Born To Die escrita por Galak


Capítulo 4
Free


Notas iniciais do capítulo

Espero que gosteeeeeeem ♥ ♥
Agora sim td começa hahah



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Já havia se passado basicamente um mês desde a minha quase fuga e nada mudou. Desde aquela noite não vi mais Justin, raramente ouvia sua risada vinda do jardim ou gemidos de prostitutas do quarto do lado. Chaz havia se tornado a coisa mais próxima de um amigo me animando e trazendo comida decente todos os dias já que não tenho “permissão” para sair do quarto, Marie sempre o tranca antes de sair, entrando apenas para deixar a comida com vermes, toalhas para o banho e roupas limpas. O quarto havia mudado, agora era uma suíte bem mais confortável e amigável, com uma varanda para o jardim, mas bem embaixo dela havia no mínimo cinco seguranças armados. Chris e Ryan vieram aqui umas três vezes, simpáticos e desarmados, tentavam apenas me fazer dar alguma informação do meu pai e a delegacia como arquivos e senhas, mas o tal de Jaden também entrou aqui, com outros objetivos... Foi a primeira vez que apanhei.

Ouvi a porta ser destrancada, saí da varanda correndo, era pôr-do-sol o único momento do meu dia que se iguala a uma tarde normal minha, aprecia-lo era quase que minha sina.

— Olha quem chegou. — A silhueta de Chaz surgiu entre a porta e a parede, com a arma presa no bolço e um prato nas maos — Espero que esteja com fome. — Sussurrou trancou a porta novamente. Conversávamos com sussurros já que suas visitas eram secretas.

— Quando não? — Sorri pegando o prato gélido de suas mãos, sentei-me no chão, encostando-me no batente da varanda com dificuldade por conta do estrago que Jaden me fez, Chaz sentou-se na minha frente.

— Sua bochecha ainda está roxa. — Murmurou encostando sua mão quente na mesma, sorri sem mostrar os dentes. Dei uma mordida no sanduíche no prato e gemi de dor ao encostar meus dentes. Sua mão desceu de minha bochecha até minha coxa descoberta. As roupas que Marie me trazia eram perceptívelmente de prostitutas que Bieber trazia para cá.

— Está uma delícia. — Me referi ao sanduíche. Chaz gargalhou e deu de ombros.

— Minha especialidade. — Após a frase, ele começou a me relatar seu dia, sem medo de como aquilo podia leva-lo a cadeia caso eu fugisse, ele falava normalmente de cada carregamento de drogas e armas que chegavam, eu apenas assentia e ria de suas piadas. Ele vinha sempre no pôr-do-sol e só saía quando a noite surgia, um pouco antes de Marie entrar com toalhas.

— Chaz. — Coloquei meu prato de lado e toquei em sua mão, cortando seu relato, seus olhos ficaram negros, como uma mancha de petróleo, negra e brilhante com um quê de fosca. Aquilo definia perfeitamente como seus olhos ficam sempre que encontra com os meus.

— O-o que? — Sua mão apertou a minha. Ele sempre fazia isso, como se soubesse de como eu precisava de qualquer demonstração de carinho e força.

— Porque faz isso? Você deveria me destratar como todos, não... Fazer isso.

— Isso o que? Te tratar como um ser humano? — Se levantou e seguiu até o canto do quarto, se encolhendo na parede escura.

— Me tratar como uma amiga. — Ergui meu corpo e toquei seu ombro. Seu corpo amolece ao meu toque — Você sabe que pode ser punido, não sei.

— Sam, você é diferente das outras, entende? Você é forte, segura, não tem medo do Bieber e tem bom senso. Além de ser engraçada e legal. Eu tenho vontade de te ajudar. — Meu corpo não obedece minha mente, pulo em cima de Chaz e o envolvo em um abraço, seus longos braços envolvem minha cintura apertando-me forte, não seguro as lágrimas. Aquele era o primeiro abraço sincero que eu recebia há muito tempo, mas a ideia de Chaz já ter matado pessoas inoscêntes rodeava minha cabeça, começei a sentir o cheiro inexistente do sangue de todas as pessoas que já passaram por aquele quarto e morreram, o sangue que foi lavado das mãos da pessoa que estou abraçando neste exato momento.

Abro minha boca para sibilar um “obrigada”, mas a porta rangeu revelando que o trinco será desfeito e Marie entraria a qualquer momento.

— Merda. — Chutou o chão. Eu não podia deixar que ele se prejudicasse, mas não tem como sair daqui, a porta do banheiro foi retirada e os lençois são curtos demais para qualquer pessoa se esconder debaixo da cama. Foi então que a ideia mais estúpida invadiu minha mente, joguei-me no chão e comecei a gritar desesperadamente, Chaz fitou-me confuso.

