Soulmates escrita por Nymphadora


Capítulo 3
▴ Childhood


Notas iniciais do capítulo

YO O/

Gentey, eu realmente achei que não teria comentários além dos das minhas amigas, MAS EU ENCONTREI OUTRA SHIPPER DE BIXANNA, OMFG QKSJAKSJSKAJDKSJXLAKSKA

Eu fiz o capítulo usando base a doujishi que a Blanania postou no Tumblr, que era a Evergreen contando a Lisanna sobre a infância/história do Bickslow e sobre como ele sofreu e tals... Então decidi fazer algo parecido, mas agora o Bickslow descobrindo pelo o que a Lisanna passou :3

Então, Tissia, esse capítulo é pra tu u-u *desce purpurina*



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Bickslow chegou na guilda mais uma vez junto da Rainjishu. Entregou à Laxus o saco com a recompensa. Pediria a sua parte mais tarde, confiava no Dreyar. Seu corpo estava cheio de ferimentos e seu estoque de poder mágico estava meio esgotado... Conseguia somente suportar seus bebês. Não usava sequer seu capacete por conta das bandagens que tinha em seu rosto.

Andou em direção ao balcão e praticamente se jogou em um dos bancos. Apoiou os braços na madeira e soltou um pesado suspiro. Abaixou o olhar.

— Aqui. — Ergueu a cabeça e notou que Mirajane lhe estendia um copo de água. Bickslow o aceitou meio receoso, ainda se lembra das reações meio exageradas e ciumentas da Strauss mais velha quando anunciou estar namorando com Lisanna. — Não se preocupe, não coloquei nada que o ponha em risco. — O azulado ergueu uma sobrancelha. — Apenas beba, tem que hidratar o corpo. — Revirou os olhos.

— Obrigado. — Agradeceu após dar o primeiro gole. Era apenas água.

— Então... Você e a Lisanna estão bem? — Perguntou após sentar-se no banco de dentro do balcão. Ele tinha certeza que ela iria tocar nesse assunto algum instante, estava até surpreso de não ter sido a primeira coisa que disse ao chegar.

— Sim. Já até saímos em algumas missões juntos. — Abriu um pequeno sorriso de canto.

Mirajane retribuiu o sorriso. Estavam se dando bem, isso era mais do que bom. Percebeu que a albina desviou o olhar para algo atrás dele, o que fez ele virar-se quase que instintivamente. Logo entendeu o que ela observava.

Em uma das mesas centrais, estava Lisanna. Ela, Lucy e Levy conversavam animadamente. Do jeito que elas gesticulavam e riam, teve quase certeza que o assunto era algo bem mais... Feminino, ele diria.

— Ela parece feliz. — Murmurou Mirajane com um bobo sorriso no rosto.

— Ela sempre é. A natureza dela é feliz. — Acrescentou Bickslow enquanto dava os ombros de forma mínima.

Mirajane assentiu fracamente com a cabeça. Abafou um fraco riso com uma das mãos, deixando o seu sorriso um pouco mais... Forçado e triste. Bickslow rapidamente notou aquilo e franziu o cenho confuso. Seria algo que ele tinha feito?

— Ela nem sempre foi assim... Eu e Elfman percebemos que ela realmente se tornou uma pessoa mais feliz após um tempo na guilda. E agora ela parece muito mais com você. — Ajeitou uma mecha sua atrás da orelha. — Laxus me fez confiar mais em você, se é o que está se perguntando.

— Isso não importa agora. O que ela tinha antes? — Balançou a cabeça em negação em forma de reforçar sua fala. Pelo canto do olho, observava Lisanna de soslaio. Memorizava cada sorriso que os seus finos lábios formavam. Como ela poderia ter sido diferente? Era algo tão inimaginável à ele.

— Bem... Digamos que ela carregava muita coisa nas costas. Até porque ela ainda se culpava do que aconteceu com a gente...

Mais um dia calmo na vila. As crianças brincavam animadamente pelas ruas por conta da calmaria que dominava o local. Por ter proximidade à uma floresta, alguns dos animais passivos adentravam o pequeno local em busca de alimento e até mesmo carinho por conta da maioria dos moradores serem bem acolhedores quanto à isso.

Os órfãos Strauss seguiam em direção à pequena feira que conheciam no centro. Mirajane se virou aos irmãos.

— Não precisam vir comigo, vou comprar pouca coisa. — Deu um sorriso e afagou a cabeça dos dois mais novos. — Podem tentar procurar algo a fazer.

