Chasing For The Sun escrita por lontra


Capítulo 8
What You Wanted




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Não é a primeira vez que como comida francesa, na realidade eu não sei pronunciar o nome de nenhuma delas.

A melhor ideia que Scott teve na sua vida foi irmos para essa padaria quando chegássemos a Paris, que felizmente é uma das padarias mais famosas pelos seus croissants . Eu não sei dizer o que é mais bonito: o meu croissant ou a visão de Charlotte comendo um croissant .

"Para onde vamos?" Eddie questionou enquanto colocava açúcar em seu café.

"Louvre Rivoli , perto do rio Sena , casa vermelha, número vinte e sete." Mordi meus lábios.

Eu não sabia exatamente como eu tinha essas informações, eu simplesmente... As tinha. Dei de ombros, acho que não preciso me preocupar com isso já que de alguma forma está nos ajudando e sinceramente, tudo com o que eu me importo no momento é comer.

"Vamos montar um acampamento mais tarde, eu acho..." Wendy olhava preocupada para Tobias enquanto falava.

As coisas não tem sido muito boas depois do infeliz incidente no avião, as pessoas (principalmente Louis) costumam olhar preocupados para o filho de Apolo - com medo que ele a qualquer momento se jogue no chão e comece a tremer - mas particularmente, acho que ele vai ficar bem.

"Você acha que ele está envenenado?" Jake sussurrou em meu ouvido.

"Quem?" Indaguei, o garoto levantou uma das sobrancelhas "Ah... Acho que não, ou ele já teria..." Mordi meu croissant para que não fosse necessário terminar a frase.

"Você não acha isso estranho? Um garoto como ele tentar se matar?"

Olhei para Tobias, ele ria freneticamente, provavelmente de uma piada muito engraçada.

"Bom... Eu não sei".

Acho que entendi o que ele queria dizer, mas eu não queria ter entendido. Simplesmente me recuso que essa seja a realidade.

"Talvez ele não estivesse tentando se matar..." Ele disse as próximas palavras tão baixo, que quase não consegui escutar "... Talvez ele estivesse tentando não nos matar".

...

Depois que Charlotte pagou nossa conta (já que ela possui a incrível capacidade de não se distrair com carrinhos de sorvete e lojas de souvenirs, ficou responsável pelo dinheiro da missão) fomos até uma praça. Eu adoraria dizer do fundo do meu coração que nós não estamos perdidos, que sabemos exatamente onde precisamos ir e porquê precisamos ir até lá, mas isso não seria a realidade.

A pergunta é: "Por que fomos até uma praça?" Bom, porque nas praças é possível para pedir informações para as pessoas.

Fitei nosso grupo sentando-se em uma mesa de piquenique, à frente de uma barraquinha com a placa que estava escrita em meu idioma (provavelmente para chamar turistas): "Compre Tudo Por Um Euro", embora tivesse coisas que custasse três euros.

"Muito bem, quem teve a ideia brilhante de não comprar um mapa no aeroporto quando eu pedi?" Ouvi Charlotte murmurando enquanto me sentava.

Todos encararam Jake, dedurando - o.

"Bom, você me pediu mas eu não tinha dinheiro e aí não comprei nada!" Justificou ele nos seus prováveis últimos segundos de vida.

"Era só você ter pedido para mim, achei que estivesse bem claro, seu..." Charlotte foi interrompida.

"Antes de alguém ser mutilado, defenestrado ou assassinado, podíamos comprar um mapa de um euro!" Propôs Wendy sorrindo.

Olhei ao meu redor, eu podia sentir que estávamos mais próximos do nosso destino do que pensávamos.

"Não vai ser necessário." Apontei na direção de um casarão vermelho próximo do local que nos encontramos.

"Então... Vamos para lá!" Scott levantou - se rapidamente, fazendo com que os outros também se levantassem.

Enquanto caminhávamos em direção a residencia, não pude deixar de notar que tudo é realmente muito bonito por aqui. É um lugar em que eu não hesitaria para vir com a família , se eu tivesse uma.

Conforme íamos nos aproximando do nosso destino, várias perguntas se passavam em minha cabeça; "Por que essa casa?", "Por que Paris?" e a mais importante de todas; "O que ela tem a ver com o desaparecimento de Apolo?".

Quando chegamos pude analisar a residência: a tinta vermelha de suas paredes desbotava, o chão estava coberto de folhas caídas e um cachorro preso latia freneticamente anunciando nossa chegada.

– Vocês tem certeza que é aqui? - Louis questionou com a voz rouca, olhei para ele e só agora percebi o quanto estava pálido.

– Sim, tenho. - Assenti - Você está bem, cara?

O francês levou o olhar para o chão, como se a calçada de repente tivesse se tornado a coisa mais interessante do mundo. Louis parecia não gostar nem um pouco da situação, parecia até mesmo estar com... medo.

"Aqui era minha casa." Afirmou, como se fosse a pior coisa do mundo.

Quando tirou os olhos do chão e voltou a me encarar, pude perceber pelo seu olhar que - seja lá o que aconteceu em seu passado - ele tinha se esforçado para esquece-lo, e agora suas memórias voltaram para tortura-lo, como se tivéssemos o levado para um beco sem saída.

– Acho que somente duas pessoas devem entrar lá. - Tobias sugeriu, quebrando o silêncio.

Talvez Tobias soubesse o que aconteceu com Louis, mas creio que ele só sabia que era algo ruim. O francês não gosta de expôr suas fraquezas.

"Eu entro." Louis se ofereceu, mordendo o lábio.

"Você não precisa fazer isso..." Wendy o encarou preocupada.

"Está tudo bem. Je vais bien . " E embora eu não soubesse o que essa expressão francesa significasse, Wendy sorriu.

"Você pode ir com ele? " Ela sussurrou em meu ouvido e assenti de maneira discreta.

"Bom, eu vou então..." Me ofereci, batendo a mão no peito "Afinal fui eu quem trouxe vocês até aqui."

"Então... Vamos!" Louis esboçou um pequeno sorriso.

Ele esticou seu braço para abrir o portão (felizmente destrancado) e entramos, paramos em frente a porta. Olhei para ele, parecia que já esperava por esse dia faz anos e enquanto suspirava abriu a porta.

A casa estava com as luzes apagadas e silenciosa, pratos e mais outros utensílios de vidro estavam no chão , partidos, havia brinquedos espalhados pelo chão.

Avistei um quadro com uma moça loira sorridente segurando duas crianças também loiras. Eu sabia que Louis era loiro quando criança, mas não sabia quem era a outra criança da foto, provavelmente um primo.

–Acho que não tem ninguém né? A gente já pode ir embora e sei lá, comer uns croasses – Murmurei desconfortável com a situação.

Croissants . - Louis corrigiu-me com seu sotaque francês - Não croasses, afinal o que seria um croasse?

Dei de ombros.

– Talvez um: "vamos dar o fora daqui?"– Sugeri, mas minha ideia não foi bem recebida já que recebi em troca um sinal com o indicador pedindo silêncio.

Passos. Alguém descia na escada.

" Il y a quelqu'un ici ? " Uma voz feminina disse, mas ainda não era possível identificar de quem ela pertencia "Tem alguém aqui?"

Uma mulher loira.

Uma mulher loira apareceu em meu campo de visão, seus olhos eram iguais aos de Louis.

" Mère !? " Louis indagou, encarando-a "Mãe?"


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