Como foi? escrita por Secret


Capítulo 2
Conhecer os pais dele


Notas iniciais do capítulo

Hey! Demorei mas voltei!
Até tenho desculpa, mas dane-se.
Eu voltei, certo?
Tema sugerido pela Dony
Tema: Conhecendo os pais do Bruno.
Narrador: Gustavo.
Eu tive que pensar para fazer algo legal. Realmente estava sem ideias!
Talvez eu tenha exagerado no tamanho e nos detalhes inúteis, mas aproveite mesmo assim!



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— Acorda... — Ouvi uma voz meio distante e abafada. — Sério, levanta logo.Estamos atrasados. — Meu cobertor foi puxado e eu levantei num pulo! À minha frente estava Bruno, meu namorado, me encarando com um sorriso irritante no rosto.

O problema? Ele estava na minha casa dentro do meu quarto! E eu tenho certeza de que ele não devia estar lá!

— Como você entrou aqui? — Sério, como essa criatura brotou aqui? E só para me acordar?!

— Sua mãe me deixou subir. Aliás devia olhar o relógio. — Disse simplesmente. Eu olhei e descobri que estamos uns 15 minutos atrasados para a aula! Eu estou muito ferrado!

— Por que não me acordou mais cedo?!

— Eu tentei. Mas você dorme como uma pedra! — Exclamou, sorrindo de lado. — Apresse-se! Ainda está de pijama e não queremos perder a segunda aula, certo?

Espera aí! Agora que eu me toquei que eu estou na frente do meu namorado com meu pijama azul estampado com o Mickey Mouse! Valeu mesmo, mãe! Tantos na loja e tinha que escolher esse?

— Relaxa. Você fica uma graça nesse pijama. — Riu. Acho que está muito na cara minha vergonha dessa coisa! — Mas, por melhor que fique, corre para se trocar! Sua mãe deixou o uniforme dobrado no guarda-roupa.

Nesse momento se passaram umas mil respostas pela minha cabeça. Mas, como estávamos meio sem tempo, tudo que consegui dizer foi:

— Cala a boca! — Sim, eu sou muito amável pelas manhãs! Só que não. Peguei o uniforme e o joguei em cima da cama para me vestir. Bruno ainda estava parado no meio do quarto como uma estátua! — Sai! Eu vou me trocar!

— E daí? — Ele riu.

— Cai fora! — Eu exclamei enquanto o puxava. Não estou a fim de discussões idiotas pela manhã! Expulsei-o do meu quarto e tranquei a porta. Vesti o uniforme correndo, agarrei a mochila e saí em disparada puxando o Bruno pela manga. Gritei um “oi” rápido para minha mãe e peguei um sanduíche de cima da mesa, que ela fez para mim. Como é bom ter uma mãe quando se está atrasado! Assim não passo fome na aula!

— Veio de bicicleta? — Perguntei.

— Não. — Deu de ombros. — Não achei que nos atrasaríamos.

Eu apenas bufei e corri, sendo seguido de perto pelo Bruno. A escola não é tão longe, apenas algumas quadras de distância. Mas quando se está atrasado isso parece o triplo! Depois de poucos minutos de corrida eu já estava quase morrendo! Sou sedentário, admito! Quando eu parei ofegante na calçada meu namorado me alcançou e esperou que eu recuperasse o fôlego antes de dizer:

— Sabe, podíamos ter voltado duas ruas e pegados minha bicicleta, e não corrido uma quadra e meia! — Ele sorriu meio ofegante, mas com certeza menos que eu! E essa coisa me avisa isso agora?!

— Por que não disse isso antes?! — Eu quase gritei. Não tinha ninguém na rua mesmo, então qual é o problema?

—Porque meu querido namorado impaciente saiu correndo antes que eu tivesse a chance. — Explicou com um sorriso zombeteiro. Eu até retrucaria, mas ainda estava me recuperando da corrida.

— Vem, vamos andando— Ele sugeriu. —, já estamos atrasados mesmo. — Segurou minha mão para continuarmos.

Chegamos na metade da segunda aula. Ouvi um burburinho, mas a professora retomou logo o controle da aula.

— Muito bem, rapazes, expliquem o motivo do atraso e mostrem a permissão para entrar em sala da diretoria. — Ela ordenou.

A permissão foi a parte fácil, pegamos assim que entramos na escola. Mas o que eu digo quanto ao atraso? “Desculpa, professora, dormi demais”? Isso seria ridículo! E a turma me zoaria pelo resto da semana! Não tive muito tempo para pensar nisso, Bruno foi mais rápido que eu na resposta:

— Foi mal, professora, culpa minha! Fui dormir tarde e o Gustavo passou lá em casa para me acordar.

