E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 33
É tempo de voltar


Notas iniciais do capítulo

Quero que parem para analisar como a saudade pode transformar o ódio em perdão. E, como duas vidas, recém-nascidas, podem reaproximar duas pessoas que se amam.

Avisos: Um capítulo bem extenso, mas que merece toda a sua atenção. Aos que curtem, comentam, se emocionam, favoritaram está fanfic ou compartilham vai aqui o meu eterno agradecimento ♥ Amo todos!!! Obrigada!!



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Nada mal o dia seguinte estar completamente ensolarado depois de uma noite completamente surpreendente, cheia de emoções e ansiedades, ser conjecturada por uma tempestade interminável e muito frio lá fora. Nada mal, também, os acontecimentos serem atrelados de acordo com o clima, não é mesmo? Tem um significado em tanto.
São sete da manhã. Olivia estava descansada depois de ter uma longa jornada de sono, logo após ter dado a luz ao seus gêmeos, Oliver e Gracie, saindo por completo todo o efeito da anestesia e alguns remédios tranquilizantes que tomava. Os bebês continuam em suas respectivas incubadoras, sendo bem tratados pelas doces e sorridentes enfermeiras do neo natal do NY Memorial. A tristeza ainda ronda um pouco o coração da mamãe por não poder tê-los em seus braços e amamenta-los, ainda, mas assim que estiver mais disposta - pronta - para levanta-se da cama, sem sentir dores em sua cesária, poderá ir até aonde estão e admirá-los livremente. Enquanto isso não se sucede, Olivia passa as costas de suas duas mãos aos olhos, os esfregando calmamente, para poder olhar com mais clareza a quem se encontrava em seu quarto e na frente de sua cama, em pé: A princípio era o Voight agarrado à dois ursos de pelúcias em um braço e, em sua outra mão, um buque de rosas vermelhas completamente robusto, lindo e bem voluptuoso. Ela sorri para ele. Ele faz o mesmo. Segundos depois, entra Annelyn vagarosamente. A mãe de Mike é uma senhora de meia idade, uns anos a mais que Olivia isso não justifica ela andar "se arrastando" e com auxílio de uma bengala. Seu câncer no cérebro está tomando rapidamente uma parte onde manda o comando maior para a movimentação dos membros inferiores, a limitando de se locomover com facilidade. Viva ela que está andando e por um milagre.
Voight dá o buquê para Olivia, coloca os ursos de presentes para os bebês encima de um criado mudo ao lado da cama dela e ajuda Annelyn a se sentar na poltrona onde Barba dormia há uma noite atrás, bem próximo à sua nora.

— Oi, minha filha. Vejo que está muito bem hoje. - diz, Annelyn, com sua voz doce e suave acompanhada de um vasto sorriso ao avistar Olivia.

— Sim. Obrigada Anne.- afirma, Olivia, concordando ao balançar a cabeça.

— Olá, Hank. Quanto tempo que não o vejo. - complementa, Annelyn, ao olhar para o ex-sargento, ainda sorrindo. Logo, tenta se levantar da poltrona para ir até ele e cumprimentá-lo.
Voight se aproxima rapidamente de Annelyn que já estava se colocando de pé - com algumas dificuldades, ajeitando sua bengala para ir de encontro a sua pessoa, quando a interrompe colocando-a educadamente para sentar novamente.

— Não, não! Por favor, Annelyn, não se levante. Sem cordialidade, por favor. - diz, Voight, em um tom simpático e apoiando-se em um do braços dela enquanto a ajeitava no assento.

Olivia ia contando para os dois como não pôde ficar atenta no seu parto por estar sedada. Conta, também, apenas de se lembrar, sob alguns flashes rápidos, de estar ao chão de sua cozinha aos braços de Barba e de ver a expressão assustada com que lhe olhava. Após isso, Voight desconversava as investidas de Olivia ao saber o que realmente fez o trazer em NY bem ao dia em que daria à luz, Annelyn o examinava atentamente para descobrir alguma brecha em que ele escapava em uma ou outra expressão escorregar para saber toda a verdade. Como é uma ótima observadora ela talvez ela possa descobrir algo.

— Hank, como você soube que eu daria à luz? - torna a insistir, Olivia, desferindo seu olhar inquisidor.