— Me deixe em paz. — Gritei em prantos. O medo e angústia são tão presentes em meus gritos que me encolho ao pensar que podem ser verdadeiros — Me bata. — Sibilei para Chaz que permaneceu parado, a porta estava prestes a ser aberta quando meu rosto arde, o punho de Chaz bateu contra minha bochecha me levando ao chão, mas diferente de Jaden que queria me machucar, Chaz apenas encostou seu punho fechado em minha bochecha e empurrou-me no chão, com força o suficiente apenas para ficar vermelho e não roxo, me assustar e não deixar meu rosto doído.

— Céus! O que houve aqui? — Marie entrou correndo equilibrando as toalhas e a roupa na mão livre e o molho de chave na outra.

— E da próxima vez, me obedeça. — Chaz cospe as paçavras antes de sair. Marie se agaixa ao meu lado e me ajuda a erguer o corpo.

— O que houve, Samantha? — Perguntou fechando a porta novamente — Chaz sempre foi um menino tão calmo...

— Eu o provoquei, Marie. — Sento-me na cama e espero que ela saia do quarto como sempre — Deseja algo?

— O Sr. Bieber deseja que você o encontre hoje no jardim, vocês sairão. — Ela abaixa a cabeça e aponta as roupas que devo usar.

— Ok. — Suspiro — Obrigada, Marie. — A ajudo com as tralhas de limpeza até a porta e surpreendo com um beijinho na bochecha.

Jogo-me na cama entre as toalhas feupudas e a roupa de couro e jeans e respiro fundo, como aquilo podia piorar?

Dispi-me e joguei as roupas que usava em um canto isolado do banheiro, liguei o registro e deixo a água gelada domar meu corpo e minha mente. As lágrimas descem junto à agua, o rosto de Edith, a risada angelical de Joey e o sorriso do meu pai passam por minha cabeça deixando-me zonza. Tudo era culpa minha, eu ia me tornar como ele ao roubar aquela roupa da loja naquela tarde. Eu provoquei tudo isso. Desligo a água e seco meu corpo, deixando o chão escorregadio pela água oleosa que pingava de meu cabelo. Coloco a roupa(1) dexada em minha cama hunto aos acessórios, deixo meu cabelo secar ao natural e faço uma maquiagem reforçada.

— Talvez se eu agrada-lo ele me deixe ir. — Murmuro para mim mesma me olhando no espelo. Consegui disfarçar muito bem os roxos deixados por Jaden e quase que me esqueci da situação, minha aparencia estava como era, eu parecia feliz e quase me convenci disso.

Percebo a porta entreaberta, Marie deve ter a deixado para que eu encontrasse o assassino. Peguei minha bolça vazia e sai do quarto, o corredor de paredes beje, luminárias douradas e carpete vermelho parecem mais claros, como se amanhecesse e não o contrario. Todas as portas do corredor até as escadas principais estavam fechadas, mas na madeira havia iniciais feitas com, provavelmente, um canivete. Na porta ao lado da minha tem “P.B.”, aliso a madeira afundada com a ponta dos meus dedos, está quente.

— Ou, não pode ficar aí. — Estremesso. Virei-me rapidamente perdendo o equilíbrio sobre meus saltos — Ah, você. — Ryan falou dando de ombros, como se minha presença fora do quarto já fosse esperava — Você parece uma prostituta vestida assim.

— Pensei que era isso o desejado. — Tentei fazer com que minha voz saísse normal, mas minha garganta doia — O que significa P.B?

— Putinhas do Bieber. — Gargalha, deixo uma risada escapar de meus lábios, mas me contenho em seguida — É aonde ele leva as prostitutas e depois da um fim, tipo GTA, sabe? — Tremo na base. Apoio-me na parede para não cair e conto até dez, até as nauseas se esvairem — Se sua crise de vítima já acabou, JB tá te esperando lá fora. — Faloufala tocando meu ombro, meu olhar se encaixa com o dele e mexo a cabeça positivamente. Fito o chão novamente e ouço seus passos se afastarem.

Vamos lá Samantha, você consegue!

Ergo meu corpo e sigo até as escadas, lá embaixo parece vazio, apenas pelo barulho de videogames. Surpreendo-me ao ver Chaz e Chris jogando na sala, como duas crianças, decido deixa-los a sós, mas o som do meu salto os desperta das risadas e os faz olharem em minha direção. Chris se levanta rapidamente e saca a arma com agilidade, Chaz o segue.

— O Bieber que me chamou. — Esclaresso e eles voltam a se sentar como se me dessem permissão para continuar. Saio pela porta principal, o clima está humido e uma garoa fina caí.

O jardim é sem duvidas a coisa mais bonita e pura daqui, a grama é verde com flores minúsculas brancas, com balanços e brinquedos enormes típicos de parques. Vejo-o encostado em um carro ao longe, apresso meu passo até ele que se esconde atrás da fumaça de um cigarro.

— Tá atrasada. — Falou entrando no carro, contornei o mesmo e sentei-me no banco de carona. Seu olhar desceu até minha coxa descoberta e sua mão pousou na mesma — Gostosa.

