Blue Butterflies escrita por Pamisa Chan


Capítulo 6
Se eu tenho as chaves, como pode ser invasão?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocêssssss, divulguem a história, tô carente de leitor :((((
E não esqueçam de comentar!
Desculpem a demora e.e



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Max e Warren subiram até o local dos dormitórios. A despedida foi seca, mas sem intenção. Os dois apenas estavam atordoados com o que acabara de acontecer, mas Max estava contente com o fato de ter feito as pazes com Chloe. Queria muito um beijo de boa noite de seu amigo, mas não teve coragem de pedir. Ele também não. Seus corações acelerados mostravam que suas vidas nunca mais seriam as mesmas. Porém, a garota ainda pensava no beijo que sua amiga dera no nerd. Seria realmente apenas um teste, ou tinha algo mais envolvido? Max entrou no dormitório e foi até o quarto de Kate. Alyssa e Stella, as melhores amigas da garota estavam lá, arrumando as coisas.

— Oi, Max... — Disseram.

— Oi... Sinto muito pelo que aconteceu. — Max disse, com a cabeça baixa.

— Tudo bem, Max... obrigada por tentar ajudá-la. Você é um anjo mesmo. — Alyssa disse, lembrando-se dos momentos que foi ajudada pela garota.

— É. — Stella concordou, seca — Aliás, como você fez isso, os pais da Kate pediram pra você ficar com o Doodles.

— Doodles?

— É. O coelhinho dela. Lynn escolheu esse nome... Porque a Kate gostava de desenhar.

— Lynn era a irmã dela, né?

— Sim... Ela está tão triste pelo... que aconteceu.
"Droga... se eu soubesse o quanto elas eram próximas, talvez eu tivesse... salvado a Kate..." Max pensou, com um sentimento de pesar. "Bom... a vida continua. Tem que continuar."

— Eu... preciso estudar. Vou pegar o... — a garota demorou alguns segundos para lembrar o nome do bichinho — Doodles. Até amanhã, garotas... Sinto muito... Muito mesmo...

A hipster pegou a gaiola com o coelhinho e levou-a para seu quarto. Chegando lá, colocou-a no chão, ao lado do sofá. Max então, dirigiu-se até a escrivaninha e pôs-se a estudar. Ligou o notebook, abriu os livros e ficou ali até adormecer.

A garota de cabelos castanhos acordou com a notificação de mensagem no celular. Involuntariamente, soltou um grito pelo nome da recém falecida amiga até que se apercebeu da situação. Pegou então o telefone, com os olhos quase fechados, devido à luz que vinha da tela e leu a seguinte mensagem, recebida de sua amiga de cabelo azul:

"Vem aqui na entrada do campus. Tenho que te mostrar uma coisa. O Warren também tá vindo."

Max levantou-se e pegou sua bolsa. "Ainda não acredito no que aconteceu com a Kate... Parece que estou vivendo um pesadelo." Em seguida, agachou-se em direção ao pequeno coelho branco de orelhas pretas na gaiola e deu-lhe uma mini-cenoura.

— Vamos, coelhinho. Coma um pouquinho. Prometo que vou cuidar bem de você agora que sou sua nova mamãe.

Max reergueu-se e saiu do quarto. Acendeu a lanterna do celular para clarear o caminho. Percebeu, andando pelo corredor, que várias pessoas estavam acordadas. Com certeza era difícil dormir depois de um dia daqueles. O quarto de Dana estava aberto e ela entrou.

— Tudo bem, Dana?

— Melhor que a Kate, com certeza... Ainda não acredito que ela fez aquilo... — A garota parecia abatida.

— É, mas com certeza tinha gente envolvida. Tipo Victoria Chase.

— Eu quis matá-la por ter espalhado aquele vídeo... Ela não devia ter feito aquilo... E eu não pude fazer nada pra ajudar.

