Fate escrita por anyoneelse


Capítulo 22
Laços


Notas iniciais do capítulo

Vai ter Ina com os pés na quadra? VAI
Vai ter a final da Winter Cup? VAI
Vai ter rala e rola, sacanagem e loucuras à luz da lua? VAI ficar pra outro dia, deixo essa por conta da imaginação de vocês.

Brincadeiras a parte, vamos ao capítulo!

https://youtu.be/bnVUHWCynig



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“Everywhere I'm looking now I'm surrounded by your embrace

Baby I can see your halo, you know you're my saving grace”



E enfim estávamos na final.

Cheguei ao ginásio um pouco depois dos times, já indo em direção à quadra para o aquecimento do intervalo. Riko estava serena no banco de olho nas anotações, enquanto os meninos pulavam na quadra com bolas em mãos treinando arremessos e esquentando o corpo.

Na arquibancada avistei alguns rostos conhecidos, cumprimentando e acenando assim que os reconhecia em meio à multidão. Os lugares estavam todos ocupados, o que me deixou mais confiante para fazer o que planejei. Foi difícil mostrar que eu fazia parte da equipe para os organizadores, já que eu nunca havia ficado ali embaixo.

Fui sorrateira para o lado da treinadora, deixando minha mochila e abaixando minha calça, expondo um short que eu usava com as cores da Seirin. Recebi alguns olhares do time e de Riko, que percebiam minha movimentação diferente. Posso até jurar que vi Kiyoshi dando um sorriso ao entender do que se tratava.

Me virei para a quadra, retirando o casaco grosso que usava e pegando uma bola que rolava depois de um arremesso. Ouvi um burburinho e alguns fotógrafos presentes cochichando com as câmeras em mãos, apontando vez ou outra para a menina uniformizada de um dos times que entrou no meio do aquecimento.

Assoviei em um único som estridente para chamar a atenção dos jogadores e fazer com que se virassem para mim, parando o que estavam fazendo. Pelo visto foi um pouco mais alto que o esperado porque até os jogadores da Rakuzan me deram total atenção, sem contar a curiosidade de algumas pessoas da plateia.

Andei calmamente para o lugar que os meninos estavam, girando a bola em um dos dedos enquanto estralava meu pescoço para os lados. Visualizei o às da nossa equipe terminando de lançar sua bola, aproximando-se de mim e desfazendo a aura pesada que o seguia.

– Resolveu jogar, é? – Kagami debochou, trazendo o sorriso do time consigo.

– Você sabe muito bem que eu não jogo, eu... – comecei a responder, mas fui interrompida.

– Você dá uma aula. – ele completou, me fazendo sorrir, se aproximando do meu ouvido – Tá na hora de dar uma aula pra esse time de convencidos então.

Não foi preciso mais do que isso para ascender minha chama. Quiquei a bola algumas vezes, ainda com a quadra parada me observando, e avancei dando a minha melhor performance. Sai da inércia com uma aceleração tão alta que os pescoços demoraram-se a me acompanhar, notando somente quando eu finalizei a jogada com uma enterrada daquelas.

Aterrissei com um baque firme dos meus pés no chão, sorrindo internamente. A sensação de desafio corria pelas minhas veias, algo que há muito tempo eu não sentia dessa forma tão intensa. Reparei em um pouco de aplausos e flashes direcionados a mim, mantendo meu olhar confiante no rosto.

– Vamos Seirin! – vociferei erguendo o punho, sendo seguida pelos demais que repetiram o meu grito.

O ânimo mudou, eles pareciam se deixar levar pela emoção e sentimentos que tinham, tirando parte da tensão que antes pairava no ar. Aqueci com eles o tempo inteiro, jogando como se fossemos todos um só. Isso fez com que eles se focassem inteiramente no jogo, recebendo toda a confiança que eu tinha neles em forma de passes e jogadas em conjunto.

Akashi me observava vez ou outra e confesso que fiquei um pouco intimidada. Já não era muito fã do ruivo, agora ele ficava me encarando nitidamente? Se bem que era de uma forma boa, quem sabe assim ele lembraria bem do rosto que o faria provar de suas próprias palavras.

Eu estava ali pra ganhar junto do meu time, junto de todos os que nós já havíamos superado. Era o nosso momento de mostrar do que éramos capazes e o máximo que podíamos fazer era jogar como se nossas vidas dependessem disso. E eu tinha certeza que os meninos fariam sem pensar duas vezes.