— Como eu soube? - refaz a pergunta. - Sabendo, ora! Sou ex-sargento da Inteligência do Distrito 21, trabalho bem com investigações... E você sabe. Não é, Liv?- engole a seco, desconversa.
Por um momento sua respiração fica ofegante, mas ele controla bem sua expressão, a mantendo séria. Annelyn o observava e apertava seus olhos todas as vezes em que sentia que ele escondera algo ou queria revelar.

— Sei! - sorri maliciosamente, Olivia.

— É serio, Olivia! Não tenho nada a esconder. - reitera, Voight, ao deixar um sorriso escapar.

— Bem, vejo que vocês têm muito o que conversar. Vou indo em meus passos vagarosos até o neo natal para ver meus preciosos. - se despede, Annelyn, ao perceber o ambiente que se instaurava e sai do quarto.

Ao pegar os ursos de pelúcias encima do criado mudo ao lado de sua cama, Olivia leva os brinquedos ao seu nariz para sentir o cheio da colônia infantil bem suave que exalavam de seus pelos macios. Ela lembra da primeira vez em que espirrou um pouco de seu perfume em um, contendo um bilhete especial para Mike - que estava preso na época, e Barba gentilmente como seu remetente. Ao tirar o seu nariz dos ursos, a lembrança fez ela deduzir:

— Foi o Mike quem mandou esses ursos de presente, não foi? - pergunta um pouco surpresa, ao olhar para a reação de Voight que era imparcial e misteriosa. - Vamos Voight, diz para mim que ele está em Chicago e vocês se encontraram. Não esconda nada de mim. Só lhe peço isso. - murmura mais uma vez.

— Poderia ser dele ou apenas meu presente.

— Mas você não sabia que eu tinha enviado um presente a ele do mesmo modo, na época em que ele estava preso?

— Talvez sim, Olivia. Ou, quis simplesmente ignorar!

— E por quê?

— Ele me pediu para que eu não a deixasse sozinha com os bebes. Ele me fez jurar para que eu voltasse atrás, em tentar te esquecer, para estar aqui ao seu lado. Esse é o maior desejo dele, era perceptível o cuidado que ele tem com vocês três enquanto nos falávamos.

Olivia ouviu os motivos reais em que Voight estaria ali. Ela mantinha-se cabisbaixa e de olhos fechados. Voight não viajou para NY só por seu amor, iludido na esperança de reconquistá-la aproveitando o estado frágil em que visivelmente ela se encontra, entregue às saudades de Mike e a tristeza de saber que ele pode nunca mais voltar. Voight poderá trilhar seu caminho de volta ao coração de Olivia, restará saber se a partir de agora ela deixará ele pôr uma pá de terra encima do grande amor em que sente pelo pai dos seus filhos ou esperará um dia na esperança que ele volte sonhando viver uma vida tranquila ao lado da família que sempre sonhou.

— Hank, ele disse à você que viria para ver os nossos bebês? - pergunta, Olivia, ainda cabisbaixa com as duas mãos ao rosto, escondendo suas lágrimas que começavam a escorrer.

— Ele não disse nada a respeito que voltaria para NY. Sinto muito, Liv.- revela, Voight. Em seguida suspira fundo lamentando por não trazer notícias favoráveis que a deixe melhor.

Annelyn estava espiando a tudo que eles falavam pela ranhura da porta que deixou sutilmente aberta. Foi triste demais para ela ouvir Voight dizer que Mike não voltaria mais para NY. Sentiu uma certa pressão em sua cabeça e levou suas duas mãos à ela, fechou os olhos e contou baixinho por alguns segundos a fim de que as pontadas fortes desaparecessem. Amanda estava vindo de mão dada com Noah pelo corredor, quando, de longe, reconheceu Annelyn e viu que ela não estava nada bem. O pequeno a reconheceu, saiu correndo em direção a ela, deixando Amanda completamente para trás para agarrar "sua vovó" emprestada pelas pernas com muitas saudades.

— Vovó Anne. Vovó Anne! - dizia ele, com sua voz doce.

Annelyn esboça um sorriso fraco ao abrir apenas um olho e ver o garotinho lhe agarrado por suas pernas de tanta felicidade.
Amanda já próxima a ela afasta Noah por um momento. Muito preocupada com os suscetível semblantes de dor, leva a mão ao ombro dela e pergunta:

— A senhora está bem?

— O Mike não irá voltar! Mike não vai voltar!- diz repetidas vezes, ela, ofegante, pressionando o punho contra a sua testa demonstrando não estar aguentando mais a dor.

