A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 27
Pride and Prejudice


Notas iniciais do capítulo

PROMETI E CUMPRI! Dois capítulos no mesmo dia!

Esse capítulo é exatamente antes do baile, o próximo já será lá, então se preparem!!!!!

Beijos e bom capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649048/chapter/27

No capítulo anterior em A Seleção de Arendelle:

 

Astrid voltou a ficar com o Jack, o que causou certo desconforto no começo, mas que logo foi substituído por uma sensação de alívio.

Anna e Lia eram melhores amigas e, pelo visto, ainda são... Ou...

Astrid mente, dizendo que não sabe de nada sobre as pessoas falando do Finch. Mas certas mentiras costumam vir à tona, não é mesmo? Será que essa é uma delas?

E isso foi o que você já viu em A Seleção de Arendelle."

 

 

 

Pov. Jack

 

É possível ouvir a música alta vindo da orquestra lá embaixo.

Posso sentir uma comichão pelo corpo por estar prestes a entrar em um salão cheio de pessoas que sequer conheço. Estou nervoso, mas é isso, temos que agir como o futuro de Arendelle.

Observo os selecionados surtando. Alguns não conseguem fechar as abotoaduras e outros estão decorando falas prontas. 

Certo, se depender de nós, Arendelle está bem ferrada.

Todos sabemos que precisamos agradar o povo e a realeza, que precisamos ser impecáveis, falar baixo, sorrir muito, agradecer, não nos embebedar, nos comportar adequadamente.

Astrid não é a única passando esses tipos de dicas e regras, todas as outras ajudantes fazem o mesmo.

Virá familiares distantes da realeza, pessoas importantes com as quais não podemos ter um contato profundo a não ser que este contato venha a ser requisitado, precisamos ser superficiais com todos, na verdade.

Qualquer contato a mais poderia ser o nosso fim ou a nossa glória.

Mas ninguém aqui quer arriscar.

—Doçura, eu sei me virar. – Escuto um dos selecionados falar para a sua ajudante, uma mulher baixinha de uns trinta e poucos anos, e não consigo me lembrar do nome dele.

—Eu sei, mas precisa seguir essas dicas, tudo bem? Você se sairá ótimo, apenas seja você mesmo, mas sem passar dos limites. – Ela para um pouco de falar e encara-o séria. – Esquece o que eu disse, não seja você mesmo.

Ele ri e ela sorri, pedindo licença e indo buscar algo que não faço ideia do que seja.

Ele tenta arrumar o bolso da calça social, conseguindo finalmente colocá-lo para dentro. Pega-me observando-o e aproxima-se de mim.

—E aí? – Diz, sem me olhar, fica apenas encarando a cortina vermelha gigante que nos separa da escadaria.

Eu meneio com a cabeça, sem muito interesse na conversa.

—Meu nome é Hook. Sou casta 5. – Apresenta-se.

—O meu é Jack. – Jamais falo a minha casta, em parte porque eles já sabem e em parte porque não acho que isso deveria importar.

—Eu sei seu nome, desde o incidente na piscina.

—Claro. - Ninguém jamais vai esquecer esse maldito episódio, não?

—Nervoso? – Pergunta. Quase agradeço em voz alta por ele não tocar mais no assunto da piscina.

—Um pouco. – Admito, olhando-o brevemente.

Ele trava a mandíbula, soltando-a logo em seguida.

—As pessoas costumam ser malvadas por aqui, não é? Os selecionados, quero dizer.

—Por que está falando isso?

—Eu sou um bom observador. E também não sou o mais popular por aqui.

—Realmente, eu quase não o vejo.

—Quem não é visto não é lembrado, é a mais pura verdade.

—Isso não é ruim? – Indago, realmente curioso.

Ele levanta uma sobrancelha.

—Depende.

—O que os dois revolucionários estão cochichando? – Watt aparece do nada, colocando um braço sobre o meu ombro e outro sobre o de Hook. – Quero participar do motim.

—Não fale besteira, Watt. – Hook avisa, olhando para os lados em desconfiança. – Vão pensar que você está falando sério.

—Ah, relaxa, Ganchinho. – Watt tira o braço de cima dos nossos ombros. – Os guardas são gente boa, acredita que algumas famílias do povo estão por aqui? Inclusive algumas dos guardas.

—E a nossa? – Pergunto com uma certa esperança crescendo dentro de mim.

—Desculpa, Jack amigão, parece que as nossas não foram convidadas ainda. – Fala, triste e, ao mesmo tempo, tentando nos consolar.

—Além disso, só foram famílias da casta um, dois e três. E muito bem selecionadas. – Hook completa, com um ar de tédio.

—Verdade. – Watt concorda.

—Como vocês sabem de todas essas informações em primeira mão e eu nunca sei de nada?

Watt aponta o dedo na minha cara, sério.

You know nothing, Jon Snow.

—O quê? – Tiro o dedo dele de perto do meu nariz.