Os dois assentiram e cada um correu para uma direção em busca de algo interessante. Mirajane riu baixinho, mas logo retornou ao seu caminho para comprar alguma comida.

"Nossos pais morreram um pouco depois do nascimento da Lisanna. Vivemos sozinhos na casa de madeira mais afastada. Eu e Elfman tivemos que dar nosso jeito para nos sustentar. Tínhamos uma vida tranquila, apesar de não ter amigos ou coisa assim. Até que ocorreu um incidente..."

Lisanna andava distraidamente em busca de crianças para brincar por ter sido negada por algumas garotas. Depois de andar por um tempo, percebeu que não encontraria ninguém. Soltou um pesado suspiro e, ao dar meia-volta, escutou alguns pedidos de socorro. Não parecia ser uma voz humana. Era meio áspera, irritante... Como se batucasse em seus ouvidos. Virou-se nitidamente incomodada e encontrou um corvo no chão. Este aparentava estar com as asas quebradas por não conseguir levantar-se.

— Me ajude! Por favor! — Arregalou os olhos ao ver que era ele quem pedia ajuda. Paralisada, não sabia o que fazer. Corvos falavam? Não, ela tinha certeza que não. Então aquilo não tinha como ser um corvo. — Você não vai me ajudar?

— Eu... Eu não... — Balbuciou trêmula. Não estava conseguindo se mover. Mesmo que parecesse ser inofensivo, se sentia apavorada. — Desculpe... — Disse por fim, conseguindo dar um passo para trás.

"Nunca a culpamos pelo o que aconteceu, sabemos o que o medo faz com as pessoas"

Se antes estava já apavorada, agora estava três vezes mais. O corvo começava a curar as asas sozinho e a levantar-se. Num rápido movimento, ele começava a aumentar de tamanho enquanto uma fumaça preta o escondia. Segundos depois, não era um corvo. Nem um humano. Era uma criatura horrenda.

Mesmo que possuísse traços humanos, não era possível aquilo ser um humano. Seu corpo era revestido por uma espécie de escamas de coloração vermelha com um muco negro cobrindo. O rosto tinha um tecido verde-musgo no lugar de pele. Seu cabelo era preto também e formava um tipo de juba. Sua coluna saia do corpo, formando uma grande cauda. Seu abdômen tinha pelos da mesma cor do rosto. Na cabeça, dois grandes chifres de marfim formavam uma espiral estando ao lado de duas orelhas escuras de gato. Os seus olhos eram amarelos com pupilas pequenas. Medonho, simplesmente medonho.

— Nunca lhe contaram que gentileza gera gentileza? — Perguntou. A voz tinha mudado. Não era mais áspera e fina. Era bem grossa e até mesmo rouca. Viu que a criatura erguia as garras vermelhas que tinha. — Você parece ter um poder mágico saciável...

Poder mágico? Do que aquilo estava falando? Não fazia a mínima idéia, apenas soltou um grito de pavor.

"Por sorte nossa vila era pequena. Quando o corvo ganhou outra forma, eu pude escutar o grito de Lisanna, assim como Elfman"

Viu uma energia negra começar a se formar ao redor das mãos daquele ser. Sentia o seu corpo começar a ficar fraco e fechou os olhos com força, sentindo as lágrimas começarem a cair. Esperando algum tipo de dor, não entendeu o que tinha acontecido. Ao abrir os olhos, seus irmãos estavam na sua frente. Os dois acabaram adquirindo o forte impacto daquela energia negra. O marejar de seus olhos já se transformavam em grossas lágrimas ao ver os dois fracos do chão.

— Está tudo bem, Lisanna... — Disse Mirajane com a voz enfraquecida ao ver a menor se aproximar desesperada dos dois.

— Mira-nee... Seu braço... — Sua respiração estava acelerando. A mais velha desceu o olhar aos seus braços e arregalou os olhos também. Não tinha mais um braço humano. Seu braço agora era idêntico ao daquela criatura. — Elf-nii-chan! — O desespero apenas aumentava ao notar que os chifres e a pele esverdeada estavam tomando conta do corpo do irmão. — O que está acontecendo? — Perguntou-se com um fio de voz, os abraçando com todas as forças.

— Lisanna — Os dois chamaram a atenção da mesma. — Sua cabeça... — Ela sentou-se de joelhos e passou a mão na nuca, sentindo um par de orelhas. Percebeu que também movimentava algo que antes não conhecia. Uma cauda.

— Como...

