Pov's Sherazade

Eu estava saindo de casa para o trabalho, eram quase sete da manhã. Mosca viria comigo, sua escola era no caminho da Binyapi.

Eu ainda estava em dúvida sobre aceitar ou não a proposta de Onur. Talvez o melhor a se fazer era dizer que sim, eu nunca teria dinheiro o suficiente para pagar o tratamento do Duda. Me encontrava em um beco sem saída.

– Mãe... – chamou Mosca.

– Diga, filho. – respondo.

– Como você vai fazer para pagar o tratamento do meu irmão?

Ao ouvir meu filho falar aquilo, engoli em seco. Nem eu mesma sabia como conseguiria o dinheiro... Ou sabia.

– Eu não posso lhe falar nada agora. Mas eu garanto, vai ficar tudo bem.

Dou um leve beijo em sua testa e o deixo na escola. Sigo para meu trabalho, evitando ao máximo pensar em meu chefe. Onur, antes me parecia confiável, hoje não consigo sentir isso ao olhar para aqueles olhos azuis cor do mar. Acho que só consigo sentir nojo.

Como em um piscar de olhos, eu me encontro em frente à empresa. Respiro fundo e entro. Faço uma nota mental, lembrando-me que deveria visitar Duda no hospital mais tarde.

Pov's Onur

Eu já estava com a cabeça cheia! Firdevs tinha acabado de me ligar, dizendo que Mili tinha tido um mal estar e não pôde ir à aula. Mais uma vez, uma de minhas filhas me enchendo de preocupação. Não aguento mais isso. E, somente para piorar meu dia, um dos documentos que eu precisava para terminar um projeto não tinha chegado em minhas mãos. Ligo rapidamente para Nurhayati, minha secretária, para que ela me entregasse aquele documento.

Mas quando a porta abriu-se, não era ela. Era Sherazade. E ao me entregar o documento, nossas mãos se encostaram. Mãos com textura de pêssego, que eu não queria mais soltar.