E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 11
Ela escolherá o veneno ou a mim?




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Após todo estardalhaço envolvendo Mike e Voight tudo ficou completamente um caos. No local, se encontravam vários jornalistas, chefes de estados e civis à volta que testemunharam assiduamente a briga. Ninguém queria saber o grau em que estava a confusão, apenas registraram tudo em seus celulares e compartilhavam às redes sociais. Dodds acompanhou seu filho à UVE onde teve que ficar em custódia até que Voight pudesse o interrogar - os métodos do sargento são pesados e poderia ter até outra briga entre eles. Enquanto ele não chegava à delegacia, Olívia, que mais uma vez teve que deixar Noah aos cuidados de Amanda, foi a companhia de Voight ao hospital para que ele fosse devidamente examinado, para verificar se há alguma alteração em sua saúde - depois dos socos disparados por Mike e a queda que ele cometeu. No momento que ia sendo atendido por uma enfermeira, o sargento olhava para Olivia, que estava em pé ao canto da mesma sala em que estava, completamente apática sobre as acusações em que ouviu de Mike. A enfermeira o observa e sentiu que ele queria se aproximar para conversarem, ela os deixou a sós.

— Olivia, você sabe exatamente o por quê estou aqui, não sabe? - indaga o sargento se aproximando calmamente.

Olivia dá um suspiro, se vira para que ele não a veja emocionada e enxuga algumas lágrimas que insistiam em cair, rapidamente vira e torna a olhar para Voight.

— Eu sei! - diz Olivia bastante triste. - Acho que você veio fazer o que é certo. - completa.

— É, vim fazer o que é certo! - repete Voight, se afastando bem cabisbaixo logo após vê-la quase chorando em sua frente.

Por uns segundos o silêncio toma conta da conversa. A tenente, bem mais calma, pega uma cadeira e se senta.

— Hank, eu não sei o que pensar nesse momento. Sinceramente! Mas uma única coisa, te digo: Ele não seria capaz de qualquer atrocidade como esta! - defende Olivia.

— Como?! - indaga Voight ainda afastado e a estranhando por estar defendendo Mike.

— Sim, Hank Voight, eu tenho certeza que o Mike não teria tanta coragem assim para te ferir! - reafirma Olivia.

— Você está afirmando isso porquê está apaixonada por ele, não é? - pergunta Voight colocando-a em uma situação difícil.

— Você procurou a hora e a coragem de me fazer este tipo de questionamento, bem convenientes... - diz Olivia desapontada em direção a saída. - Pelo amor que você sente por mim, verá que mesmo ele vivendo comigo e com o Noah esses dois meses, garanto a você, que se ele fosse um assassino, não estaria nem aqui para contar história! - completa.

Antes de sair, Olivia pára na porta e olha para Voight esperando-o lhe dizer algo em que mude seus pensamentos sobre o que ele insinuou e para não guardar ressentimento.

— Você é tenente de vitimas especiais deveria saber, que os bandidos usam seus charmes e encantos para ludibriar quem que quiserem, até chegar a uma finalidade. - encerra Voight magoado pelo silêncio de Olivia por não responder a sua pergunta em relação aos seus sentimentos por Mike.

A tenente sai rapidamente sem esboçar qualquer sorriso e evitando um atrito com Voight.

O clima na sala ficou pesado. Ambos ameaçaram um pequeno desentendimento, mas a partir dali já se podia ensaiar uma questão de escolhas e que lado cada um defendia. Voight vai continuar a querer justiça independente do que Olivia ou seu coração sinta, por mais que doa. Não se pode ter as duas coisas de uma vez um lado tem que ser sacrificado e, se for, o tempo não acaba na primeira desavença - há chances quando se procura reconquistar o espaço em que por curto tempo pode ter perdido!
Na delegacia, todos olharam como Mike entrou algemado até a sala de interrogações. Dodds, que ainda é respeitado por lá, mesmo depois que passou vergonha desde a discussão com o filho, mandou todos que estavam observando voltarem ao trabalho. O turno foi bastante cheio e cansativo para todos, já que depois da condecoração de Olivia tiveram que estar a disposição de madrugada. Depois de um tempo, Olivia, que estava com o vestido de festa, foi até Fin e Carisi, que estavam do lado de fora e observando através do vidro tudo o que Mike e Dodds faziam - os deixando com total privacidade, resistindo ligar a sonorização da sala para ouvirem o que conversavam.

