Somos Iguais escrita por Sweet Girl


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais uma história minha no site, espero que gostem!



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Fevereiro, 2013

P. O.V Beatriz

Ansiedade é a palavra que me define. Estou ansiosa porque hoje é meu primeiro dia de aula na escola nova, surto só de pensar em como vai ser: escola nova, professores novos, ritmo novo, turma nova... O pior de tudo é a última coisa, a turma, como ela deve ser? Espero que legal, sou péssima em fazer amizades.

— Beatriz, anda, está atrasada! – Minha mãe gritou, passando pela porta de meu quarto enquanto empurrava minha irmã mais nova, Maria, de oito anos.

— Eu já vou, mãe, só estou terminando de pentear meu cabelo. – Respondi, escovando meus cabelos apressadamente.

Terminei de pentear meus longos cabelos castanhos e peguei minha mochila, indo para sala em busca de mamãe.

— Vamos, o ônibus já deve estar quase passando. – Mamãe disse, afobada.

Saímos de casa e ficamos paradas na esquina, esperando que o transporte passasse. Poucos minutos depois, o ônibus parou em nossa frente e eu e Maria entramos, procurando uma cadeira vazia para sentarmos.

— Olha! – Maria exclamou quando nos sentamos, apontando para a janela. Acenei para nossa mãe, que dava um tchau mudo para nós e em seguida o motorista deu partida.

Os minutos passaram devagar, tentei ouvir música, mas Maria não parava de falar por um segundo sequer, pelo visto alguém estava mais animada que eu para o primeiro dia de aula, claro, ela não mudaria de escola. Desisti de ouvir minha música e passei a prestar atenção na janela enquanto a garota ao meu lado falava, a escola não era tão longe assim, por que demorava tanto?

Depois de uns dez minutos o ônibus finalmente parou, estava feliz por me livrar da falação de Maria, porém ao mesmo tempo estava nervosa, agora eu enfrentaria o lugar novo.

— Vamos menina, eu não tenho o dia todo. – O motorista do transporte reclamou e desci do ônibus resmungando, quem aquele velho pensa que é para falar comigo desse jeito?

Entrei no pátio da escola e fiquei em um canto observando as pessoas que já estavam ali. Eles se dividiam em grupinhos, não tinha quase ninguém sozinho, deviam estudar juntos há muito tempo, o que me deixou mais nervosa ainda.

A maioria ouvia funk no alto falante, ou então com um fone em um volume alto demais que permitia que eu ouvisse de onde estava, pelo visto aqui não é um bom lugar para uma patricinha mandona como eu.

— O que você faz aqui? – Perguntou uma garota que eu conhecia de vista, Esther.

— Não sei... Fazendo compras, talvez? – Respondi irônica, nunca gostei dela.

— Nossa! Você não conhece ninguém aqui?

— Acha que se eu conhecesse alguém estaria sozinha?

— Você é mais ignorante do que eu imaginava.

— Vou levar isso como um elogio. – Disse, com um sorriso cínico.

— Argh! Vou ficar aqui com você.

— Pelo visto alguém não tem desconfiômetro. – Resmunguei.

O sinal bateu e subimos para nossas salas, eu não sabia exatamente aonde era a minha, mas por sorte não era a mesma que de Esther.

Ao que parece subi muito devagar, a professora já estava na sala quando cheguei e tinha alguns alunos também.

— Aluna nova? – A professora perguntou e assenti. — Como se chama?

— Beatriz.

— Sou Janice, professora de História, pode sentar-se. – Assenti novamente e me sentei em um lugar qualquer, por que escolheria direito se não conhecia ninguém?

A aula começou e a professora pediu para escrevermos sobre os últimos anos de nossas vidas. Nos meus não tinha acontecido nada demais, mas eu precisava escrever algo, então pensei um pouco e escrevi sobre a morte dos meus avôs, que não era um assunto muito legal.

Pouco antes do fim da aula, a professora recolheu nossos textos e disse que podíamos conversar, o que fez um grande barulho atingir a sala. Abaixei a cabeça e fiquei quieta, olhando as pessoas a minha volta. Percebi uma garota sentada na fileira ao lado, ela também estava sozinha. Levantei a cabeça e me virei para ela.

— Ei! Qual é o seu nome? – Perguntei sorrindo.

— Ally, e o seu? – Ela respondeu, parecendo tímida.

— Beatriz. É aluna nova também?

— Mais ou menos, eu estudava aqui à tarde.

— Ah sim, e quantos anos tem?

— Doze, e você?

— Também... Já tem algum amigo aqui?

— Ainda não, não sou boa em fazer amigos novos.

— Então acabou de fazer uma! – Ela sorriu e senti que deveria fazê-la sorrir mais vezes, mal sabia que naquele momento começaria uma amizade para a vida toda e que com ela viria grandes problemas.


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