Chiclete escrita por Thalita Moraes


Capítulo 3
Me Diverti Muito


Notas iniciais do capítulo

E ae pessoas! Bão? O/
Espero que sim. Eu trouxe mais um capítulo pra vocês se divertirem.
Posso admitir que eu realmente estou gostando de escrever essa história?



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No dia do baile, eu fui buscar ela. Admito que eu fiquei um pouco hipnotizado pela beleza dela naquele vestido cor de rosa, combinando perfeitamente com suas bochechas coradas. Eu sorri e não consegui resistir abrir a boca em surpresa. Ela sorriu e aceitou aquilo como elogio.

“Você está linda” Eu disse, e ela apenas sorriu para mim, um pouco envergonhada.

Admito que aquela situação realmente não era a melhor de todas. Nós dois estávamos parados em frente um ao outro, apenas encarando um ao outro, apenas esperando o primeiro dizer alguma coisa. Qualquer coisa. A situação foi tanta que o pai dela teve que intervir.

Ele parou ali na porta, ao lado dela, o bigode enorme e grosso se mexendo enquanto ele pensava em alguma coisa. “Então, você é quem é o Don Juan?” Ele perguntou.

“Só Juan. Sem Don. Juan.” Eu disse, meio que gaguejando. Sara mordeu os lábios, desconfortável com aquela situação.

“Você vai levar minha filha ao baile?” Ele perguntou. Eu acenei com a cabeça. “Você vai tentar alguma coisa?”

“Não, senhor. Somos só amigos.” Eu disse. E infelizmente era essa a verdade. Acredito que talvez eu não consegui ter uma boa primeira impressão. Afinal, a primeira vez que eles me viram foi quando eu levei Sara de volta para casa, conversamos um pouco no carro e ela entrou em casa com os olhos inchados.

“Só amigos, pai” Ela insistiu. Talvez nós dois estávamos nos enganando. Pois estávamos repetindo aquilo fazia tanto tempo, que parecia que estávamos apenas nos enganando.

“Só amigos?” Ele repetiu. E o bigode pensou com ele. “Está bem, vou fingir que acredito. Mas se ela voltar para casa sem um sorriso no rosto...”

“Não se preocupe.” Eu disse antes que ele pudesse terminar a frase. “Eu vou ter certeza de trazer ela com um sorriso no rosto”

E, se eu o bigode dele não estivesse cobrindo seus lábios finos, eu acho que ele teria sorrido naquele instante.

Então, Sara entrou no meu carro e eu levei ela até o baile. Conversamos com nossos colegas, dançamos, e no final, um monte de pessoas estavam achando que estávamos namorando. Por uma boa parte do baile, ao invés de nos divertir dançando, ficamos envergonhados tentando mudar o assunto para qualquer outra coisa para que as pessoas não viessem perguntar isso. Mas era a mesma coisa o tempo todo.

“Então, agora vocês estão namorando?”

“Não” Nós dois respondíamos ao mesmo tempo. Então, gaguejávamos alguma coisa sobre sermos amigos e que ela não estava interessada em mim e eu não queria namorar. Então, a pessoa em questão apenas levantava uma sobrancelha ou mostrava algum outro sinal corporal de que não acreditava na nossa história. Ou às vezes, simplesmente diziam na nossa cara.

“Eu não acredito em vocês. Amigos não levam amigos para o baile de formatura”

“Amigos fazem favores a amigos de vez em quando” Eu respondia. E por um momento eles calavam a boca. Mas então, outros vinham em minha direção e começavam com as mesmas perguntas. Depois de um tempo, acabamos entediando e fomos dançar, para ignorar as pessoas que vinham falar conosco. Eu percebi que alguns realmente começaram a falar sobre nós, mas eu queria evitar que Sara percebesse alguma coisa.

No final do baile, todo mundo parou ali, ofegante de tanta dança, ansiosos para saber o resultado, e quem seria o rei e a rainha do baile de formatura. Os dois que conseguiram eram um casal de namorados do terceiro ano, que começaram a namorar desde o primeiro dia e que iriam para a mesma faculdade. O sorriso deles brilhava tanto quanto o olhar deles um pelo outro. E depois da coroação, eles trocaram um beijo.

Assim que saímos de lá, George apareceu e me puxou pelo ombro, me chamando, já enrolando um pouco as palavras, para ir num pós festa que seria na casa dele, já que seus pais estavam fora da cidade. Eu recusei, ele olhou para Sara, deu um passo para trás, como se estivesse receoso de convidar ela, e ousou perguntar. Ela soltou um seco “não” e George levantou as mãos, como se defendesse de uma arma e depois sorriu para nós, entrando em um carro preto com mais outros cinco colegas cujos nomes eu não me lembrava. O casal rei e rainha estava ali junto. Eu troquei um olhar com Sara, e entramos em meu carro, indo direto para a casa dela.