— Para onde você vai me levar? — O carro ganha movimento e sai da mansão, fico grata por desta vez estar sem a venda. Justin permanesceu quieto com apenas um mão no volante.

— Já participou de alguma racha? — Meu corpo gela, meu pai é considerado o rei das rachas por saber onde tem cada uma e sempre conseguir prender todos os envolvidos. Penso seriamente em pular da janela e tentar fugir novamente, mas a mão de Justin em minha coxa se contrai fazendo o local arder, como se soubesse o que penso — Se não, participará hoje.

A ideia era um tanto que emocionante, ser filha do xerife tinha lá suas desvantagens como nunca fazer nada “fora da lei”, mas a ideia de estar em um carro disputando para sair viva como em uma F1, só que com menos valor e mais emocionante pelo fato de poder sair de um carro direto para a prisão. O gosto da adrenalina se fixa em minha língua fazendo uma pequena curva em meus lábios.

— E qual seria o premio? — Cruzo os dedos para que de sua boca saia “sua liberdade”, mas ele permanece sério de olho na estrada que aos poucos se torna de terra. As luzes da cidade vão se distanciando, mas não o suficiente o que indica que a terra é apenas uma falha do asfalto — Meu pai vai estar lá não vai?

— Preferia você calada, sabia? — Suas mãos apertam o volante com força e o olhar permanece sério — É uma grande quantia em dinheiro e uns quadros roubados. — Da de ombros — Quando ao seu pai... Não garanto nada.

— E para que precisa de mim lá? — A pergunta sai antes que eu perceba, quando dou por mim Justin está rindo.

— Para te exibir. — A resposta curta e fria faz com que meu estomago se revire e quase que coloco o sanduíche de Chaz para fora. O asfalto volta e as luzes ficam mais fortes, entramos em um terreno aparentemente baldio, a música toca alta e está repleto de carros. As pessoas dançam em cima deles com cigarros nos lábios e cervejas nas mãos, está cheio, como uma balada ao ar livre. Permito-me sair do carro para analisa-lo, Justin estava com um Mazda Rx-7 preto fosco com riscos vermelhos nas laterais.

Sinto suas mãos rodearem minha cintura nua e puxar meu corpo junto ao dele, todas as mulheres me olham de cima a baixo com desgosto e inveja, me dando uma sensação de superioridade — Vou pegar umas bebidas. — Sua voz rouca sussurra em minha nuca e em sequida ele se afasta. As pessoas se esfregam uma na outra ao dançar, o corpo molhado por suór e os gritos. Tento me locomover sem esbarrar em ninguém e sem ao mesmo tempo virar o centro das atenções, mas o salto não colabora. Em um momento de distração meu corpo se choca contra algo grande e duro. Riu de imediato junto a pessoa que me salvou de um possível dente quebrado e um novo roxo.

— Obrigada. — Ergo meu corpo para encarar o que chamarei de “sorte” e a primeira coisa que vejo são os olhos claros como os faróis e a pele bronzeada. Seu cabelo liso era jogado para trás até a altura das orelhas, seu físico era impecável, ele era alto e fortem.

— Só 3% da população têm olhos verdes. — Sinto meu rosto queimar após a asneira que deixo escapar de minha garganta. Ele gargalha, de acordo com sua aparecia ele aparentava ter de vinte e dois anos para baixo

— Sorte desses 3%, meus olhos são azuis. — Era a minha vez de rir junto a ele — Nunca te vi por aqui.

— Primeira vez. — Sorrio.

— Assustada?

— Com medo de ser engolida por essas pessoas. — Dou de ombros e ele gargalha.

— Temo que já esteja acompanhada... Certo? — Ele estende a mão com um sorriso, aperto a mesma — Nichollas Woundrek.

— Samantha. — Evito dizer meu sobrenome, primeiramente gostaria de sair daqui viva — Sim, eu estou acompanhada do...

Bieber. — Rangeu olhando para algo fixo atrás de mim — Acho melhor correr, princesa.

— P-por que? — Perguntei tentando achar quem, ou o que ele olhava, e então tudo ficou claro... Ele olhava para Justin Bieber que estava a apenas alguns metros o olhando da mesma forma. Aquilo não iria acabar bem.

Samantha, corre! Aproveita que ele não está perto.

A voz em minha mente gritava apenas a obedeci. Lancei um último olhar para ambos e saí correndo, ouvi Justin gritar um xingamento, mas apenas o ignorei. Sentia a movimentação atrás de mim, mas não me atrevia a olhar para trás, o local era fechado por uma parede de carros e pela primeira vez minha baixa estatura foi útil para alguma coisa. Me encolhi entre as ferragens até estar de quatro no chão e conseguir passar entre três grandes Ferrari’s, assim que ergui meu corpo novamente corri mais alguns metros antes de olhar para trás e para minha surpresa não havia ninguém. Ninguém.

Eu estava livre, eu estava oficialmente livre.


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Notas finais do capítulo

Nao se esqueçam de darem suas opiniões!!!



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