A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 17
The Truth


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu queria me desculpar por estar demorando taaaaaanto para postar, sinceramente isso me mata. Todo dia eu penso na fic, todo dia eu penso em vocês. Eu fui viajar, fiquei oito dias fora e ainda tentei escrever na viagem, mas era praticamente impossível. Cheguei em casa pensando que conseguiria escrever mas surgiu bilhões de provas e aí eu fiquei doente e etc... Enfim, foi bem punk para mim esses dias, mas agora estou eu aqui de volta com um capítulo MARA! E grandinho hein.
QUERO AGRADECER PELAS 12, REPITO 12, RECOMENDAÇÕES MARAVILHOSAS QUE SÓ FIZERAM MEU MUNDO MELHOR!
Vocês são tudo para mim, jamais esqueçam disso.
Beijos gelados e boa leitura.



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No capítulo anterior: 

Jack Frost deu uma tacada de mestre e perguntou no jogo de verdade ou consequência se a Elsa havia beijado alguém da Seleção, ela disse que era verdade e ele estava crente que havia sido o único... Bom, acontece que Jack descobriu que Jamie também beijou a princesa... Ops! 

Teve beijo Lia e Watt. Será que esse casal vai em frente, ou pararam no jogo? 

Hiccup não ama mais a garota que amava, e isso deixou Astrid um pouco triste, certo? 

Falando em Astrid, ela foi parar no hospital no final da brincadeira. É gente, parece que Jogos de Verdade ou Consequência não é para qualquer um!

E isso é o que você já leu, aqui em A Seleção de Arendelle!

 

*** 

 

Eu tenho a impressão de que estou afundando mais e mais e mais a cada passo que dou em sua direção. Não é um sentimento bom e eu nem deveria estar tão preocupado assim, pois faz tão pouco tempo que nos conhecemos.

Eu não sei porquê, mas tenho essa sensação de que preciso protegê-la.

Aproximo-me de sua maca, há tubos ligados a agulhas que penetram suas veias azuis. Nunca percebi que Astrid era tão branca. Nunca percebi que era tão magra, também.

Seu olhar estava vidrado em algum lugar aleatório a sua frente.

—Astrid? – Chamo-a.

—Oi. – Ela continua encarando o nada.

Sento-me na beirada da maca, seu olhar caminha devagar até a minha mão, estendida. Hesita, antes de colocar sua mão sobre a minha.

—O que está acontecendo, A?

Ela engole em seco e tira sua mão da minha.

—Não é nada.

—Você... você não está grávida, está? – Pergunto, porque é a única coisa que me vem à cabeça.

—Não! – Ela praticamente grita. Logo recompõe-se. – Desculpe, eu não quis gritar... droga!

—Tudo bem. Não tem problema.

Sua agitação é notável. Seguro novamente sua mão e ela respira fundo, colocando a cabeça para trás.

—É besteira, eu juro. – Ela está quase chorando. Suas pálpebras apertam-se.

—Acredito em você.

Ela afirma com a cabeça algumas vezes, morde o lábio inferior e olha para cima.

—Eu só não estou aguentando mais, entende? – Uma voz tão frágil, quase quebradiça. Posso imaginar essa mesma voz causando a paz mundial, ou o fim dela.

—O que você não está aguentando?

—Tudo. – A tristeza em sua face é como ver o mundo derreter. Não gosto disso. – Tudo, Jack.

—Você pode conversar comigo, sabe disso. – Insisto. Ela reluta, parece lutar consigo mesma. Seus olhos não param quietos, apesar de ela estar completamente imóvel. Ela respira fundo.

—Jack, a verdade é que eu não como há três dias.

—Três?! – Tento não me exaltar muito. – Por que?

—Não me olhe assim, por favor. Já basta Lia e os médicos.

—Certo. Eu só... eu só quero saber o porquê.

—Para ser amada. – Desdenha. Quase posso vê-la saborear o veneno dessa sentença.

—Amada?

—É, Jack. Não é tão difícil de entender.

—Mas você já é amada.

—Pare, por favor. Eu não quero ouvir isso. Não assim.

—Eu não consigo entender... há algo a mais. – Meus olhos finalmente encontram os dela. – Você continua escondendo as coisas de mim mesmo sabendo que pode confiar.

—É complicado. Você provavelmente não entenderia.

—Tenta. – Digo.

Ela respira fundo, tão fundo que fico imaginando sua caixa torácica se expandindo com tal ato.

—Se descobrirem, eu serei despedida. Ou pior. Já estavam com um pé atrás sobre as criadas serem mulheres. Eles vão me matar, entende?

Fico em pé, de testa franzida.

—O que houve, A?

Por incrível que pareça, ela sorri um sorriso de desdenho.

—Eu me apaixonei.

Suas palavras parecem vidro em quadros negros.

