Estava ansioso. Já não bastava eu sofrendo por Sara, e agora Catherine e Manuel invadindo meu apartamento. Estava tudo bagunçado, mas não me importava, só queria que falassem e fossem embora logo.

Bem, não sabia que seria tão importante ouvi-los. Estava prestes a descobrir.

– Falem. – Disse seco sentando ao sofá.

– Gil. – Catherine me olhou sério. – Nunca pensei que fosse tão imaturo e fácil de ser manipulado, é uma criança, uma bela de uma criança idiota. – Catherine começou a exaltar-se.

Fiquei irritado.

– Se foi por isto que veio Catherine, já pode ir. – Falei irritado.

– Não. Eu já desabafei. Acho que é a vez de Manuel falar não? – Catherine fitou Manuel séria.

Manuel havia ficado calado desde que cheguei. Parecia estar preso, e não com vontade.

– Eu não vou dizer nada. – Manuel tentou defender-se.

– Ok, então eu posso falar Manuel. A minha versão da história. – Catherine o ameaçou.

– Isso é uma ameaça? – Manuel estava raivoso.

– É um fato. Posso contar-lhe todos os detalhes, principalmente aqueles que prometi guardar caso não contasse tudo. – Catherine estava tão irritada que pensei que ia ataca-lo.

– Ok, eu falo. – Manuel deu-se por vencido.

Olhei. A cara de culpado de Manuel começou a ter medo. Ele estava tomando coragem, enrolando-se para falar. Comecei a olhá-lo sério. Não tinha mais paciência, que tudo terminasse de uma vez.

– A culpa de tudo é minha. – Por mim Manuel falou.

– Não estou entendo nada. – Fitei Manuel.

– Desde o começo, todos os problemas, tudo que ocorreu entre você e a Sara, tudo é culpa minha. – Respirei fundo. Estava tudo confuso.

– Pode ser um pouco mais específico?

– Somente se prometer que não irá me matar.

– Não lhe prometo nada! Fale! – Gilbert gritou.

– Ande Manuel. Se quiser posso começar a falar, quem sabe você toma coragem? – Catherine fitou-o irônica.

– Eu vou falar! – Manuel estava tremendo.