Após a conversa com Marden e Robert, Landon seguiu seu caminho para encontrar os seus pais. Não foi preciso esperá-los, que já saíam naquele momento dos aposentos, já prontos para seguirem ao salão de festas.

— A Catelyn vai ficar encantada com você, Landon. – Astrid elogiou o filho. – Está cada vez mais bonito.

— Obrigado, mãe... – o jovem enrubesceu. – Eu apenas quero estar apresentável.

— Eu também procurava ficar impecável para a sua mãe quando tinha a sua idade. – Cassius sorriu. – Isso faz parte, é normal. Bem... Já está na hora. Vamos?

A família real seguiu o caminho até o salão de festas, onde logo foi anunciada por Gregory. Seguindo os protocolos, Cassius e Astrid foram os primeiros a entrar e, com isso, todos os presentes se curvaram de forma respeitosa diante do rei e da rainha de Zardren. Em seguida, o príncipe-herdeiro entrou e seguiu até onde estava Catelyn. Seus olhos encontraram os dela, como se a cumprimentasse à distância, de forma silenciosa.

Inevitavelmente, seus olhos se desviaram do olhar de sua noiva e passaram a contemplá-la em sua totalidade. Ela estava ainda mais graciosa do que no primeiro baile. Muito mais encantadora.

Ela usava um vestido azul de gola alta, mangas longas e feito com um tecido mais grosso, devido ao frio. Mesmo assim, era algo que a deixava ainda mais bela, pois era um vestido ricamente bordado com fios prateados, formando belíssimos e delicados desenhos florais. Seus cabelos estavam presos em um penteado, que fazia com que seus longos cabelos negros, cacheados para aquela ocasião, descessem como uma cascata por suas costas. Os brincos com pedras do mesmo tom da roupa completavam o visual de Catelyn, que sorriu ao ver Landon se aproximar dela enquanto Cassius e Astrid se posicionavam ao centro do amplo salão para a valsa inicial.

Porém, a jovem Lady não prestava atenção no rei e na rainha de Zardren, mas sim no filho do casal, o seu noivo Landon. Para ela, a cada dia que passava, ele se tornava ainda mais belo do que já era... Principalmente quando se vestia de vermelho e dourado. Quando o via com as cores da casa real a qual iria integrar dali a algum tempo, lhe parecia que ele ficava ainda mais lindo, mais encantador.

E o que mais a encantava nem era tanto a sua aparência... Era saber que ele a amava como ela o amava.

Voltou seus olhos para o que acontecia naquele momento no meio do salão de festas. Começou a contemplar rei e rainha iniciando sua valsa, com passos perfeitamente sincronizados e com uma leveza única, o que mostrava que havia ali uma confiança mútua entre o casal.

— Landon... Você acha que um dia conseguiremos fazer a mesma coisa que os seus pais?

— Acho, sim, Catelyn. – o jovem príncipe sorriu ao responder. – Pode parecer bobagem, mas acabo de imaginar a nós dois ali no lugar dos meus pais, fazendo a mesma coisa.

— Sério?

— Sim. E acho que o vermelho e o dourado vão lhe cair muito bem.

Ao ouvir essas palavras de seu noivo, ela imediatamente corou. Era impressão sua, ou ele parecia gostar de deixá-la desconcertada? Apesar de tudo, ela gostava desse lado de Landon. Adorava ser surpreendida por ele.

Ele, ao ver o que suas palavras causaram a Catelyn, sorriu. Estava adorando surpreender a sua encantadora Lady. E, sim, ele a imaginara com um vestido com as cores de sua casa real.

Realmente, ela ficaria ainda mais linda com um vestido vermelho e dourado.

*

Em Alkavampir, também tudo estava pronto para o grande Baile de Inverno. Em seus aposentos, as criadas terminavam de ajudar Jeyne a se arrumar para essa grande noite. Era o seu primeiro baile como rainha de Alkavampir, e deveria estar vestida para impressionar!