Amanda a leva para sentar em um sofá que fica situado à frente do quarto em que Olivia está hospitalizada. Noah viu que o estado da sua vovó emprestada não estava nada bem, entrou como um raio para o quarto de sua mãe a mando da detetive. Olivia toma um susto ao vê-lo vir correndo em sua direção, subir em sua cama com muita bravura e força - com auxílio de Voight, já que o objeto é muito mais alto para ele que tem apenas três anos. Foi inevitável conter a emoção do enorme abraço de saudade entre os dois.

— Meu principe, amor maior da mamãe, estava com tantas saudades... - diz, Olivia, sorrindo ao recebê-lo dando um beijo demorado no rosto do pequeno.

— Oi mamãe. - responde de imediato, Noah, com um vasto sorriso ao rosto. - Aonde está meus irmãozinhos? - pergunta.
Com a cabeça encostada à barriga da mãe, sua expressão era totalmente encantadora ao abrir e fechar olhos percorrendo com o seu ouvido, procurando achar por barulhos que os bebês faziam quando estavam lá dentro.

— Seus irmãozinhos estão aqui fora e super bem. Daqui a pouco o tio Voight irá te levar para ver o quanto eles são lindos. Não é tio Voight? - pisca um olho para ele.

— Claro que sim, Liv. - confirma, juntamente ao balançar a cabeça e sorrindo, ao espalhar carinhosamente o cabelo de Noah com a mão.

— O tio Mike. Cadê ele?

Olivia e Voight se olham e permanecem em silêncio. Ficam bastante perplexos com a capacidade da inteligência de Noah ao perguntar sobre Mike - para um pequeno notável de três anos de idade, esse demonstra saber muito sobre o que é sentir falta de um rosto expressivo que, até pouco tempo, vivia com sua mãe. Tiveram que entretê-lo com outros assuntos.

Em Chicago...

Mike tinha sido convidado por Spivot a apreciar sua doce companhia em um passeio por um enorme shopping de Chicago. Os dois eram só alegria. Foram ao cinema, chegaram a brincar em um super parque de diversões situado no estacionamento do local e andaram em uma gigantesca montanha russa do mesmo. Mike tem muito medo, se agarrou bem forte ao primeiro ferro que encontrou pelo caminho, antes de pôr os pés pela primeira vez no brinquedo e de lá não se soltava mais.

— Vamos Mike, deixa de ser medroso é só umas voltas, vai... - tenta convencê-lo, jogando todo o seu charme com sua voz macia.

— Não! Eu tenho fraqueza.

— Que fraqueza?

— Aquela fraqueza chamada labirintite.

— Que "tite" o quê, Mike! Pra mim o nome disso é frescurite aguda. - ironiza, sorrindo.

Ela foi bem paciente com ele, o puxava pela cintura para "desgruda-lo" e até que por fim as investidas dela deram muito certo - Ambos foram desafiar o medo expelindo suas adrenalina na montanha russa. Pareciam duas crianças de 12 anos que se divertiam e aproveitavam como se o momento fosse a última vez em suas vidas.
Após todo esse divertimento os dois retornaram para dentro do shopping onde procuraram a primeira cafeteria para desfrutarem de seus bons cappuccinos descafeinado. Como bons amigos - pelo menos pela parte de Mike, que sempre deixa isso bem claro, não deixaram de atrelar o ocasião para falar de seus passados com lembranças nada perfeitos. A jovem e linda doutora começou a sua sessão, deixando de lado toda a formalidade, para contar sobre sua infância triste por nunca ter tido oportunidades suficientes de conhecer sua mãe. Seu pai, todas as noites antes dela dormir, que perguntava sobre sua mãe, omitia certas informações sobre ela. Ele nunca deixou de falar sobre a relação conturbada em que teve, já que sua mãe tinha outra família e o marido dela mandou optar por qual ela escolheria, sabendo dos seus caso extraconjugal e de sua gravidez. Na época o pai dela era um renomado advogado criminalista que se envolveu com sua colega de trabalho, que aspirava ao cargo de promotora pública em Chicago. Como se passaram muitos anos, Spivot continuou sua vida sabendo sobre a escolha difícil que sua mãe fez e, mesmo assim não deixou de amá-la e de encontra-la um dia. Mike ficou surpreso e perplexo por saber de toda a história de vida da sua mais nova amiga.

— Chase, como você conseguiu sobreviver a essa angústia que é crescer sem sua mãe por perto? - pergunta ele, um pouco estarrecido, ao beber um gole do seu cappuccino.

