Paws - Um Amor de Cão escrita por FireboltVioleta


Capítulo 6
A Fazenda - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Aqui está o novo capítulo de Paws para vocês, gente linda!
Boa leitura ♥



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No dia seguinte, minha família, eu, Isabella e Julia decidimos passar dois dias na fazenda de meu avô, alguns quilômetros adiante de Londres.

Depois de muito insistir, meus pais deixaram que eu levasse Teddy.

Enquanto eu afagava as orelhinhas do cachorrinho absurdamente curioso em meu colo, Julia bufava feito uma rã-touro do meu lado, balançando a cabeça para si mesma.

– O que foi, Julia? – Isabella revirou os olhos, já sem conseguir ignorar o tique nervoso da amiga.

Julia estreitou os olhos dramaticamente, dando um muxoxo.

– Os Granger tem uma fazenda – ela sorriu – previsível...

– Ah, vai se ferrar, Julia – dei risada, também revirando os olhos. Só a Julia mesmo para fazer uma piadinha com nosso sobrenome – e por que diabos você achava que temos esse nome?

– Ê, caramba. Lá vem ela – Isabella tampou o rosto com as mãos.

– Vai contar toda aquela história da Londres vitoriana, onde sua família da zona rural se desenvolveu e blá-blá-blá?

– Vocês querem parar? – ri ainda mais quando Isabella juntou as mãos em frente ao rosto, como se rezasse – Deus, me dá paciência. Por que se me der força, esgano essas duas.

– Ok, vamos mudar de assunto – Julia esfregou as mãos – vamos falar de namorados ruivos gostosos.

– Julia! – o que era para ser um esgar de indignação meu se tornou um sorriso contra minha vontade; Teddy se remexeu em meu colo, agitado – garota, esquece meu namorado ruivo gostoso, está bem? Vai procurar o seu!

– Namorado não é difícil – ela resmungou, chateada – agora, ruivo e gostoso? Mais fácil eu ganhar na loteria.

Isabella só faltava cair para fora do carro de tanto rir.

E eu não estava muito atrás, gargalhando e fazendo mamãe rir também no banco da frente.

Ah, se Rony ouvisse aquilo... ficaria horrorizado. Seria hilário.

– Você vai encontrar alguém, garota - dei um tapinha solidário em seu ombro, ainda rindo – quando chegar a hora. Veja só o meu – dei de ombros – demoramos sete anos para nos acertar. Uma hora, vai chegar a sua vez.

– Eu não quero morrer virgem! – Julia fingiu desmaiar, o que só fez todo mundo ali dar ainda mais risada.

Teddy parecia não estar gostando nada da bagunça que imperava no pequeno Chevette, já que pateou meu rosto, como se quisesse chamar a atenção.

– Opa. Desculpa, rapaz – afaguei o pescocinho de Teddy, balançando a cabeça.

O resto da viagem foi mais tranqüilo – exceto por um ou dois comentários irônicos de Julia e mais alguns resmungos repreensivos de Isabella.

Finalmente, estacionamos na frente do portão de uma grande propriedade rural.

Ergui o olhar, ansiosa, admirando a bela porteira da fazenda de vovô Granger.

O lugar me trazia muitas lembranças boas da minha infância, onde eu passei muito tempo aprendendo a amar a natureza tanto quanto meu avô amava. E foi ali, longe dos olhares públicos, que meus primeiros poderes de bruxa surgiram.

– Podem descer, crianças. Vamos entrar com o carro ainda – papai sorriu, destrancando as portas.

Em fila indiana, nos três e Teddy – ainda em meu colo – passamos pela portinhola que dava acesso á fazenda. Julia bufou um ofendido “crianças, sério?”, que me fez rir baixinho.

Ali, já recolhendo os legumes que usaria para o almoço, reconheci a figura de vovô Granger.

Ele também me reconheceu, largando a pequena foice e abrindo s braços para mim.

Eufórica, soltei Teddy e fui correndo ao seu encontro.

– Vovô! – exclamei, abraçando-o.

Meu avô riu, afagando minhas costas, me soltando e olhando para mim.

– Hermione, minha neta – ele sorriu – como cresceu, minha menina!

Mamã e papai se adiantaram, também cumprimentando vovô.

– Pai – mamãe o abraçou – que saudade.

Sem soltar mamãe, vovô apertou a mão de papai.

– Wendell!

– Como vai, Richard? – papai deu um tapinha no braço de vovô.

Virei-me para Julia e Isabella, que pareciam, agora, absurdamente tímidas diante do nosso reencontro familiar. Teddy ainda estava no mesmo lugar onde o deixara, nos encarando com uma expressão surpresa.

– Bem, vovô – indiquei-os – estas são minhas amigas, Julia e Isabella – desci o olhar para o cachorrinho, que agora analisava vovô de modo animado – e este é o Teddy.

Vovô assentiu, olhando Teddy com interesse.

Mas pareceu, talvez por medo de me lembrar, não querer acrescentar nada sobre ele, já que mamãe também lhe contara sobre o que havia acontecido com Bichento.

