Crônicas de um Jovem Rei escrita por MisuhoTita, Vanessa Sakata, TommySan, Sally Yagami


Capítulo 108
O fim de um sonho?


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Vanessa BR na área com mais um capítulo pra vocês!

Boa leitura!



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Landon engoliu seco ao ver Catelyn com a preocupação estampada em sua face. Com a noite conturbada que tivera, havia esquecido que era o dia em que ela vinha vê-lo.  Se havia uma coisa que ele não gostava era de que fosse visto naquele estado por sua noiva... Pelo simples fato de que não queria causar-lhe preocupações.

Enquanto os jovens Lordes saíam dali, Catelyn entrava. Não era preciso nenhum aviso ou sinal de Landon para eles o deixarem a sós com a jovem Lady. Tão logo os dois a cumprimentaram, seguiram seus caminhos.

Catelyn se aproximou de Landon, que se recostou melhor. Um sorriso surgiu dos lábios do jovem príncipe, fazendo desvanecer de forma parcial aquele semblante preocupado de sua amada. De forma gentil, ele pegou a mão da jovem e a beijou delicadamente.

— Landon, você está bem? – ela perguntou após cumprimentá-lo. – O que aconteceu?

— Esta madrugada eu tive um pesadelo, e... Bem, praticamente tive um colapso nervoso.

— Pensei que isso já havia acabado, porque fazia muito tempo que você não tinha isso...

— Não precisa se preocupar comigo, já estou melhor.

Catelyn colocou a mão por sobre a testa de Landon e isso fez com que a sua expressão voltasse a ser de preocupação. Por que ele lhe dizia que estava melhor, quando na realidade não estava?

— Landon... Você está febril...

— Eu vou ficar bem. – ele segurou a mão dela e olhou em seus olhos. – É que o Gregory esteve aqui há pouco com uma poção para isso. Logo começa a fazer o efeito.

— Mas...

— Acredite em mim. – ele sorriu. – Só de ver você, eu já me sinto bem melhor.

— Eu acredito, sim, mas... Não precisa ficar disfarçando para mim o que você tem. Daqui a um tempo nós vamos passar a viver juntos, e não podemos disfarçar as coisas que sentimos.

Landon suspirou. Ela tinha razão. Ele estava sendo desonesto ao ficar escondendo tudo dela, mas...

— Catelyn, eu não faço por mal. Só não quero que você fique preocupada demais comigo.

— Landon, eu sei que não faz por mal. Mas uma coisa que eu aprendi durante esse tempo de noivado é que quando um precisa, o outro cuida. Haverá dias em que eu vou cuidar de você, e você, de mim. Pode sempre contar comigo quando precisar.

O jovem sentiu uma pontada no peito e levou a mão onde a sentiu. Procurou respirar mais devagar, pois sabia que ainda estava sofrendo as consequências da madrugada e, dentre elas, estava o enfraquecimento momentâneo de seu coração. Sentiu a mão de sua noiva por sobre a sua ali no peito. Por alguns momentos, um se perdeu no olhar do outro.

— Landon...

— Eu não vou mentir, não estou muito bem, Catelyn... Mas acredite em mim, quando eu digo que me sinto bem melhor quando estou com você... E quando digo que vou ficar bem.

— Vai, sim. – ela sorriu de forma tranquilizadora. – Você vai ficar bem. Eu quero ver você bem melhor. Só assim eu vou conseguir parar de me preocupar.

— Confie em mim. – ele segurou a mão da jovem de forma gentil e deu um sorriso. – Dou a minha palavra de que não vou esconder de você como estou. E só preciso de um bom repouso, o Gregory, como sempre, está cuidando de mim.

— Tudo bem. Eu confio em você.

Landon olhou novamente para o rosto de Catelyn e, inevitavelmente, a sua mente lhe trouxe de volta o pesadelo que tivera na última noite. A semelhança entre a face dela e alguns traços que conseguira ver da jovem de seu pesadelo era muito grande, e isso fez com que ele sentisse uma nova pontada em seu peito. Levou, discretamente, a sua mão ao peito ao mesmo tempo em que sua face empalideceu. Ao ver isso, sua jovem noiva se preocupou novamente:

— Landon! O que houve?!

— Eu... Eu só senti uma pontada aqui, mas já vai passar.

— Não quer que eu chame o Conselheiro Gregory?

— Não, não é preciso... – ele se acomodou melhor na cama. – Foi uma pontada de leve, logo passa.

— Tem certeza?

— Absoluta. – ele sorriu já se acalmando. – Isso acontece enquanto estou assim, não demora a passar.

— Não está disfarçando?

— Não estou, pode ficar tranquila.

— Está bem, Landon. Mas quando precisar, pode me pedir que eu chamo o senhor Gregory. Eu quero te ver bem!

— E eu vou ficar bem. Eu quero mostrar pra você como está ficando o jardim de rosas.

— Então trate de se recuperar bem, mocinho! – ela disse em tom de brincadeira.

— Eu farei isso. – ele pôs mais uma vez sua mão sobre a de Catelyn. – Porque eu quero que você fique feliz ao meu lado, e não preocupada o tempo todo comigo.

*

Cassius e Astrid já estavam se despedindo de Lorde Christian e Lady Jacqueline, que haviam ido buscar Catelyn. Claro que, antes de saírem, perguntaram a respeito de Landon, mas o casal real, assim como Catelyn, tratou de tranquilizar os pais da noiva a respeito do jovem príncipe.

