4. Recepção 

Ali, naquela floresta escura, úmida e alguns até diriam assustadora, sem muita esperança, pronto para encarar a morte mais uma vez. Ali naquele fim de mundo eu estava e não queria lembrar-se do que eu estava prestes a fazer. Ali naquela terra molhada pela chuva, estava minha sentença e não haveriam anjos brancos vindos do céu, com aréolas, pálidos e com cachinhos de ouro, para me salvar. Eu não merecia isso, meu lugar era no inferno e ali na mata fechada sem nenhum amigo, meu destino estava entregue, eu morreria por aquela que eu amava, daquele jeito, já estava escrito desde que fui criado, nasci para morrer, para morrer lutando                                                                                                                                                                                                                                                                

 “O destino não era cruel, era mais que justo.”

            “O destino não era cruel, era mais que justo.”, “O destino não era cruel, era mais que justo.” “O destino não era cruel, era mais que justo.”. Seguia com esse pensamento, seguia sem esperança dentre floresta, sem esperança de viver, sem esperança de encontrar Alice, sem esperança.

            O cheiro do sangue que se encontrava na minha camisa branca se espalhava, decidi tira-la. A chuva começou a cair e meus cabelos começaram a ensopar, meu rosto molhava, as gotas de água escorriam lentamente pelo meu rosto enquanto eu corria, dando a impressão que eu chorava, o que – se eu pudesse- certamente faria. De repente percebi que eu não estava mais sozinho, um cheiro de cachorro-molhado entrava pelas minhas narinas, foi só então que eu percebi que estava diante a dois filhos da lua.

            -Por essa você não espera não é mesmo Jasper?- uma voz familiar saiu de dentro de um pequeno manto vermelho vinho.  

            -Vocês têm os seus cachorros de estimação e eu tenho os meus. A diferença que esse é de verdade. – satirizou Aro. Eu tinha chegado ao meu destino, minha morte mais estava próxima do que nunca.

            - O gato comeu sua língua Jasper?- perguntou Chelsea.

            -FALE ALGUMA COISA!- exigiu a mesma voz de antes com intolerância. Eu estava chocado não conseguia falar nada, realmente não esperava um filho da lua, acreditava em morrer, mas não para um filho da lua. - Como queria você que pediu Jasper.

            Uma dor me fez cair ao chão, eu já conhecia aquilo. Aquela voz era Jane, eu me contorcia no chão como um louco eletrocutado. Não me lembro de nada, só lembro-me da dor, da dor que me consumia.

            - Espere Jane!- ordenou Aro.

            A dor passou de repente. Levantei-me devagar, procurei descobrir quem era Alice ali no meio daqueles cinco mantos vermelhos, mas foi uma tentativa mal sucedida.

- Vai falar alguma coisa agora? – perguntou Jane erguendo seu capuz vermelho. Com  sorriso de orelha a orelha estava estampado em sua face.

- Bom, eu não esperava por essa recepção. – respondi.

- O que você queria? Festa de boas vindas? Surpreender-nos? - perguntou Chelsea levantando o capuz da mesma forma que Jane.

- Não, não queria. - respondi.

- Ainda bem, porque com Alice aqui você sabe que não seria possível. - satirizou Jane enquanto Alec levantava seu capuz.  A encarei, ela devolveu um olha malicioso.

- Jane, eu disse não! Tenho uma proposta a fazer a ele. -ordenou Aro novamente.

- Ele não vai aceitar, ele veio para me salvar e não irá se juntar a nós. Está disposto a morrer. - comentou uma voz perfeita e doce. Alice. Ali estava ela levantando seu capuz, deixando seu lindo rosto e seu maravilhoso cabelo aparecerem. Não pensei duas vezes, pulei para cima dela para pegar-la e levar para longe de Chelsea, mas a dor me fez cair e começar e contorcer novamente.

- JANE!- gritou Aro mais uma vez. A dor tinha passado lutei para levantar, mas antes de ficar ereto Aro correu em minha direção e tocou minha mão, rapidamente soltou-a e caiu no chão. Só conseguir ver Chelsea correndo em direção a Aro, antes de eu perder os sentidos.