Uma semana depois, Landon está nos jardins, tomando suco com bolo de morango com sua noiva, em uma mesa que fora cuidadosamente arrumada para os dois. O casal real conversa animadamente enquanto são servidos por Margareth, que não deixa de olhar torto para a noiva do príncipe herdeiro do trono de Zardren.

— Eu estou ansiosa para o nosso passeio de mais tarde, Landon. – comente Catelyn, com um sorriso.

— Eu também estou. – responde Landon, com um sorriso sincero – E, embora tenhamos que ter a companhia do Marden e do Robert, vai ser muito bom passear com você fora dos muros do palácio.

— Eu também acho, e, esperei muito por este momento.

— Eu também. Apesar das cartas que escrevemos no decorrer da semana, isso não substitui compartilhar momentos especiais com você. Nada e nem ninguém no mundo é capaz substituir a sua presença, Catelyn.

Ao ouvir as palavras de Landon, a jovem sorri, pois, se sente totalmente preenchida, satisfeita, e seu coração se enche da mais plena alegria, pois desde o dia em que conheceu Landon, ele se tornou o centro de sua vida. Para ela, não há mais sentido em uma vida na qual Landon não esteja presente!

Landon é todo o seu mundo, e ninguém pode substituí-lo em seu coração!

E, enquanto os dois noivos conversam de forma animada, Margareth vai servir um copo de limonada para Catelyn quanto acidentalmente derruba boa quantidade do refresco no vestido da jovem noiva de Landon, o que faz com que o príncipe se aborreça.

— MARGARETH!!! – esbraveja o príncipe zardreniano – VIU SÓ O QUE VOCÊ FEZ SUA DESASTRADA? DESCULPE-SE AGORA COM A CATELYN POR TER MOLHADO-A, ISTO É UMA ORDEM!!!

A criada olha estopetada para o príncipe, pois nunca o vira tão nervoso assim, principalmente por conta daquela ali, mas, não tem escolha e precisa obedecer a ordem que lhe foi solicitada.

— Perdoe-me, milady. – fala Margareth, com certa falsidade em sua voz – Não foi minha intenção sujá-la, o que aconteceu foi um acidente.

— Não há o que desculpar, Margareth. – responde Catelyn, de forma gentil.

Landon se levanta e, oferece o braço para Catelyn, mas antes, lança um olhar furioso para Margareth.

— Vou dizer a minha mãe que você está proibida de me servir. – fala Landon para a criada, ainda com raiva – O que você fez é inadmissível. – em seguida, o olhar do príncipe se volta para a sua noiva. – Vamos Catelyn, a senhora minha mãe irá providenciar um vestido limpo para você.

Os dois deixam o jardim, se dirigindo para o interior do palácio e, Margareth fica apenas ali, observando os dois se distanciando e sendo consumida pela raiva, pois, seu príncipe está completamente enfeitiçado por aquela menina idiota!

Se não fosse ela, certamente seu belo príncipe a veria como algo além de uma simples criada! Mas aquela Ladiezinha a está atrapalhando e por isso seu príncipe não a enxerga como deveria enxergar!

Com a cara emburrada, volta a fazer o seu trabalho, começando a tirar a mesa de lanche do casal real e pensando que, se os deuses fossem justos, ela seria a noiva do príncipe Landon, e não aquela pirralha mimada.

***

Em seus aposentos no palácio real de Alkavampir, Jeyne está terminando de se arrumar, pois quer estar linda e impecável para receber o presente que seu rei e marido lhe prometera.

Está usando um elegante vestido preto e verde, cores da casa real de seu marido e que ela agora também representa. Noite passada, quando pedira este presente ao senhor seu marido, ele dissera que daria com o maior prazer, porque também está ansioso para exibir sua mais nova coroa para uma certa pessoa.

As criadas terminam de pentear seus cabelos, colocando a sua coroa de ouro cravejada de rubis e, a rainha alkavampiana se olha no espelho, totalmente satisfeita com toda a sua beleza!

Com toda a certeza, ela é a rainha mais bela que o reino de Alkavampir já teve o privilégio de ter! Em mil anos de história, jamais ouve uma rainha em Alkavampir e, possivelmente em todo Emperius que chegasse perto de sua grande beleza.

Agora, só falta seu marido real plantar a semente dele em seu ventre, e será a rainha perfeita. E, mesmo que engorde carregando o herdeiro dele, depois irá emagrecer novamente, voltando a ser linda, como sempre foi.

A porta dos aposentos se abre e, surge Daithi, também usando trajes das cores da casa real alkavampiana. Ao ver sua esposa tão desejável, seus olhos brilham de malícia.

— Está pronta? – pergunta Daithi.

— Perfeitamente pronta. – responde Jeyne, sorrindo em antecipação – Estou ansiosa pra receber meu presente!

— Então vamos, os criados já prepararam os dragões para nós.

Rei e rainha deixam os aposentos, indo para o pátio de pouso onde, dois imensos e ferozes dragões foram preparados para que os dois possam montar e Daithi possa dar o presente que ele prometeu a Jeyne.

***

Landon e Catelyn passeiam por um descampado do reino, acompanhados de Marden e Robert, que mantém uma certa distância do casal. Como Landon, embora já tenha sido liberado para as atividades normais, está em um estado que ainda inspira certos cuidados, os dois amigos resolveram dar uma trégua para o plano de fazer com que Landon beije a noiva, só até ele se recuperar totalmente.

O casal real passeia de mãos dadas, conversando animadamente e, sorriem um para o outro. Conversam e se divertem, e, Catelyn consegue fazer com que Landon se esqueça totalmente do incidente de mais cedo com a criada.

Estão tão distraído que, Marden e Robert são os primeiros a notarem dois dragões, se aproximando em alta velocidade. Imediatamente, os dois jovens Lordes apressam os passos e se colocam ao lado do casal.

— Landon, olha ali. – fala Marden, apontando para o céu, onde os dragões se aproximam cada vez mais depressa.

Imediatamente, a postura do jovem príncipe, assim como dos dois jovens Lordes muda totalmente e, Landon faz com que Catelyn fique atrás dele, assumindo uma postura protetora, enquanto os dragões continuam a se aproximar perigosamente.

Os dragões aterrissam e deles, descem Daithi e Jeyne, que sorriem triunfantemente para os quatro jovens que ali estão. Marden, Robert e Catelyn olham confusos para os recém-chegados, sem saber quem são, enquanto os olhos castanhos de Landon se cruzam com os olhos cinza de Daithi, em uma explosão de ódio mútuo.

Imediatamente, Landon reconhece aquele homem, pois, apesar de cinco anos terem se passado, ele nunca esqueceu aquele olhar!