"Se ela algum dia foi culpada de termos conseguido nosso Take Over, então eu a agradeço. Mas não tem como ter sido ela, já que "matamos" aquele ser com o nosso poder mágico em conjunto. O meu, principalmente. A alma dele foi se dividindo até tornar-se um demônio, uma besta e um simples animal. Viramos magos naquele momento. Mas a magia não era conhecida na vila, então tivemos problemas."

— MONSTROS! — Os três viraram a cabeça e viram que boa parte dos cidadãos estavam os cercando furiosos. Olharam ao redor e perceberam que as construções ao redor deles estavam destruídas, além de uma grande cratera onde estavam caídos.

— N-não... Não é o que estão pensando, nós não... — Lisanna acabou sendo interrompida quando um dos homens aproximou-se com uma estaca de madeira, pronto para matá-la.

Mirajane, em questão de segundos, levantou-se e segurou a estaca com a mão transformada, a quebrando com uma – supostamente – fraca pressão. Elfman também se levantou, formando uma barreira junto da irmã para proteger a mais nova.

— Você não vai tocar nela. Em nenhum de nós. — Ergueu a mão em frente do corpo. Instintivamente, a mesma energia negra que saiu da mão daquela criatura saiu de sua mão. Derrubou todas as pessoas que estavam na frente deles. Elfman pegou Lisanna no colo e os dois correram até a casa deles.

— E então nos trancamos dentro de casa. Eles dos deram uma semana para sair por espontânea vontade. Claro que não saímos. Quando estavam prestes à tacar fogo na casa, fomos salvos pelo Makarov e o Laxus que estavam lá pela missão de nos matar. — Terminou de contar a história.

— Como ela pode se culpar se não tinha nada a ver com isso? — Bickslow franziu a testa. Mirajane apenas deu os ombros.

— Até a Erza chegar na guilda, ela foi bem depressiva. E...

— Bickslow! — Foi interrompida pela voz de Lisanna — Yo, Mira-nee! — Deu um sorriso à irmã mais velha que logo foi retribuindo, mas logo voltou sua atenção ao namorado. — Por que não foi falar comigo? — Perguntou com um beicinho, fingindo estar ofendida.

A Strauss mais nova deu um leve abraço nele, mas ficou surpresa quando ele retribuiu com mais força. Mirajane inventou que tinha de ir lavar alguns copos para deixá-los à sós.

— Lis — A chamou quando se separaram do abraço (Não sem roubar um selinho e fazê-la virar um tomate por causa, claro). — Você ainda se sente culpada do que acha ter feito pra Mira e o Elfman?

— Um pouco. — Em seguida ergueu uma sobrancelha. — Como sabe disso?

— Não importa. — Riu baixinho, retirando dos bolsos uma pequena adaga. — Tome. — Colocou em suas delicadas mãos. — Foi um presente da minha mãe quando eu era mais novo. Me faz se sentir seguro.

— Da sua mãe? Não, não, eu não posso aceitar! Deve ser algo bem especial pra você e...

— Deixa eu terminar de falar. — A interrompeu com um estalar da língua. — Você se sentindo culpada, significa que está com medo que aquilo que se repita. Minha mãe me dizia que temos que matar nossos demônios para deixar de ter medo de algo. Quando estiver com esse medo, segure com força essa adaga — Ajustou a mesma em seu punho e segurou firme. — e diga a si mesma "Dane-se, eu não estou com medo".

— Bickslow... — Soltou um suspiro. Se sentiu forçada a retomar a postura quando viu os olhos dele semicerrados. — Dane-se, eu não estou com medo...

— Assim não! Desse jeito não mata nem um Vulcan. — Ironizou. — Mais segura.

— Dane-se, eu não estou com medo.

— Quase lá...

— Dane-se, eu não estou com medo.

— Vamos Lisa, você faz melhor.

— Dane-se, eu não estou com medo! — Bickslow abriu um sorriso satisfeito. Percebeu que Lisanna tinha soltado um riso também. — Viu? Agora está até rindo. Demônios mortos com sucesso, sinto até a alma deles longe de você. — Riu junto.

— Agora mudando de assunto... Por que foi numa missão classe SS e não me contou?! — Perguntou enquanto contava mentalmente todos os seus ferimentos. Antes que Bickslow pudesse se explicar, foi puxado pelo pulso. — Vamos ver a Wendy agora mesmo!

Acabou rindo de modo inaudível. A infância de Lisanna pode não ter sido a das mais felizes, mas daria o seu máximo para que o resto de sua vida fosse o contrário.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Perfeito ou mais-que-perfeito? *apanha*

Bejin, tchauzin~