Burning Love escrita por Yumenaya


Capítulo 25
Inesperado




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No capítulo anterior...

- Então... os Cullens te contaram sobre o nosso segredo? – Sam murmurou.

- Sam, ela não sabia da nossa existência. – Embry disse, assumindo uma expressão séria.

- Então, como ela sabia que era você em forma de lobo? – ele perguntou, novamente me direcionando olhares desconfiados.

- Eu identifiquei a “voz” dele – falei por fim, atraindo ainda mais atenção. Todos ficaram visivelmente confusos, menos Embry e Paul, que já sabiam do meu super-poder – Eu posso ler mentes – esclareci.

- Ler mentes?

***

Todos os olhares foram voltados para mim.

- Ela não causará nenhum problema para nós... – Embry tentou amenizar a tensão que estava presente no ar. – Aya também é parte humana, não podemos machucá-la.

Notei que todos os garotos, menos o mais velho, trocaram olhares.

- Você bebe sangue humano? – perguntou Sam cauteloso.

- Nesses 15 anos da minha vida, só tomei uma vez, quando tinha dois anos. Meu pai me obrigou a tomar, pois estava muito fraca. Mas depois que tive consciência que alguém tinha sido morto, nunca mais ingeri uma gota de sangue.

“Pensei que eles necessitassem de sangue...” um deles pensou.

- Costumava me alimentar apenas de comida humana. – disse por fim.

- Quem são seus pais? – Sam disse, prestando atenção na minha expressão, na minha voz, em tudo.

- Meu pai pertence ao clã mais poderoso de todos... – comecei a dizer lentamente, medindo muito bem as palavras utilizadas – Não sei se já escutaram falar... Os Volturis... – todos ali na sala ficaram rígidos.

- Volturis... – Jared começou a falar pensativo – não foi pra quem um dos sanguessugas foi pedir para que o matassem?

Assenti cautelosa.

- Como sabem disso?

- Um amigo nosso, é apaixonado por aquela humana... Isabella Swan. – Jared começou a falar.

- Ele é um idiota – reclamou Paul, interrompendo o amigo – Não sei por que gosta tanto de ir atrás daquela Bella. Não vai dar pé, ele é cego? – olhei sem entender para ele, e então meus olhos caíram sobre Quil, que concordava com um aceno.

- Vai entender. – deu de ombros.

Jared rolou os olhos.

- Ele gosta da garota, ué.

- É, mas ele ainda não teve o imprin...

- Embry! – Sam gritou, alertando-o.

Paul, Quil e Jared deram um tapa na cabeça de Embry antes que ele pudesse completar a frase. Eu me arriscaria a perguntar, mas achei melhor não. Na mesma hora em que eles pareciam dar uma bronca em Embry por qualquer motivo idiota, escutamos um barulho se aproximando da casa.

Toc, toc, toc. O barulho veio acompanhado por um doce aroma. Que só podia pertencer a um humano.

“Ela sente atração por sangue que corre nas veias dos humanos?” Sam pensou, enquanto avaliava a minha reação “Ela não atacou Emily e comigo e os outros presente nada de mal acontecerá...”

- Não precisa se preocupar, o cheiro dos humanos não me atrai tanto. – disse interrompendo os seus pensamentos.

Sam se levantou rapidamente, e foi abrir a porta.

- Oi, Billy. – um discreto sorriso escapou pelos lábios – Entre.

Com a ajuda de Sam, um homem que estava numa cadeira de rodas passou pela porta. Ele possuía o mesmo tom de pele, marrom-avermelhada, e cabelos negros e lisos, mas ao contrário dos meninos, os seus cabelos eram longos.

- Me desculpe, estou atrapalhando algo? – perguntou sorrateiramente, então seu olhar atravessou a sala, e parou em mim.

Assim que seu olhar prendeu em mim, um brilho diferente passou por seus olhos. Cheios de dúvidas, felicidade, e receio.

- Sarah? – ele perguntou, sem tirar os olhos de cima de mim. Na sua mente vi um deslumbre da imagem da minha mãe, a qual sorria ternamente para ele. Em seguida outra imagem se formou em sua mente, a mesma mulher que antes sorria agora estava caída em seus braços, completamente sem vida.

- Você conhece a minha mãe? – soltei outra pergunta ao invés de lhe responder.

- Espere... – ele ficou pensativo por um momento. – você disse mãe?

A confusão tomou conta de mim, por isso não consegui responder.

Aquele idéia da minha mãe ter se relacionado com aquele homem... Não entrava na minha cabeça. O que minha mãe havia tido com ele? Um romance? E depois fingiu que tinha morrido? Mas como? Por quê?

Os garotos também ficaram em silêncio durante todo esse momento. Eles alternavam olhares entre o homem e eu.

- Vocês se conhecem? – Sam perguntou sua testa franzindo de preocupação.

