Black Angel escrita por summer


Capítulo 25
Amor e Fúria


Notas iniciais do capítulo

Alguém entendeu a referência no título?
Boa leitura ♡



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O barulho alto da porta sendo aberta me fez acordar. Dick apertou os braços em mim e eu abri os olhos. Puxei o lençol para mim, na tentativa de cobrir meu corpo, que estava coberto apenas por uma camisa dele.

– Dick, eu... - Barbara colocou a cabeça dentro do quarto - Ah! Desculpa! - Ela cobriu os olhos com a mão - Eu não sabia que estavam juntos, foi mal! - Ela saiu e bateu a porta

Não me mexi nem por um segundo. Estava constrangida e com raiva.

– Lis, sinto muito por isso...

– Ela pode entrar no seu quarto do nada? Sem bater, sem pedir licença? - Afastei-me de seu abraço

– Sim... Não... É que... - Ele se enrolou

Saí da cama na direção do banheiro, arrastando o lençol comigo. Eu não queria mais que ele me visse usando uma camisa sua. Eles já haviam tido um romance, todo mundo sabia disso. E ela podia entrar em seu quarto a qualquer momento que desejasse. Além de que passavam a maior parte do tempo dividindo o mesmo teto.

– Ei! - Ele se levantou, correndo atrás de mim

Deixei ele me alcançar no banheiro, onde ele pegou meu braço e me fez encará-lo.

– Ei, ei, ei, ei, ei...– Ele repetiu numa velocidade incrível - Barbara e eu convivemos juntos desde crianças. Já tivemos um romance, sim, e você sabe disso. Mas ficou no passado. Ela é uma amiga agora, ok?

– Eu sei... - Puxei meu braço sutilmente e virei para o espelho

Dick me abraçou por trás, olhando para o meu reflexo no seu espelho. Poderíamos virar uma bela fotografia.

– Tenho uma namorada ciumenta agora. E tô louco por ela.– Ele sussurrou no meu ouvido, com um sorriso nos lábios.

– Não tenho ciúme. - Resmunguei e ele gargalhou

Saí de casa logo que a noite caiu. As ruas estavam vazias, como estiveram durante toda aquela semana. Esperei por qualquer sinal, qualquer pedido de ajuda, mas tudo o que ouvi, foi o barulho de uma moto, estacionando em frente ao meu prédio, observei do terraço enquanto alguém estacionava a moto. Demorou apenas alguns segundos para que um grupo de homens saíssem da viela do outro lado da rua. Comecei a descer do prédio, pulando de janela em janela, até chegar no chão. Cheguei à tempo de ouvir a súplica do rapaz.

– Por favor... Eu tive um problema com a moto, não consegui chegar antes... - Ralf pediu, com a voz trêmula.

Três homens se aproximavam dele, com armas e pedaços de ferro nas mãos.

– Ei! - Gritei, atraindo a atenção deles - O que uma garota precisa fazer para ganhar um pouco de atenção aqui?

Os três começaram a caminhar em minha direção. Ralf ficou paralisado onde estava e tive vontade de mandá-lo correr, mas eu sabia que a bala do revólver do bandido seria mais veloz.

Os três correram para mim. Um deles, o de gorro roxo, tinha um pé de cabra nas mãos. De repente, havia mais alguém ao meu lado, Asa Noturna pulou como uma sombra. Uma sombra que lutava muito bem. Agarrei o homem mais gordo pelo agasalho laranja e acertei um soco em seu rosto. Senti sua barba rala nos meus dedos fechados mais duas vezes antes de acertar mais um soco em sua barriga enorme. Eu o vi perder o ar. Asa Noturna lutava com o homem armado e vi o homem com o pé de cabra se aproximar por trás. Tive o impulso de correr para impedi-lo, mas Asa Noturna conseguiu sozinho: estava lutando com os dois simultaneamente. Quando o homem do pé de cabra caiu, peguei sua arma.

– Pode me emprestar seu pé de cabra? - Puxei de sua mão

Ele estava sem forças para impedir. Por outro lado, o gordo de laranja havia unido forças para recomeçar. Ele correu para mim ao mesmo tempo que nos fazia ouvir seu grito de guerra. Atrapalhei sua corrida quando acertei o pé de cabra em sua barriga. Ele caiu. E duvidei que se levantaria tão rápido.