Tão logo se despediram e os grifos de Catelyn e seus pais levantaram voo, rei e rainha se dirigiram para dentro do palácio. Astrid já notava que seu marido mudara completamente a sua expressão, demonstrando um breve momento de introspecção.

— Está pensando na conversa com o Landon? – ela perguntou.

— Estou. – Cassius suspirou com preocupação. – Estou escolhendo as palavras para falar ao nosso filho. Não quero que ele fique pior, Astrid... Mas não posso me omitir de falar a ele dessa verdade a respeito de nossa linhagem.

— Por causa disso é que ele vem tendo pesadelos... Ainda mais com a tal “princesinha”, como ele diz após cada pesadelo.

— É essa a preocupação que eu tenho. Não quero que ele continue sofrendo assim. Astrid, eu vou lá conversar com o Landon. Depois nós conversamos sobre o resultado dessa conversa.

— Tudo bem, Cassius. Mas, por favor, tenha cuidado com o que vai falar ao Landon, porque ele ainda deve estar bem fragilizado.

— Não se preocupe. – ele beijou rapidamente os lábios de sua esposa. – Farei o possível para não piorar as coisas.

Cassius seguiu até os aposentos do filho, onde o encontrou sendo examinado por Gregory. O conselheiro já terminava de avaliá-lo naquele instante.

— Como o Landon está, Gregory? – o rei zardreniano perguntou.

— Majestade, tudo está correndo conforme o ritmo do organismo de Sua Alteza. Está melhorando aos poucos, como esperado. Acredito que o repouso de cinco dias será suficiente para que ele se restabeleça por completo.

— Fico mais tranquilo em saber disso.

— Não mais do que eu. – Landon disse. – Porque é muito ruim ficar aqui parado.

— Eu imagino, Landon. E, por falar nisso, eu gostaria de conversar com você a respeito dos últimos acontecimentos.

— Majestade, Alteza, agora vou me retirar. – o conselheiro fez reverência. – Caso necessitem de mim, podem mandar me chamar.

— Pode deixar, Gregory. – Cassius disse. – Agradecemos desde já.

Tão logo o conselheiro zardreniano saiu dali, Cassius se sentou ao lado do filho, de forma a olhar nos olhos do jovem. Landon estava ainda meio pálido, mas tinha uma expressão séria e, ao mesmo tempo, intrigada.

— Pai, o que o senhor quer falar comigo? – perguntou.

O rei zardreniano demonstrava a preocupação que sentia com relação ao filho, e o jovem príncipe logo notou a expressão que estava no rosto do pai. O que será que ele queria lhe dizer?

Cassius olhava para o jovem, que, com o passar dos anos, se parecia cada vez mais com ele, fisicamente falando. Os traços de seu rosto cada vez mais se assemelhavam aos do pai. Não fossem os cabelos mais longos, Landon pareceria o pai quando tinha a sua idade.

— Landon, é sobre os pesadelos e os consequentes colapsos, principalmente quando envolvem a tal garota de que você tanto fala.

— O Gregory descobriu alguma coisa a respeito? – Landon questionou. – Ele não me disse nada sobre isso.

— Ele me disse, mais cedo, que isso tem a ver com o seu desejo de ter uma filha.

— Como assim? – ele encarou, confuso, o pai.

— Landon, você estudou bem sobre a história da nossa linhagem, certo?

— Sim. Aonde o senhor quer chegar com isso, pai?

— É sobre esse seu desejo de ter uma filha com Catelyn após o casamento.

— É o que eu mais quero.

— Landon, eu não quero que você continue desejando isso. Não é por egoísmo, nem nada parecido. É uma preocupação que eu tenho com você.

— Como assim? – o herdeiro ao trono zardreniano questionou.

— Eu não quero que você seja amaldiçoado.

— Amaldiçoado...?

— Sim.

Alguns segundos de silêncio permearam a conversa entre os dois homens. Landon encarou o pai com os olhos arregalados. Que história era essa de ele ser amaldiçoado?

— Pai... – Landon, confuso, insistiu. – Amaldiçoado...?

— Sim, filho... Amaldiçoado. – Cassius afirmou. – Para a nossa linhagem, a linhagem real zardreniana, nascer uma filha significa uma maldição. Por conta disso, os deuses só permitem que meninos nasçam na família real.

— Quer dizer que...

— Esses seus pesadelos podem significar um aviso... Um aviso de que você deve parar de desejar o que deseja. – o rei zardreniano fez uma pausa para depois continuar. – Talvez os deuses estejam te alertando para que você não deseje uma filha, a fim de protegê-lo da maldição que pode se abater sobre você.

Landon empalideceu. Quer dizer que ele estava desejando que uma maldição se abatesse sobre ele? Que tipo de maldição seria essa? E por que uma menina traria algo tão ruim?

O jovem olhou para o seu pai sem conseguir disfarçar a grande tristeza que sentia naquele momento. Saber daquilo fez com que os planos que tinha para o futuro imediatamente ruíssem diante de seus olhos. Ele nada conseguiu dizer em resposta, nem mesmo conseguiu protestar ou questionar. Sentiu uma pontada em seu peito, como se o seu coração, por conta disso, se partisse em vários pedaços.

Seu sonho fora completamente por água abaixo... E isso doía profundamente em Landon, pois desde menino alimentava esse sonho e o compartilhara com Catelyn. Não queria atrair sobre ela uma maldição!

Suspirou. Com o olhar abatido e seu rosto levemente pálido, encarou Cassius e disse com um fio de voz:

— Não falarei mais nisso, pai... Para o meu próprio bem, e para o bem de nossa linhagem. Vou procurar me conformar com isso... Mesmo que seja difícil para mim.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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