A Verdadeira História dos Treinadores de Pallet escrita por Natalia


Capítulo 5
Green: O nerd interesseiro e o Rocket


Notas iniciais do capítulo

Na caverna escura, Green não tem paz.
—------
Minhas sinceras desculpas pelo atraso ;-;
O capítulo ainda não estava pronto.



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MT. LUA

–Ah cara, como eu odeio esses Zubats!

Gary tapava os ouvidos enquanto corria mais uma vez de uma horda de Zubats, os pokémon morcego não paravam de gritar atrás do treinador.

–Vá Magnemite! – Gritou um estranho vendo a situação.

Um Pokémon de metal apareceu, ao vê-lo os pokémon frearam imediatamente, junto com Gary que parou para observar.

–Use o choque do trovão!

Raios foram na direção dos morcegos e num instante todos caíram no chão, derrotados.

Magnemite: Pokémon tipo elétrico, especialistas estão considerando o também classificar como tipo metal. Mantém-se suspenso no ar usando antigravidade, usa ataques como Thunder Wave, disse a PokeAgenda.

–Você está bem, amigo? – Disse o estranho. Ele tinha cabelos negros, lisos, que iam até seus ombros. Usava óculos de armação preta e grossa, calça jeans e uma camisa branca desbotada. Parecia e era um nerd.

No mundo Pokémon ser nerd é, basicamente, gostar de estudar sobre pokémon.

Existiam cinco tipos de pessoas neste mundo: As pessoas que odiavam pokémon, as pessoas que tem medo deles, aqueles que os viam como simples animais, os que gostavam deles e os que os idolatravam.

O mais comum era gostar ou ser indiferente, os mais odiados com certeza eram aqueles que idolatravam as criaturas. Todos os achavam realmente chatos.

–Obrigado. – Apesar de agradecido, Gary teve seu orgulho um pouco ferido, preferia ter lidado sozinho com os Zubats.

–Meu nome é Jane. Tome. – Ele estendeu um frasco. – É repelente, se não passar isso apenas vai sair desta caverna após de derrotar cerca de duzentos desses.

–Valeu cara. – Green ficou meio desconcertado, o esforço do rapaz para fazer amizade não era nem um pouco sútil, principalmente pela maneira que ele sorria, mas o treinador de Pallet não estava interessado. – Meu nome é Gary. Até mais!

Ele continuou caminhando pela caverna.

Ela era escura, mas não o suficiente para que ele não pudesse enxergar o que estava à sua volta. Eram claramente visíveis os sinais de que os humanos já haviam feito algumas alterações no local, pois vários trechos eram retos demais, quadrados demais, artificiais demais. Além do chão que era liso, havia escadas para subir e descer entre os “andares” da caverna.

Jane seguia atrás, por vezes apertando o passo para não de distanciar muito de Green. Cansado disso, ele deu seu último suspiro antes de se virar e perguntar:

–Até quando pretende me seguir?

–Sabe, não é bom andar sozinho por aqui... Pensei que pudéssemos proteger um ao outro. – Aquilo soou mais estranho do que o nerd pretendia.

–Ou você simplesmente achou que eu pudesse te dar um pokémon raro se ficássemos grandes amigos?

Gary não era idiota e aquela não era a primeira vez que alguém se fazia de bonzinho porque ele era neto do famoso Professor Carvalho.

–Uh... Do que você está falando? Eu só quero ser seu amigo. – Ele respondeu embaraçado.

–Sei!

Ele continuou explorando, e Jane não parou de segui-lo. Não importava se ele apertava o passo, ou se andasse em círculos propositalmente, Jane era um cara realmente insistente e esquisito, ele tentava conversar com Gary, mas este nem deu atenção.

Isso só foi ter fim quando eles deram de cara com um adolescente totalmente vestido de preto. Jane deu um grito estridente e saiu correndo a toda velocidade, o “amigo” abandonou Green que não tinha entendido nada, até que o estranho se virou e ele pode repara que em sua camisa estava estampado um R bordô.

–Olá pequena criança, como vai? – O Rocket sorria maneira cruel. Seus cabelos e olhos eram castanhos, tinha pele amarelada, não devia ter mais que dezesseis anos. Teria uma aparência honesta e gentil se não fossem seu piercing na orelha e sua cicatriz na bochecha. – Que pokémon você tem aí?

–Nenhum, me deixe em paz. ­– Gary recuou um passo.

A atitude não agradou o marginal, ele apenas riu antes de sacar sua esfera.

–Vá Raticate!

O rato de meio metro de altura apareceu. Raticate era a evolução de Rattata, um rato marrom e peludo que tinha dois dentes enormes.

–Ninguém entraria em cavernas como esta sem nenhum pokémon. Você não está com sorte garoto, passe para cá suas pokebolas.

–De jeito nenhum! Vá Squirtle!

A tartaruga azulada apareceu.

–Use as bolhas!

Squirtle obedeceu, mas as bolhas não foram significativas sobre o pokémon rato.

–Raticate! Faça uma cara assustadora! – O Rocket ordenou.

