Eles correram e correram, até que seus pulmões gritassem por ar e que suas pernas começassem a reclamar da corrida. Pararam completamente ofegantes, se apoiando nas árvores.

E não aguentando mais ficarem em pé, deslizaram pesadamente para o chão da floresta.

Ficaram em silêncio por longos minutos, esperando a respiração de cada um se normalizar. Com a respiração já normalizada, continuaram calados, se entreolhavam apavorados.

Tinham que ser resgatados imediatamente, o acontecimento que ocorreu a alguns minutos, não podia ser repetido. Eles não podem ser encontrados pelos os raptores. Tem que ser encontrados por seu pais, ou até mesmo pelos os aurores. Eles só queriam ser resgatados, e ficarem o mais longe o possível daquele lugar e daquelas pessoas. Só queriam voltar com suas vidas normais, mesmo que eles fossem os filhos do eleito e da melhor artilheira de quadribol de todos os tempos.

Eles tinham uma vida normal, seus pais não permitiam que eles saíssem em jornais ou coisa do tipo, mas era inevitável que algumas fotos saíssem no profeta diário. Seus pais criaram uma vida normal para eles, da qual eles estavam sentindo muita falta.

Também sentiam uma imensa falta, dos berros de sua mãe e das risadas do pai, quando eles aprontavam e quase destruíam a casa. É, tinham que admitir, de tudo na vida deles, o que mais sentiam falta, era dos pais. E eles não tinham dúvidas, de que eles também sentiam falta deles nesse momento.

Eles podiam até imaginar, a mãe chorando por todos os cantos da casa e seu pai, mesmo querendo chorar também, se fazia de forte e a consolava, dizendo que os acharia são e salvos. Mesmo sem perceber, os irmãos sorriram tristemente com esse pensamento.

Eles passaram o resto do dia ali, sentados e falando muito pouco. Quando sentiram fome, Lilian se levantou, sem dizer nada, e saiu andando procurando por comida por ali mesmo, e novamente por sorte, Alvo estava sentado junto de James, em uma árvore onde tinha frutos que eles podiam comer. Lilian apontou para as árvores, e os outros três olharam para onde ela apontava, os meninos subiram, e como sempre faziam, subiam em cima da árvore e pegavam o quanto podiam.

Naquele dia não estava fazendo muito frio ou calor, mas mesmo assim, eles resolveram fazer uma fogueira.

Se sentaram ao redor da fogueira tentando se aquecer, os olhos de cada um estavam fixos na fogueira. Eles continuaram a pensar na vida normal que eles tinham antes de tudo isso.

Ficaram longos minutos assim, até que Alvo, Liah e Jay ouviram um soluço vindo de Lilian, os olhos deles foram imediatamente para a pequena, e a viram abraçando as próprias pernas e chorando baixinho. - como ela costumava fazer, desde que tudo começou - James e merliah olharam para Al como se dissessem “vai falar com ela. ” Afinal, era Alvo quem mais entendia a pequena, além do dois serem muito unidos. Alvo suspirou e se aproximou da irmã mais nova, a abraçando pelos os ombros, tentando conforta-la, e perguntou alto o bastante para que seus outros irmãos também ouvissem:

– Lily, o que ouve? Porque está chorando dessa vez?

– O que ouve? Você ainda me pergunta? Nos quase formos pegos hoje Al, isso não é motivo o suficiente para chorar? – Questionou Lilian soluçando e com a voz que demostrava, assim como o seu olhar, raiva.

Al e os outros dois se entreolharam, e em seguida olharam novamente para Lilian, que ainda encarava alvo com raiva, esperando a sua resposta.

– Mas nos escapamos Lilian, não formos pegos. - Suspirou alvo tentando em vão. Consolá-la.

– Mas nós quase formos. Quem garante que eles não vão nos achar de novo? – Questionou Lilian, novamente. Nunca tirando o olhar raivoso da direção do irmão.

– Ninguém garante lis. – Suspirou Liah, desolada, olhando para o chão. – Nós provavelmente vamos ser encontrados de novo.

Lilian olhou para a irmã, e seu olhar mudou de raiva, para um completamente choroso. Se até a sua irmã, que era tão forte - na opinião dela - E tão otimista, está achando que eles vão ser encontrados novamente, então ela tinha certeza que seriam encontrados novamente. Merliah levantou o olhar em direção a ela, e um sorriso maroto, típico de liah, surgiu em seu rosto, e ela disse:

– Mas isso não quer dizer que vamos ser pegos por eles.

– Como sabe disso? – Pronunciou-se James pela a primeira vez, a olhando incrédulo. Ela lhe olhou confiante e disse:

– Por que tenho certeza que nossos pais vão nos encontrar, que vamos sair dessa, e que vamos ter uma vida normal de novo.

– Estava demorando para a gente não ter uma vida normal, vocês têm que admitir. – Disse jay, revirando os olhos.

– Como sabe que vamos ser encontrados por eles? – Perguntou Alvo, ignorando o comentário de James.

– Eu só sei. - disse Merliah, com um sorriso meigo, e completou com um sorriso maroto. – Mas, isso não quer dizer que não podemos nos “divertir” com aqueles idiotas, enquanto papai e mamãe não chegam. Afinal, ninguém meche com os irmãos Potter.

Os outros irmãos olharam para o rosto, sorridente, porém machucado de Liah. E sorrisos iguais, surgiram em seus rostos.

Eles sabiam exatamente, o que a irmã queria dizer com "nos divertir com aqueles idiotas”.