Por fim o apito ecoou, indicando que logo se iniciaria a partida final.

Sentei ao banco de reservas pela primeira vez, deixando que uma energia extremamente positiva tomasse conta dos meus pensamentos a partir daí. Tudo me contagiava por inteiro, desde a visão privilegiada dos lances até o contato direto com as decisões que a treinadora estava fazendo. Voltei a realidade com o começo do jogo.

Momentos de tensão não faltaram naqueles quatro tempos. Sinceramente, meu coração quase parou em diversos momentos, mas o que mais me deixou empolgada foi a Zona Verdadeira, usando os preceitos básicos que eu havia lhes ensinado sobre ritmo e coordenação em equipe. Reparei, inclusive, que eu não era a única emocionada ali. Me surpreendi positivamente quando Aomine gritou por nós, assim como Kise, Midorima e praticamente toda a plateia.

Mas tudo não passou de um borrão até o soar do apito final.

Gritos, comemorações e choros preencheram o time da Seirin durante a entrega do troféu. Uma sensação indescritível em palavras comuns, apenas as reações podem chegar perto de expressar o que se passou na cabeça de cada um.

Eu por exemplo fiquei descontrolada assim que a bola entrou na cesta, e comecei a berrar abraçando Riko, que jogou sua prancheta longe na empolgação. Corremos para a quadra e lágrimas se misturavam ao suor de um jogo difícil, mas de muitas maneiras realizador. Depois do tradicional cumprimento ao time adversário, cada um comemorou a sua maneira.

Em determinado momento Kuroko ajoelhou no chão, deixando que lágrimas de alegria o percorressem. Kagami estava ao lado com a mão em seu ombro e deixando que uma lágrima escorresse por seu próprio, quando me avistou. Assim que nossos olhares se encontraram eu corri em sua direção, peguei impulso com as mãos no azulado e pulei por cima de sua cabeça, aterrissando nos braços de um ruivo extasiado. Este por sua vez não conseguiu lidar com nosso peso e acabamos caindo no chão, rindo como bobos.

– Vocês conseguiram, porra! Ganharam! – berrei em seu ouvido para que ouvisse claramente em meio ao tumulto dali.

Nós ganhamos, sua tapada! – ele riu, me apertando ainda mais no abraço

A essa altura, todos os olhos estavam em nós e pude jurar que vi flashes em nossa direção. Não que isso importasse, eu só prestava atenção na felicidade de todos ali e em como eu ajudei, mesmo que minimamente, a fazer isso acontecer.

– Acham que podem comemorar sem a gente? – Kiyoshi esbravejou, animando todos a pularem em cima de nós em um perfeito montinho.

Nos levantamos e os meninos foram se acalmando aos poucos. Tomei distância, me aproximando dos bancos de maneira a observar eles de longe, sem interferir. De canto de olho notei um ruivo da minha altura vindo em minha direção, e virei o rosto a tempo de avistá-lo erguer a mão para mim.

– Espero jogar novamente com vocês – Akashi disse, com um olhar mais calmo.

Oi? Era algum tipo de brincadeira ou o que? Hoje mesmo ele fez os meninos beijarem o chão da quadra e agora vinha com um cumprimento amistoso? Se bem que eu notei uma mudança na sua feição durante o jogo, me lembrando do que Kuroko havia nos contado ontem. De qualquer forma, achei melhor dar uma chance a ele, tenho quase certeza que ele não morde.

– Igualmente. Mas teoricamente eu não entrei em quadra hoje – comentei, sorrindo sem graça após apertar sua mão.

– Acha que eu não percebi o que você fez por eles? – ele questionou, arqueando uma das sobrancelhas acusatoriamente.

– C-Como...?

– Depois da sua demonstração inicial eu tive a absoluta certeza de que meus palpites estavam corretos. Infelizmente isso não foi o suficiente para lidar contra a Zona Verdadeira.

– Usou seu olho enquanto eu treinava? – perguntei incrédula com tanta tática por parte dele

– Por um ínfimo de segundo, sim.

– E posso saber que descobriu, exatamente?

– Você é um metrônomo humano. – o ruivo respondeu confiante – Tem a capacidade de identificar o compasso de cada jogador apenas ouvindo seus passos, respiração e acredito que até batimento cardíaco. Depois consegue encontrar uma pulsação capaz de converter a jogada a favor do seu time, com uma previsibilidade de funcionamento e não só de jogadas. É isso que a diferencia de um copiador ou até mesmo de mim. Você decifra a pessoa por inteiro da forma mais pura que existe, através da vitalidade que há nela.