- Não – respondemos eu e o tal Billy ao mesmo tempo.

- Então...?

- Eu vi um deslumbre na mente dele, a imagem da minha mãe. - falei enquanto olhava atentamente a mente do homem.

- Sou Billy Black, prazer – o homem de cadeira de rodas estendeu a mão para mim, com um sorriso nos lábios, sua expressão agora estava mais suave. Ele havia notado a semelhança que havia entre minha mãe e eu. Os meus olhos verdes esmeraldas, os cabelos lisos e negros, a pele lisa.

- Aya Cullen – respondi de imediato. - muito prazer - apertei sua mão com delicadeza.

Billy estreitou os olhos assim que escutou o sobrenome Cullen.

- Aya... - ele repetiu o meu nome. - Michelle? - acrescentou me analisando.

- Como sabe? - novamente me senti confusa. Mas me lembrei que o segundo nome da minha mãe também era Michelle, em homenagem a ela, Aro me deu o nome de Michelle. E Aya, porque, minha mãe adorava aquele nome. - Esquece esse também era o segundo nome da minha mãe.

- O que aconteceu com ela? - ele quis saber.

Eu devia contar que ela estava viva, e havia tornado uma vampira? Primeiramente ele sabia que nesse mundo as lendas eram todas verdadeiras? Ou, ele desconhecia o fato de que vampiros e lobisomens existiam? Segundo, apesar de ter muitas provas que minha mãe estava viva, eu não podia afirmar. Não havia encontrado ela nenhuma vez, a não ser em alucinações, ou em sonhos.

- Ela morreu assim que nasci - eu não estava mentindo, apenas ocultei alguns fatos sobre as quais eu não tinha certeza se eram mesmas verdadeiras.

Uma onda de tristeza se formou em seu rosto, pois ele tinha a esperança que eu afirmasse que ela estava viva. Mas logo ele se recuperou.

- Desculpe a minha indiscrição, mas... Quantos anos você tem?

- Quinze anos, daqui a alguns meses completarei dezesseis. - fui sincera.

Ele me avaliou por um segundo.

- Quinze? - repetiu incrédulo.

- Acho que aparento ser um pouco mais velha - falei, com um sorriso no rosto, mas mesmo assim medindo as palavras.

- Aya não é uma humana - completou Sam, caminhando até a sala e empurrando Billy até lá - Ela é metade humana e metade vampira.

- Não é humana - a sua face ainda era dominada pela perplexidade.

- Não. - foi tudo que eu consegui dizer.

- Me explique isso, por favor - ele pediu me olhando profundamente meus olhos. A intensidade do seu olhar me deixou desnorteada por um momento. Tive a leve impressão de já ter visto aqueles olhos pretos e profundos em algum lugar. Mas não consegui me lembrar.

- Não sou uma verdadeira Cullen. Na verdade sou uma Volturi, e vim morar com os Cullens para estudar. Para não chamar muita atenção, adotei o Cullen no meu nome.

- Mas, ninguém desconfiou de nada?

- Não. Para os humanos eu sou a prima de sangue da Alice. - notei pelo canto do olho Paul rolando os olhos. Não acreditando que vampiros tinham nomes.

 

- Hummm... Interessante. - ele disse, depois de escutar boa parte da minha vida.

Vários murmúrios de protestos podiam ser ouvidos abafados do outro cômodo, mais especificamente na cozinha. Foi só então que percebi que na sala estávamos apenas eu e Billy. Todos os garotos haviam nos deixado sozinhos.

Abafei uma risada quando escutei algum objeto sendo jogado em direção de Paul, que o pegou rapidamente.

- Acho melhor irmos para a cozinha - Billy pareceu notar que estava acontecendo uma confusão no outro cômodo.

- Concordo. Os meninos irão se matar lá. - soltei uma risada e logo fui acompanhada por Billy.

- Sua risada se parece muito com o da sua mãe. - ele disse sorrindo simpaticamente para mim.

- Você a amava. - não era uma pergunta.

Mas mesmo assim ele afirmou:

- Sim. Ela foi à mulher da minha vida.

Fui empurrando sua cadeira de rodas até a cozinha, onde os meninos se atacavam para conseguir pegar algo para comer.

- Meninos, por favor! - Emily berrava, tentando colocar ordem naquele local, mas foi ignorada por todos.

- Silêncio! - A voz de Sam ecoou pelo local, que ficou silencioso no mesmo segundo.

- Nossa quanta autoridade... - disse segurando uma risada - ou tudo isso é por medo de Sam?

- Isso é uma coisa de lobo. As ordens do Alpha são obedecidas mesmo se quisermos ou não - disse Embry, com uma leve careta no rosto.

- Que tal você calar a boca agora, Embry? - Jared disse olhando ameaçadoramente para ele.