— Tudo bem. — Suspirou. —Sentem-se e que isso não se repita. — Ela orientou antes de retomar a aula.

Acabamos sentando longe um do outro, nos únicos lugares ainda vagos. Passei o resto da aula esperando o intervalo para poder perguntar por que aquela criatura levou a culpa! Isso não é algo que eu esperaria dele. Por mais legal que o Bruno seja ele não gosta de me livrar das consequências do que eu faço. Ele diz que eu tenho que encarar e aprender.

Ou seja: Ele deve estar aprontando alguma coisa!

E isso não me conforta!

Depois do que pareceu uma eternidade o sinal tocou! Hora do intervalo!

Eu praticamente arrastei o Bruno até um dos bancos mais afastados:

— O que você quer?! — Exclamei.

— Tem que ser mais específico. — Riu e mordeu a maçã que levou para o lanche. — Eu quero muitas coisas.

— O que você quer levando a culpa por mim? Não parece algo que você faria.

— Acredita se eu disser que foi porque te amo?

— Não.

— Chato. Tudo bem, eu quero te deixar de bom humor porque você vai conhecer meus pais hoje. — Explicou como se já tivéssemos combinado isso.

— Como assim eu vou conhecer seus pais?! — Por favor, me diz que isso é mais uma das brincadeiras sem graça dele!

— Você vai passar a tarde lá em casa hoje. Já falei com sua mãe, ela deixou. Vamos almoçar na minha casa e te levo para casa por volta das seis da tarde. Tudo bem?

— Mas... E... —Tentei arranjar uma desculpa. — Eu não trouxe roupas para trocar! — Exclamei vitorioso. Ele não pode rebater essa! — E não quero passar a tarde de uniforme!

Ele apenas sorriu como se já esperasse por isso. Não estou gostando nada dessa expressão!

— Já imaginava, então trouxe roupas suas. — Sorriu. Como eu rebato essa?

Não entenda mal. Eu não tenho problemas com os pais do Bruno, mas eles sabem que somos um casal e... Isso seria estranho! O que fazer quando se conhece os pais do namorado? Eles vão fazer um mini-interrogatório, tipo nos filmes? E o que eu falo?

— Para de se preocupar. — Bruno me tirou dos devaneios. — Já dá para ver até a fumaça saindo da sua cabeça. Você pensa demais! — Riu.

— Só diz isso porque não é VOCÊ que vai conhecer meus pais como meu namorado!

— Não vou porque você não quer. Por mim podemos contar para eles hoje!

Eu fiquei sem resposta!

Mas, por sorte, não precisei de uma! O sinal tocou e eu praticamente voei de volta para a sala!

E agora? O que eu faço?! Eu vou conhecer os pais do meu namorado!

Passei o resto das aulas torcendo para que algo me livrasse dessa. Qualquer coisa! Pode ser até a diretora me chamando para me pôr de castigo! Eu só não quero que o sinal de fim das aulas toque! Pode acontecer até um apocalipse zumbi, se der!

E é claro que, como eu sou um cara muito sortudo, nenhum zumbi invadiu a sala de aula nos últimos horários!

O sinal tocou normalmente. Que droga, sorte! Não dava para me arrumar um zumbizinho? Quando dei por mim todos da sala já haviam ido embora, com exceção do Bruno, que estava de pé na minha frente me esperando!

— Pronto para ir? — Sorriu e me estendeu a mão.

— Não! — Eu fiquei sentado na carteira. O que eu faço agora?!

— Vamos. — Ele me puxou da carteira e segurou minha mão. — Você vai se sair bem. Meus pais não mordem! — Brincou.

Já que, aparentemente, eu não tinha muita escolha, fui andando com o Bruno. Eu não gosto de andar, mas dessa vez agradeci por estarmos a pé! Assim levamos mais tempo para chegar na casa dele!

Passamos o percurso todo em silêncio e, acredite, isso é muito estranho! A caminhada não durou muito. Ao menos eu achei. Logo estávamos em frente à casa dele, eu ainda não acredito que isso está acontecendo!

Ele abriu a porta com a chave e me pegou pela mão para entrarmos. Não sei se para me apoiar ou garantir que eu não fugisse! E sim, fugir estava na minha lista de opções!

— Oi, mãe! Oi, pai! Cheguei! — Ele exclamou enquanto fechava a porta.