Metidinho convencido.

Fiquei boquiaberta e com um meio sorriso. Esse garoto foi o primeiro a entender completamente minha tática, conseguindo explicar melhor que eu mesma tudo o que eu havia treinado durante minha vida inteira! Realmente, esse Akashi era capaz de muita coisa. E agora ele parecia diferente, mais leve consigo mesmo e mais humano. Talvez não fosse tão metidinho assim, só convencido mesmo.

Touché. – falei, arrancando um riso dele.

– O modo como se desenvolveu junto ao time foi impressionante. Se não fosse eu o capitão, diria que foi treinada junto da minha ex-equipe da Teiko.

– Tá me colocando na Geração dos Milagres, é? – argumentei, debochada

– Quem sabe, nunca iremos descobrir. – ele deu de ombros, voltando a sua expressão pensativa em seguida – Você e Kagami têm um potencial invejável.

– Obrigada pela consideração, Akashi. Foi um bom jogo. – sorri, ternamente

– Pode me chamar de Seijuuro, você tem o meu reconhecimento agora. – ele fez uma breve pausa, reafirmando o que acabara de dizer – Nos vemos em breve, Ina.

Dito isso ele apertou minha mão uma última vez e acenou, indo cumprimentar Tetsuya e Taiga. Não foi tão ruim quanto eu pensava. Posso jurar que até vi um sorriso amigável em minha direção antes dele sair. Pelo menos eu esperava que fosse isso e não um plano diabólico de jogar uma tesoura em mim, o que era tão provável quanto a primeira hipótese.

Suspirei como se tirasse um peso das costas ao olhar para o troféu exposto nas mãos da treinadora. Eu estava ali, comemorando uma vitória que eu havia contribuído, e o melhor é que eu era reconhecida por isso.

Reconhecimento do Taiga, do Seijuuro, do time e até de quem assistia. No final das contas tudo se resumia a isso, não?

Em questão de minutos Riko nos orientou a cumprimentar as pessoas da arquibancada que ainda estavam presentes. Fomos em todos os lados, inclinando-nos e agradecendo a torcida, recebendo aplausos em troca. Alguns rostos familiares me apareceram no meio da multidão, mas era difícil prestar atenção em cada um deles. A maioria gritava nosso nome e vibrava com a vitória assim como nós.

Com o tempo, a quadra foi se esvaziando. Rakuzan foi para o vestiário e Seirin tirava várias fotos com o troféu. O momento estava se eternizando e ninguém queria sair dali com medo de que tudo não passasse de um sonho.

– Vamos pro banho da vitória logo, temos que comemorar! – Kagami disse empolgado, contagiando os demais que o seguiram.

– Vão na frente, depois eu apareço lá pra trocar de roupa e irmos. – comentei, me deitando no nosso banco da quadra.

– Hyuga, nós temos que dar entrevistas agora. Por que não nos acompanha, Ina? – Riko perguntou – Você faz parte da equipe técnica querendo ou não

– Quem sabe daqui a pouco eu dou uma passada. Por enquanto eu quero ficar aqui um pouco, se não tiver problemas.

– Claro. – ela respondeu compreensivamente, bagunçando meus cabelos ao passar por mim.

– Só não vai atrasar nossa comemoração, Ina! – algum dos meninos comentou, já na porta para os vestiários.

Logo depois, o capitão e a treinadora também sumiram de vista. Vai que eles resolvem fazer uma comemoração particular agora, né? Ri sozinha da possibilidade, mas logo parei pois sabia que ela iria me dar um couro se soubesse o que eu pensei.

Suspirei fundo, colocando um dos braços em meu rosto e soltando o outro, encostando-se ao chão da quadra. Pouquíssimas pessoas ainda estavam ali na arquibancada, mas todas já se levantavam para sair. Alguns funcionários da limpeza apareceram e começaram a arrumar o local silenciosamente. Eu sabia que o movimento maior estava do lado de fora das quadras então não me preocupei em ser incomodada.

Engano meu.

– Com licença, moça.

Senti um puxar de leve na barra da minha camiseta do uniforme e abri os olhos para ver quem era. Uma mocinha de uns 5 anos estava parada na minha frente, envergonhada. Ela me olhava com surpresa, como se eu fosse algum tipo de ídolo super famoso. Acho que era assim que Kise se sentia, no final das contas.

– Eu?

– É. Posso tirar uma foto? – ela perguntou, olhando o meu uniforme.