— Não foi nada fácil pra mim, Mike. - o responde com uma voz trêmula, como se fosse chorar naquele exato momento.

— Eu imagino o quanto foi doloroso. - estica o seu braço sobre a mesa e pega na mão dela. - Eu tenho a minha mãe e não quero perdê-la nunca, mesmo sabendo que está muito doente e que um dia irá me deixar. - murmura, com certa tristeza.

— Você tem muita sorte em tê-la. Você tem sorte, Mike, de ter uma família completa ou quase... não é.

— Digamos que sim. - sorri. - Meu pai já chegou a falar uma vez comigo sobre algo que minha mãe fez em seu passado que se tornou imperdoável para ele.

— Você já tentou descobrir o que seria?

— Não. A princípio fiquei chateado porque minha doce e correta mãe jamais iria cometer atrocidades como meu pai, de ter largado a família e ir para NY.

— Todos nós guardamos segredos, Mike. Seja para manter a família ou para distanciar algo que poderia nos destruir.

— Bem, se ela fez ou não, errar é humano. Não quis saber o que ele tinha guardado sobre ela. Se um dia ela quiser me contar, a ouvirei sem julga-la porque ela é a minha mãe que tanto amo.

Os dois se retém e dão espaço ao silêncio após tudo o que conversaram, enquanto tomam seus cappuccinos. Mike pega o seu celular do bolso interno de sua jaqueta de couro, o liga para ver a hora e fica admirando a foto de seus dois bebês que Barba fez questão de enviar, agora como seu papel de parede. Spivot fica observando o semblante dele mudar em segundos, estampando um largo sorriso. Mike a percebe, logo dá o seu celular a ela que pode finalmente ver o que tanto fez ele se alegrar. Maravilhada com os pequeninos a doutora logo pergunta:

— Você vai voltar para NY, não vai, Mike?

Ele coça o nariz com o polegar e esboça incerteza em seu semblante. Ela torna a perguntar, em um tom autoritário:

— Você vai ou não vai voltar, Mike?

— Não sei. - a responde, com frieza.

— Por que não?

— Simplesmente porque Olivia não me quer de volta depois que ficou sabendo que você me beijou por alguém que enviou um maldoso SMS para ela. - responde, irritado.

— Ah, o SMS? - pergunta, com sarcasmo.

— Sim. O maldito SMS.

A doutora deixa de brincar por um momento e fica séria ao saber que Mike jamais contaria sua pequena infidelidade para Olivia. Deixaria morrer, simples assim, e continuaria com a sujeira varrida para embaixo do tapete. Ela não insistiu com as perguntas a fim de não irrita-lo, pois não queria perder a amizade. Mike tentava mesmo assim explicar sua situação e ela o ignorava olhando para outros lugares menos para ele.

— E se fosse eu quem enviou o SMS para ela? - olha fixamente para ele.

— Não ficaria bravo. Saberia muito bem separar as coisas, pelo menos eu em sã consciência era desafiado a não mentir todos os dias... e sem querer omiti. - revela, cabisbaixo.

— Mike, ainda há tempo de você mudar tudo isso. Não abandone a Olivia agora, não a entregue aos braços de outro homem, não a obrigue a desgostar de você para sempre e nem abandone seus filhos. Por favor. Não faça isso.

De olhos fechados e de cabeça abaixada, Mike ouve a tudo que ela diz. Isso penetra em seu coração, em sua alma a ponto de fazê-lo por a mão em seu peito na altura de seu coração e o levar aos prantos. Como uma boa amiga, a doutora se compadece, fica de joelhos perto da cadeira em que está sentado e o abraça bem forte. Todos que estão no estabelecimento param para ver o que se sucede ali.

— Eu não posso deixar meu pai aqui paralisado em um hospital. Eu não posso deixar Olivia, nem meus filhos e minha mãe. Socorro, Chase. - desabafa, aos prantos, com seu queixo depositado ao ombro dela.

— Apenas, volte para NY. Refaça a sua vida. Eu vou cuidar do seu pai para você. - o consola, ao abraça-lo mais forte em deixar que ele derrame todas as lágrimas possíveis em seu blazer azul marinho novinho.