— Olá, querido. Como foi na escola? — Ouvi uma voz feminina, deve ser a mãe dele.

— Bem. Cheguei atrasado mas consegui pegar o conteúdo. — Ele me levou até a sala. — Mãe, lembra do Gustavo? Meu namorado.

— Claro. Boa tarde, meu bem. — Ela me cumprimentou. — O Bruno falou muito de você. Será ótimo tê-lo para o almoço!

— É... Vai ser um prazer, senhora. — Eu disse meio sem jeito. Eu devia dar um aperto de mão? Um abraço? Elogiá-la? Bem, não tive muito tempo para pensar nisso. Logo o Bruno pegou minha mão de novo e me levou para as escadas.

— Vamos nos vestir e depois descemos para almoçar. — Ele disse. — O pai já chegou?

— Ele deve chegar em alguns minutos. Prometeu que almoçaria em casa hoje para conhecer o Gustavo. — Ela respondeu.

Eu realmente não sei o que pensar sobre isso! O pai do Bruno vai vir aqui só para me conhecer... Eu estou tão ferrado!

— Relaxa, tá indo bem. — Ele disse quando entramos num quarto. — Bem vindo ao meu quarto!

O quarto dele tinha paredes verdes, uma cama de solteiro com lençóis da Liga da Justiça, um quadro branco não muito grande em uma das paredes e muitos desenhos colados pelo quarto!

— Já acabou de admirar? — Brincou e eu percebi que estava parado lá olhando para o quarto que nem um idiota!

— Quarto legal. — Eu notei que ainda estávamos de mãos dadas. — Algum motivo para não me largar desde hoje de manhã? — Apontei para nossas mãos.

— No começo para garantir que não saísse correndo pelo caminho. — Brincou... Pelo menos eu acho que era brincadeira. Ele não acredita que eu fugiria, não é? — Depois para que você não fique parado como uma estátua no meio da casa. Não se preocupe tanto! Nada aqui quer te engolir!

— Garante? — Zombei.

— Por enquanto sim. Mas depois que meu pai chegar não garanto nada. — Retrucou. Isso com certeza não resolveu meu nervosismo!

— Vem, temos que nos vestir. — Ele abriu a mochila e jogou uma das minhas roupas para mim.

— Foi você quem escolheu, não foi? — Eu examinei a roupa. Uma bermuda verde simples e uma camiseta de Hora de Aventura que eu não uso desde os catorze anos!

— É assim tão óbvio? — Riu. — Não imaginava que você tinha uma camiseta com estampa divertida. Só te vejo com aquelas lisas ou listradas chatas.

Legal, eu vou almoçar com os pais do meu namorado usando minha camiseta de desenho animado. Tem como isso ficar pior?! Já sinto vergonha só de imaginar a cena!

— Você tá vermelho. — Bruno avisou enquanto escolhia uma roupa. — Achei!

— O quê?

— Minha regata favorita. Está calor! — Ele mostrou uma regata branca com o Batman estampado e tirou a camiseta da escola.

— Você vai se trocar aqui? —Frisei bem o “aqui”.

— Claro. É meu quarto! — Disse naturalmente. — Não vai querer me expulsar do quarto como hoje de manhã, vai? — Caçoou.

— E onde eu me visto? — Eu detesto não saber o que fazer!

— Por mim pode ser aqui. — Deu de ombros. — Mas se quiser tem um banheiro no fim do corredor, à esquerda.

Às vezes eu acho que meu namorado é a pessoa mais sem noção do mundo! Alguém concorda? E é claro que eu fui me trocar no banheiro!

Algum tempo depois eu já estava vestido com minha bermuda e minha camiseta muito infantil. Bruno saiu do quarto com uma bermuda jeans e a regata do Batman. Ele até que fica bem com essas coisas, mas eu pareço ridículo!

— Vamos? — Ele agarrou minha mão... De novo! Acho que hoje foi o dia em que ficamos mais juntos. E não foi por escolha minha!

Quando descemos a mesa já estava posta e os pais dele estavam nos esperando. O homem levantou para me cumprimentar:

— Prazer em conhecê-lo, Gustavo. — Ele disse educado, mas o aperto de mão foi meio... Forte demais. Aquilo doeu um pouco! — Sente-se.

— O prazer é meu, senhor. — Respondi educado... Se bem que eu acho que minha voz tremeu um pouco.

