Born To Die escrita por Galak
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem!!
Samantha P.O.V.
— Samantha volte aqui! — Minha madrasta gritou mais uma vez e forcei-me a rir — Não ria na minha cara!
— Tecnicamente não foi na sua cara, nem virada para você eu estou. — Dei de ombros jogando minha mochila por cima do mesmo. Aquilo acabava comigo. O showzinho de família feliz após o falecimento da mãe e a chegada da madrasta acabava comigo, eu vivi nele por muito tempo, fingindo fazer parte daquilo, fingindo ser feliz com aquilo, mas acabou. O encanto deste conto de fadas, acabou.
— Vai aonde? Onde pretende ir a esta hora?
— Vou para a casa da Bruna, Edith. — Disse cruzando os braços — Não aguento mais ouvir suas reclamações e seus gritinhos histéricos. — Falei sincera colocando meu cabelo por detrás da orelha.
— Seu pai vai ficar sabendo disso! — Ameaçou — Eu vou fazer com que ele te coloque num colégio interno para você aprender a me respeitar! — Apontou o dedo para o meu rosto. Logo um choro ecoou pela casa — Viu? Acordou seu irmão. — Aquela tinha sido a gota d’agua.
— Irmão uma ova! Esse filho ai é seu com um homem qualquer. Você pode enganar meu pai, mas a mim não. — Gritei no mesmo tom que ela, recebendo em resposta uma espalmada no rosto. Olhei-a incrédula com a mão no local ardido. Edith tinha um sorriso sínico no rosto. Deixei uma última lágrima cair e abri a porta saindo daquela casa. Joguei meu skate no chão, peguei impulso e saí remando. Odiava isso. Desde que minha mãe morreu as coisas tem sido difíceis, tudo tem se complicado e quando Joey nasceu as coisas viraram de cabeça para baixo.
— Alô? — Bruna atendeu após o quarto toque. Havia ligado para ela para avisar minha chegada.
— Bubs estou indo aí. — Disse e ela suspirou — O que? Você não tá em casa?
— Não é isso Sam, é só que não da para você vir aqui sempre que brigar com a tia Edith.
— Só abra a porta, por favor. — Disse desligando. A casa da Bubs ficava a apenas 10 minutos de skate e logo cheguei, a porta já estava aberta.
— Cheguei! — Gritei ouvindo os barulhos os videogames.
— Entra ae. — Bubs gritou, fechei a porta atrás de mim e caminhei até a sala me jogando no sofá. Ela jogava um algo como pessoas andando de skate enquanto atacavam múmias com bolas de fogo.
Ela pausou o jogo e se virou para mim.
— Vai me contar o que houve? — Perguntou colocando uma mecha de seu cabelo cacheado atrás da orelha, suspirei alto olhando o teto.
-Edith é uma... Uma... Uma imprestável! — Disse cruzando os braços. No início do ano havia feito uma promessa, nunca mais xingaria.
— Como você consegue? — Franzi o cenho e ela negou com a cabeça — Odiar tanto uma pessoa com quem você convive.
— Odiando ela ué. — Disse simples e ela riu. — Vamos dormir? — Perguntei. Geralmente só ia para casa da Bubs para dormir quando Edith me irritava. Já estávamos subindo quando os pais de Bruna desceram correndo nos puxando para a sala novamente.
— Crianças, vejam isso! — O pai de Bubs gritou ligando a televisão.
— Hoje, nossa cidade foi vítima mais uma vez do criminoso Justin Bieber. Estamos em frente ao banco que ele roubou, com o gerente. E então, como foi? — A repórter disse, os pais de Bruna pareciam aflitos.
— Ele entrou com uns capangas, já armados. Não deu tempo de reagir. — O homem parecia nervoso. — Ele levou com ele uma de nossas secretárias, mas ela já está bem. — O foco da câmera se voltou para a repórter.
— Catharina se encontra internada no hospital central, com as duas pernas quebradas e com o corpo esfolado, de acordo com a vítima, foi um dos piores momentos de sua vida. — E então eles desligaram a televisão
— Bruna e Samantha, viram isso? — Tia Deborah apontou para a televisão — Ele está na cidade, quero que tomem muito cuidados, principalmente vocês que não um pingo de juízo na cabeça. — Dei ombros e ela riu negando com a cabeça.
— Só estamos alertando-a, este homem mata a sangue frio e não queremos que vocês sejam as próximas.
— Vira está boca para lá pai. — Bruna disse, permaneci quieta. Estava com a cabeça em outro lugar, em outro tempo. Talvez no skate que larguei na entrada, ou no cachorro que latia sem piedade.
— Samantha querida, está tudo bem? — Tia Deborah perguntou tirando-me do transi. Assenti até meu pescoço doer, às vezes, não conseguia disfarçar muito bem.
— Bom, vão para cama já. — Tio Olavo disse tirando os óculos e passando a mão na careca.
Subimos sem dar um pio. Eu novamente pensando no meu skate. Alguém podia cair, e a culpa seria minha, ou no cachorro, talvez alguém já tenha caído e ele alertava.
— Boa noite Sam. — Bubs disse e eu sorri prendendo meu cabelo em um coque. — Está com medo?
— De que? — Perguntei.
— Dele, do Bieber. — Ela jogava mais um travesseiro sob o colchão no chão. Novamente, senti meu pescoço doer enquanto negava. — Eu estou. — Deu ombros. — Boa noite. — Disse mais uma vez.
Taquei-me na cama sentindo a inconsciência me levar, dormir, era isso que eu queria.
Justin P.O.V.
— Pegou pesado com a secretária. — Chaz disse enquanto sorria para a televisão. — As duas pernas?