- Ela iria saber de qualquer forma. - Quil intrometeu-se.

- Aya quer saber o que Embry pensou quando te viu na praia tirando o vestido? - Paul disse, segurando uma risada, e mudando totalmente o rumo da conversa. Embry lhe deu um tapa na cabeça.

- Cala a boca Paul!

- Como se você precisasse de super poderes para saber isso. - ignorando o constrangimento do amigo, Paul continuou sarcástico - Wol, você pode escutar o pensamento dele! - Embry corou violentamente nesse momento.

- É outra coisa de lobo. - Embry tentou mudar de assunto - Ouvimos cada pensamento um do outro. Bom para caçar, constrangedor para todo o resto. - todos riram do seu constrangimento.

Jared se inclinou na minha direção.

- Com medo de nós? - perguntou desafiador.

- Já vivi num castelo lotado de vampiros, lutei contra milhares de vampiros... Sinceramente, você realmente acha que estou com medo de vocês? - falei, com um sorriso zombeteiro escapando pelo meu rosto - Aliás, vocês não são os primeiros leitores de mente que já conheci.

- Você é boa em esquisitices - Embry disse sorrindo.

- Eu cresci no meio de esquisitices.

- Acabou a comida! - Quil gritou tristonho, chamando a atenção de todos.

- Eu ainda estou morto de fome. - resmungou Paul.

- Como vocês conseguem comer tanto? - perguntei incrédula.

- Outra coisa de lobo - esclareceu Embry sorrindo.

***

- Vamos Emily, venha conosco. - implorei, enquanto ela tentava argumentar. - Sam também vai, não é? - ele assentiu sério. - Você não vai me deixar sozinha no meio desses garotos gigantes, vai? - lhe lancei um olhar que tinha certeza que ela não resistiria.

A determinação que antes estava estampada no seu rosto, agora, desaparecera. Eu sorri vitoriosa.

- Tudo bem. Mas ainda não concordo que você pague a conta. - ela disse, com a metade da sua face retorcida em uma careta.

Emily e alguns meninos foram no meu carro, enquanto eu e Embry fomos correndo durante o trajeto até Port Angeles. Assim que chegamos em frente do Mc Donald’s, Sam se meteu a minha frente, impedindo que eu entrasse no local.

- Aya você tem certeza? Você viu como nós comemos além da conta. - Sam ainda tentava mudar a minha decisão. - E vocês nem para recusar! - falou, lançando um olhar reprovador em direção aos meninos que sorriam enquanto escolhiam lugares para se sentarem.

- Não se preocupe Sam, preciso gastar dinheiro. Desde que cheguei aqui não consegui comprar nada com o meu cartão, preciso estreá-lo não acha? - então me virei para os outros - comam a vontade, tudo por minha conta.

Enquanto esperávamos nossos pedidos chegarem, conversávamos alheios uns aos outros.

- Ei, Aya. Você não estará em qualquer companhia, estará na melhor companhia. - disse Quil com um sorriso divertido no rosto. Ri assim que Sam deu-lhe um tapa em sua cabeça, o repreendendo.

- Deixe de ser presunçoso Quil. - Sam tinha o semblante sério - Ao menos finja ser educado, não assuste a Aya logo de cara.

- Já estou acostumada com esse tipo de figura, não se preocupe em me poupar. - fiz careta assim que as imagens dos guardas do Volturi preencheram minha mente. Eles riram.

- Então quer dizer que você tem muita experiência com o sexo oposto? - Paul riu, enquanto fazia uma cara sedutora.

- Ahn, digamos que sim. Na maioria das vezes meu pai os ameaçava de morte caso se aproximassem demais de mim. - expliquei enquanto brincava com o copo de coca-cola, vi Paul fazendo uma careta e todos riram.

- Então você veio para Forks, para se livrar do seu pai. - Jared, deduziu.

- É, mais ou menos isso. Na verdade não tive escolha, ou ficava com meu pai e vigiada por todos os lados, ou mudava com os Cullens, sem ninguém me importunando. - era engraçado como todo aquele receio que antes tomava conta de mim tivesse desaparecido. Eu estava completamente a vontade com aqueles garotos. - O problema é que em Forks não se tem nada para fazer, é tudo tão entediante.

- Se quiser diversão é só me procurar, baby - Paul disse, flertando descaradamente comigo.

Embry lhe deu um tapa na cabeça.

- Vocês me dão licença? - Jared perguntou, enquanto se levantava da nossa mesa. - Aya seria muito grosso da minha parte sair por um segundo? - ele falava comigo, porém seus olhos já não estavam mais em mim, mas sim fixos em alguém que estava na outra mesa. Nem precisei acompanhar o seu olhar, pois vi a imagem da garota em sua mente, ela era morena, de olhos castanhos, não muito alta e nem muito baixa. Muito bonita por sinal.

