Somos Iguais escrita por Sweet Girl


Capítulo 2
Briga


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Aqui está mais um capítulo. Espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647367/chapter/2

Agosto, 2013

Alguns meses se passaram desde que cheguei ao colégio novo, mas praticamente nada mudou. Continuo tendo apenas uma amiga: Ally, que por sinal está um pouco distante, meio aérea. Esther continua me perseguindo, ela não tem amigos na turma dela e acaba ficando conosco no intervalo, nem eu, nem Ally gostamos dela, porém a mesma não percebe. Nós temos dois colegas novos: Brenda e Lucas. Brenda é uma garota da nossa sala, meio doida, mas divertida, vive se metendo em confusão, ainda bem que eu e Ally não somos influenciáveis, se não já estaríamos ferradas. Lucas é um garoto que estudou comigo na terceira e quarta série no outro colégio e que por coincidência está na mesma turma que eu. Ele é legal e ficamos bastante tempo juntos, as pessoas até perguntam se somos irmãos ou namorados, mas não somos, apesar de que Ally diz que ele gosta de mim, eu não acredito, por que ele gostaria? De qualquer forma todos eles são apenas colegas, só Ally é realmente minha amiga, demoro muito para confiar nos outros, ainda mais nesse colégio que é tudo diferente, as pessoas aqui são meio agressivas e ainda me assusto com elas, mas nada que eu não me acostume.

— Agora vocês já podem fazer os exercícios da página 129. - fui tirada de meus devaneios pela voz irritante da professora de matemática.

Peguei meu livro na mochila e abri na página que ela havia mandado. Milhões de problemas e contas se revelaram em minha frente e eu não fazia a menor ideia de como resolvê-los, se prestando atenção quando a professora explicava eu já não entendia nada, imagine quando estou mergulhada em pensamentos.

— Ei, Ally! - cutuquei a garota que estava sentada em minha frente.

— Que foi? - perguntou sem se virar.

— Como faz essa macumba aqui?

— Se você não sabe é porque não prestou atenção. - continuou, ainda sem se virar.

— Nossa, obrigada. - disse irônica, me recostando de volta na cadeira.

— É individual, Biah. A professora vai dar ponto depois. - ela explicou, se virando finalmente para mim.

— Não, tudo bem. - respondi emburrada.

— A professora explicou tudo isso, onde você estava?

— No mundo da lua.

— Só pode, espera. - virou para frente. - Professora, pode fazer em dupla? - gritou, encarando a mesma.

— Tanto faz. - ela respondeu e então Ally arrastou sua cadeira para meu lado.

— Pode dupla de três? - Lucas gritou, fazendo todos rirem.

— Não, senhor. - a professora respondeu e ele soltou um murmúrio.

— Sorry, eu sei que você me ama mas vai ter que fazer com o Picolli hoje. - respondi, o olhando.

— Como sempre. - resmungou e comecei a fazer o dever, ou a tentar fazer.

(...)

— Droga, Biah! Eu já disse que não é assim! - Ally reclamou brava, pegando a borracha novamente. Senti meus olhos marejarem, me magoo fácil e já era a terceira vez que ela brigava comigo.

— Desculpe.

— Será que você não me entende? - perguntou alto. - É tão difícil assim?!

— Se é tão fácil porque você não faz ao invés de ficar aí rabiscando meu caderno? - joguei o lápis na mesa, estressada.

— Eu estou aqui te ajudando e você ainda reclama? Ah, vai ser ingrata assim bem longe. - gritou.

— Se não vai ajudar com boa vontade não precisa.

— Ótimo então. - se levantou e arrastou a cadeira para qualquer lugar, fazendo um barulho insuportável.

— Lucas, me ajuda? - perguntei, olhando para trás.

— Claro! - se levantou e colocou a cadeira ao meu lado novamente. Ally me olhou de cara feia e sorri vitoriosa para ela, nós duas sabíamos que Lucas era ótimo em matemática e que eu tiraria uma nota maior que a dela.

(...)

O sinal para o intervalo tocou e rapidamente Ally saiu da sala com Brenda, o que fez surgir uma ponta de ciúme em mim. Desci sozinha, logo hoje Esther tinha que faltar e Lucas decidir ficar com os meninos, droga!

Sentei em um banco qualquer do pátio e fiquei quieta, não tinha ninguém que eu conhecia por perto e estava sem fone de ouvido, então apenas fiquei ali, sentada, paralisada, pensando em toda a minha vida e senti meus olhos marejarem.

Mesmo com a visão turva consegui perceber alguém parado em minha frente. Olhei para cima na tentativa de fazer as lágrimas voltarem para seu devido lugar e em seguida voltei a olhar para a pessoa.

— O que aconteceu, Beatriz? – era Henrique, um colega de Ally que estudava em outra sala.

— Nada. – tentei soar convincente.

— Alguma coisa aconteceu. – ele insistiu.

— Não aconteceu nada. – desviei meu olhar do dele.

— Então por que está sozinha?

— Porque quero ficar sozinha.

— Você nunca quer ficar sozinha, vou buscar a Ally. – começou a se afastar.

— Não, Henrique! – gritei.

— Vou sim! – continuou se afastando.

Minutos depois ele voltou com Ally emburrada.

— O que aconteceu, Ally? – ele repetiu a mesma pergunta que havia me feito antes.

— Não sei.

— Sabe sim, por que ela está assim?

— Não sei.

— Por que, Ally? – repetiu bravo.

— Eu não sei, caramba!

— Tudo bem, independente do que seja eu sei que é porque vocês brigaram. Qual foi o motivo da briga? – encarou nós duas.

— Culpa da Ally. – respondi.

— Não, culpa da Beatriz! – ela exclamou.

— Não vão me dizer o motivo?

— Ela que está estranha. – acusei.

— Não, ela que está estranha!

— Ok, assim fica difícil. Vão deixar uma briga boba estragar a amizade de vocês? – perguntou e ficamos quietas. — Há quanto tempo são amigas? – Ally me olhou.

— Quase um ano. – ela respondeu.

— E vão deixar uma briguinha boba acabar com uma amizade de um ano? – continuei quieta. — É isso que vocês querem?

— Não... – sussurramos uníssonas.

— Então vamos acabar com isso, levanta daí Biah! – exclamou e me levantei desanimada. — Se abracem, vamos, voltem a ser como antes! – Ally me abraçou e demorei um pouco para retribuir, Henrique sorriu.

— Me desculpa. – a morena sussurrou em meu ouvido. Assenti e nos soltamos.

— Isso, é assim que quero vocês! – Henrique exclamou feliz.

— Obrigada. – eu disse para ele, o mesmo assentiu. O sinal tocou novamente e subimos com nossos braços entrelaçados. Aquela foi a primeira de muitas brigas por motivos imbecis


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro me avisem, por favor, não deu tempo de revisar. Até o próximo, amores!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somos Iguais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.