—Então um garoto na história. Eu estava certo quanto a isso.

—Sim, estava.

—E quem ele é?

—Esse é o problema. São dois.

—Não há como se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo, A.

—Jack, eu não consigo falar. Realmente não consigo.

—Você pode tentar. 

—Hiccup. – Ela fala tão baixo que mal a escuto.

—O que?

—Hiccup. – Sua voz sai mais alta. – Nós éramos da mesma casta e namorávamos antes de eu vir trabalhar aqui. Ele terminou porque eu fui embora. Faz sentido, na verdade.

—Você gosta do Hiccup?

—Meus sentimentos estão bem confusos. – Ela não aguenta olhar para mim. Seus cílios imensos não param quietos.

—Astrid. – Falo, devagar. – Quem é a outra pessoa?

Ela inspira todo o ar do local, e, de súbito, sinto-me sufocado. Olha para todos os lugares possíveis e seus olhos repousam-se em mim.

Seu sussurro causa-me arrepios.

—Você, Jack.

 

***

 

Pesquiso em minha mente o que poderia ter feito ela gostar de mim, mas nada me vem à cabeça. Talvez as vezes em que eu me aproximava demais de seu ouvido. Ou talvez as vezes em que eu brincava, dizendo que não tinha porquê ela virar toda vez que eu tirava a roupa. Mas era brincadeira para mim. Eu não fazia a mínima ideia do quanto aquilo a afetava.

Os médicos haviam entrado no quarto e me tiraram de lá para que ela pudesse descansar. Nenhuma palavra foi dita de ambos os lados.

Bulimia e anorexia, foi o que eles disseram. Um transtorno alimentar grave que pode levar à morte. Para que? Para se sentir bonita? Ela já é bonita, por que não consegue acreditar nisso?

Ela não está se vendo quando ri alto, exagerada. Ela não está se vendo quando fala de algo que gosta, com seus olhos brilhando. Se ela pudesse se ver como eu a vejo, saberia quão bonita é.

Os corredores estão vazios, exceto por uma ou duas pessoas que passam com algumas toalhas nas mãos ou lençóis de cama. É uma vida monótona, percebo. Uma vida sem aventura, sem horizontes, sem amor.

Esse castelo consegue gelar almas. Ou talvez as pessoas que frequentem esse castelo que gelam umas às outras.

Está todo mundo errado, descompassado, ao contrário. Está todo mundo perdido.

Minha boca permanece seca e meus lábios quebram-se a cada respirada. A cada fechada de olho, consigo imaginá-la.

Odeio imaginá-la morrendo por dentro.

Eu não sei o que estou fazendo nesse exato momento, descendo os poucos degraus até a grande porta de vidro. Eu sei que é proibido, sei disso, mas faço mesmo assim.

Estamos cercados por todas essas luzes e pessoas que falam demais. Não podemos sair dessa prisão, apenas tentar fingir que é nosso lar.

Coloco a mão no vidro gelado. Há desenhos delicados nas beiradas do vidro, borboletas impressas que se dispersam no frio.

Estou uma bagunça, por isso entenda o que vou fazer agora. Abro a porta de vidro gigante, empurrando-a devagar e sentindo-a ranger.

Tiro o sapato, segurando-os com as pontas dos dedos. Um passo de cada vez, gradativamente afundando meus pés na grama recém cortada de um verde estonteante. Não vou muito longe, fico apenas a três passos da porta.

Não havia grama assim na casta Seis. Não havia grama assim em lugar nenhum.

Fecho os olhos, respirando. Sentindo o cheiro de rosa penetrar minhas narinas de um modo quase mágico. O cheiro de rosas lembra-me Elsa. É uma memória boa, uma memória do seu sorriso discreto, dos seus olhos selvagens. Mas também é doloroso. Me faz querer tê-la só para mim, o que é quase impossível. Ainda há uns quinze na fila.

Pensar em Elsa me faz perder o controle da respiração. Da fala. Dos batimentos cardíacos.

E pensar em Astrid? Me faz sentir algo?

—O que você está fazendo aqui? – Uma voz masculina e rouca assusta-me de tal maneira que cambaleio, assustado demais para olhar para trás.  

Eu sei quem é o dono dessa voz e sei como tudo isso vai acabar.

Hora de encarar o Rei.


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Notas finais do capítulo

EITA. AGORA FERROU.
Viram que eu coloquei tipo um "O que teve no capítulo anterior"? Gostaram? Devo continuar colocando?
E agora gente? Será que tem esperança do nosso Jack continuar nessa Seleção hein? Tá difícil viu meu amigo, se comporte poxa!!!!!!
Bora torcer, façam suas apostas do que vai acontecer!!!! KKKKKKKK
(Sobre os MUITOS comentários que tive no cap anterior: Responderei todos!) Beijos geladosssssss ♥ ♥ ♥