I Found Love escrita por AnnieSmith


Capítulo 5
Capítulo 4




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         Faz hoje exatamente uma semana que aconteceu a visita do diretor Fury e a agente Hills. Durante estes sete dias o assunto que mais percorria pela minha mente era sobre o meu tio William, tinha receio que me contacta-se, não parecia o mesmo homem que eu conheci no meu tempo de infância, mas tinha chegado a uma conclusão, precisava de descobrir quem era esta nova pessoa que ele se tinha tornado, mesmo estando apavorada. Estive atenta a qualquer tipo de tentativa de aproximação deste, mas não aconteceu nada, provavelmente a certeza que o diretor Fury tinha em ele me contactar estava errada.

         Pousei o prato que estava a lavar e caminhei para uma das janelas da cozinha para ver como estava o tempo hoje. Para além de ter passado a semana a tentar tirar conclusões sobre o assunto, também consegui adiantar o meu trabalho de arte moderna, mesmo que a universidade tivesse fechada os alunos ainda o teriam de fazer, pois era uma parte importante da nota final de semestre.

         Hoje seria a primeira vez após sete dias que saia do apartamento, estava a forçar-me a isso, mesmo tendo receio mas não se pode viver com medo e o ser humano precisa de se alimentar, ou seja, tinha de ir ao supermercado. Dirigi-me para o meu quarto, preparei-me e sai do meu apartamento.

         Quando me encontrava a caminhar para a loja pude reparar que iria demorar para tudo voltar ao “normal” na cidade, havia várias pessoas a circular e diferentes tipos de carros a percorrer os seus trajetos, mas era numa quantidade menor que o costume. As pessoas ainda estavam apavoradas pelo acontecimento ocorrido há duas semanas, até eu mesma estava. Pelo menos as obras estavam a progredir o que permitia entrar em outros locais da cidade. Ao chegar ao supermercado fiz umas compras rápidas, suficientes para uma semana, paguei e regressei ao meu apartamento, de forma lenta, aproveitando os raios solares e o vento primaveril que percorria as ruas.

         Sai do elevador e entrei no corredor do andar quatro e caminhei para porta número vinte e oito, que era a minha, mas fui surpreendida por um homem que estava encostado perto da porta da minha entrada. Era alto, moreno, musculoso, vestia um fato preto com camisa branca e uma gravata da cor do fato. Antes de poder perguntar alguma coisa este fala:

         – Boa tarde senhorita Smith, sou o agente Carter, venho-lhe entregar um envelope a pedido do diretor Fury.

         – Obrigada agente Carter – agradeci – está aqui há muito tempo? – perguntei.

         – Não senhorita – respondeu – sabíamos que tinha saído, estou aqui à menos de 5 minutos. Preciso de ir, continuação de um bom dia – disse e dirigiu-se ao elevador do prédio.

         – Igualmente – desejei.

         Pousei as compras no chão e olhei para o grande envelope que tinha nas mãos, desconfiava do que se tratava. Peguei na chave do apartamento, rodei-a e pousei o envelope no sofá e foi buscar as compras que estavam no lado de fora deixando-as em cima da mesa. Voltei ao sofá e olhei novamente para o envelope, estava nervosa sobre o que poderia ser o seu conteúdo, provavelmente eram as cartas e as fotografias encontradas na antiga casa do meu tio. Peguei no envelope, mas voltei a pousá-lo de seguida, precisava de estar confortável para o abrir.
         Levantei-me e arrumei as compras nos devidos lugares e aqueci água para fazer um pouco de chá. Enquanto esta aquecia, tirei as calças e a blusa que vestia, descalcei-me e vesti um moletom cinza e prendi o meu cabelo. Voltei novamente à cozinha, coloquei a saqueta do chá na água a ferver peguei no leite e dissolvi-o no chá com uma pequena colher de açúcar.

         Voltei à sala, sentei-me no sofá, bebi um gole do meu chá e agora sim estava preparada para abrir o envelope. Fi-lo e encontrei várias fotos minhas, desde os meus primeiros meses até aos 18 anos, sempre com um sorriso largo, algumas estava sozinha ou acompanhada pelo meu tio, outras estava só eu e a minha mãe, não entendia o porque de guardar fotos minhas com a minha mãe já que eram cunhados. Na parte de trás de cada fotografia tinha a respetiva data, mas o mais surpreendente é como o meu tio conseguiu algumas daquelas fotos principalmente as da minha juventude, pois era raro conviver com ele naquela época e muitas delas eu não estava a olhar diretamente para a camara.