— Fique sentado que eu servirei o almoço. — A mãe do Bruno disse e pegou um prato, colocando nele arroz, feijão, frango e uma torta que eu não faço ideia do que era feita! Ela serviu a si e ao Bruno também, já o pai dele preferiu se servir sozinho.

— Espero que goste da torta. — Ela sorriu. — É minha especialidade.

Nesse momento vi o Bruno escondendo um sorriso, como se pudesse cair na gargalhada a qualquer minuto. Eu não estou gostando disso!

Assim que dei a primeira garfada entendi o porquê daquilo! A torta era de verduras! Eu tenho certeza que tinha tomate lá, e eu detesto tomate! Então eu fiquei com o dilema: cuspir aquilo como todas as células do meu corpo mandavam ou engolir aquilo por educação e para causar boa impressão. Normalmente eu escolheria a primeira, mas eu precisava causar uma boa primeira impressão!

Fiz um esforço sobre-humano para engolir as verduras sem fazer careta. Ainda não sei como consegui. Sério, achei que meu estômago iria rejeitar aquilo!

Depois de um longo almoço no qual eu praticamente engoli sem mastigar, todos acabaram e chegou a hora da sobremesa.

— Então, querido, gostou do almoço?

— Claro, senhora, estava ótimo. — Eu menti descaradamente. Bruno sorriu irônico, mas não disse nada.

— Pode me chamar de Cecília. “Senhora” faz eu me sentir velha. — Ela sorriu. — Agora vou buscar a sobremesa.

— Então, Gustavo, como vocês se conheceram? — Assim que ela saiu o pai do Bruno perguntou, olhando diretamente para mim.

— S... Somos da mesma sala, senhor. — Eu não estou preparado para isso!

—Hm. Vocês estão bem perto da faculdade, certo? Quais são seus planos? — Ele continuou o interrogatório. Cadê a sobremesa que não chega?!

— Eu penso em fazer administração ou talvez direito, senhor. — Respondi meio sem jeito. Eu realmente não penso muito nisso, então disse o que veio à mente!

— Aqui está a sobremesa. — A dona Cecília chegou com uma travessa e a colocou em cima da mesa. Nela havia frutas cortadas e potinhos com gelatina. — Pode escolher o que quiser.

Acho que entendi porque o Milk-shake favorito do Bruno tem vegetais. A mãe dele é do tipo saudável e natureba.

Eu escolhi gelatina de limão e aproveitei o momento de silêncio. Acho que é a primeira vez que eu vejo o Bruno passar mais de 15 minutos calado.

Como tudo que é bom, o momento quase confortável acabou logo. Depois a mãe dele decidiu começa outro mini-interrogatório, um pouco mais gentil que o do seu marido.

— Então, querido, como vocês começaram a namorar?

Que belo assunto! Como eu digo que passei duas semanas fazendo loucura seguida de loucura para conquistar o cara mais estranho da sala? Senti o Bruno entrelaçando nossas mãos por debaixo da mesa.

— Não foi nada demais, mãe. Ele me conquistou e eu aceitei o pedido. — Ele explicou... Mais ou menos. Como assim “nada demais”? Eu quase me matei conquistando essa criatura!

— E ,na escola, como você está? Notas boas? Dificuldade nas provas? — Ela sorriu.

— É... Está bem. Minhas notas estão acima da média e o Bruno me ajuda a estudar em algumas matérias. — Eu disse enquanto encarava a parede com o canto do olho.

— Mãe, pai, o almoço estava ótimo! Mas agora eu e o Gustavo temos que fazer alguns deveres da escola. Tudo bem?

— Claro, meu bem, podem ir. — Dona Cecília sorriu.

— Depois eu levo um lanche para vocês. — O pai dele completou.

Fomos para o quarto e o Bruno fechou a porta. Só depois disso eu relaxei!

— Bem que podia ter me dado uma força! — Eu exclamei. Fala sério, fiz a maior parte do trabalho!

— Eu dei. Mas o foco hoje é você. — Deu de ombros. — E não foi tão ruim, você quase não ficou vermelho.

Espera aí! Eu fiquei vermelho durante o almoço?! Ok, agora é oficial! Eu vou pular essa janela e fugir para casa!

— Para de encarar a janela. — Meu namorado interrompeu meus pensamentos. — Estamos no andar de cima, você não vai pular.

— Sou tão previsível assim? — Bufei. Isso é irritante!

— É. — Ele se aproximou e me beijou. — Mas eu gosto de você, tá?

— E o que vamos fazer agora?

— Dever de casa. O professor de geografia passou duas páginas de exercícios enquanto você “voava” na sala de aula.