—Nada. – Ele responde, decepcionado. – A verdade é que eu tenho os meus contatinhos. Não estou aqui a passeio.

—Sei. E está aqui para que, então? – Hook sorri.

—Ganchinho, assim você me ofende. – Watt coloca a mão sobre o peito, fingindo ter sido afetado pelo comentário. – Para conquistar a mão da princesa mais linda que já pude colocar os olhos sobre, você sabe disso.

—Corta essa. – Hook sorri.

—Eu realmente estou por fora do que vocês dois estão falando. – Mostro-me presente na conversa. Watt me observa, curioso.

—Você gosta da princesa. – Lança a bomba-relógio, uma granada que voa pelo ar antes de atingir meu peito.

—Todos gostamos. – Defendo-me, da forma mais natural possível.

—Sim, claro. Mas você gosta dela de verdade.— Ele sorri, batendo no meu peito rapidamente. – Sou a favor do romance entre vocês.

—Eu não. – Hook expressa sua opinião e Watt dá as costas para ele, olhando somente para mim.

Seus olhos me perfuram e parecem se divertir com minhas expressões por um momento, mas é só quando ele fica totalmente sério que percebo que algo a mais está acontecendo. Algo ruim.

—Jack, eu nunca estive aqui pela mão da princesa. – Sussurra.

Mal tenho tempo de entender o que ele está dizendo, ele se vira e volta a sorrir naturalmente quando uma voz começa a falar alto no meio de todos nós, pedindo para que nos ordenássemos.

Era isso, o baile iria começar, e eu precisaria deixar todas as minhas dúvidas para trás.

Meu coração está quase saindo pela boca, posso sentir até o gostinho do desespero.

Mas nesse baile, Jack Frost vai se comportar, custe o que custar.

 

 

Pov. Elsa

 

 

Dói. Ouvir o nome dos selecionados e vê-los descer um a um pela escadaria dói.

Não sei dizer o motivo, mas há algum, com certeza.

Meus pelos arrepiam-se assim que o nome de Jack é chamado e ele aparece na escadaria. Todos os olhares sobre ele, as palmas, os cochichos.

Eu não sou burra, sei que o que estão falando, estão dizendo por aí que ele é o meu favorito. Não é.

É o que tem a menor chance entre todos eles, isso sim.

Mesmo assim, me sinto tentada a descer lá embaixo antes mesmo de ser chamada, mas a mão da minha irmã sobre a minha transmite-me paz e eu fico calma como o pousar de um floco de neve sobre a grama.

Reconheço alguns rostos familiares. Meus primos estão aqui. Alguns são pequenos e correm pelo salão, mas até correr eles fazem de maneira comportada. 

Alguns já são crescidos e tomam as bebidas em suas taças de vidro de forma quase divina. A teatralidade sempre foi o verdadeiro dom da nossa família.

E tem a minha prima favorita, não vejo a hora de conversar com ela.

—Elsa? – Anna me chama, fazendo-me sair de meus devaneios e olhá-la nos olhos.

—Oi, Anna. - Respondo.

—Vai dar tudo certo.

—Eu sei. - Concordo, mesmo não sabendo.

—Vai dançar com o Jack? – Ela cutuca meu braço, brincalhona.

—Vai dançar com a Lia? – Devolvo na mesma moeda e ela se cala.

—Elsa, você sabe que não sinto nada por ela, não é? – Diz depois de um ou dois minutos.

—Sei, e você deveria saber que eu também não sinto nada pelo Jack.

—O Rei que me perdoe, Elsa. Mas você sente. Só espero que ele não descubra.

—Fique tranquila, Anna, pretendo seguir com o plano até o final.

—Confio em você, maninha.

—Eu te amo, sabe disso, não é? 

—Tenho uma noção, sim. – Ela sorri, e imagino suas sardas correndo livres pelos campos. – Eu também te amo.

E é assim que encerramos a conversa.

Nossos nomes são anunciados e eu me levanto, dirigindo-me a escadaria.

—Elsa. – Escuto meu pai me chamar antes dos meus pés darem mais um passo em direção ao meu destino.  

—Sim, pai?

Ele segura meu braço, de leve, puxando-me mais para perto, só o seu toque já me causa calafrios, mas nada se compara ao seu sussurro:

—Lembre-se, minha querida. Esconder, não sentir...

Meus olhos se fecham e sinto meu coração disparar, o gosto de ferro na boca.

—Nunca saberão.

*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HEHEHEHEHEHEHEHEHEHEH QUE COMECE O BAILE!

O que vocês acham que pode acontecer nesse baile? (Eu já escrevi o capítulo, mas gostaria de saber o que vocês gostariam de ver nesse baile, DE VERDADE, quem sabe eu não adiciono no capítulo??? Eu quase nunca abro janelas assim para adicionar ideias,mas vou abrir dessa vez então ME FALEM, POR FAVOR, NÃO TENHAM VERGONHA)

AMO VOCÊS! Beijos gelados, meus pimpolhos.