— Não se preocupe, Dana. Não há nada mais que possa ser feito, de qualquer forma...

— Você acha que esse caso tem alguma coisa a ver com o fato da Victoria ser expulsa?

— Ela foi expulsa?!

— É... Hoje à tarde estava arrumando as malas. Acho que até amanhã vai estar fora daqui. Enfim... Tá difícil dormir hoje. Todo mundo saindo.

— Todo mundo?

— É, primeiro ela e agora você... Acho que ela foi aproveitar suas últimas horas na escola. Nem imagino o que está fazendo.

— Hum, ok. Acho que você deveria tentar descansar um pouco. Boa noite, Dana.

— Tchau, Max.

A garota saiu do quarto da colega e seguiu em direção às escadas. Começou a andar pelo pátio, em busca de Chloe. Quando estava próxima ao portão, viu o diretor Wells, claramente bêbado, tentando entrar em sua casa, porém, sem êxito. Ele sentou-se na escada e ficou falando sozinho. Max não tinha como passar ali sem ser pega por ele, então rebobinou até o momento em que ele tentava abrir a porta e saiu correndo, discretamente. Ao atravessar o portão, encontrou-se com Warren, também perdido, em busca das amigas.

— Ei, Warren!

— Oi, Max...

Os dois ainda pareciam extremamente encabulados pelo acontecimento da tarde passada. Ficaram ali, parados, conversando, esperando a terceira amiga chegar.

— Então... como vai? — Warren tentou puxar assunto.

— Na medida do possível, bem...

— Sobre a tarde passada, eu...

— Não precisa dizer nada, Warren.

Os dois começaram a se aproximar lentamente, inclinando-se em direção a mais um beijo. Quando estavam separados por apenas alguns centímetros, escutaram um barulho que os fez afastarem-se imediatamente:

— Boo-yah! — Era Chloe tentando assustá-los — Peraí, o que vocês estavam...

"Droga!" Max, instintivamente esticou a mão e rebobinou. Não podia deixar Chloe ver aquela cena. "Quando a Chloe conheceu o Warren, ela odiou ele justamente por medo de que ele 'me roubasse' dela... Eu não posso magoá-la desse jeito."

— Ei, Warren!

— Oi, Max...

Os dois ainda pareciam extremamente encabulados pelo acontecimento da tarde passada. Ficaram ali, parados, conversando, esperando a terceira amiga chegar.

— Então... como vai? — Warren tentou puxar assunto.

— Na medida do possível, bem...

— Sobre a tarde passada, eu...

— Shhh... A Chloe vai aparecer em 3... 2... Boo-yah!

— Caramba, Max! Eu que ia dizer isso! — Chloe reclamou, assustada pela amiga.

— Imaginei. — Max riu.

— SuperMax ataca novamente! — Warren comenta.

— Então, Max... está melhor? — a punk perguntou, preocupada.

— Até que sim. Cara, aquilo foi horrível. A minha cabeça parecia estar sendo esmagada. E foi tudo em vão. Kate nem está mais aqui.

— Max, você usou seus poderes de forma incrível! Tenho certeza que eles podem nos ajudar muito mais! — Warren disse.

— É, e evitar aquele tal tornado, né? — Chloe completou.

— Vocês não tinham falado algo sobre teoria do caos? Eu não sei como controlar esse caos.

— Ah, sim... Além da sua capacidade de... manipular a droga do espaço-tempo. — Chloe retrucou, sarcasticamente.

— Eu me sinto estranha depois de algumas decisões que tomei. Ainda mais depois de fazer a Victoria ser expulsa.

— Ela foi expulsa?! — o nerd questionou, atônito.

— É, parece que sim.

— Que pena, podia ter sido o babaca do Nathan Prescott! — Chloe irritou-se. — De qualquer forma, pare de se torturar, Max. Vamos nos focar em buscar pistas, ok?

— Certo... Tem muita coincidência entre as pessoas ao redor da Kate e da Rachel.

