Miguel

No dia seguinte, nós acordamos cedo. Eu e Gabi decidimos que era hora de oficializar a gravidez. Eu mal posso imaginar a reação de minha mãe. Ela que sempre quis ser avó.

Fomos até a cozinha, Carol e Junior estavam tomando o café da manhã.

– Bom dia. – disse Junior.

– Bom dia. – respondi.

– Sentem-se. Comam com a gente. – convidou Carol.

– Claro.

Sentamos junto à mesa do café. Poucos minutos depois, surgia minha mãe, já com o uniforme do trabalho, para tomar o café da manhã conosco.

Gabi e eu olhamos fixamente para ela e ela acabou notando.

– Que foi? – perguntou.

– Sabe, sogrinha, nós queríamos te contar uma coisa... – começa Gabriela.

– Ai meu Deus, o que aconteceu dessa vez?

– Nós vamos ser papais! – anuncia Gabi. Os olhos de minha mãe brilharam. Gabi por si, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

– Não, vocês estão brincando comigo, né? – pergunta incrédula.

– De maneira alguma! A senhora vai ser vovó! – respondo.

Todos ali na mesa comemoram, minha mãe nem sabia se expressar. Ela, mãe duas vezes, não podia acreditar que mais um bebê estava a chegar para a família.

Junior

Já de tarde, Miguel e Gabi resolveram sair. Eu, não querendo de maneira alguma voltar para casa, resolvi passar o dia com a Carol. Ah, aquele anjo, que eu mal consigo dizer o que sinto. Ela senta-se ao meu lado e pergunta:

– Junior, como você acha que teu pai vai reagir ao saber da gravidez da Gabi?

– Eu não sei... Meu pai é imprevisível, pode se esperar tudo dele.

– Espero que ele fique feliz.

– Meio impossível. Meu pai sorri uma vez em cada século.

Ela ri. Aquele sorriso maravilhoso.

Gabriela

Eu e Miguel estávamos na pracinha, trocando beijos e carícias, quando fomos pegos pelo meu pai.

– Pode me explicar o que está acontecendo aqui, Gabriela?

Olho para ele, respiro fundo e tomo coragem.

– Posso, pai. O que o senhor está vendo é um momento de amor entre sua filha e o pai do filho dela.

– Como assim, Gabriela? Você está grávida desse rapaz? – me pergunta perplexo.

– Sim. – respondi temendo um tapa na cara ou algo do tipo, mas ele simplesmente cochichou um “Parabéns” e foi embora.

Quando ele saiu, Miguel logo me perguntou:

– Tem certeza que esse é seu pai?

– Olha, nem eu estou acreditando. – rio – Mas que se dane a opinião dele, só queremos ser felizes.

– Isso mesmo, meu amor. – ele dá um beijo em mina boca e passa sua mão em minha barriga – Mas e nosso filho? Será um príncipe ou uma princesa?

– Não sei... Bom, se for menina, vão se chamar Milena!

– E se for menino vai se chamar Guilherme, ok? – diz.

– Combinado!

Passamos praticamente a tarde inteira ali, falando de nosso neném e de nossa vida. Eu amo tudo isso. Eu amo ter o Miguel comigo. Eu amo estar grávida dele. Eu amo minha vida.