A fazenda localizava-se numa colina, sendo que a entrada era no cume. O paiol ficava no sopé, e a casa de campo, construída de modo a ficar equilibrada no declive, bem no meio da descida. A horta se estendia quase toda até os cercados onde ficavam os animais.

Depois de tomarmos café, vovô ficou conversando com meus pais, enquanto nos liberou para passar pela fazenda.

Julia e Isabella nunca haviam estado num terreno rural antes, e pareciam encantadas da vida com a fazenda Granger.

Teddy não estava menos encantado.

Seguindo-nos fielmente, como uma espécie de guarda-costas canino, ele simplesmente estava maravilhado, e ficou completamente entretido com as grandes beterrabas que emergiam da terra, enquanto eu ensinava as meninas á tirar batatas do solo.

Julia não parecia estar gostando tanto da lama que estava sujando seu All Star, mas Isabella não podia estar se divertindo mais, começando a contar quantas batatinhas já havia recolhido, numa espécie de cantiga.

Depois de largarmos os baldes, cheios de legumes e frutinhas, no quintal da casa, descemos até o paiol, para que eu mostrasse á elas todos os animais que vovô criava.

Teddy se apoiou na cerca, nos observando, enquanto eu, Julia e Isabella entrávamos no celeiro.

Mal havíamos adentrado no cercado, e fui engolfada por uma enorme cabeça de focinho molhado.

– Ah... – dei uma risada assustada, abarcando o rostinho amável da vaquinha que se aproximou de mim.

As meninas pularam, mas, após o susto, pareceram se apaixonar pela vaca leiteira que eu conhecia desde pequena.

– Nossa, Hermione! Ela é uma gracinha! – Isabella se derreteu, levantando a mão para afagar as orelhas dela.

– É a Crystal– deitei o rosto no focinho macio da vaquinha, que se encostou a meus braços de modo afável – vovô fez o parto dela, e me deixou assistir. Conheço-a desde que era só uma bezerrinha.

Crystal era uma vaca muito mansa, e não se importou com os agrados que Julia e Isabella lhe fizeram.

Teddy finalmente pareceu resolver entrar no paiol, ainda apenas nos fitando. Julia e Isabella pareceram se apaixonar pelas ovelhas, e rimos muito quando Brutus, o touro – meigo, apesar do nome – de vovô, se aproximou de Isabella e a fez começar a gritar feito uma louca, assustando os gansos da gaiola ao lado - que começaram a grasnar alto - e deixar Teddy se sacudindo na terra, parecendo um brinquedo eletrônico que entrara em curto-circuito.

Após alguns minutos tentando acalmar a histeria de Isabella, resolvemos dispensar o passeio aos próximos cercados, até que a pobre garota se acalmasse.

No entanto, percebi que Teddy ainda não havia saído do paiol.

Intrigada, voltei a olhar para dentro do cercado do celeiro.

E estranhei a cena curiosa que vi ali.

Crystal abaixara a cabeça em direção á Teddy, e eu podia afirmar que a vaquinha parecia completamente pasma, mugindo baixo.

Teddy focinhou o rosto de Crystal, de um jeito meio impaciente, o que foi ainda mais estranho.

Isabella parou até de choramingar, quando viu a vaca e o cachorro interagindo daquele jeito, como se estivessem se comunicando.

Julia cruzou os braços na cerca, perplexa.

– Que estranho – ela murmurou – podia jurar que estão conversando.

– Ficou maluca, Julia? – Isabella comentou, dando um estranho tapa na própria mão, que ainda tremia de susto.

– Teddy! – chamei-o.

O cachorrinho ergueu as orelhas, e, para minha maior surpresa, pateou no casco de Crystal e, fungando, veio até mim, saindo do cercado.

Peguei-o no colo, ainda confusa.

Quando Crystal olhou para mim, de um jeito quase pensativo, as coisas pareceram ainda mais bizarras.

– Vamos subir – Julia estava rachando de rir com Isabella tentando impedir os dedos de tremerem – o almoço já deve estar pronto.

Concordei com a cabeça, deitando Teddy em meu ombro.

Enquanto subíamos a colina, Teddy guinchou-se em meu braço, latindo alto em direção ao paiol.

E a minha curiosidade só aumentou, quando ouvi Crystal mugir em resposta.

Parecia loucura, mas o pensamento não deixou de vir á minha cabeça.

Estava começando a achar que aqueles dois estavam aprontando alguma coisa...


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Notas finais do capítulo

"A Julia na gaita,
Crystal e Teddy no vocal
Cantando o rock rural
Cocoricóóó..."

Desculpa, não resisti, gente... kkkkkkkk #NaoUsemDrogas
E aí? O que acharam do capítulo? Zoado? Bom? Lixo? :P
Botei duas coisinhas curiosas no capítulo. Quem notou? (Dica: um é sobre o sobrenome da Hermione; o outro, só pra quem leu Morte Súbita).
Bom, beijinhos, e até o próximo capítulo!



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