O olhar pesado de Raticate fez com que Gary temesse um pouco, mas Squirtle não sentiu medo, estava pronto para defender seu treinador. Assim que viu Gary sacar a esfera para chamá-lo de volta, a tartaruga não hesitou em dar um salto e lançar um canhão de água sobre o pokémon adversário, que foi lançado em direção ao outro lado da caverna.

–Squirtle! – Surpreso, Gary correu para pegá-lo.

–Isso não vai ficar assim! Tem muito mais de nós na caverna! – E o Rocket misterioso saiu correndo.

Finalmente Green poderia ter um pouco de paz, guardou Squirtle na pokebola e explorou o local sem companhias desagradáveis nem outros imprevistos, até capturou um Zubat e um Clefairy.

Tudo estava bem, bem demais... O som dos passos do treinador de Pallet ecoava na caverna, ainda faltava bastante para chegar à saída, podia-se ouvir até as gotas de água que caíam, mas Gary não ouviu as pessoas que estavam por perto, até alguém gritar:

–Agora! – Era uma voz feminina. Quatro Rockets saltaram das sombras na direção de Gary. Ele foi imobilizado imediatamente, ficou deitado no chão enquanto uma mulher de cabelo púrpura usando o uniforme Rocket segurava seus braços. Ela era mais velha e mais forte, parecia ter vinte e dois anos e usava um batom vermelho que a fazia parecer ainda mais madura. Ao contrário de Daisy, suas feições não eram mais de criança, rosto oval, queixo e nariz grandes e pontudos.

Os outros três Rockets, entre eles o que Gary vira fazia algumas horas, vasculhavam sua bolsa e roubavam seus pokémon.

–Parem agora! – Green se contorcia. – Meus pokémon não! Levem o dinheiro!

–Meus pokémon não! – O ladrão negro de olhos azuis imitou em escárnio, todos os Rockets riram. – Yano, como pôde perder para esse fracassado? – Ele riu.

E a cena continuou, por um momento Gary se sentiu patético. Sua jornada mal havia começado e agora ele seus pokémon, não eram todos. Jigglypuff, Sandshrew e os Nidorin estavam com seu avô, mas mesmo assim ainda era um profundo desgosto. Essa jornada era a chance de provar de que ele era mais que a sombra de seu avô. Ele só queria provar para o mundo, e a si mesmo, que era capaz das coisas sozinho, não pelo seu nome, mas por quem ele era.

Quem eu sou? Apenas o neto do famoso Professor Carvalho? O filho de cientistas que morreram por um projeto inútil e desumano? Havia lágrimas em seus olhos, mas elas não desceram. Não antes de a mulher Rocket golpear sua cabeça e fazê-lo desmaiar.

Ele deve ter acordado cerca de meia hora depois, sua cabeça ainda doía, mas não mais que seu peito. Ao finalmente entender o que tinha acontecido, ele saiu correndo desesperado pelo escuro, o Sol estava quase se pondo, Gary ficaria praticamente cego nas trevas da caverna. Ele tinha que ser rápido, mas não encontrava nada além de pedras.

–ROCKETS! VOLTEM AQUI!

Ninguém respondeu.

–DESGRAÇADOS!

Nenhum sinal dos bandidos.

–SQUIRTLE!

A caverna continuou em silêncio enquanto Green corria. Parece que não havia Zubats por perto, pois esses já teriam o atacado.

–SQUIRTLE ! – Nada. Já com falta de ar, ele parou para respirar. Ele estava prestes a se jogar no chão em desistência quando escutou o eco do grunhido do seu pokémon em resposta.

–Droga! Fique quieta criatura ridícula! – A voz de Yano foi mais baixa, mas ainda pôde ser ouvida.

O Rocket não achou que o treinador de Pallet estivesse tão perto, pois logo Gary conseguiu alcançá-lo, a única coisa que ele poderia usar para se defender agora era uma pedra de tamanho médio que ele colocou no bolso. O Rocket não sentiu nenhum tipo de remorso ao vê-lo novamente, pelo contrário, sorriu mais uma vez.

A visão de Gary era escura e ele não podia nem mesmo ver o rosto do inimigo, apenas sua sombra.

–Então, tem mais algum pokémon aí para me dar? Tenho pokémon bem mais fortes que o meu Raticate agora.

Squirtle, Zubat, Clefairy, Scyther, Fearow, Eevee, pensou Green. Ele teve uma ideia.

–Ainda tenho um! Pokebola vai!

Gary lançou a pedra, parece que Yano achou mesmo que era uma pokebola, pois não desviou e foi acertado em cheio na testa. A pedra fez um corte em sua testa e ele ficou furioso. Gary nunca havia visto alguém transbordar tanta raiva, o Rocket sacou a primeira pokebola que pôde e lançou para fora um dos presentes de Daisy, Eevee.

–Use ataque rápido nele! – Yano berrou.

Num gesto de lealdade, a raposa marrom virou para o ladrão e o atacou.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido! Até o próximo capítulo!



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