I Found Love escrita por AnnieSmith


Capítulo 11
Capítulo 10




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Acordei com o som do meu celular a vibrar em cima do criado mudo, peguei no aparelho e vi que Ellie me estava a mandar dezenas de mensagem sobre a noite de ontem e quem era o amigo com quem foi embora, respondi-lhe sem dar muita informação e pousei o celular. Doía-me a cabeça, recordações de ontem à noite regressaram à minha cabeça, estava cercada de problemas, Steve, meu tio William, pessoas atrás de mim. Suspirei, não posso passar o dia a lamentar, principalmente hoje que era o meu último dia em Milton, pretendo pelo menos conseguir passar o tempo que falta com a minha família e me preparar mentalmente para o regresso a Nova Iorque, de ter de andar de avião e encarar Steve. A raiva deste deve estar mais ténue, mas de certeza que não quer mais falar comigo nem estar perto de mim, ele deixou bem claro, em Nova Iorque iriamos ser como dois estranhos.

                Levantei-me e olhei-me ao espelho, os meus olhos estavam inchados, marcas roxas debaixo destes e a minha face contia maquilhagem borratada, me tinha esquecido de a tirar na noite anterior. Precisava de me limpar e tomar um banho, antes que alguém da família se assustasse com a minha aparência. Depois do duche, sequei meu cabelo, vesti uma roupa confortável, separando a roupa que iria usar durante a viagem e desci as escadas dirigindo-me à cozinha. Encontrei meu pai virado para o fogão, na mesa tinha o café da manhã, com frutas, bolo, leite, chã e mais algumas coisas.

                –  Bom dia papá, que ótimo café da manhã – disse dando-lhe um beijo na sua bochecha -precisa de ajuda?

                – Bom dia querida, não preciso, só estou a acabar aqui estes ovos mexidos. Pode acordar o seu irmão?

                Assenti pensando já num plano diabólico para acordar aquele pirralho. Peguei em dois tachos num dos armários da cozinha, sendo seguida pelo olhar do meu pai que se ria devido ao que ia fazer. Subi as escadas e abri a porta do quarto devagar, este dormia de barriga para cima e com a boca aberta, contive-me para não me rir. Comecei a bater os tachos um no outro de força e berrei ao mesmo tempo. Arthur sentou-se na cama assustado e virou a cabeça para mim e pude ver o seu olhar de raiva e a sua intenção de se levantar para me apanhar. Por isso, larguei os tachos e comecei a fugir, mas este rapidamente apanhou-me e colocou-me sob seu ombro e desceu as escadas, comigo aos berros e com medo de cair. Ao chegar à cozinha pude ouvir as risadas de meus pais, mas não conseguia ver os seus rostos.

                –  Arthur largue a sua irmã, vocês não têm solução, parecem que nunca crescem – falou rindo.

                –  Café da manhã pronto crianças – disse meu pai pousando o prato dos ovos mexidos na mesa.

                Meu irmão pousou-me no chão, mas antes de se dirigir à mesa sussurrou-me no ouvido afirmando que iriasse vingar, revirei os olhos rindo e sentei-me na cadeira. O café da manhã tinha um ótimo aspeto e logo comecei a tirar um pouco de tudo, tinha saudades de me sentar na mesma mesa que a minha família e puder conversar com eles sem ser através de um ecrã.

                –  O papá só fez este enorme e delicioso café da manhã só porque a Grace está em casa – resmungou meu irmão, colocando um pedaço de bolo de iogurte na boca.

                – Isso é tudo ciúmes? – perguntei rindo –   Não tenho culpa se sou a filha favorita.

                Meu irmão ia-me responder, mas minha mãe interrompeu-o:

                –  Arthur hoje é o último dia da sua irmã aqui, podem não estar sempre a implicar um com o outro? – pediu, mas sei que esta se diverte muito com as nossas discussões e brincadeiras.

                Este balbuciou algo e mostrei-lhe a língua. O resto do café da manhã foi divertido, com muita conversa e pude ver no olhar dos três havia um brilho especial, custou-lhes muito quando mudei para Nova Iorque. O resto do dia passou bastante rápido, meus avós vieram almoçar em casa para se puderem despedir e vimos todos um filme juntos. Quando este acabou fui fazer a mala com a ajuda da minha mãe e depois lanchámos todos juntos antes de sair de casa, o voo estava marcado para as 8:10PM, mas precisava de chegar mais cedo para fazer o check-in.

                –  Tem de nos vir visitar mais vezes, Grace. Eu e o seu avô não aguentamos só no verão e no Natal.

                –  Eu sei vovó, vou tentar, vou ter tantas saudades – disse a abraçando.

                –  Eu também querida, cuide de si, agora Nova Iorque está um perigo, agora até extraterrestres tem.

                Dei-lhe um pequeno sorriso, se ela soubesse de todo o perigo que corria e tudo devido ao seu filho mais novo, não aguentava a desilusão.

                –  Boa viagem Grace, não chore no avião, se não vai passar vergonha – disse meu avô.

