Um impaciente rei Cassius anda de um lado para o outro, sob os olhares impacientes de Ferdinand e William. Há alguns minutos, havia escutado um estridente choro de criança, e, desde então, quer adentrar seus aposentos, mas, os dois amigos o impediram, alegando que, quando for o momento em que ele puder entrar, o Conselheiro Gregory avisará.

E, é então que a porta de seus aposentos se abre e surge o Conselheiro Gregory, com o rosto bastante cansado devido ao parto.

− Sua Graça, o senhor já pode entrar. – anuncia o Conselheiro.

Totalmente ansioso, o rei Cassius adentra os seus aposentos e, encontra a rainha Astrid, deitada, sob lençóis limpos, que foram trocados. Ela segura um bebê, que também já fora limpo e trocado, enroladinho em cobertores próprios para crianças recém-nascidas. O homem aproxima-se da cama e senta ao lado da esposa, e então Astrid, orgulhosa, entrega o menino ao pai, que segura aquele pedacinho de gente meio desajeitado.

− Seu filho, Cassius. – anuncia a rainha, a voz ainda cansada – O Príncipe Landon de Zardren.

O rei de Zardren olha para aquela criança orgulhoso. O menino possui pele branca, cabelos negros e, o encara com curiosos olhos castanhos.

− Seja bem vindo ao mundo, meu filho. – a voz de Cassius é cheia de orgulho – Obrigado, Astrid. – ele sorri para a esposa – Obrigado por trazer tão grande alegria ao meu coração.

Cassius entrega o filho para a mãe e, em seguida, dá um beijo casto nos lábios de Astrid, se sentindo o homem mais feliz do mundo. Astrid dera a ele a verdadeira felicidade, trazendo ao mundo o próximo herdeiro ao trono que outrora era de seu pai, e que hoje ele se orgulha em ocupar.

Sente que uma nova era para seu reino se inicia, pois um novo príncipe nasce e, uma nova vida é sempre motivo de felicidade!

***

Reid está sentado em um banco no jardim, lendo um livro e, totalmente focado na leitura. O jovem está tão concentrado em sua leitura que, não percebe a aproximação de Gregory, que se senta ao lado dele.

− Está realmente concentrado em seu livro, não é Reid? – o Conselheiro pergunta com um sorriso.

Ao notar a presença de Gregory, Reid fecha o livro que está lendo e, volta sua atenção para o homem mais velho.

− Estou sim, Gregory. – responde Reid – Às vezes estou tão concentrado na leitura que eu esqueço o resto do mundo.

− Isso é bom, pois a sabedoria é uma das mais importantes virtudes de um homem. Irá ajudá-lo quando você escolher o caminho que irá seguir.

− Eu já escolhi meu caminho, Gregory.

− Mesmo? E que caminho você escolheu?

− Daqui a exatamente um mês, irei jurar minha lealdade ao príncipe, e então estarei partindo para a Cidadela, se me der permissão. Quero ser o Conselheiro do Príncipe Landon, quando ele vier a se tornar rei.

As palavras de seu protegido pegam Gregory completamente desprevenido. Por mais que o tenha criado praticamente a vida inteira, não imaginava que o jovem viesse a querer seguir os seus passos, como um filho segue os passos de seu pai.

− Por quer se tornar Conselheiro, Reid? – Gregory se vê perguntando.

− Doze anos atrás, quando meus pais morreram, você me acolheu como protegido em nome da amizade que mantinha com meus pais. O rei Rayden e a rainha Lanna aceitaram que você me trouxesse ao palácio, e, desde então, venho observando seu trabalho como Conselheiro. Primeiro do rei Rayden e, de três anos para cá, de seu filho, o rei Cassius. E, após doze anos, eu decidi que quero ser o próximo Conselheiro do reino livre de Zardren e, gostaria de sua benção.

− Saiba que você a tem, Reid. E, fico demasiado feliz com sua escolha. Escreverei uma carta de recomendação para o Grande Mestre da Cidadela e, você será preparado, durante vinte anos, para ser o meu sucessor no cargo de Conselheiro do Reino Livre de Zardren.

***

Uma semana depois, Cassius está em seu escritório, terminando alguns trabalhos burocráticos e, após terminar a tarefa, deixa o local, fechando a porta e se dirigindo para o jardim, onde se encontra com Astrid, que está passeando com Landon, aproveitando o sol calmo de uma manhã iluminada.

Ao ver o seu marido, a rainha sorri. O rei zardreniano se aproxima da esposa e pega seu filho nos braços, percebendo que o pequeno príncipe está dormindo.

− Ele se torna mais bonito a cada dia que passa. – comenta a rainha Astrid.

− E saudável. – concorda Cassius – Os deuses nos abençoaram na noite em que Landon veio ao mundo e, eu sinto que nosso filho nos trará muitas alegrias.

− E se eles forem bons, no futuro, outras crianças virão para alegrar as nossas vidas.

− E certamente elas virão, minha rainha.

Os dois passeiam pelo jardim durante toda a manhã, junto com o bebê, que continua dormindo nos braços do pai. Ao final da manhã, Cassius entrega o bebê para a esposa e se prepara para uma reunião para resolver pendências de seu reino, e a rainha se senta em um banco no jardim para amamentar.

Naquele momento, em que sente Landon sugando com vontade seu seio, sente o amor por seu pequeno aumentar. Uma semana de vida e, o pequeno príncipe já se tornou o centro de sua vida. O ama de todo com todo o seu coração e a cada dia, esse amor por ele apenas aumenta.

***

− Sua Graça, eu posso entrar? – pergunta Reid, na porta dos aposentos da rainha.

− Certamente, Reid. – responde Astrid, sorrindo para o jovem.

Reid adentra os aposentos e, após dobrar os joelhos em sinal de reverência, ele diz:

− Sua Graça, o Conselheiro Gregory me pediu para ajudá-la no que for preciso, com relação aos preparativos para a festa de apresentação do Príncipe Landon.

− Eu agradeço imensamente, Reid. Como a Adrienne e a Elise também estão ocupadas com os bebês delas, eu vou mesmo precisar de sua ajuda para a organização da cerimônia.

− Me sinto honrado em ajudá-la, Majestade.

− O Conselheiro Gregory me contou que, após a cerimônia do Landon, você partirá para a Cidadela.

− Sim, Sua Graça. Passarei os próximos vinte anos estudando, para ser o Conselheiro do príncipe herdeiro, quando ele assumir o trono que hoje é ocupado pelo rei Cassius.

− Sabe de uma coisa, Reid?

− O que, Majestade?

− Quando o Landon chegar ao trono, ele será abençoado, pois terá a seu lado um homem tão bom quanto você. Agora vamos deixar a conversa de lado e começar a organização das coisas, pois faltam apenas duas semanas para a grande noite e temos muito trabalho pela frente.