Nada mais válido do que esbanjar a sua sensualidade, certo?

Assim que as criadas se retiraram, Daithi entrou nos aposentos, com uma expressão bastante impaciente.

— Jeyne, já está quase na hora de irmos! Não podemos atrasar!

— Não é preciso se preocupar, meu marido. – ela respondeu calmamente enquanto se levantava. – Eu já estou pronta.

O rei alkavampiano olhou para a sua esposa e ficou sem qualquer palavra para rebater ante a visão que tinha. Aquela mulher queria deixá-lo louco, só podia...!

Jeyne usava um vestido preto, sem mangas, bordado com dragões verdes. Tinha um ousado decote, deixando todo o colo de fora, até onde os seios começavam a aparecer. As costas estavam completamente desnudas, até a cintura, onde a saia começava a cair, longa e elegante, em duas camadas, a segunda, transparente. Como não poderia ser diferente, mostrava todas as suas curvas, valorizando ainda mais seus seios fartos e seus quadris generosos.

Ao ver seu marido completamente emudecido, a rainha alkavampiana deu uma volta e perguntou com uma voz extremamente sensual:

— Que tal? Vou chamar a atenção neste baile, não vou?

— Claro que vai...! – ele respondeu, procurando refrear seus instintos lascivos. – Vamos logo, já estamos em cima da hora!

Assim como Jeyne, Daithi também envergava um traje com as cores verde e preta, de sua casa real. Ambos estavam impecáveis e agora percorriam o trajeto até o salão de festas. Kevan logo anunciou o casal real, que adentrou o recinto, devidamente aquecido por uma lareira. Rei e rainha de Alkavampir entraram e todos se curvaram ante o casal e, logo que todos os presentes se levantaram, dirigiram seus olhares sobretudo para Jeyne.

A rainha alkavampiana percebeu aqueles olhares todos para ela, que não conteve um sorriso satisfeito. O que mais a divertia eram os olhares desejosos dos homens alkavampianos e, como desejava, olhares cheios de inveja das mulheres ante a sua exuberância. Ao mesmo tempo em que seu sorriso era de satisfação, também era de superioridade.

Agora tinha a total certeza de que não existia, em todo o reino de Alkavampir, uma mulher mais linda e sensual do que ela e suas curvas voluptuosas!

*

Em Zardren, Cassius e Astrid terminavam a valsa que abria o baile. Ao final, todos aplaudiram muito a performance do casal real, que retribuiu com sorrisos. Logo que eles foram aos seus lugares, Landon, como mandavam os protocolos, conduziu Catelyn ao centro do salão. Ao contrário da primeira vez em que dançaram, a timidez não tinha vez ali.

Os olhares se encontraram e um transmitia segurança ao outro, bem como confiança. Um apenas tinha olhos para o outro, e os ouvidos de ambos estavam atentos para o começo da música a ser tocada.

Assim que os primeiros acordes da valsa começaram a soar, Landon e Catelyn começaram a fazer os passos naquela mesma precisão do primeiro baile. Todos os passos começavam a ser executados com perfeição, com o diferencial de que um olhava para o outro não apenas com confiança, mas irradiando o que sentiam um pelo outro.

Era incrível que, em pouco tempo, eles tivessem avançado tanto...! A ponto de Landon desejar, do fundo de seu coração, que aquela valsa demorasse bastante a terminar, pois aquele momento era mágico. Não só para ele, como para Catelyn. Ela estava encantada com aquele momento... Somente ela e seu príncipe ali, em passos sincronizados e em perfeita harmonia, como a mais bela das valsas. E não havia uma valsa mais bela do que aquela executada por seu coração, e sua intuição lhe dizia que o coração de seu noivo estava na mesma sintonia que o seu.

— Landon... – ela sussurrou com um sorriso meigo. – Estar com você é tão mágico...!