Paws - Um Amor de Cão escrita por FireboltVioleta


Capítulo 9
Reconciliação...


Notas iniciais do capítulo

Olá, seres humanos lindos!
Boa leitura! ♥



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Franzi o cenho, ignorando minha primeira pontada de esquive e receio.

Mas, no fim, resolvi que podia tomar uma decisão razoável. Confiava na palavra de Isabella. E depois, talvez fosse mesmo hora de corrigir algumas coisas do passado.

– Boa noite, Stuart.

Stuart baixou a cabeça, embora me encarasse. Sorriu de um jeito quase envergonhado.

– Boa noite, Hermione.

Pisquei. Na época em que éramos crianças, ele nunca me chamara pelo nome.

Teddy ainda rosnava de modo evasivo, o que estava me irritando. A última coisa que eu queria, numa oportunidade única e milagrosa de consertar as coisas com aquele garoto, era que Stuart resolvesse se acovardar por causa daquele cachorrinho maluco.

– Pare com isso, Teddy – ralhei com ele, aproveitando que sua guia ainda estava na varanda para amarra-la nele, afixando-a na cerca em seguida – desculpe, Stuart.

O rapaz ergueu a sobrancelha, curioso, dando uma piscadela quase cúmplice para Julia e Isabella.

– Animalzinho novo? – me surpreendi com seu tom de voz, que não era nem um pouco sarcástico... pela primeira vez – você não tinha um gato?

– Tinha – suspirei.

Minha expressão pareceu fazer Stuart perceber que eu não queria entrar em detalhes, já que não continuou tocando no assunto.

– Bom... – ele entrelaçou as mãos uma na outra, nervoso – acho que Isabella já comentou com você sobre... o que eu queria fazer.

Assenti.

– Sim. Ela me disse – sorri para Isabella, que encarava Stuart com o olhar mais deslumbrado do mundo e nem percebera meu meneio.

– Se não for incômodo... – Stuart mordeu o lábio – queria que pudéssemos conversar... bem, longe dos seus pais... não quero... bem... que eles... lembrem do que eu fiz á você.

– Entendo – estreitei os olhos para Julia, que ria como uma hiena – e acho que aquelas duas ali já arranjaram um jeito de conversarmos.

– Sim – Julia nem ligou quando os olhos de Isabella saltaram – falei pra ele te convidar pra jantar no Oxford.

O meu queixo caiu.

– Como assim??

Stuart ficou da cor de um pimentão.

– A Julia sugeriu... – ele pareceu ficar nervoso – eu não tinha achado má ideia, mas vou entender se... sei lá...

Revirei os olhos, fuzilando Julia com eles em seguida.

Teddy parou de latir, mas me olhou, com tal expressão carente, que me deixou penalizada.

Decidi que não teria problemas em leva-lo. O restaurante Oxford aceitava animais de estimação, afinal. E não era longe dali. Uma ou duas quadras á frente da vizinhança.

– Não, não tem problema – bufei para Julia, que se encolheu, embora tivesse um sorriso alegre no rosto – já que você inventou essa, Hannibal, avise meus pais que dei uma saída com Teddy.

– Pode deixar – Isabella parecia pasma, como se não esperasse uma coisa daquelas, mas pulou o muro com Julia, se dirigindo á entrada de casa e acenando para nós dois, sempre sorrindo para Stuart.

Stuart devolveu o sorriso, observando-as entrarem na minha casa.

– Se importa se eu levar Teddy? – indaguei.

Ele vincou a testa, olhando para Teddy – que, para minha perplexidade, voltara á travar o focinho ameaçadoramente.

– Teddy – alertei-o, séria – pare com isso... ou vai ficar aqui em casa.

– Não – dando de ombros, Stuart suspirou – pode leva-lo – e acrescentou – quem sou eu para colocar condições, ainda mais numa ocasião dessas...

Ergui a sobrancelha, pega de surpresa.

Quem diria... Stuart Temple, sendo humilde? Agora ele tinha me impressionado.

Teddy bufou, mas pareceu perceber que minha ameaça não fora leviana, já que apenas aguardou pacientemente que eu o desamarrasse da cerca e se postou ao meu lado obedientemente.

Mas pude jurar – enquanto nos dirigíamos lentamente para o restaurante – que o pequeno cachorrinho não parava de lançar olhares ameaçadores ao rapaz que me ladeava.

____________________O____________________

O restaurante estava cheio.

Teddy sentara preguiçosamente ao lado de minha cadeira, beliscando os petiscos que eu lhe oferecia, enquanto Stuart sugeria os pratos para nós escolhermos.

Enquanto esperávamos o assado de cordeiro chegar, deliberei tentar iniciar a tão temida conversa entre nós.

– Bem... – murmurei – e o que tem feito todo este tempo?

Stuart agradeceu ao garçom que trouxe o vinho, meneando a cabeça.

– Ah, nada de mais. Estivemos acompanhando a evolução do Thomas... o meu irmão – adicionou, ao ver minha expressão levemente confusa.

– Ah, sim... – mordi o lábio – quando foi que... aconteceu?

– Dois meses atrás – Stuart entornou um pouco do vinho antes de continuar – até agora, nada de novo – ele segurou uma das taças vazias sobre a mesa e inclinou-a em minha direção – servida?

Sufoquei um risinho, curiosa com o espantoso cavalheirismo de Stuart.

– Por favor.

Teddy observou tacitamente Stuart encher minha taça, com uma expressão quase impaciente.

– Ah, não, rapaz – sorri, abaixando-me para afagar sua cabecinha – não pode beber isso, garoto.

– Realmente não – Stuart riu, piscando para mim quando voltei á me levantar, enquanto ajeitava a jaqueta – imagine só... ele já não vai com a minha cara estando sóbrio – ele arregalou os olhos dramaticamente.

Ri baixinho.

E não era que Isabelle tinha razão? Stuart estava muito mudado... nem sequer usava mais aquele tom de voz grosseiro ou aquelas palavras de baixo calão. Na verdade, estava ridiculamente parecido com um elegante – mas descolado - aristocrata inglês.

Apanhei minha taça, bebericando levemente o líquido rubro. Estalei os lábios, deliciada com o sabor suave da bebida.

– Muito bom – falei - Corney & Barow?

– É – Stuart aparentou ficar sem graça – alguma coisa que possa começar a compensar, sabe... o que houve entre a gente.

– Não havia necessidade – balancei a cabeça, rindo.

Teddy parecia incomodado, já que se ergueu de um salto, e começou a patear nervosamente minha perna.

– O que foi, garoto? – revirando os olhos, olhei para meu cãozinho, esfregando a testa para espantar a leve tontura, que tomou conta de minha cabeça quando me abaixei.

Em vez de se acalmar, Teddy ficou ainda mais agitado, focinhando meu ombro de modo quase desesperado.

A vertigem aumentou, me fazendo quase cair da cadeira. O que estava havendo?

Segurei Teddy, apertando os olhos, quando um embaciado irritante surgiu diante deles.

– Hermione? – ouvi a voz de Stuart, que parecia preocupada – o que foi?

– Não... sei... – arfei, sentindo meu corpo amolecer subitamente.

Tudo o que vi foi a taça de vinho se espatifar no chão, enquanto os latidos de Teddy preenchiam o ambiente, antes de finalmente mergulhar na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Então??? O___O rsrs
Comentários? Patadas? Protestos?
Beijinhos e até o próximo capítulo!



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