Meu paizinho Naraku escrita por Okaasan


Capítulo 5
Confrontos


Notas iniciais do capítulo

Naraku e Kagome frente a frente! E, na era feudal, Sesshoumaru persegue Kagura e Kanna! Problemas, problemas, problemas! E, inesperadamente, uma confissão do vilão surpreende um coração de mulher.

Tive uma semana triste: perdi um amigo querido, então a inspiração foi pouca. O luto foi mais forte. :(

Enfim, boa leitura.



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Confrontos

Naraku, após olhar para si mesmo e se ver totalmente humano no corpo de Hitomi Kagewaki, perdeu a cabeça e avançou sobre Kagome, que não se intimidou e reagiu ao ataque. Ele tentava alcançar seu pescoço, mas a pele da colegial o queimava, por causa do houriki, e ela batia nele com o travesseiro, derrubando-o no chão. Súbito, ela estacou ao ouvir o filhote de akita latir nervoso. O hanyou se lembrou do que fora fazer ali, naquela era. Saltou lépido e se jogou na cama de Kagome para pegar o cãozinho, porém ela foi mais ágil e o pegou primeiro, não sem antes lhe dar um forte tapa no rosto.

— Maldita! Ninguém estapeia a face de Naraku! — urrou ele, possesso. O fato de Kagome não demonstrar medo dele o enlouquecia. — Vou matá-la, miserável!

— Besteira, Naraku! Não pense que me mete medo como humano... Aaaaah! — no calor da briga, Naraku conseguiu lhe pegar pelos cabelos e puxou-os com muita força, fazendo-a soltar o cãozinho, que correu para debaixo da cama.

Ela foi se defender, segurando seus braços e acabou lhe dando mais choques. O hanyou gritou e caiu desorientado sobre o tapete, desequilibrando Kagome e levando-a consigo. Ambos começaram a rolar pelo chão, um puxando o cabelo do outro.

— Em que moita você caiu, para ter tantas flores e folhas enfiadas nessa juba? — zombou ela.

— Idiota! Do que está falando? Não há nada em meus cabelos! Mas, nos seus, haverá sangue em breve!

Ao reparar nas estranhas flores e folhas de azevinho presas nos cabelos de Naraku, a colegial baixou a guarda e ficou em desvantagem, pois, apesar de conseguir se defender usando seu houriki, ela era fisicamente menor e mais fraca que seu oponente, que conseguira agarrar seus cabelos mais uma vez. Naraku, ignorando os choques da purificação que sofria pelas mãos da menina, subiu sobre si, prendendo-a sob seu corpo ao reter-lhe os movimentos dos braços.

— Mamãe! — gritou ela, estranhando que, até aquele momento, ninguém viera ver a guerra travada em seu quarto. — Vovô! Souta! Socorro!

— Cale a boca! Eles não livrarão você das minhas mãos! — berrou o perverso, sentindo sua cabeça latejar. Fechou fortemente os olhos: — Inferno, isso de novo não!

Kagome aproveitou esse momento para soltar uma das mãos e pegar diretamente no rosto de Naraku, fazendo-o se contorcer pela dor do choque. Enquanto ele gemia no chão, ela reparou que uma única e minúscula folha de azevinho brilhava entre os agora soltos e bagunçados cabelos do hanyou. Era o único youki perceptível vindo do corpo dele, que agora suava em bicas e parecia estar em transe, como que tendo um pesadelo.

O filhote de akita permaneceu escondido debaixo da cama.

***

Na era feudal, as coisas se complicavam. Kanna, ao ver Sesshoumaru se aproximando já com a Toukijin em punho, resolveu erguer Ishiteimei (que era bem pesado) do chão e anunciou:

— Kagura, precisamos sair daqui agora!

— Não antes de contarem a este Sesshoumaru onde o pérfido Naraku se esconde! — rugiu o youkai branco.

— Dê o fora, Sesshoumaru! Não vê que estamos ocupados? —revidou Kagura, pensando em como despistá-lo para fugir.

O youkai pedra também gritou:

— Preciso de azevinho, criança! Se eu não estiver bem alimentado, algo ruim pode acontecer ao seu pai!

Pai? Pensou Sesshoumaru, estranhando, porém avançando rápido para o trio assustado.

— Olha, senhor Jaken, uma pedra falante — apontava Rin.

