Um sorriso da mais pura satisfação estampa os lábios de Daithi, ao mesmo tempo em que ele oferece o braço para a sua ela esposa, para que possam descer para a sala do trono, onde não apenas o alto escalão alkavampiano, como também todos os Lordes das províncias que fazem parte de seu reino estão à espera, para assistirem ao seu momento de triunfo.

Jeyne aceita o braço oferecido pelo seu marido com um sorriso de satisfação, pois esperou por este momento desde que casara com Daithi, o momento em que será coroada rainha de Alkavampir, pelo casamento.

O momento pelo qual sonhara a sua vida inteira!

De braços dados, o casal deixa o aposento sorrindo e, Jeyne, em seus pensamentos, dá adeus àquele quarto, pois esta noite começará a ocupar os imponentes aposentos que são destinados ao rei de Alkavampir, os maiores e mais elegantes de todo o palácio.

Os dois chegam as grandes portas, que dão acesso à sala do trono e se preparam para quando forem devidamente anunciados, a cerimônia está prestes a começar e, os dois devem seguir a risca todos os protocolos reais, e ao final sairão coroados rei e rainha do reino de Alkavampir.

E, enquanto Jeyne está ansiosa, Daithi apenas encara de forma fria as grandes portas, seus pensamentos fixos na coroa, seu grande prêmio, seu direito de nascença. Esperara a vida toda por este momento e agora finalmente será o rei!

Será Daithi de Alkavampir!

O futuro senhor de Emperius!

Sorri discretamente, pois, apesar de estar prestes a receber a coroa que sempre sonhou, ainda precisa fingir alguma dor pela perda de seu pai, afinal de contas, só fazem sete dias que ele morreu e ele, como um filho que sempre amou o pai acima de qualquer outra pessoa no mundo, sofrerá eternamente essa perda.

E é isso que todos os seus súditos irão ouvir em seu discurso de coroação!

***

Na sala do trono do palácio Alkavampiano, o Conselheiro Kevan está nas escadarias que levam ao trono e, o Comandante da Guarda Real Alkavampiana segura à coroa do rei, enquanto o Subcomandante segura à espada Grito das Trevas, e, um terceiro Cavaleiro segura a coroa que deverá ser colocada na cabeça de Jeyne, que, como esposa de Daithi, irá ser coroada a rainha.

Seu olhar se volta para a multidão reunida naquela sala, e, no centro dela, um glorioso tapete vermelho, em que o futuro rei e a futura rainha deverão passar para serem coroados.

Sabe que já está na hora de desempenhar o seu papel e, sabendo disso, se coloca no centro das escadarias que levam ao trono para em seguida dizer:

— Milordes e Miladies, senhores e senhoras de nascimento mais baixo, neste dia, estamos todos aqui reunidos, na sala do trono deste palácio real, para testemunharmos uma nova era em nosso amado reino de Alkavampir. Sete dias atrás, perdemos o nosso amado rei, Ramsay de Alkavampir, mas hoje, uma nova era nasce, e um novo rei, herdeiro legítimo do trono, chega para ocupar o espaço vazio deixado por nosso amado Ramsay e continuar a nos guiar para a honra e glória eterna.

Após o Conselheiro Kevan terminar o seu glorioso discurso, as portas da sala do trono se abrem e, por aquele imenso tapete vermelho, começam a entrar Daithi, acompanhado de sua esposa Jeyne, ambos exibem sorrisos contidos e, seus rostos, que são serenos, deixando visível a grande encenação.

Com passos lentos, Daithi vai andando e conduzindo sua esposa pelo tapete, seus olhos fixos na coroa que irá receber em breve, só precisa fazer o juramento e ser coroado, e então o reino efetivamente será seu.

Chegam até os degraus onde está o Conselheiro Kevan e, se ajoelha diante do homem, para receber aquilo que lhe pertence por direito. Em seguida, o Comandante da Guarda Real Alkavampiana entrega a coroa nas mãos do Conselheiro que, em um lento movimento, vai colocando a coroa na cabeça do novo rei, enquanto vai dizendo:

— Eu, Kevan, Conselheiro do Reino de Alkavampir, diante dos deuses e dos homens, proclamo que Daithi, filho legítimo de Ramsay de Alkavampir, é, a partir deste momento, o rei Daithi de Alkavampir, que os deuses abençoem o seu reinado, e que ele seja longo e próspero!

Após colocar a coroa na cabeça de Daithi, o Conselheiro cora Jeyne, sua nova rainha e, ao mesmo tempo, os novos rei e rainha se levantam, se virando para contemplarem todos os que vieram assistir a coroação e jurar sua lealdade.

Das mãos do Subcomandante da Guarda Real Alkavampiana, o Conselheiro Kevan recebe a espada, Grito das Trevas e a entrega ao rei Daithi, dizendo:

— Que esta espada, pertencente a todos os reis de sua grande linhagem, possa leva-lo a lutar por nosso povo, e lhe garanta a vitória, a partir de hoje, e por todos os dias que virão a partir de agora.

Daithi pega a espada e a brande, levantando-a para o alto e pronto para fazer seu juramento, sua voz, alta, clara e cheia de convicção, se faz ouvir:

— Eu, Daithi, filho do Rei Ramsay, descendente direto da Família Real de Alkavampir, aqui, diante dos deuses e dos homens, assumo o trono do reino de Alkavampir. Juro que darei a minha vida para proteger o meu reino, bem como meu povo. Juro que serei leal e justo, e usarei meu poder para continuar a defender o reino de Alkavampir, bem como continuar com a herança de meus ancestrais, e ajudar este reino a prosperar, durante todos os dias do meu reinado. Juro que levarei adiante o nome e o sangue desta família real, trazendo herdeiros para este reino, para que continuem depois de minha morte. Dou minha vida e minha honra em nome do reino de Alkavampir, a parir de hoje, e em todos os dias de minha vida. Assumo agora o título de Rei Daithi de Alkavampir, título herdado de meu pai, e começa agora o meu reinado. E que os deuses conduzam os meus passos e todas as minhas decisões! Juro solenemente, diante dos deuses e dos homens, e repito estas palavras, ditas pela primeira vez mil anos antes, pelo primeiro rei de Alkavampir!