— Sério? Temos que fazer isso agora? — Suspirei.

— Se preferir pode descer e puxar papo com meus pais enquanto eu faço. — Ele sorriu vitorioso. Que convencido!

— Duas páginas? Já estou pegando o livro. — É, ele ganhou essa. Mas não é motivo para esse sorrisinho irritante!

Acabamos o dever depois de uma hora mais ou menos, quando acabamos ficamos no computador jogando. Eu ganhei um jogo de luta por dois rounds a um!

De repente ouvimos batidas na porta.

— Já acabaram, meninos? Vou levar vocês na sorveteria. — O pai do Bruno avisou antes de abrir a porta.

— Oba! Claro, pai. Já acabamos. — Ele pegou minha mão... Mais uma vez, e entramos no carro do pai dele.

Depois de hoje eu vou desconfiar sempre que o Bruno segurar minha mão!

Passamos o percurso em silêncio e, se tiver curiosidade, não, o Bruno não largou minha mão quando entramos no carro.

Isso já está ficando estranho!

Chegamos numa sorveteria um pouco afastada, no centro da cidade. Bruno pegou uma bola de chocomenta, uma de chiclete, cobertura de caramelo e muitos confeitos em cima! Eu fiquei com uma bola de baunilha e uma de flocos, sem cobertura.

O pai dele sentou com a gente, mas não pegou sorvete, e sim um picolé. Comemos em silêncio, eu fiquei observando meu namorado se lambuzando com sorvete. Eu tenho quase certeza que tinha mais sorvete na cara do Bruno que na boca! Ele parece criança nessas horas!

Resolvi parar de encarar, até porque o pai dele estava me olhando. Nem reparei que tinha sujado um pouco minha bochecha com sorvete, até que senti meu namorado extremamente sem noção lambendo meu rosto!

— Que foi? — Ele perguntou quando eu lancei um olhar assassino para ele. A criatura lambeu meu rosto na frente do pai dele! Isso já seria estranho sem o pai dele! — Estava sujo, só isso. — Deu de ombros.

— Bem, garotos, eu tenho que ir ao banco. Volto em 15 minutos. — O pai dele saiu de cena. Não sei se me preocupo ou fico aliviado.

— Que ideia foi essa?! — Exclamei assim que o pai dele saiu.

— Estava sujo e era gostoso demais para limpar com guardanapo. — Respondeu naturalmente.

— Na frente do seu pai?!

— É. Preferia que eu pedisse para ele virar de costas?

— Você é inacreditável! — Bufei. — Você também está todo sujo, nem por isso eu fico te lambendo!

— Porque não quer. — Ele provocou e sujou a ponta do meu nariz com sorvete de menta para lamber depois.

— Para! Estamos em público! — Sim, eu tenho vergonha de ter uma pessoa lambendo minha cara em público! Alguém acha que eu estou errado?

— Tá bom, estraga prazer. — Ele bufou e acabou de devorar o sorvete, lambuzando mais o rosto. Eu suspirei e lambi a bochecha dele. Sim, eu sou um fraco quando alguém fica chateado comigo!

E entrar na brincadeira não foi tão ruim. Algum tempo depois o pai dele chegou e voltamos para a casa dele. Nós dois estávamos com o rosto grudento de saliva e a camiseta suja de sorvete. Adeus, boa impressão!

Mal chegamos e o Bruno já se ofereceu para me levar para casa. Fomos a pé, se bem que eu preferia bicicleta. Chegamos umas quatro e meia.

— Não ia me deixar em casa só as seis?

— Já conheceu meus pais, engoliu vegetais sem mastigar para causar boa impressão, respondeu as perguntas até que bem, tomou sorvete comigo e se sujou todo de sorvete. — Ele enumerou. — Acho que por hoje chega. Meus pais gostaram de você.

— Duvido... — Fala sério, eu causei boa impressão? Eu?

— Te vejo amanhã na escola. — Sorriu e me beijou. — Vai querer passar outra tarde lá em casa um dia desses?

— Não tão cedo.

— Imaginei. — Riu. — Tchau.

— Tchau.


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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha ficado ruim!
Aguardo sugestões.
Até o próximo!

p.s: quem quiser ver, o capítulo anterior ganhou um imagem muito legal!
Fanart feita pela Little Hobbit.
Ficou demais!

Atualização 11/10/2015

Fanart feita pela Dony.
E eu adorei!
O detalhe das camisetas ficou demais, não?
Adoro fanarts como capa!
Bye!



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