Eu parei na frente da porta da casa dela e esperei que ela descesse do carro. Era meia noite e meia e as luzes da casa dela estavam acesas.

“Obrigada por ter me levado” Ela agradeceu, sorrindo para mim. Por um segundo, eu pude ver o mesmo brilho dos olhos do rei e da rainha nos olhos dela. Por um segundo, apenas. “Eu me diverti muito.”

“Eu também.” Eu disse. “E não ligue para o que povo falou sobre nós, está bem? Nós somos realmente amigos. Eu jamais me aproveitaria de você. Eu te respeito demais para fazer isso”.

Ela sorriu para mim e voltou a olhar para sua casa. Ela enxergou seus pais espiando pelas cortinas. E riu.

“Eles devem estar esperando você entrar”

“Eu vou entrar. Mas antes eu queria criar uma suspeita. Ele gostou de você, sabia? Meu pai, eu quero dizer” Ela disse. Eu estava surpreso.

“Sério? Ele não me pareceu muito feliz quando eu falei que queria te levar ao baile”

“É, ele não é uma pessoa muito sociável. Ele apenas parece ser rabugento. Pelo menos ele não ameaçou te expulsar da casa dele com a arma que ele mantem debaixo do travesseiro”

“Ele tem uma arma debaixo do travesseiro?” Eu perguntei, meus olhos arregalando. No que eu me meti?

“Relaxa, eu estou brincando. É apenas um blefe dele.” Sara disse e ela colocou a mão na maçaneta da porta do carro e então, parou por um segundo. “Sabe, eu realmente não liguei nem um pouco por eles terem achado que nós estávamos namorando”

Eu não sabia o que dizer. Apenas arqueei minhas sobrancelhas e ela entendeu minha pergunta.

“Lembra quando você disse que você disse que o George tinha pego meu número para passar para você?” Ela perguntou. Eu apenas acenei com a cabeça. Ela voltou a sentar-se no banco, virada um pouco em minha direção. Eu vi o pai dela surgindo atrás da cortina da janela. “Então, eu tenho que contar uma coisa. Quando o George veio me pedir meu telefone, eu também achei que ele estava pegando o telefone para você.” Ela disse.

Espera, o que?

Eu estava realmente surpreso. Foi por isso então que ela passou o telefone para ele?

“Eu pude ver você olhando para mim atrás dele. Você não é muito discreto” Ela disse, rindo. Eu me dei um tapa mental. Eu deveria aprender a não me envergonhar muito em público.

Eu fiquei em silêncio por um momento. Ela olhava para mim, ansiosa, apenas esperando o que eu fosse dizer. Eu pude perceber que ela estava mordendo os lábios.

“Foi por isso que você deu o telefone pro George?” Eu perguntei.

“Pra ser sincera, eu fiquei bem surpresa quando foi ele quem me ligou e que apareceu no parque aquela tarde” Ela admitiu. “E depois, quando comecei a sair com ele, acabei fazendo amizade com você e... Achei que se eu terminasse, eu não ia mais te ver.” Ela admitiu. Ela tinha bebido alguma coisa, será? Para estar se abrindo daquela forma?

Então, eu me lembrei que não haveria aula próxima semana. E sim, somente em setembro, quando as aulas voltavam. Ainda assim, eu não tinha certeza do que ela estava esperando.

“Você está querendo dizer que você tem uma queda por mim?” Eu perguntei. Eu tinha que ir direto ao ponto, porque senão eu ia acabar me confundindo e respostas vagas me fariam perder o sono depois. Ela apenas sorriu e balançou a cabeça.

“E eu sei que você também tem uma queda por mim, não adianta mentir.”

Eu estava sem reação.

“E você está me contando isso por...?” Eu tive que perguntar. Eu não estava entendendo onde que aquilo estava indo.

“Bom, ontem foi o último dia de aula. E não teremos aula por mais alguns meses então...” Ela nem precisou terminar a frase. Ela queria me ver antes das aulas começarem de novo. “O que me lembra, eu não tenho o seu número”

Nós rimos. Ela pegou o celular dela e eu passei o meu número. E quando eu peguei o meu celular, acidentalmente, um pacote de chiclete caiu no chão. Eu peguei o pacote e ofereci a Sara. Ela aceitou e começou a mastigar antes de sair do carro. Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha, me dando um tchau.

Eu esperei ela entrar na casa dela antes de ligar o carro. Eu ficaria lembrando daquele beijo eternamente.


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Notas finais do capítulo

Eu adoraria se vocês pudessem deixar um pouco do seu amor pela história aqui embaixo
Por favorzin?
Ou eu vou ter que começar a fazer chantagem emocional? :p



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