POV´s Rebeca

Desesperada

Não faço ideia há quantos dias estou assim.

Anna, minha pequena e doce Anna.

– Onde você está filha? – sussurro entre soluços.

As janelas do quarto estão trancadas e a cortina fechada, as luzes apagadas, não existe resquícios de luz no quarto.

Apenas a acolhedora escuridão. Por que tantos a temem? Sendo que ela é a melhor companhia.

Otávio abre a porta e viro o rosto para o outro lado da cama.

– Meu amor, você precisa se alimentar – ouço sua voz baixa.

O outro lado da cama afunda, Otavio vira meu rosto delicadamente com a ponta do dedo indicador. O encaro piscando rapidamente meus olhos, por conta da claridade que entra pela porta escancarada.

– Não tenho vontade – digo simplesmente.

– Mas precisa. Rebeca, ficar deitada o dia todo na cama em um quarto escuro não vai ajudar em nada.

– Como consegue estar tão calmo sabendo que nossa filha desapareceu? – grito.

Otavio sorri

Como alguém pode sorrir em meio a uma situação dessas?

– Sabe meu amor... Todos ficamos feios chorando, inclusive você, então porque você não se alegra e abre um sorriso?

– Porque minha filha está desaparecida, não existe motivos para sorrir.

Ele balança a cabeça negativamente e puxa minha mão, entrelaçando nossos dedos.

– Sempre há um motivo para sorrir, nem que seja por estarmos vivos.

– Otávio não estou no clima para brincadeiras – falo seria

– E quem disse que estou brincando? Rebeca levanta dessa cama.

Inutilmente ele tenta me tirar da cama

– Só me deixa sofrer em paz – resmungo.

– Eu vou continuar as buscas pela Anna – agarro sua mão antes que saia da cama

– É inútil – digo em um sussurro

– Se não buscarmos pela nossa princesa como vamos acha-la?

– Você não entende. Nunca vamos acha-la

Otávio solta sua mão da minha rapidamente e me olha com chamas em seus olhos.

– Não fale besteiras

– Foi à mesma coisa com a Manuela, todos me diziam que eu a encontraria – me agarro aos lençóis e começo a chorar.

Manuela

Anna

Mamãe

Será que eu não posso amar alguém que essa pessoa morre.

– Oh Marshmallow – me agarro ao meu pastor alemão suiço com nome de doce.

Deixo que minhas lagrimas caiam em seu pelo e Marshmallow existe em me lamber com sua língua quente.

– Só você para me fazer rir em um momento como esse. O Otávio não entende que nunca mais verá a filha

Nunca