“Estávamos na praia. Descalçamos nossos calçados e andávamos pela areia. Sentia a areia entre meus dedos. O sol forte sobre nossas cabeças. A brisa sendo cortada por nosso corpo, as mechas dos meus cabelos não ficava onde deveriam, e ainda sim tudo estava perfeito.

Vestia um bikini branco com roxo, também vestia um short por cima do bikini. Gil estava com uma camiseta clara e uma bermuda, segurava nossos calçados. Tínhamos companhia de Manuel e Catherine. Manuel era um grande amigo de infância do Gil, tão intragável quanto sua mãe. Catherine era uma amiga minha, que era tão querida quanto indiscreta.

Apesar de um par de velas ao nosso redor, por alguns instantes via-me somente com Gil e a praia. E o tempo parecia ser eterno.

Fazia um calor escaldante, e Gil recusou-se várias vezes em entrar no mar comigo. Não resisti e puxei Catherine para água. Catherine com seu sorriso sapeca e seu olhar azulado ficava me monitorando sobre Gil, sobre o modo que ele me olhava, alias como ele me comia com o olhar. Catherine me fazia sentir vergonha com suas palavras, mas esse era seu jeito e a amava assim mesmo.

Depois de algum tempo saímos da água, fui correndo fronte a ele, e o abracei envolvendo meus braços em seu pescoço, fazendo instantaneamente que ele me agarrasse, levantei meus pés e me segurei nele por alguns segundo no ar. O molhei todo com a água do mar. Depois de quase cairmos sobre a areia recoloquei meu short – que havia tirado para entrar no mar – e continuamos nosso passeio. ”

Era incrível como me lembrava de tudo, de cada momento, cada detalhe era como um flash em minha memória. Parecia que todas essas informações que estavam guardadas a mais de três anos resolveram vir a tona agora. Por que agora? De fato nós tínhamos um relacionamento de muita união, muita intimidade, algo que não deixava tão próximos mesmo que distantes, eu era parte dele, e ele era parte de mim.

Este é o problema, sempre me entrego demais. Em um relacionamento alguém sempre ama mais, e este é o que sai mais machucado, mas sinto que nosso amor era igual, a única diferença é que ele aprender a esquecer mais rápido. Na realidade nem sequer aprendi a esquecê-lo. Por que isto era tão difícil de aprender?