O dia foi-se rapidamente. Era meia noite evidentemente marcando no relógio do corredor da maternidade do NY Memorial. A hora do descanso, silêncio e quase pouca gente circulava pelos corredores por essas horas. De vez em quando que surgia um paciente ou outro caminhando carregando seu frasco de soro e distraindo sua mente por ai - ninguém aguenta ficar tanto tempo deitado em uma cama, a não ser uns com algo mais sério. Olivia estava acordada, as enfermeiras liberaram os gêmeos para que pudesse ficar e dormir com ela sem qualquer tipo de preocupação porque já estão recuperados e saudáveis. Sentada a cama e com os dois em cada um de seus braços, Olivia sentia-se feliz, realizada e abismada por poder olhar para cada um deles sentindo um amor absurdamente imenso. Não dava se quer uma fala, olhava para cada traço do suave e doce rosto de Gracie o mapeando procurando traços semelhantes ao seus. E, enquanto ao Ollie, a mamãe suspirava todas as vezes que ele mexia a boquinha ou colocava seus dedinhos nela e chupava-os- parecia estar com fome. Ele é um rapazinho, deve estar jogando charme para que Olivia o admire ainda mais. Gracie parecia sentir ciúmes ameaçando chorar que logo é acalmada pelos balanços contínuos da mamãe, que a adverte, em seguida:

— Filha minha, filha minha, nada de ser ciumenta como a mamãe, viu. - diz ela, sussurrando.
Olivia ergue seu braço até certa altura para dar um beijo demorado e um cheiro na cabeça da pequena Gracie.
Oliver fica mais calmo. Recebe o mesmo beijo e o cheiro que sua mãe deu em sua irmã, e a ouve dizer muito orgulhosa:

— Ollie, como você se parece com o seu pai. Eu tenho certeza que se ele estivesse aqui, iria dizer " Nossa, ele é igual ao lindão do papai"... - deixa escapar uma breve gargalhada. Mas logo fecha seu semblante ao lembrar do que ele fez e ao modo que o mandou ir embora, apontando sua arma bem ao centro da testa dele.

Olivia continou um bom tempo com os dois, até que adormeceram lentamente. Continuou a admirá-los, emocionada, não continha as lágrimas que logo incrementava a emoção que estava sentindo.
Mike está de volta à NY após longas horas de vôo. Neste momento, às uma e cinco da madrugada, veio literalmente voando para ver os seus dois filhos graças à quebra de orgulho incentivado por Spivot que fez isso dar muito certo - Barba o ajudava a chegar ao local dando o endereço via SMS quando ainda aterrissava no aeroporto de LaGuardia. Sim. Mas do que nunca é importante ressaltar sua total ansiedade, fazendo sua mão tremer, que já estava a girar a maçaneta para entrar e dar de cara com Olivia após longos quatro meses distantes dela. Por uns instantes, arrisca, abre vagarosamente a porta mas volta atrás, fica espiando pela brecha enquanto Olivia se locomove com certa dificuldade, colocando os bebês em seus berçários e dando beijos na cabeça de cada um deles. Mike sorri. Um sorriso largo de tamanha empolgação por estar a poucos metros da sua real felicidade. Mas outra vez o medo lhe assombra. O medo do "não". O medo de nunca mais ser perdoado e ser descartado. Não basta fazermos as coisas erradas, o cérebro faz questão de nos lembrar isso todos os dias como um despertador, querendo que levantamos da cama e esqueçamos a tudo para ir ao caminho do recomeço.
Ele acolhe para si todo o ar, encheu seus pulmões criando coragem para dar três toques na porta e colocar metade de seu corpo para dentro do quarto. Mesmo sem jeito.

— Oi. Posso entrar?

Olivia se vira rapidamente e se espanta ao avistá-lo. Chega a mudar um pouco de cor, o que já está, por não haver maquiagem alguma em seu rosto. A princípio, o olha sem esboçar qualquer expressão, mas abaixa a guarda:

— Entre, Mike. Por favor. - sorri fraco. Logo se senta na ponta da cama e observa Mike entrar e ficar bem perto da porta, completamente estático, com certo temor estampado em seu semblante. O silencio toma conta do quarto. Os dois apenas se olham sem qualquer tipo de insinuação de gestos ou qualquer outra coisa. Ficam nesse estado durante um bom tempo, até que um deles se cansam e põe um fim no breu.

— Mike, como sabia que estaria aqui? - pergunta, Olivia, um pouco morna.

