− LANDON...!!! – Astrid acorda, com o rosto encharcado pelas lágrimas e chamando desesperada pelo filho.

Lady Adrienne ajuda a rainha a se sentar na cama, enquanto Lady Elise deixa os aposentos reais para ir procurar pelo Conselheiro Gregory, para que ele examine novamente a rainha zardreniana.

− Como se sente, Astrid? – pergunta Lady Adrienne, sem esconder o tom de preocupação em sua voz.

− Mal... – a rainha zardreniana seca as lágrimas com o braço – Não consigo parar de pensar no meu filho. Nas coisas horríveis que devem estar fazendo com ele em Alkavampir.

− Tenha calma, Astrid. Tenha fé nos deuses, confie em Cassius, ele trará o príncipe Landon de volta para seus braços.

− Pobre Cassius... – a voz da rainha é de profunda tristeza – Ter que escolher entre o único filho e o reino que jurou proteger... E o Landon...! Eu sinto que meu filhinho está sofrendo naquele lugar...! O que aquele tal de Ramsay deve estar fazendo ao meu menininho...?

Lady Adrienne simplesmente não sabe o que responder, pois, se fosse com ela, também estaria desesperada! Também não conseguiria deixar de pensar nem por um segundo no filho! Se fosse Marden neste momento prisioneiro em Alkavampir, ela estaria na mesma situação de sua rainha.

Gregory adentra os aposentos reais, dobra os seus joelhos em sinal de reverência e, se aproxima da cama, encarando o rosto pálido e repleto de lágrimas de sua rainha.

− Como está se sentindo, Sua Graça? – pergunta o Conselheiro.

− Só ficarei bem quando tiver meu filho em meus braços, Gregory. – Astrid volta a soluçar – O Landon é só um menino...! Ele não merece sofrer o que deve estar sofrendo em Alkavampir...!

− Sei que para Sua Majestade é difícil manter a calma em um momento tão crítico como este que estamos vivendo, mas, mesmo assim, deve tentar fazer um esforço. Acredite que o Rei Cassius não vai deixar o príncipe Landon muito tempo em Alkavampir, nem entregar nosso reino nas mãos do rei Ramsay. Uma solução será encontrada e, o príncipe Landon em breve estará novamente conosco.

O Conselheiro dá para a rainha uma nova dose de seu preparado e, não muito tempo depois, Astrid acaba dormindo mais uma vez.

***

− Marden, Robert, o Landon não está aqui. – Ferdinand começa a falar, tentando encontrar as palavras certas a dizer aos dois garotos.

− Por que, aonde ele foi, papai? – pergunta Marden, com a típica curiosidade infantil.

− E por que ele não chamou a gente pra ir junto? – questiona Robert, chateado.

− Ele não foi porque quis, meninos. – continua Lorde William – Os homens maus vieram e levaram ele. Nesse momento, ele está com homens malvados, é por isso que estamos todos preocupados, porque precisamos salvar o Landon desses homens maus.

Os dois meninos ficam completamente chocados com as palavras dos pais, entendendo agora o sumiço do amigo.

− Papai, mas por que os homens maus levaram o Landon? – quer saber Robert – O que o Landon fez pra esses homens?

− O Landon não fez nada, Robert. – fala Lorde Ferdinand – Mas o Landon é o príncipe, ela é uma criança muito especial, por isso os homens maus o levaram.

− Vão machucar ele? – pergunta Marden, já com os olhos cheios de lágrimas.

− Eu não sei, filho. – responde Ferdinand, na verdade, ele sabe que Landon está sendo torturado, mas não pode revelar isso ao menino – Mas, o Landon precisa ser salvo, e eu, William e o rei Cassius vamos salvar o Landon desses homens maus.

Os meninos apenas encaram os pais, completamente perdidos. Gostam muito de Landon e, saber que nesse momento ele está em um lugar estranho, porque pessoas ruins o levaram faz com que os dois se sintam piores.

Pois para eles, não é justo que Landon tenha que sofrer.

***

Mais uma vez, os olhos de Landon vão se abrindo e, o menino sente todo o seu corpo doendo, especialmente o diafragma, o que faz com que respire com muita dificuldade. Mais uma vez, seus olhos são tomados por lágrimas que ele não consegue segurar e, mais uma vez, elas caem de forma incessante por seu rosto.

Não aguenta mais...!

Não aguenta mais isso...!

Não aguenta mais o que estão fazendo com ele...!

Seu pequeno corpo está totalmente ferido, cheio de hematomas, cortes, queimaduras... Seus pulsos e tornozelos estão dormentes por conta dos pesados grilhões, a ponto de sentir uma dor terrível ao tentar mudar de posição, o que faz com que desista da ideia, só para se poupar da grande dor.

Quanto tempo mais terá de suportar...?

Por que seu pai não vem logo tirá-lo desse sofrimento...?

Por quê?

As lágrimas não param de inundar a sua face, e para ele é simplesmente impossível segurá-las! E essas lágrimas que ele derrama são o reflexo de toda a sua dor... De tudo o que Ramsay e Daithi estão fazendo com ele...!

De toda essa maldade sem fim...!

Ouve passos se aproximando e sabe que alguém vem novamente para machuca-lo. Quer secar as lágrimas, porém, a dor que sente é tanta que a cada segundo os grilhões e as correntes parecem mais pesados e, ele não consegue mexer os braços, verão seu momento de fraqueza...!

A porta se abre e surge Daithi, sorrindo abertamente ao ver as lágrimas do menino.

− Ora, ora. – a voz de Daithi mostra um prazer doentio – Quer dizer então que o pirralho chora quando eu não estou aqui? Sabe de uma coisa, fedelho, acho que vou querer ver você chorar lágrimas de sangue e chamar por seu papaizinho, isso me fará muito feliz!

E, após dizer estas palavras, Daithi carrega em suas mãos uma esfera negra de energia, pronto para começar mais uma sessão de tortura.

***

Em seu escritório no palácio real zardreniano, Cassius sente aquele aperto em seu coração, mais forte do que antes.

Pelos deuses...!

O que aquele maldito do Ramsay estará fazendo a seu filho neste momento?

Não tem como saber ao certo, e, a única coisa que sabe, é que Landon está sofrendo, e que precisa salvar seu filho. Precisa tirar Landon das mãos de seu inimigo. Mas também não pode sacrificar o reino!

Céus, como ele pode ser o pai do povo de Zardren se não estava conseguindo nem ser o pai do Landon? Aliás, que espécie de pai é esse que deixa o filho ser sequestrado debaixo de seu teto e de forma totalmente misteriosa?

Não está se sentindo apenas o pior rei de todos, como também o pior pai e, para completar, está totalmente perdido! Pela primeira vez em sua vida não sabe direito o que fazer!

Gregory bate na porta e, pede permissão para adentrar o escritório. O rei zardreniano faz sinal para que ele entre e, após a devida reverência, o Conselheiro diz:

− Sua Graça mandou me chamar?

− Sim, Gregory. – responde o rei zardreniano – Por favor, reúna o Conselho imediatamente. Precisamos pensar em uma estratégia para resgatar meu filho sem sacrificar o reino. Na reunião, espero ouvir de você o que acha que pode ser feito.

− E Sua Graça ouvirá. Reunirei o Conselho imediatamente.

− A reunião se iniciará daqui a meia hora.