Recomeço escrita por Hastings


Capítulo 5
Mãe!?


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cá estou! Feliz demais com o número de comentários, grata a todas as favoritações. Boa leitura!



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Junior

Eu e Carol estávamos na sala, assistindo um filme. Devido à nossa intimidade, ela estava deitada, com a cabeça em meu colo. Confesso que nem prestando atenção no filme eu estava, porque ao ter aquela garota maravilhosa deitada em meu colo, eu perdia o chão. Eu não tenho coragem de contar pra ela que eu a amo, tenho medo de viver um amor não correspondido. Se ela soubesse que o motivo da minha insônia é ela, talvez me enxergasse como muito mais que um amigo. Meus pensamentos, durante vinte e quatro horas, são ela. Não consigo tirá-la da cabeça. Se eu conseguisse, eu tiraria. Mas é uma missão quase impossível.

Batidas na porta interrompem meus pensamentos.

– Você vai atender, Junior? – me pergunta Carol.

– É... – expresso uma certa ‘preguiça’ – Vou.

Ela ri e se levanta, para que eu pudesse abrir a porta. Caminho até onde o barulho incessante vinha.

Ao abrir a porta, vejo que é Valentina; nervosa, ela me dá um rápido abraço e entra.

Carol senta-se e fica preocupada com o estado de nervos da mãe.

– O que foi, mãe?? – pergunta Carol.

– Eu preciso falar com você... Com vocês. – responde ela.

Eu, começando a me assustar com a seriedade do assunto, sento-me no sofá junto à elas.

– Pode falar, Valentina. – digo.

– Bem, eu nem sei por onde começar. O assunto é bem delicado. Principalmente porque se trata da sua mãe, Junior.

Minha mãe? O que Valentina teria para falar de minha mãe? Engolindo em seco, peço para que ela continue.

– Você ainda era muito pequeno, mas certamente deve se lembrar do... Do acidente que ‘tirou’ a vida da sua mãe.

– Lembro. Não tem como me esquecer. – respondo me lembrando daquele terrível dia em que meu pai chegou e casa e nos disse que mamãe não estava mais entre nós.

– O que eu tenho pra dizer não é algo simples... Vocês precisam ser fortes. – me assusto. Ela respira fundo e continua – Na verdade, Rosa não faleceu.

– Como assim? – me exalto.

– Calma, Junior! – diz Carol – Deixa minha mãe continuar. Continua, mãe.

– Eu sei que não deve ser fácil... Rosa entrou em coma, e tinha 95% de chances de ela nunca se recuperar. Seu pai entendeu isso como um “não” à vida dela e tirou-a do hospital, para colocá-la em uma pequena casa no interior.

– Ele não tinha o direito de fazer isso! – falo.

– Mas fez. Durante todos esses anos, ele me encarregou de visitar Rosa uma vez por semana. Mas eu não podia contar nada para vocês. Nada. Ah, como eu gostaria de ter dito tudo isso antes. Foi só no início desse ano que ela acordou do coma, mas estava sem memória. E foi uma grande luta para ela recuperar a consciência.

– Ele não devia ter escondido minha mãe durante todo esse tempo! E ainda mais ter nos falado que ela estava morta! – falo com uma grande raiva de meu pai.

– Junior! Será que você não percebe que seu pai fez isso por amor? Por amor à você e à Gabriela, por amor à sua mãe! – grita Carol.

– Correto, filha. – diz Valentina – Hoje ela já recuperou a memória e vive me perguntando de vocês. Eu sei que ela sempre quis ver vocês crescidos e com filhos e, agora que Gabi está grávida, eu trouxe tua mãe aqui, queria saber se ela pode entrar.

– Óbvio que sim! Eu morro de saudades de minha mãe, vê-la agora seria o maior presente que Deus poderia me dar! – falo totalmente empolgado.

– Mas, olha, seu pai não pode saber.

– E ele não vai saber!

Meu coração dispara quando Valentina sai de casa e volta com uma mulher ao seu lado. Era minha mãe! O mesmo sorriso meigo de sempre, não havia como não ser ela.

– Mãe! – eu falo e corro para seus braços, sendo acolhido com um abraço singelo. Ela passa a mão pelo meu cabelo.

– Junior. Meu filho, como você cresceu! – ela diz me olhando, chorando de alegria. Ao olhar para Carol, seus olhos brilham. – Essa é a Carol? Aquela menininha?

– Sim... – responde Carol, dando um abraço em minha mãe.

Gabriela

Eu e Miguel já estávamos voltando para casa, quando Miguel de repente entra em minha frente e me rouba um beijo.

– Miguel! – eu não sabia se ria ou continuava o beijo.

– Me desculpa, meu amor. Não resisti. – ele ria.

– Sei... Vem cá... – ele se aproxima e nos beijamos novamente.

(...)

Quando chegamos na casa do Miguel, senti um arrepio, um bom pressentimento. Quando ele abre a porta e nós entramos, fico imóvel, incrédula... Eu estava vendo... Minha mãe?!

– Gabi, reconhece esse rosto? – pergunta Valentina apontando para a mulher do seu lado.

– M-m-mãe? – gaguejo.

– Dona Rosa? – pergunta Miguel.

– Filha... – responde ela.

Corro para o abraço, eu não conseguia acreditar que minha mãe estava viva. Depois de tantos anos, sentir aquele abraço novamente, era muito bom!

Valentina fez questão de me contar tudo o que aconteceu nesse período em que achei que minha mãe estivesse morta. Meu pai fez tudo aquilo com ela... Com a gente! Não conseguia parar de pensar no tempo perdido.

– Mãe, eu preciso te dizer uma coisa... Talvez seja um baque para você, mas é necessário dizer! – falo.

– Pode dizer, minha filha! – ela me responde.

– Eu e o Miguel vamos te dar um neto! Eu estou grávida! – digo com um sorriso enorme no rosto.

– Filha, parabéns! – ela me abraça mais uma vez. Abraço de mãe.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem! Bjo!