— Elas sentirão na pele a lâmina da Toukijin do mestre Sesshoumaru! — bradava ele, sacudindo o bastão de duas cabeças.

— Mas por que o senhor Sesshoumaru vai atacá-las, se elas estão fugindo? Ele quer ficar com a pedra falante?

— Fique quieta, Rin! Você é muito pequena, não entende nada!

Kagura subiu aos céus com Kanna e o youkai pedra, que já estava muito quente e gritava desesperado que precisava de azevinho para manter o encantamento e, também, sobreviver. Contudo, Sesshoumaru voou atrás deles, atacando-os com a Toukijin. A duras penas Kagura conseguia se desvencilhar dos golpes extremamente destrutivos do youkai branco.

— Onde está Naraku? — bradou ele.

— Não é da sua conta! Dança das Lâminas do Vento! — gritou Kagura, atacando Sesshoumaru e, obviamente, errando a mira. Eles estavam voando praticamente em círculos, enquanto Rin e Jaken gritavam lá em baixo.

— Kagura, não consigo mais segurá-lo, está quente e muito pesado... — disse Kanna, suada e meio ofegante, a franja já colada em sua testa.

— Azevinho! Urgente! — berrava o youkai pedra. — Seu pai está correndo perigo! Há azevinheiros perto daqui! A oeste!

A Mestra dos ventos intentou seguir a oeste, mas os ataques da Toukijin continuaram.

— Morram, crias de Naraku! — rosnou Sesshoumaru, já perto deles.

A situação prosseguia extremamente perigosa. Kanna percebeu que seus braços já estavam vermelhos e Ishiteimei estava quase rubro. Subitamente, o youkai pedra bradou mais uma vez:

— Estou sentindo o cheiro de azevinho aqui perto! — De fato, um único azevinheiro despontava entre as diversas árvores que circundavam aquele vilarejo.

Kagura olhou para eles, aflita, quando a voz da pequena soou dentro de sua mente:

Ataque os companheiros dele e me jogue na direção do azevinheiro.

— Está louca? Você vai se espatif- — disse Kagura em alta voz, calando-se de supetão quando Kanna fez um “shhhh” com os lábios. A youkai ficou perturbada, mas acabou concordando e respondeu, também telepaticamente, à sua companheira:

Prometa-me que vai ficar bem!

E Kagura, suspirando, empurrou Kanna para fora de sua pena voadora, enquanto mirava Rin e Jaken com seu leque.

— Pois bem, Sesshoumaru! Quer briga? Terá briga! — gritou, enquanto atacava os pequenos e rapidamente desaparecia no ar, num vendaval. — Dança das Lâminas do Vento!

Rin e Jaken gritaram, assustados. O ataque não foi exatamanete certeiro, mas foi suficiente para Sesshoumaru olhar para baixo. Em seguida, constatou irritado que Kagura e Kanna desapareceram.

***

No quarto de Kagome, Naraku de repente parou de se debater e deu um grito, assustando ainda mais a jovem, que, sentada no chão, ficara sem reação ao ver seu inimigo tão desprotegido sobre seu tapete. Ele tentou se levantar, mas a dor de cabeça o impediu; por fim, sentou-se com algum esforço.

— Que dor infernal... — resmungou ele. — Cadê o maldito cachorro? Devolva!

— O que você quer com o cãozinho de Kanna? Matá-lo? Não vou permitir! — gritou ela. Naraku gemeu, levando as mãos aos ouvidos.

— Não grite, sua maldita... Eu não sou surdo. E não é da sua conta o destino que tracei para este infeliz animal!

Kagome cruzou os braços, olhando feio para o hanyou.

— Eu não acredito que você fez o esforço de vir até aqui unicamente para matar o bichinho, sendo que era mais simples ignorá-lo.

— É, é isso mesmo! Vim para destruí-lo! — retrucou ele. A jovem olhou-o, cética.

— Francamente, Naraku, você é um péssimo mentiroso. Aposto que se arrependeu de ter ameaçado Kanna e para se retratar veio buscar o cãozinho para devolver a ela...

— Tolices! — volveu o outro, massageando as têmporas, visivelmente incomodado com aquela enxaqueca persistente e também por não conseguir intimidar nem enganar Kagome. — Eu, Naraku, jamais cederia ao capricho de uma cria!

O hanyou tentou se levantar mais uma vez e, de sua roupa, caiu um papel com algo escrito. Kagome rapidamente se abaixou para pegar, mas Naraku quis impedi-la, já que não sabia da existência do dito papel.