– Desculpa amiguinha, mas os jogadores da Seirin estão lá dentro agora. Posso leva-la até eles, se quiser. – respondi, tentando ajuda-la.

– Não moça, é com você que eu quero a foto!

Parei surpresa. Desde quando alguém me pedia essas coisas? Eu nunca me expus demais, não fazia ideia de como essa garotinha tinha resolvido me escolher pra uma foto em meio a tantos outros membros da equipe.

– Comigo? Por quê? – indaguei, sem me preocupar em esconder minha dúvida.

– Gosto muito de jogar basquete, mas o pessoal da minha escola faz brincadeira de mau gosto comigo por eu ser uma menina e não me deixam jogar... Eu sempre assisto aos jogos oficiais e conheço todos os jogadores, só que nunca tinha conhecido uma menina como eu. Mas depois que vi você aqui na quadra hoje, quero mostrar pra eles que eu posso jogar sim, e até ganhar deles! – ela sorriu, confiante.

– Os meninos são uns chatos né? – brinquei, fazendo sinal para que ela sentasse ao meu lado.

– Muito! Principalmente os da minha sala! Mas tem um que fica me irritando o dia todo, não larga do meu pé! E é pra ele que eu quero mostrar essa foto primeiro! – ela respondeu, fazendo um bico ao terminar.

– Então vamos tirar logo isso, pra mostrar pra ele que garotas como eu e você podem jogar basquete e até ganhar um campeonato! – falei confiante e entrando na história dela

Ela sorriu, empolgada. Coloquei-a de pé no banco e me ajoelhei no chão, de modo que ficasse da altura dela. Peguei a câmera e apontei para nós duas, e logo o flash concretizou o momento.

– Muito obrigada, moça!

– Ei, quer ouvir um segredo? – sussurrei em seu ouvido, sendo seguida de um aceno confirmando – Eu já ganhei de muitos meninos no basquete. Então não importa o que falem pra você, nunca deixe de fazer algo que gosta por ser menina. Acho que só não gostam da gente porque ganhamos deles muito fácil... – debochei, fazendo-a sorrir, mas logo seu olhar se fixou em algum ponto atrás do meu ombro.

– Eu já o vi em algum lugar... – ela apontou, fazendo a pessoa a quem se referia nos olhar.

Daiki estava na porta para os vestiários, escorado com um meio sorriso típico no rosto. Ao que parece ele havia despistado Momoi e dado um jeito de descobrir onde eu estava, porque eu tinha quase certeza que o vi sair com seu time mais cedo.

– Ele joga basquete também – comentei sorrindo de volta pro moreno, que começou a se aproximar de nós preguiçosamente.

– Ah, entendi – ela ficou pensativa.

De repente, do mesmo lugar que estávamos fitando Aomine, o som de passos apressados ecoavam cada vez mais alto. Uma moça de uns 30 anos atrai a atenção da menina, acenando da entrada principal.

– Filha, até que enfim te encontrei! Seus irmãos já estão lá fora te esperando!

– Tenho que ir. – ela informou desanimada, mas logo sorrindo outra vez – Obrigada de novo, moça!

– Vamos, filha! – a mulher olhava pra mim, como quem pedia desculpas pelo olhar, apressando a menina.

– Tô indo, mãe! – a criança correu, parando em frente ao moreno que já estava na metade do caminho até mim, e falou tentando ser discreta – Sua namorada é muito bonita, moço!

Depois disso ela saiu saltitante até desaparecer pela porta. Aomine então sentou ao meu lado com uma cara de convencido enquanto eu corava pela sinceridade da menina. Depois de tanta coisa me aconteceu hoje, eu ficava abalada justo com uma criancinha bocuda.

– Sua fã? – perguntou, quebrando o silêncio.

– É o que parece – respondi, deitando com a cabeça em seu colo – Mas ela fala demais.

Depois da minha atitude, ele começou a acariciar meu cabelo num gesto praticamente automático. Na verdade, a nossa proximidade já estava normal e não precisávamos mais dizer o que sentíamos um para o outro, apenas sabíamos. No momento ele acertou em cheio porque um cafuné era muito bem-vindo.

– Só ouvi verdades... – ele comentou, soltando um risinho.

– Ela disse que namorávamos, não ouviu não? – ri, dando um peteleco em seu braço pela desatenção.

– Acho que só falta você aceitar então.

