Todos naquele teatro estavam ali pela mesma razão, haviam recebido um convite de um estranho homem que vagava pelas ruas. Ninguém ali se conhecia, todos sentados fitando um palco vazio, curiosos com o que estava por vir. No estranho convite apenas havia uma frase: "Acompanhe-me para a luz, pois a sombra se aproxima!"

As luzes se apagam repentinamente. Todos pulam em seus assentos. Uma fraca luz ilumina um homem de baixa estatura ao centro do palco, ninguém percebera quando ele havia chegado ali. O homem pigarreia e começa seu monólogo.

— Senhoras e Senhores, agradeço desde já, vossa comparecência.

O homem suspira com um tom de nervosismo.

— Convoquei os senhores aqui para lhes pedir ajuda. Venho de uma terra distante, onde há muito, a escuridão assolou a terra, corrompeu mentes e arruinou vidas. Em meio ao caos e às guerras, os deuses resolveram intervir. Presentearam-nos com uma bênção. Um castelo feito de luz, onde os tijolos reluziam, e suas torres iluminavam. Tal monumento nos permitiu revidar contra a escuridão, e baní-la de nosso plano; assim, conseguimos uma paz que perdurou muitos e muitos anos. Agora, esta paz está ameaçada novamente, e é por este motivo que vim à vossa procura. Sei que almejam outras vidas, e que este mundo não lhes interessa mais. Ofereço aos senhores a porta de entrada para meu mundo, em troca da vossa ajuda!

Todos olhavam o homem com espanto. "O que esse cara quer dizer com isso?", murmuravam. Alguns começaram a se levantar e sair. Enquanto outros, iam até a frente do palco, falar ao homem, que parecia preparar algo. Por fim, poucos restaram naquele recinto, alguns ainda na dúvida sobre a sanidade daquele homem.

Os que foram ao palco, falar com ele, foram conduzidos aos fundos, atrás de uma cortina, de onde não voltaram.