— Tenente, o que levou ao filho do chefe ser preso assim? - pergunta Carisi.

— É uma longa historia Carisi, uma longa história... - desconversa Olivia, que continua olhando para o vidro.

— Carisi, há uma diferença entre ser o filho do chefe, ter esperanças de absolvição e enfrentar o próprio homem em que ele quase matou... - responde Fin enigmaticamente.

— Fin, meu velho, prefiro ver o que acontecerá quando o Voight chegar... - diz Carisi, que nem precisou esperar muito e avistou o sargento vindo cheio de curativos em sua face.

Os dois detetives observam que Voight procurou desviar olhar de Olivia ao passar próximo a ela. Quando o sargento de Chicago adentrou a sala completamente com a cara toda arrebentada, Dodds ameaça uma risada, mas logo se contém colocando suas mãos a boca. Mike que tranquilamente se mantinha sentado e algemado, procurou não ficar o encarando muito. Voight com o seu jeito estourado, ficou em pé na frente dos dois e os encarava - até o momento em que ele se irritou com Mike, que desviava o olhar, e deu-lhe um tapa. Dodds não resistiu, empurrou Voight na parede.

— Qual é a sua Voight, batendo no meu filho? - grita Dodds nervoso segurando a camisa de Voight.

— Ih ficou nervosinho! - debocha Voight deixando Dodds ter uns minutos de vantagem. - Quer que eu dê um carinho no seu filhinho que quase me matou? - completa O sargento com o tom de voz bem alterado.

Olivia entrou em ação junto com Fin para separá-los.

— Daqui a pouco Hank, quem vai impedir esse interrogatório sou eu, se não respeitar as normas da UVE. - diz Olivia enquanto segurava Dodds.

— Tudo bem, Fin já pode me soltar. - diz o sargento ao detetive que o continha, que o solta em seguida. - Vou continuar Olivia! Mas ele vai comigo para Chicago. Lá eu vou poder fazer com ele o que eu quiser. - desafia Voight.

Olivia fica pasma com a atitude de Voight ao se dirigir com um tom áspero. Ela larga Dodds, que em seguida tenta partir pra cima dele novamente - a tenente torna impedi-lo e o puxa pelo braço.

— Você quer levar meu filho, leve! Você está arranjando briga comigo meu amigo, sabe muito bem que irá perder. - diz Dodds seguro de si.

Ficou tenso na sala de interrogatório que, Dodds foi posto pra fora junto com Voight para acalmarem os ânimos. Mesmo com todo o nervosismo, rolando à sua volta, Mike continuou na delegacia por horas, para que pudesse finalmente tentar dar uma explicação sobre o incidente do galpão. Ia amanhecendo, Olivia estava ficando exausta de tanto que Dodds e Voight discutiam em sua sala - resolveu ir até a cela para conversar com o seu "número dois". Chegando lá ele estava dormindo bem encolhido a parede, quando espontaneamente, a tenente se agacha perto dele e passa uma de suas mãos sobre o cabelo dele demostrando um afeto a parte. Mike vai abrindo os olhos lentamente ao sentir ser tocado e vê que é ela, mesmo com todo o turbilhão ocorrendo e sem dormir, o recebe sorrindo.

— Ei, Bom dia dorminhoco! - Olivia sussurra.

— Bom dia, Liv! - Mike sorri. - Desculpa por todo esse transtorno que estou lhe causando.

— Faz parte, não é mini Dodds? - brinca . - Eu queria poder acreditar que você não causou isso tudo. Que, por algum motivo entrou pelas portas da UVE, com intuito de dar a vida pelas vitimas. - confessa Olivia.