Ergui meu corpo rapidamente e fiquei estática, observando a reação séria de Daiki. Ele não estava brincando nem tirando uma com a minha cara, para a minha surpresa. Não adiantava eu me fazer de desentendida, pois ele tinha sido extremamente claro e eu sabia disso. Era pra valer, Aomine Daiki acabou de me pedir em namoro. Ele só podia estar doido.

– Tem certeza? – perguntei, franzindo a testa em dúvida.

– Geralmente as pessoas respondem com sim ou não, sabia? – o moreno ergueu uma sobrancelha, rindo abertamente da minha atitude.

– Gracinha...

– É que eu já te considero muito, Ina... Pra mim é mais uma formalidade, mas acho que faz parte do processo. – ele deu de ombros, fitando o horizonte com as mãos atrás da cabeça.

– Que processo? – questionei, recebendo sua atenção imediata.

– De me apaixonar por você.

Mas que droga, mais uma vez ele me deixou sem palavras. O moreno falava tudo com normalidade e despreocupação como se fosse o óbvio, sem deixar de ser ele mesmo. Como era possível isso? Tudo o que ele estava fazendo, todas as coisas boas simplesmente se resumiam a um pedido de namoro. Não, se resumiam a ele.

– Você sabe que namorar significa não pegar outras pessoas, não sabe? – estreitei os olhos, observando sua reação.

– Faz um bom tempo que não tenho interesse em outras pessoas – ele respondeu, corando um pouco em meio a sua indiferença constante.

– Só tem olhos pra mim, né? – o cutuquei, fazendo graça.

– Já vai começar a se achar? – retrucou

– Bobinho. Mas eu também não tive interesse em outras pessoas, principalmente depois daquele maldito beijo... – franzi a testa lembrando como tivemos nosso primeiro contato e a reação totalmente errada depois daquilo.

– Ficou com gostinho de quero mais, certeza. – ele exibiu seu tom brincalhão

– Quem é o convencido agora? – indaguei, acusando-o com o dedo apontado para ele.

– Pra minha sorte, sou eu mesmo – ele disse se aproximando perigosamente dos meus lábios com um grande sorriso.

Dito isso ele segurou meu queixo com a ponta dos dedos, como se demonstrasse sua intensão em câmera lenta. Claro que eu nem dei tempo pra intensão nenhuma e parti logo pro amasso ali mesmo, afinal de contas eu desejava aquela boca a todo instante, ainda mais sabendo que eu tinha acesso exclusivo de agora em diante.

Nos soltamos quando o ar faltou, trazendo um meio sorriso em ambos ao reparar que pensávamos a mesma coisa. E só de olhar praqueles lábios levemente inchados, eu já tinha vontade de ficar sem respirar pra sempre. Acariciei seu rosto em um impulso, mantendo sempre o contato visual, pois não queria perder nenhum segundo desse momento.

– Namorados? – pedi confirmação

– Namorados. – ele assentiu, achando graça da minha incerteza.

– E quem vai contar ao Kagami? – perguntei, arregalando os olhos, sendo acompanhada pela mesma expressão do moreno.

É, com certeza, a final da Winter Cup estava no chinelo quando comparada a tensão de informar ao meu irmãozinho que seu rival e eu formávamos um casal. Só espero que ele não surte e... O que eu estou dizendo? É Kagami Taiga, óbvio que ele vai surtar!

Agora, se isso ia acontecer com o ruivo, não quero nem ver o que Riko faria... Ou o capitão. E o padrinho então? Já conseguia visualizar frases como “namorando o inimigo”, além de um árduo questionário de quando começamos com o relacionamento.

Para ser sincera, todas essas preocupações me deixavam com um enorme sorriso no rosto. Querendo ou não elas eram a confirmação de que eu realmente tinha um namorado, alguém que gostava de mim e que me fazia gostar dele também sem saber. Daiki me fez abrir os olhos para o amor, e justo para enxergar o cara mais preguiçoso, relaxado... E incrível que eu conheci em toda a minha vida.


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Notas finais do capítulo

OWNT
Me derreti por inteiro nessa última parte, só voltei ao estado sólido pra postar aqui pra vocês.

https://youtu.be/bnVUHWCynig

Quando pensei nessa cena a primeira coisa que me veio a cabeça foi essa música que me causa arrepios toda vez que escuto. Sério, ela inteirinha descreve o capítulo então se você nunca escutou as coisas que eu posto eu REALMENTE sugiro que o faça.
E depois me agradeça, porque Beyoncé é vida.

Até o último, minha gente!



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