Não, isso não podia ter acontecido!

Percy tinha acabado de beija-la quando á algumas horas atrás tinha terminado com Rachel. De alguma maneira se sentia usada. Em sua cabeça ele só a havia beijado para tentar esquecer sua ex, nada mais que isso.

Esse pensamento á fazia chorar ainda mais. Não, ela não estava se reconhecendo, nunca fora de chorar por um garoto, nem de ficar se lamentando por algo por muito tempo, sempre levantava a cabeça e seguia, porque era forte, porque TINHA que ser forte. Mas desta vez, somente dessa vez ela se permitiu chorar. E chorou até adormecer por entre as cobertas.

X-X

“-Você me usou!

–O que? Do que você ta falando? – Gritou Percy para que pudesse ser escutado, já que a chuva forte ainda caiam sobre eles.

–Você só me beijou para esquecer Rachel! Você me usou!

Ele se manteve calado, não tinha uma resposta para isso. Mas ele sabia de uma coisa: não havia beijado Annabeth por aquele motivo, mas ele não tinha um motivo para ter feito aquilo. Então o que poderia dizer?. Se manteve calado e também foi incapaz de ir atrás delas, quando esta saiu correndo do campinho.”

Essa cena não saia da cabeça de Percy. Porque diabos tinha beijado Annabeth? Desde que a conheceu um tipo de atração surgiu entre eles. De alguma forma, em tão pouco tempo aquela garota de olhos cinzentos se tornou muito importante para ele.

Em algum momento ele ia ao campinho com o intuito de vê-la. Em algum momento o seu bem-estar se tornou importante. Em algum momento ficar sem aquele olhar era insuportável.

Naquele momento ele lembrou de uma lenda chinesa, “Akai ito”, não se lembrava muito bem sobre, mais sabia que era algo sobre uma ligação entre almas gêmeas. Será que Annabeth era sua alma gêmea? Sendo ou não, decidiu que devia um pedido de desculpas a garota, eram 6h da manha, mais ele sabia que ela sempre acordava cedo, então levantou da cama.

Ao chegar em frente ao prédio olhou institivamente para a janela da garota, estava aberta, as cortinas voavam. Subiu e quando bateu na porta a encontrou aberta:

–Annabeth? – Chamou, sem resposta.

–Annabeth? – Chamou mais forte, também sem resposta.

Estava tudo muito calado, sabia que não era certo invadir a casa dela daquela forma, mais agiu por impulso e foi até o quarto da garota.

–Annabeth, você tá ai? – Também sem resposta, mas se lembrava bem de que a janela do quarto estava aberta. Então sua preocupação veio à tona. Ele forçou a porta, finalmente conseguindo abri-la.

O quarto estava uma bagunça, com varias coisas espalhadas pelo chão. Seu coração acelerou, então ele viu a cabeleira loira embaixo de vários lençóis. Se dirigiu até ela:

–Annabeth, você tá... – Mais antes de terminar a frase constatou o que queria saber, não, ela não estava bem.

Ela estava vermelha, e gemia um pouco. Ele depositou a mão sobre a testa da garota, que estava com uma temperatura bem elevada.

–Ah droga... É tudo culpa minha. – Afinal, ela tinha ficado na chuva por sua causa, além de que a janela estava aberta, o que provavelmente, só piorou.

Sacudiu de leve os ombros da garota. E ficou aliviado quando ela abriu os olhos devagar.

–Ah, oi!

–Você está ardendo em febre, acho que você devia tomar um banho. Consegue se levantar?

Com algum esforço e com a ajuda de Percy ela chegou ao banheiro.

–Eu consigo tomar banho Okay?

–Ah sim, claro!

Enquanto ela tomava banho, ele foi ate a cozinha e preparou uma canja rápida, não tinha certeza se tinha ficado com um sabor agradável, mais foi o seu melhor. Quando chegou ao quarto ela já estava de volta à cama.

–Ei, preparei isso. – E estendeu à pequena tigela a garota.

Ela comeu calada. Ele verificou novamente sua temperatura, tinha baixado um pouco, mais não o suficiente. Ela voltou a dormir, e ele ficou ali o dia inteiro. Podia muito bem ligar para Thalia, mais preferiu ele mesmo ficar ao lado dela, o fazia bem.