O som da pancada fez Asa Noturna me encarar, o que deu um segundo de vantagem para o homem armado, que, mesmo no chão, disparou sua arma.

Numa rua tão deserta, o som do disparo ecoou. Em seguida, o grito oco de Ralf, e depois, o som do seu corpo caindo no asfalto. Corri até Ralf e vi o sangue se espalhando por sua camiseta. Ouvi um mais um soco e um grunhido de dor, que não importavam mais. Me ajoelhei ao lado de Ralf e vi as gotas de suor brotando em sua testa. Suas sobrancelhas estavam unidas, mostrando a agonia.

– Eu... - Ele agonizou

– Shh... - Peguei sua mão - Está tudo bem. - Passei minha mão por sua testa gelada

Asa Noturna se ajoelhou ao meu lado.

– O tiro não acertou nenhuma área vital. Ele vai sobreviver. Se parar de perder sangue. - Asa Noturna se levantou com Ralf nos braços

Corri para dentro do prédio, ouvindo seus passos me seguirem. Empurrei a primeira porta que vi, no térreo. Casa da senhora Selene, uma doceira humilde, que morava com o marido aposentado. O marido, Victor, estava na sala, e se assustou ao me ver entrar em sua casa. Ignorei sua expressão de pavor e Asa Noturna fez o mesmo, colocando Ralf deitado no sofá.

Selene correu para a sala, com o barulho. Ela usava um bonito lenço amarelo na cabeça, que combinava com a sua pele negra, e um avental sujo de chocolate.

– Oh! - Ela exclamou ao ver dois mascarados em sua sala de estar - Oh! - Ela exclamou ao ver Ralf - O filho do Jack! Corra, meu bem, chame o Jack! - Ela pediu ao marido

Victor já estava em pé e correu porta à fora.

– Ele precisa de ajuda urgente. - Asa Noturna alertou

– Minha tia avó foi enfermeira de guerra. Eu sei como cuidar disso, meu filho. O velho Jack vai se assustar ao ver vocês aqui, vão embora. - Ela se aproximou de nós

Selene pegou a mão de Asa Noturna e depois a minha, juntando nossas mãos. Ela levou sua cabeça até nossas mãos unidas.

– Obrigada. - Ela nos olhou, de um para o outro, e nos soltou.

Asa Noturna saiu da casa e eu fiz o mesmo. Enquanto ele correu para fora do prédio, corri para as escadas. Alguns minutos depois, eu estava de pijama, descendo as escadas.

A casa de Selene estava aberta. Além de Victor e Jack, também estava Sofia, a vizinha tímida e ruiva, secretamente apaixonada por Ralf.

– Alicia! - Selene foi a primeira a me ver - Ajude aqui, sim? - Ela apontou com a cabeça para uma vasilha de água morna

Jack e Sofia foram para a casa de Jack, arrumar as coisas para Ralf repousar. Victor olhava tudo atentamente, mas sem dizer nada. Eu molhava uma toalhinha branca na água e passava na testa de Ralf, tentando cuidar de sua febre, enquanto Selene dava os últimos pontos no local de onde havia removido a bala. Ralf estava trêmulo e dava gemidos baixos de vez em quando.

– Está tudo bem, Ralf, já estamos acabando. Vamos, converse comigo. - Pedi

– Alicia... - Ele sussurrou com a voz fraca

– Sim, sou eu.

– Elevador...– Ele abriu um sorriso doloroso

– Sim, no elevador. - Abri um sorriso

– Muito bem. Acabei. - Selene se levantou

Jack e Sofia entraram mais uma vez.

– Trouxe remédio para dor. - Sofia os entregou a Selene

– Você vai ficar novinho em folha com essas belas moças cuidando de você, garoto. - Victor comentou com entusiasmo - Mas essa aqui é minha, hein! - Ele puxou Selene para um beijo na testa

– Oh, Victor! - Ela riu

Olhei para o casal de senhores, tão apaixonados e envolvidos, mesmo depois de tantos anos. Dei um sorriso, isso só podia ser amor.


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Notas finais do capítulo

Gente, Uma História de Amor e Fúria é o melhor filme brasileiro que eu já assisti! Assistam e comentem! ♡



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