— Uma por cada “Vá pro inferno”, e mais, ela atrapalhou todo o esquema. — Disse pegando outra lata de cerveja.
— Acho que exagerou também. — Chris disse e eu caí na gargalhada.
— Foi você que quebrou uma delas. — Anunciei e ele riu.
— Pode crer. — Fez cara de idiota.
— Bieber, estão nos procurando em tudo quanto é canto. — Ryan disse adentrando a sala — A coisa esta feia, a secretária abriu o bico.
Taquei meu copo na parede. Odiava ter que fugir desses merdas.
— Calmo ai dude, temos mais dinheiro do que qualquer banco por aí, vamos fugir! — Chris disse e eu sorri, a palavra “dinheiro” me alegrava.
— Para onde? — Chaz perguntou.
— Para onde quisermos. — Ryan respondeu.
— Gostei da ideia. — Disse — podemos ir para outro país.
— Não gosto desta ideia. — Chaz disse polindo a arma que segurava na mão.
— Pedi sua opinião? Ninguém aqui se importa com você. — Disse tirando risada de Chris e Ryan
— Vai dar pra trás agora Chaz? — Ryan perguntou chegando perto dele.
— Nunca. — Respondeu guardando a arma dentro da calça — Se é isto que quer majestade, vamos embora.
— Mas antes quero um ultimo roubo. — Disse e eles sorriram — Só para dar um “tchau”.
— Amanhã? — Chaz perguntou
— De manhã — completei — De noite já quero estar bem longe.
Samantha P.O.V.
— Temos que ser rápidas. — Bubs disse entrando na loja — Daqui a pouco meu pai vem nos buscar.
— Só quero ver o preço de uma roupa aqui. — Disse e ela assentiu.
Comecei a perambular pela loja, olhando blusas, vestidos, shorts...
— Precisa de alguma coisa? — Uma moça alta perguntou-me.
— Sim... Ontem eu vi uma blusa e agora estou procurando-a mais não acho. — Disse e ela fez careta — Um cropped azul...
— Ah sim! Da nova coleção, todas estão a procurando, mas creio que ainda tenho uma. — Disse e eu sorri — Vou busca-la. Fiquei olhando-a sair, ela era o tipo de mulher que me deixa intimidada. Cabelo louro longo preso em uma trança de lado, usando um salto que valorizava suas pernas e um vestido justo lindo. Geralmente odeio saltos, mas tenho que admitir que adoraria usar um.
— Aqui está. — A moça voltou — Era a ultima, espero que de em você.
Peguei a mesma e entrei em um provador, Bubs estava sentada em algum canto flertando com alguém.
— Ficou ótimo. — Disse olhando-me no espelho. — Quanto está à blusa? — gritei.
— Duzentos e trinta e três dólares. — Ouvi a voz da moça. Droga. Tinha comigo apenas trinta dólares. Eu quero está blusa... Eu preciso dela.
Então... Roube-a.
Não! Isto é errado... Porém divertido, uma blusa, que mal pode causar?
— Pode buscar um vestido para mim? — Perguntei colocando a cabeça para fora do provador.
— A blusa não coube?
— Um vestido, por favor. — Disse e a moça torceu o lábio indo. Posso ter soado um pouco mal-educada, mas era necessário. Não, não era.
Peguei minha bolça e joguei por cima do ombro respirando fundo. Apenas saia correndo. E foi o que eu fiz. Saí correndo derrubando tudo o que eu via.
— Peguem-na! Ela roubou! — Ouvi a voz fina e os detectores soaram, corria como o vento, como uma borboleta voando ou um avião aterrissando.
Olhei para trás. Haviam seguranças atrás de mim, ótimo. Logo ouvi sirenes e carros de polícia passando por mim. Polícia? Era mesmo necessário?
É sim necessário Samantha, você roubou.
Meu subconsciente gritava. Meus sentia pontadas em meus pulmões e minha garganta se fechava. Eu vou ser presa, eu vou ser presa, eu vou ser pres...
— Porra! — Ouvi uma voz grossa e meu corpo sendo lançado para trás.
— Ai. — Gemi, minha cabeça latejava, tudo em mim latejava. Olhei para cima, cor de mel, essa era a cor dos olhos do menino que me derrubou.
— Qual o seu problema? — Perguntou se levantando e saindo correndo. Por acaso do destino, minha pulseira havia ficado presa em seu jeans — Ta pedindo pra morrer garota? — Era ele, eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou mor...
— Bieber, você está preso. — Um policial gritou, assim que todas as viaturas nos cercaram.
E são nessas horas que eu prefiro seguranças no shopping
— Se vocês chegarem perto de mim eu mato a garota. — Puxou-me pelo cabelo apontando uma arma para minha cabeça, vi de longe um carro preso se aproximar. Iriam me salvar.
— Largue a menina! — A um dos policiais falou. O carro havia parado e de lá, três garotos saíram armados. Não iriam me salvar. Ouvia disparos e vozes.
— Na hora certa hein. — Só ouvia as vozes, meus olhos estavam fechados com tanta força que eu queimava.
— Bem na hora. — Disse Justin Bieber. Seu braço estava entorno do meu pescoço e ele foi me guiando até o carro, me jogando no mesmo. — E você sua vadia, fique quieta! — Ele gritou, as lágrimas caiam molhando todo o meu rosto.
— Quem é você? — Perguntei entre soluços.
— Seu maior pesadelo! — Respondeu batendo a porta do carro. Ele e os três meninos entraram em seguida, Bieber na frente dirigindo, um do lado dele com a arma para fora e outro do meu lado apontando uma arma para mim.
E eu estava lá, indo em direção ao meu pior pesadelo, sozinha. E com certeza, eu preferiria ficar com Edith, Joey e meu pai agora.
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