— Eu sei que não é um dos melhores momentos para eu estar aqui, mas, o Barba me ajudou avisando-me sobre vocês estarem aqui... Bem, foi ele mesmo que se encarregou disso tudo. - a responde, nervoso, remexendo as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta de couro.

— Tudo bem. Ele fez o que era correto e tem a minha total admiração por isso. - diz, enquanto se ajeitava a cama.

Mike se aproxima dos berçários, que estão lado a lado e perto da cama de Olivia, para poder ver os bebês. Ele tira a jaqueta, a joga encima da poltrona reclinável onde Barba dormia, ficando apenas de blusa com as mangas curtas e bem justa que deixava perceptível seus braços malhados e peitoral em boa forma. Seus movimentos eram perfeitamente acompanhados pelos olhares inquisidores de Olivia, que disfarçava algumas vezes para que ele não percebesse que estava sendo admirado.
Mike olhava para os bebês completamente feliz e pasmo por eles serem parecidos com sua pessoa. Admirava a cada careta que Ollie fazia ao estar sonhando com algo que ao mesmo tempo demostrava gostar, outras não, franzino a testa e mexendo sua boquinha. Seus olhos já se encontravam emaranhados de tantas lagrimas que já queriam escorrer sobre o seu rosto. Já, com Gracie, Mike era só sorrisos ao mesmo tempo em que ela, sonhando, sorria. Ele até tentou conter a emoção só que não deu - se afastou deles e sentou-se na poltrona reclinável, apoiou seus cotovelos sobre seus joelhos levando as duas mãos ao rosto e chorou como nunca tinha antes. Tudo isso enquanto Olivia o assistia. Minutos depois ele se recompõe.

— Liv, me desculpe por fazê-la presenciar essa cena. - se desculpa, não olhando diretamente para ela, enquanto passava suas mãos em seus olhos ao enxugar as lágrimas.

— Não se desculpe. Todos nós precisamos de um tempo. - sorri timidamente.

— Fiquei emocionado porque eles são lindos. São os dois melhores presentes que você me deu... De verdade, eu te agradeço por tudo, Liv. - agradece, distribuindo um largo sorriso.
Em seguida, Mike pega a sua jaqueta e a veste, se aproxima dos bebês, parando por uns segundos para os observarem dormir como uns anjinhos até sussurrar, a seguinte coisa:

— O papai vai fazer de tudo para estar sempre perto de vocês. Eu vou defendê-los de tudo e de todos mesmo que isso possa custar a minha vida. Obedeçam sempre a mamãe e no dia em que eu não estiver perto dela, vocês e o Noah serão sempre seus melhores protetores. Cuidem bem dela. Eu amo muito vocês.

Olivia sentia, em silêncio, uma angústia muito grande por estar morrendo de saudades e não poder abraçá-lo. Automaticamente sua mente dita e a faz relembrar do que ele fez, revestindo todo o seu ser com orgulho, lhe fazendo ficar quieta e não tomar iniciativa. Mike ia saindo do quarto cabisbaixo, se quer olhava para ela. Uma espécie de desapontamento já tinha lhe tomado conta por ter assumido, ao declarar-se para os bebês, sua conformação de que jamais iria poder viver ao lado dela. Antes de pôr a mão na maçaneta da porta para ir embora, Olivia o chama:

— Mike.

— Oi, Liv. - a responde de imediato, olhando para ela por cima de seu ombro.

— Aonde você vai, outra vez? - pergunta, ela.

Mike se vira, cruza seus braços na altura do peito e fica pensativo. Não se aproxima da cama de Olivia, por medo.

— Não vai me responder? - insiste.

— Eu estava pensando em ir embora, Liv. - revela, Mike, triste.

— Não vá.

— Por que você ainda me quer aqui depois do que eu te fiz?

Olivia sai da cama com muito cuidado e sentindo muitas dores - levando suas duas mãos ao pé de sua barriga. Vai até ele, o olha nos olhos e o abraça bem forte.

— Porque você é o único homem em que eu mais amo nessa vida. - revela, com a cabeça depositada no peitoral dele e com os seus olhos fechados.

Mike acolheu o silêncio como forma de alívio ao sentir que Olivia havia lhe perdoado. Aproveita, também, beija e encosta seu queixo à cabeça dela, a envolvendo com os seus braços aproximando-a mais para perto do seu corpo.
Os dois ficam juntos por um bom tempo e são completamente incapazes de se apartar um do outro. O bom é que ninguém se quer entrava para atrapalha-los.


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Notas finais do capítulo

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