo o teria inconformado. No entanto, eles estavam justamente no local aonde aquele tipo de coisa deveria acontecer: na Arena das Espadas.

Era um círculo gigante com chão de terra pura, que sempre ficava enlameada quando chovia. No entanto, estavam no outono, então a arena era apenas pó seco de terra no momento. Esse círculo era envolvido pela metade por uma arquibancada, onde seus amigos estavam sentados, e pela parte que não era fechada dava para ter a visão de uma pequena porção do acampamento.

Os dois semideuses que definitivamente estavam treinando pelas suas expressões calmas, ou até mesmo zombeteiras, estavam mais pro centro do círculo de terra. Os movimentos de ambos eram quase perfeitos e muitas vezes, certeiros. Com certeza conheciam a forma um do outro de lutar, pela forma como conseguia se defender bem do oponente – no entanto, dava para ver que a garota era melhor.

Apesar do garoto ter feito um belo movimento arqueado com a espada, a semideusa desviou por pouco da ponta afiada. Ele subiu um pouco a curta lâmina e ao jogar os braços para baixo, o fio da espada ficou preso no bastão de madeira que foi empunhado de modo defensivo pela garota.

O campista retirou a arma do tronco com um pouco de força extra porque a lâmina tinha quase ficado presa e deu um passo para trás, colocando a espada numa posição vertical, dando uma falsa impressão de estar protegido.

A garota ajeitou o corpo, ficando numa postura reta e levou a mão no topo da cabeça, tirando os fios negros do rosto e abriu um sorriso debochado.

— Qual é, pode fazer melhor do que isso — Ela falou, e colocou o bastão já lanhado com vários cortes em pé do seu lado. O garoto forçou seus lábios a ficarem numa linha reta, por mais cômico que fosse o fato da arma dela passar por alguns centímetros a altura da morena.

Ele respirou fundo, e finalmente fez jús a expressão pensativa que estava fazendo a luta quase toda e tentou traçar uma combinação de movimentos em seu cérebro que fossem fazer sua vitória naquele treino. O semideus sentia o suor descendo por seus cabelos e pescoço, o incomodando, mas não tanto como o coração acelerado pela adrenalina que a luta o trazia. Seus batimentos insistentes estavam atrapalhando sua concentração em bolar um plano.

— Sim, eu posso. — Com um sorriso pequeno, ele avançou com um meio giro, fazendo sua espada dar quase que uma volta completa ao acompanhar o movimento do seu corpo.

A garota apenas suspirou ao ouvir aquilo e tirou o bastão do chão assim que ele viu agir, colocando a arma de madeira verticalmente a sua frente e o segurando com as duas mãos – cada uma bem longe da outra.

E novamente, a lâmina de metal foi de encontro ao bastão. Só que dessa vez, ela cortou-o em dois pedaços de madeira. A semideusa arregalou os olhos, e antes que o garoto conseguir desferir outro golpe, ela o chutou forte na barriga de forma que ele teve de dar uns passos pra trás.

— Porra Giles — xingou, claramente irritada, olhando para as duas toras que tinha em mãos. — Eu sei que ele tava fudido, mas tinha de quebrar?

— Tinha que me chutar? — retrucou ele, resfolegando com o braço cruzado no tronco, a mão livre na lateral da cintura, meio curvado.

Ela olhou para ele sem piedade nenhuma no olhar e com o rosto expressando descaso.

— Para de agir como fracote e se recomponha. — resmungou a morena, com uma mão na cintura, ainda mantendo os pedaços de madeira entre seus dedos.

Giles revirou os olhos para a atitude da garota, e endireitou o corpo ainda sentindo seu estômago doer. Shay não pega leve mesmo.

— Já que tu destruiu minha arma, não tenho mais nada para fazer aqui. — decretou ela, girando a cabeça pros lados numa tentativa de estalar o pescoço.

O semideus deu uma risadinha debochada.

— Para de palhaçada, eu sei que você consegue criar uma nova agora mesmo. — disse de forma debochada, passando a mão sobre os fios avermelhados numa forma de colocar a curta franja molhada para trás.

Shay estava pronta para retrucar algo como: mas eu não quero, quando ao olhar para trás do seu oponente, percebeu um amigo estava passando por ali. Seu sorriso se abriu automaticamente e, antes que Giles resolvesse olhar sobre o ombro para saber o que havia causado a mudança súbita na expressão da morena, ela o chamou:

— Peter, querido! — seu tom de voz era meio debochado, e ela ainda fez questão de acenar fervorosamente para o garoto com mechas tingidas de azuis, que simplesmente revirou os olhos para a ação da semideusa.

O ruivo enrugou o nariz assim que ouviu o nome, e resolveu esperar o semideus chegar até eles.

— Ei, o que estão fazendo por aqui? — a morena perguntou assim que o alemão se postou ao seu lado.

A menção a um segundo semideus fez Giles franzir o cenho e olhar em volta, lhe fazendo tomar um leve susto ao perceber que Peter estava acompanhado por um filho de Hefesto. Ainda bem que o ruivo era um ator decente e conseguiu disfarçar a surpresa rapidamente.

— Estamos… — Peter olhou rapidamente para Zach, e depois continuou num tom mais seguro ao se voltar para Shay:

— Fazendo umas coisas que o Louis nos pediu.

Shay deixou um sorriso irônico nascer nos cantos de seus lábios enquanto uma sobrancelha se erguia de forma suspeita. O ruivo olhou sob as pálpebras para cada rosto a sua frente, tentando entender o que a filha de Baco estava dizendo indiretamente.

— E essas coisas me envolvem? — Ela perguntou, erguendo levemente o peito enquanto cruzava os braços, ainda com a mesma expressão no rosto.

Peter revirou os olhos para o que a morena estava fazendo, e suspirou de forma cansada antes de respondê-la.

— De certa forma, tem sim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada semideuses lindos ♥
Espero que tenham gostado... Nesse cap tivemos a primeira aparição de um personagem dos leitores: o Giles!
Acho melhor o senhor Leonel, meu kouhai, estar feliz hein. (Mas qualquer coisinha ooc do Giles, que me seja avisado logo no tt, blz?!)
E O QUE CÊS ACHARAM DA SHAY? Ela é tipo, uma das melhores personagens, eu adoraria ser amiga dela caso ela existisse, hehehehe. E o Peter, o que acharam do meu bolinho alemão?
Ah, não esqueçam de falar do Zach também, esse ser caladão...
Aaa, e o que falar da cena do triozinho levemente suspeito(?), o Dario, o Dean e o Naod? Apesar que eles são bem de boas mesmo :v
Novamente: qualquer erro ou crítica, nós tá aí pra ouvir, conversar e arrumar no planejamento ;)
Até o próximo mês, sobrinhos :3
(Ah, eu posso ter cometido uma gafe em relação as estações, mas qualquer coisa, vamos nos focar que na semana em que a fic se passa só tava dando aqueles solzinhos meio mornos, sem chuva, pá)



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