— Tipo o Nathan e meu padrasto idiota?

— Não só eles... Eu sinto como se, apesar de não conhecer a Rachel, ela esteja nos guiando até a verdade.

— Dane-se a verdade! Eu só quero encontrar minha amiga. Eu tenho até medo de pensar que ela pode...

— Ter fugido? — Warren intrometeu-se.

— Eu não sei. Só quero achá-la, custe o que custar.

— Nós vamos, Chloe — a garota de cabelos castanhos confortou a amiga

— Prometo. Como você mesma disse, é hora de buscar pistas!

— Afinal de contas, o que você queria mostrar pra gente? — o nerd perguntou impaciente.

Chloe tirou do bolso traseiro das calças um molho de chaves: Chaves reserva, que podiam abrir praticamente qualquer porta no colégio.

— Obrigada, padrasto babaca! Pelo menos pra isso ele presta.

— Chloe, não quero que você se meta em mais problemas...

— Arcadia Bay inteira está com problemas, quem se importa a essa altura? Agora... mostrem-me o caminho, nerds!

— É bom ter você como parceira de crime.

— Contanto que você seja minha parceira de tempo.

— E de salvação mundial! — Warren terminou, enquanto os três iam em direção ao prédio principal da escola.

Antes, entretanto, de conseguir entrar, escutaram uma conversa vindo da grande porta. Os amigos se esconderam atrás de uma das grandes placas com a arte do professor Mark Jefferson estampada. Aliás, quem estava no meio da conversa era ele. E Victoria.

— Obrigada por me ajudar com o portfólio, professor.

— De nada, espero que os outros alunos possam seguir sua liderança. Desculpe. Eu estive distraído. Com certeza hoje foi um péssimo dia pra Blackwell.

— É mesmo... mas você pode falar comigo a hora que quiser, sr. Jefferson. Eu fiquei tão deprimida pelo que a Katie fez...

— "Katie"? Não sabia que eram tão próximas. Ela sabia?

— Bom... como isso afeta o concurso Heróis Cotidianos?

— Não afeta. O concurso ainda está de pé, e eu ainda preciso escolher a foto que melhor representa Blackwell. Tenho foto de todos os alunos, menos da Max.

— E pra que precisa da foto dela? O sr. sabe como minha foto está muito melhor.

— Sinto muito, Victoria, mas você não vai poder participar. Seria contra as regras colocar a foto de alguém que foi... expulso.

— Mas... Não seria incrível se fôssemos juntos pra San Francisco, sr. Jeff?

— Jefferson, por favor. E sinto muito, não há o que eu possa fazer.

— Mas, professor. Minha foto está perfeita, o senhor mesmo já viu. Não poderia fazer isso por nós? Podemos passar um bom tempo juntos... Seria divertido, não?

— Sem comentários.

— Ou o senhor escolhe minha foto, ou eu posso espalhar pra todos que você ofereceu minha foto por favores...

— Olha aqui, mocinha, pelo bem do seu próprio futuro, também dispenso comentários sobre essa ameaça ridícula. Conversa terminada. Volte para o seu quarto, srta. Chase.

Max, Warren e Chloe observavam a cena de longe, se controlando para não cair na risada. Mas assim que o professor se retirou, eles não conseguiram mais segurar.

— E eu achando que a víbora não podia ficar mais venenosa! — Chloe riu.

— "Oh, note-me Jefferson-sensei!" — Warren zombou, fazendo uma voz fina.

— Vocês não prestam mesmo, hein? Mas foi engraçado ver o Sr. Jefferson rejeitando ela.

— Vocês viram a cara de perdedora que ela fez quando saiu? — Warren gargalhou — Hilário!

— Ok, vamos logo. — Max disse, segurando a amiga pela mão, que por sua vez, segurava a mão do nerd.