— O que pensa que está fazendo? — resmungou, tentando empurrá-la, mas sua dor de cabeça o atrapalhou e ele mesmo caiu mais uma vez, enquanto Kagome saltava vitoriosa para o lado oposto do quarto bagunçado, com o papel amassado em mãos.

— Perdeeeu! — riu ela.

O sorriso triunfante foi morrendo e dando lugar a uma expressão embasbacada à medida que lia, em voz alta, para um também embasbacado Naraku.

Caro mestre e pai Naraku, peço-lhe por obséquio que não se esqueça de trazer para sua serva Kanna o par de chinelos novos, as comidas e bebidas coloridas do mundo estranho de Kagome. E, para Kagura, minha companheira, que não quis lhe escrever por indolência, traga os quimonos novos e o tal ramen. Junto com este bilhete, coloquei em seu bolso um saquinho de tecido, contendo uma quantidade razoável de ouro que deverá bastar para nossos pedidos. Agradeço imensamente por não só me permitir ficar com o cão, como também ir buscá-lo de volta. Boa sorte em sua empreitada. Aguardo seu retorno para que possa cuidar dos seus cabelos mais uma vez.

Kanna.

— Então foi para isso que ela me deu aquele último abraço... — murmurou o hanyou, comovido.

Ao erguer os olhos do bilhetinho, Kagome viu Naraku tirar das vestes o dito saquinho de tecido, sem esconder que fora tocado pelo gesto inesperado da pequena albina. Contudo, ao notar que estava sendo atentamente observado, se recompôs:

— Por que me olha desse jeito, maldita?

— Não é todo dia que se vê alguém como você, Naraku, à beira das lágrimas... — murmurou ela.

— Idiota, não tem ninguém querendo chorar aqui! — retrucou o hanyou, envergonhado. — Agora, me devolva esse maldito cachorro!

— Mas Kanna não quer apenas o cachorro... Como você pretende comprar tudo isso se não conhece nada por aqui?

Naraku, já de pé, se aproximou rapidamente de Kagome, que ficou apreensiva.

— Ora, como pretendo? Você me levará aonde se vendem tais coisas, maldita miko! — disse ele cheio de altivez, apontando o dedo para a jovem, que, mais uma vez, não se intimidou.

— E por que eu ajudaria você, depois de todos os males que tem causado para todos nós? É uma pena que meu houriki aqui esteja tão fraco, senão eu já teria te purificado, maldito Naraku!

— Não me provoque, Kagome! Vontade de te matar não me falta, mesmo que eu tenha perdido meu youki naquele maldito poço! Lembre-se que quem está lhe ordenando aqui sou eu, Nar-

— Au, au! — latiu o akita, levando o hanyou a mais uma vez tapar os ouvidos, por causa da dor da cabeça. Kagome não reprimiu uma risada.

— Inferno... — gemeu ele. — Escute, mulher, eu sei muito bem que você trouxe essa bola de pelos para cá porque, de alguma maneira, quis ser solidária com Kanna...

— Tive que ser! — exclamou Kagome. — Ela e Kagura são youkais extremamente azaradas por terem sido geradas por você!

— Azaradas ou não, elas são minhas crias! — revidou Naraku. — Agora, eu intento agradá-las e fazê-las se sentirem bem comigo! Jamais imaginei que um dia diria isso, mas elas são a minha família!

A última frase calou fundo no coração de Kagome. Ela ficou sem palavras diante daquela declaração inesperada do perverso hanyou. Este, ao se ver ainda menos temido pela jovem, baixou os ombros, derrotado, e deu-lhe as costas.

— Me entregue o cachorro e esqueça de tudo o que ouviu — surpreso, Naraku sentiu Kagome lhe puxar pela mão pelo quarto afora. E ainda mais surpreso ficou, quando a jovem lhe disse, de cara feia:

— Vou fazer isto apenas por Kanna, que é uma criança, ouviu bem? Agora vamos para a cozinha, eu vou te dar um analgésico. E nada de gracinhas, senão eu te jogo escada abaixo!


Continua...


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Notas finais do capítulo

Naraku confessa seu verdadeiro sentimento pelas crias!
Kagome OOC? Nem tanto. Na série original, ela tem realmente o coração bom e perdoador.

Agradeço a quem tem me acompanhado até aqui.

~TheOkaasan



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