Recomeço escrita por Hastings


Capítulo 9
Foi tudo culpa minha


Notas iniciais do capítulo

Oii! Primeiramente, me desculpem esses dois meses sem postar. É que eu dei um tempo da escrita, precisava colocar minha cabeça no lugar. Prometo que não vou abandonar mais vocês! Queria agradecer por cada comentário, cada recomendação. Obrigada mesmo! Amo vocês! Boa leitura a todos :)



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José Ricardo

Saí de casa, e fui para a casa deles. “A casa deles”, é tão difícil dizer isso. Antes a casa deles era a mesma que a minha. E sim, eu sei, eu estraguei tudo. E eu realmente me senti um merda por ser essa pessoa tão... Idiota.

Eu quero uma reconciliação, quero acabar com esse medo de estragar tudo quando for falar com eles, eu quero que tudo fique bem. Abri a porta do carro, estacionando em frente à casa de Valentina. Suspirei. É mesmo o certo a se fazer? Ah, para de besteira, José Ricardo! Óbvio que é!

Bati a campainha. “Vai dar tudo certo, tem que dar tudo certo”, pensei. Gabriela abriu a porta pra mim. Ela estava linda grávida! Realmente, muito linda!

— Pai? O que faz aqui? – me questionou.

— Quero apenas conversar com vocês. Posso?

— Claro. Entra – entrei e os olhares de Junior, Carol e Valentina caíram sobre mim.

— Olhem só, só quero conversar. Podem me ouvir? – perguntei.

— Claro, Doutor, se sente – Valentina foi gentil.

— O que você quer aqui? – Junior perguntou, totalmente seco.

— Junior! – Carolina repreendeu-o.

— Eu vim atrás de uma reconciliação. Quero dizer pra vocês, meus filhos, que é duro saber que vocês não confiam mais em mim, que quando se trata de mim, vocês não querem saber. Não, não estou dizendo que a culpa disso ter chegado nesse ponto foi de vocês. Eu reconheço, eu fui o pior pai que vocês poderiam ter, né? – suspirei pesado – Me perdoem por isso. Eu realmente quero fazer valer a pena esse tempo perdido. Eu quero uma vida nova, um recomeço pra todos nós! Vocês... Me perdoam? – supliquei – Não só vocês, como o Miguel, a Carol e a Valentina. Eu não tratei vocês bem e sempre fui um cara preconceituoso. Me perdoem, por favor.

— Eu nem acredito que é meu pai que tá falando isso... – Gabriela riu – Mas, se você está realmente arrependido... Eu te perdoo – sorrindo ela pegou na minha mão – Eu te amo.

— Sim, eu também. Consigo ver nos seus olhos como você mudou. Nós te perdoamos – Junior sorriu.

— Sério? – nem acreditei.

— Sim – Miguel se pronunciou e demos um abraço coletivo.

— É bom saber disso. Muito obrigado mesmo! Vou trazer a Rosa de volta pra cá, vocês vão poder vê-la – olhei para a barriga de minha filha – A gente vai poder acompanhar o nascimento do nosso neto... Ou neta – Meu Deus! Um olho na minha lágrima.

Gabriela

Depois que tudo ficou bem, eu realmente não poderia estar mais feliz! Meu pai, minha mãe de volta. Seríamos agora, uma família completa e feliz.

— E se saíssemos para um passeio? Pra comemorar? – Carol sugeriu, abraçada à Junior.

— Eu topo – concordei – Vamos?

— Vamos! – Miguel disse e me beijou sorridente.

Fomos para a praça, era um lugar bastante agradável de se estar, principalmente em boa companhia.

Mas era como se algo muito ruim tomasse conta de mim. Eu não queria demonstrar, eu queria simplesmente ignorar aquela sensação, eu não queria incomodá-los. E era como se tudo aquilo de ruim que aconteceu comigo voltasse à minha mente e nada fosse bom.

Eu senti que era melhor ser aquela Gabriela de 14 anos, com medo do pai, do que essa de hoje. Eu só não sabia porquê estava sentindo isso. Aquela sensação, fazia eu me odiar, algo estava para acontecer, eu só não queria saber o que era. E, de repente, tudo aquilo começou.

— Que grávida mais linda hein? – um homem, acompanhado por outro, disse.

— Não se tem mais respeito pela mulher dos outros? – Miguel perguntou bravo.

— Miguel, não – disse, sentindo tudo aquilo vindo em forma de lágrimas.

— Vai defender sua amada, amigo? – provocaram.

— Agora – ele deu um soco em cheio no rosto do homem, mas eu realmente não queria ver aquilo.

— MIGUEL, POR FAVOR – Carol implorava. Nada adiantava.

E em meio a tantos socos e nós, sem podermos fazer nada, que se ouviu um estouro. Um tiro.

— Miguel! – corri até ele, sangrando no chão, enquanto Junior corria atrás dos bandidos que entraram num carro e fugiram.

— Me perdoa. Eu te amo – ele disse, enquanto eu chorava o máximo que eu conseguia.

— Não, Miguel, não me deixe, eu sinceramente preciso de você, fica comigo! – implorava em lágrimas. Eu preciso de você ao meu lado todos os dias, por favor entenda isso!

— Não se esqueça... Eu te amei – chorou.

— EU TE AMO! Por favor, não! – já não respondia por mim, a dor era mais forte que tudo – Eu não posso te perder, Miguel! – me deitei em seu peito, ouvindo os batimentos fracos de seu coração.

Eu achava que meu mundo ia desabar, e ele estava desabando. Ele, que sempre esteve comigo, que sempre me apoiou... Morto? Aquele garoto, que queria me beijar, mas tinha medo do meu pai... Morto? E agora? Daqui pra frente, chorar? Sorrir, como se por dentro, não vivesse um coração partido?

Miguel era meu confidente, o meu melhor amigo, aquele que sempre me ouvia. Aquele que me entendia quando eu estava brava, mas mesmo assim não deixava de me amar!

Agora, somente lembranças de tantos “Eu te amo” que nunca mais vou ouvir, que nunca mais vou sentir. Nunca fui a pessoa mais feliz do mundo, e agora todos lutam pra me deixar cada vez pior, cada vez com mais motivos para não querer viver. Eu vou ter que viver com esse vazio pra sempre, vou lembrar dele em cada momento, pois existe um pedaço dele dentro de mim.

Literalmente, foi numa guerra, que mais uma história de amor se foi. Dali pra frente, o que eu poderia fazer era sorrir, só pras pessoas não perguntarem o motivo da minha dor. Mas e agora? Toda vez que eu ouvir “Sutilmente” ele vai vir à minha cabeça me fazer chorar? Só vou poder beijá-lo nos meus sonhos, e contarei para nosso filho como o pai era valente. Como ele amava-o. E toda essa dor, vai viver comigo pra sempre. Pois existem coisas que o tempo não... Consegue apagar.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, por favor. Foi necessário. Chorei também :'(
Comentem, Okay? Bjo!



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