                –  Vou tentar, mas não prometo nada.

                Dirigi-me ao meu irmão, que era o último que tinha de me despedir pois eram meus pais que me levariam ao aeroporto de Cambridge. Ele podia não afirmar, mas sabia que estava triste por ter de ir embora.

                – Finalmente vai embora, monstrenga. Novamente a casa só para mim.

                – Cala-te e dá-me um abraço pirralho – disse e logo senti os seus braços ao meu redor. Dei-lhe um beijo na bochecha e falei baixo:

                –  Um dia quero conhecer essa tal Kate.

                –  Como você sabe? – perguntou incrédulo

                –  As irmãs sabem tudo – respondi, afastando-me e dirigindo-me para a porta aonde estavam à espera os meus pais.

                Saímos de casa, o céu estava escuro, em princípio iria chover, só espero que não haja muita turbulência no voo. Quando estava prestes a sair de Milton recebo uma mensagem de Ellie pedindo desculpa por não poder se despedir, respondi-lhe que me ficava a dever uma visita em Nova Iorque e esta rapidamente aceitou sem pensar. Em trinta minutos estávamos no aeroporto. Fiz o check-in e fiquei um tempo com os meus pais até que faltasse uma hora para a partida. Dirigimo-nos para as escadas que dariam para a zona de embarque e despedi-me de meus pais.

                –  Bem está na hora, vou ter saudades – disse abraçando cada um.

                – Nós também Grace, ligue-nos logo quando chegar a casa – disse meu pai.

                –  Boa viagem e cuidado – falou a minha mãe me dando de novo um abraço.

                Caminhei para a escada rolante virando-me para eles e balancei a mão em despedida. Foi pouco tempo para matar as saudades. No fim das escadas, no meio da multidão, pude ver um homem alto, musculado, loiro, de olhos azuis. Capitão. O seu olhar penetrava a minha alma, mas a sua cara era séria. Aproximei-me dele e caminhamos em silêncio até uns bancos para nos sentarmos até chegar à hora do voo. O ambiente era pesado, queria dizer algo mas não sabia o que, acho que nem tenho coragem de olhar nos seus olhos e o pior será quando entregar o caderno de anotações de meu tio, porém, por outro lado, não me arrependo de não ter entregado logo, a S.H.I.E.L.D nunca iria me entregar aquele caderno.

                A voz que informava a partida do voo a destino a Nova Iorque soou por todo o espaço, levantamo-nos e dirigimos para a porta. Sofri o mesmo tratamento de silencio toda a viagem, exceto quando me perguntou se estava bem quando o avião passou por uma zona de turbulência, mas consegui manter a calma, sendo que só queria chorar. Para passar o tempo, ouvi música, li um pouco o livro que tinha levado e depois adormeci, só acordando quando já íamos aterrar. Já em terra firme, seguimos para a zona das malas e rapidamente saímos do aeroporto.

                – Não iremos de táxi desta vez, mas sim em um dos carros da S.H.I.E.L.D – disse Steve seguindo para a zona de estacionamento. Paramos a frente de um carro grande, preto, com vidros escuros, parecia mesmo um carro de agentes.

                Steve colocou as malas na bagageira enquanto me sentava no banco da frente. Já não aguentava aquele silencio, o olhar frio que me dirigia e as palavras vazias. Eu sabia que não eramos amigos, porém não queria que ficássemos assim. Ele começou a dirigir, passando pelas ruas de Nova Iorque que eu mal conhecia, a cidade era enorme. Ao contrário de Milton, o céu da cidade estava azul com algumas nuvens brancas, para além do tempo, também o fuso horário era diferente aqui era tarde lá já era noite. Chegamos ao meu temporário prédio, ainda não sabia quando podia regressar ao anterior, mas espero que rápido pois era perto da universidade. O capitão dirigiu-se comigo até à porta do meu apartamento, pedindo a seguir se podia entrar para ver se era seguro e para não sair da sala de estar. Passado cinco minutos este regressa.

                –  Está tudo limpo senhorita Smith. Em nome da S.H.I.E.L.D pediria para estar atenta a qualquer tipo de tentativa de aproximação do seu tio e para não se colocar em perigo, novamente – disse-me olhando para mim – mediante isto, o meu trabalho acabou por aqui. Até à próxima senhorita.

                Vi-o caminhar para a porta, mas o detive, isto vai piorar a situação, mas é o correto a se fazer, sendo que a sua amargura por mim irá aumentar.

                –  Steve, quer dizer, Senhor Rogers, tenho uma coisa para lhe entregar – falei enquanto procurava na minha mochila o caderno de anotações – eu sei que já lhe devia ter entregado, mas precisava de ver o que contia.

                Este pegou no caderno e o folheou, quando percebeu de quem era o caderno fitou-me. Não há palavras suficientes para explicar o seu olhar, raiva, desilusão, tristeza, ironia. Este não me disse mais nada, simplesmente saio de minha casa fechando a porta.


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