Mike estava deitado e senta, passa a mão em seu rosto bastante preocupado tentando entender o que está acontecendo. Olivia continua agachada a sua frente e segurando as mãos dele, fixa seus olhos aos do sargento esperando por uma resposta bem sincera..

— Eu entrei aqui da melhor forma possível. Nunca quis que tivesse ocorrido nada disso Olivia, nem discórdias, ciúmes... nada! Nem privilégios por ser o filho do chefe... fui abdicando de tudo para poder viver em paz aqui! - desabafa Mike.

— Compreendo. - tranquiliza a tenente. - O Voight tentará de tudo para provar em que você não esteve todo esse tempo comigo, mesmo estando juntos. Eu não posso impedi-lo! - completa.

— Tudo bem! Eu sei muito bem que, independente do amor em que sente por ele, está fazendo seu trabalho. A admiro por isso! - diz Mike ainda chateado mas compreendendo a situação.

— Obrigada por ter estado ao meu lado e do Noah. - agradece Olivia.

Eles logo são interrompidos por um policial que vinha buscar Mike e leva-lo para Voight, que o esperava mais calmo, para o interrogatório.

— Tenente, eu preciso leva-lo ao sargento Voight.

— OK! Pode leva-lo. - diz Olivia a respeitar o procedimento e o espera sair da cela com o policial.

Mike seguiu algemado até a sala com Olivia e o policial ao seu lado. Antes dele entrar para a hora da verdade com Voight, ela dispensa o policial e o espera se ausentar - como Fin e Carisi estavam em suas mesas, inteligentemente o pára e sussurra algo baixinho ao pé do ouvido dele, sem que ninguém perceba.
Olivia prefere acompanhar o diálogo ao lado de fora. Na sala, Voight coloca Mike sentado sem algemas o deixando mais a vontade. O sargento da UVE se mantém sereno mesmo estando horas em espera na delegacia, completamente cansado. Ambos estão frente à frente.

— Onde você estava Mike, na noite em que eu e minha equipe fazia apreensão em Chicago de um galpão onde ocorria tráfico de drogas? - dispara Voight.

— Não sei Voight, por ai... talvez lá. Quem é que sabe? - desconversa Mike.

— Eu estou calmo. Aproveita para me responder se sim ou não, ai as coisas não engrossarem para o seu lado.

— Engrossar?! - diz Mike sendo sarcástico. - Olha ai Voight seu rosto cheio de hematomas, que eu causei... vem me dizer que quer engrossar?! - completa.

Voight ameaça se levantar e partir pra cima dele pela provação, mas mantém a calma por que sabe que Olivia o observa, do lado de fora. O sargento torna a fazer as perguntas, mas em uma, ele ousa.

— Você e Olivia têm um relacionamento, não?

— Sim, temos! - responde Mike desconfiado.

— Se vocês estavam bem "grudados" e até atendia as ligações do celular dela, se encontrava junto dela na noite em que ligou pra mim, onde me aconselhava para ter cuidado, na operação? - Voight o põe em "xeque".

— Não! Não sabia dessa ligação e nem perto estava! Aliás, eu só falei uma vez com você ao telefone, ela se encontrava ocupada com Noah. - responde.

— Não estava, não sabia... Suas digitais estavam no galpão e na arma, que quase me matou...! Então Mike, qual é a sua, queria me tirar de circulação para ficar com o caminho livre, não é? - provoca Voight.

— Não senhor! Se quer me levar pra Chicago, estou de acordo. Só não coloque sentimentos ao meio em dizer que eu armei para você por causa da Olivia, não acho isso uma coisa cavalheira e honesta. Ela está ouvindo e isso pega mal. - finaliza

— Quer se entregar assim tão fácil, manter a imagem de bom moço, manter a boa praça com a "mamãe" para ver se ela te livra. - Voight insinua e debocha de Mike.