         Peguei em uma fotografia com a data de 15 de novembro de 2017, estava a olhar para o meu lado esquerdo e parecia estar a falar com alguém, nas minhas costas estavam vários estudantes e parecia que estava dentro de um edifício, era uma fotografia tirada a mim no dia que a minha escola fez uma visita a um dos museus em Londres. Larguei a foto e olhei-a assustada, ele seguia-me, ele passou anos a fazê-lo.

         Deixei as fotografias de lado, estava bastante assustada, as minhas mãos tremiam. Peguei então nas duas cartas que vinham também no envelope, ambas direcionadas a mim. Respirei fundo e abri a primeira.

                                                                                                                                                                                   24 de agosto de 2004

“Querida Grace,

Cada dia sonho mais em contar toda a verdade e pergunto-me como você e a nossa família reagiria. Com certeza seria um choque para todos.
         Porém ainda não estás pronta para uma descoberta como esta, você com os seus cinco anos é a criança mais maravilhosa que conheci, ilumina tudo ao seu redor. Adoro quando me pedes para brincar ou para contar uma história, porém um dia terei de partir, para o seu bem e pela sua segurança. Não podem descobrir que és importante para mim. Mas um dia voltaremos a nos encontrar aí sim, estaremos juntos, da maneira certa.
         Coisas grandes estão a sua espera, juntos podemos alcançar o mundo e quando este se tornar pequeno para nós iremos conquistar as estrelas.

Com amor,
         Tio William”

Olhei chocada para as palavras que estavam escritas no papel que segurava nas minhas mãos, lágrimas corriam pela minha face e a minha mente não conseguia pensar, era muito que digerir. Ainda faltava uma carta que tinha a datação de 9 de abril de 2009, mas não tive coragem para a ler no momento. Porém havia outro papel dentro do envelope, uma folha dobrada em dois e em uma das faces constava o nome Nick Fury. Desdobrei o papel e li o que parecia uma carta do diretor.

                                                                  17 de março de 2020

“Senhorita Grace,

Entrego-lhe as devidas cartas e fotografias remetentes a si. Após uma cuidadosa observação pela nossa parte, concluímos que não oferecem nenhum perigo ou interesse para a S.H.I.E.L.D e que não são nenhuma tentativa de aproximação da parte do seu tio.
         Contudo espero que tire algumas conclusões depois a leitura das cartas. Não é de todo incutir-lhe receio, mas devemos alertá-la que pode correr perigo. A Hidra é um risco para toda a população mundial, principalmente o projeto desta em querer recriar o soro do super soldado e a S.H.I.E.L.D tenta a todo o custo acabar com esta ameaça.
         A senhorita é a chave para tudo isto e a ajuda que precisámos para por o ponto final, pois o seu relacionamento e a importância que o seu tio tem por si pode levar a nossa organização a caminhos que teríamos de usar a força e envolver pessoas inocentes. Por isso, tenho uma proposta para si. É do meu total interesse deixar claro que a sua proteção estará sempre como prioridade e nada do que lhe for pedido será para além das suas capacidades, simplesmente pedimos para usar as informações que tem disponível. Neste envelope segue também uma passagem aérea para o seu país de origem com duração de 3 dias. O meu pedido é que tente descobrir, pela sua família ou documentos que se encontrem na casa desta, sobre o seu tio.
         Isto é uma proposta poderá obviamente recusar. Porém, se o fizer, terá de ser a organização a realizar e não pretendemos que mais pessoas inocentes (como a sua família) tenham conhecimento sobre assunto que poderá pô-los em perigo. Caso aceite a minha proposta envie uma mensagem para o número que se segue no final desta carta.
         Senhorita Smith perdoe-me pelo pouco tempo que lhe ofereço para pensar neste assunto, mas corremos contra o relógio.

Atenciosamente,
         Diretor Nick Fury"

Tudo o que sentia momentos atrás da leitura desta carta foram multiplicados. Eles precisavam da minha ajuda para acabar com esta ameaça, mas tinha medo. Como é que a minha vida de repente mudou tanto, a minha única preocupação era a universidade e agora temo pela minha segurança e a do mundo. Vi o bilhete de avião e a partida estava marcada para a manhã o que me dava poucas horas para pensar. Porém não preciso pensar muito na minha decisão. Tenho de proteger a minha família de tudo isto, quero ajudar a S.H.I.E.L.D e sobretudo preciso de descobrir a verdade que o meu tio esconde.

Por isso, peguei no meu celular e digitei o número para qual tinha de mandar mensagem.


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