Com sua chave reserva, Chloe abriu a entrada do prédio principal. Os três adentraram o colégio escuro e saíram em direção de algo que poderia servir de pista.

— Chloe... eu não quero entrar em mais problemas... Não somos mais crianças! Estamos invadindo e entrando...

— Se eu tenho as chaves, como pode ser invasão? Não podem nos multar só por... entrar!

— É sério, Chloe! Podemos parar na cadeia!

— Não se meu padrasto for o líder da segurança em Blackwell! O babaca não vai querer que eu caia nas mãos da polícia local.

A garota de cabelos azuis encontrou, então a porta da secretaria. Abriu-na facilmente e assim os amigos entraram na sala. Havia um enorme balcão ao lado da porta, uma cômoda de frente com o local, e um mancebo com um casaco e um boné. Ao lado do mancebo, uma outra porta, que eles não precisavam entrar e ao lado dessa porta, um chaveiro com chaves para toda a escola. De frente com a porta pela qual entraram, havia uma outra que dava para a sala do diretor. Evidentemente, esse foi o primeiro lugar que os jovens foram vasculhar. Chloe procurou no molho a chave que se encaixaria naquela misteriosa porta, mas sem sucesso.

— Humm... Ele com certeza está escondendo alguma coisa, como todo mundo nessa cidade. Procurem a chave enquanto eu tento abrir isso aqui de outro jeito. — a moça agachou-se e com um par de arames finos e compridos, esforçou-se para destrancar a porta.

Max e Warren começaram a abrir as gavetas da cômoda de alumínio em busca da possível chave, embora soubessem que seria muito improvável que estivesse lá. Nas gavetas, apenas pastas e mais pastas com documentos que para eles seriam desinteressantes no momento. No chaveiro, a chave para a sala do diretor era a única que faltava. Warren então começou a procurar no balcão e na estante atrás dele e Max olhou nos bolsos do casaco no mancebo. Como de se esperar, nada. Por fim, o nerd teve uma ideia:

— Eu sei de um jeito de fazer uma bomba. Podemos abrir a porta com ela.

— Muito discreto, claro... — Max disse, irônica.

— Max, você controla o tempo! Você pode usar seu poder pra nos ajudar!

— Ok, Warren. Do que precisamos?

— Humm... Uma latinha de refrigerante, fita isolante, sacarose e clorato de sódio!

— Traduzindo...?

— Sacarose é a mesma coisa que C12H22O11.

Max cruzou os braços e encarou o garoto, com uma feição de quem não tem tempo para brincadeiras.

— Açúcar, Max!

— Nerds, por que não fazem alguma coisa em vez de ficarem aí batendo papo enquanto eu trabalho duro?! — Chloe perguntou, um pouco incomodada.

— E clorato de sódio é sal, né? Eu aprendi isso na escola.

— Cloreto, Max! Clorato de Sódio, ou NaClO3 é um agente oxidante, principalmente usado para produzir dióxido de cloro para branqueamento de polpa de celulose, mas também é usado como herbicida e para preparar cloratos.

— Me poupe, Warren! Quais as chances de encontrarmos isso na escola?

— Tem alguns potes lá no laboratório. Vou pegar tudo. Já volto.

— Vai tarde, nerd. — Chloe falou, enquanto ainda se esforçava. — Mas garanto que eu vou estar lá dentro quando você chegar.

— Ok, então. Preparar, apontar, já! — O rapaz disse, enquanto saía da sala em busca dos materiais, deixando as amigas sozinhas na sala.
Max sentou-se no chão, ao lado da amiga. Depois de alguns minutos tentando abrir a porta de todas as formas possíveis, Chloe juntou-se à hipster e sem delongas perguntou:

— Max... você gosta do Warren?


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Será que a Max vai assumir seus sentimentos? Será que Chloe vai surtar? Será que Warren vai virar uma wikipedia humana? Descubram no próximo capítulo de BLUE BUTTERFLIES!