— É! A "mamãe" ali atrás daquele vidro, sabe muito bem, do que sou capaz e do que não sou capaz! Eu vou te poupar Voight, vou assinar a papelada e ir direto para a cadeia!

— Sem mais? Sem pedir o papai para defendê-lo, um advogado ou a Olivia?

— Sim! Eu sei que um dia, pode demorar o tempo que for, que eu vou sair da prisão e te perdoar Voight. - silencia Mike.

— Daqui a mil anos, meu amigo! - Voight sorri e sai da sala satisfeito.

Do lado de fora, Olivia tinha companhia de Dodds, que não pode impedir seu filho de confessar o crime. A tenente analisou tudo com o que Voight e Mike conversavam. Pelo jeito foi lamentável ele ter se entregado tão facilmente e se isentar de todos os seus direitos jurídicos. O, agora ex-sargento, ficou em custódia na cela da Ilha Rikers até que Voight melhorasse sua saúde para poder leva-lo junto para Chicago.
Voight convidou Olivia para ir até o Central Park, com intuito de uma conversa muito séria. Ambos, depois de todo mal-estar ocorrido, se sentiam cansados e abalados pelos temperamentos estarem alterados. Muitas palavras, insinuações e, quase xingamentos, foram soltos no momento - ele se sente arrependido por coisas que saiu de sua boca e foi em busca da redenção. Lá estavam os dois, frente a frente, embaixo de uma linda árvore - um dia lindo em NY.

— Me perdoe Olivia, por tudo o que possa ter dito tanto no hospital, na delegacia...

— Não se sinta culpado, Hank! - alivia Olivia. - Eu entendo o quanto pode ter sido embaraçoso. Ciúmes, desconfianças por eu estar o defendendo...

— Eu queria que ontem fosse tudo diferente. Queria ter estado ao seu lado em sua condecoração, queria poder estar ao seu lado todo o tempo e anular qualquer intruso nas nossas vidas. - desabafa o sargento que pega as mãos de Olivia e as beija.

— As nossas vidas são difíceis. Na verdade, o nosso amor é bem difícil! - diz Olivia em forma de desabafo.

— Elas ficarão mais fáceis, agora! Eu, você, o Noah e mais um... - entrega

— Mais um? Como? - indaga Olivia bastante supresa.

— Você não sabia, mas eu já, que tem feito tratamentos de fertilidade. Rollins descobriu e me contou sobre a última visita e de várias outras antes, que fez ao medico. - confessa Voight em êxtase.

Olivia fica sem reação ao saber que Rollins era a fonte de Voight. Ela desconfiava da amiga estar sempre ao celular, pensando estar falando com Murphy, sobre sua própria gravidez.

— Hank, tudo bem a Rollins estar nisso com você! - Olivia acha graça. - Mas tivemos só aquela noite antes de você ir embora... eu ando bem, não enjôo, não vi qualquer diferença em meu corpo. Talvez não tenha... - despista.

— Às vezes existem gravidez que não "acusam" assim, nos métodos tradicionais... Voight mantém a esperança.

— Vou anular essa idéia, por enquanto! Vamos averiguar essa possibilidade, com o tempo. - desconversa Olivia.

— Olívia, tenho outra coisa a lhe dizer.

— Mais um segredo de que eu não sei? Ainda bem que tenho o coração forte, se não nem aguentaria. - brinca Olivia.

— Eu vou deixar a Inteligência! - revela Voight.

Parece que a tenente ficou surpresa depois dessas revelações de Voight, à respeito de saber tudo sobre sua saúde, por Rollins e sua saída da polícia. Sobre ser possível essa gravidez, Mike e Voight podem futuramente entrarem em mais conflitos já que se apaixonaram pela mesma mulher e tiveram uma relação bem mais afundo com ela. Bem, na vida da nossa tenente não existe dias fáceis, existem pequenos detalhes que fazem deles bem aproveitáveis.


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Notas finais do capítulo

Aproveitem! Não deixem de interagir sobre a fic e os seus cap... digam-me o que estão achando, sugestões!!! Obg por estarem acompanhando :* :D



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