- Não se preocupe com isso Jared, se quiser a convide para se sentar conosco. - disse gentilmente, então acrescentei brincando - Tenho vários rapazes másculos aqui pra me darem atenção. - fiz graça fazendo Jared e os outros rirem.

- Viu? Ele sim sabe ser educado - Sam implicou brincalhão com Quil.

- Tenho certeza que quando disse másculo, você se referiu a mim. - Paul abriu um sorriso, e então flexionou os braços, mostrando os seus músculos definidos.

- Já chega! Nada de ficarem disputando ela, eu a vi primeiro, sendo assim ela é MINHA! Sam está de prova disso! - Embry falou alto. Eu olhei incrédula para ele. Enquanto alguns pensamentos me deixavam confusa.

“Ele teve imprinting com Aya?”

- Não me meta nos seus casos amorosos Embry, tenho coisas mais importantes pra fazer - Sam resmungou, e então puxou Emily para um beijo apaixonado.

- É o amor! - Embry sussurrou no meu ouvido e eu ri, desviando o meu olhar do casal, e meus olhos caíram sobre Jared e a garota se beijando romanticamente.

- Pois é, o amor está no ar. - concordei rindo - Quem é ela? - perguntei ainda encarando a garota. Ela e Jared não desgrudavam os olhos um do outros, entre eles havia uma conexão gigante.

- É a Kim, namorada do Jared. Eles não se desgrudam desde o imprin... - interrompeu-se quando recebeu alguns olhares dos amigos - sei lá desde quando, só sei que faz bastante tempo. - Embry me explicou, e eu apenas assenti com a cabeça ainda encarando o casal mais ao fundo. Já era a segunda vez que escutava aquela palavra... Imprinting. Não sei por que eles interrompiam quando iam falar a palavra, porque, de qualquer forma eu escutava o que eles iam dizer antes mesmo de proferir tais palavras. O problema era que eu não sabia o que era aquilo. Era uma coisa de lobos? 

Enquanto visualizava Jared e Kim, mais uma vez uma onda de inveja me atingiu, vendo aquele casal tão apaixonado, que já era o terceiro. Primeiro Edward e Bella, depois Sam e Emily e agora, Jared e Kim. Será que algum dia encontrarei um amor verdadeiro?

Foi então que uma voz rouca e familiar surgiu atrás de nós, chamando a atenção de todos.

- Finalmente encontrei vocês! Droga, porque não me avisaram? Passei na casa da Emily, esperando encontrar vocês lá, e cadê todo mundo? Até meu pai sumiu! Só o encontrei a pouco, e então ele me disse que estariam aqui, descontraindo um pouco.

Por que eu estava imaginando coisas? Eu podia jurar que aquele cheiro amadeirado era familiar, e aquela voz também.

- Eu sei Jake, tentei te avisar que viríamos para cá, mas você anda ocupado demais ultimamente. - Sam o confrontou em um tom reprovador.

Assim que escutei aquele nome, me virei rapidamente e dei de cara, literalmente, com o garoto dos meus sonhos. Seu peito subia e descia rapidamente, enquanto ele falava ofegante.

- Bella precisa de mim Sam! Será que vocês não podem entender isso? - Jake, se aproximou um passo de Sam, que já estava de pé. Eu me encolhi na cadeira, completamente nervosa. Aquilo não poderia ser real, ele era apenas um sonho, nada mais. Jake era um fruto da minha imaginação, a qual necessitava urgentemente de uma amizade verdadeira, com quem eu pudesse desabafar sobre qualquer assunto.

Durante esse meio tempo, todos os garotos também se levantaram preparados caso algo ocorresse.

- Antes ela também precisava de você Jacob! Quando ela estava sozinha! - Paul havia se colocado entre Jacob e Sam. Os dois tremiam violentamente. - Quando ele voltou, - Paul riu sarcástico - ela saiu correndo e nem deu bola para você! E agora você não passa de um cachorrinho para ela passar o tempo e...

- Cala essa boca Paul! - Jacob o interrompeu entre dentes. Ele tremia, seus punhos estavam fechados ao lado do corpo, provavelmente tentando se controlar para não começarem a brigar fisicamente. Mas os pensamentos dos meninos me diziam que os dois estavam tentando se controlar para que não se transformassem.

Eu assistia a cena incrédula, no meu sonho ele era tão simpático, alegre, animado.

Tudo estava tão bem, até ele chegar e criar uma confusão, tudo por causa de uma garota.

Bella... era a Isabella Swan? Então, como num passe de mágica, as coisas começaram a fazer sentido. Isabella era a garota pela qual Jake era apaixonado, mas para a infelicidade dele, e por obra do destino não o amava e sim, o Edward.

- Já chega, parem os dois, agora! - Sam falou em um tom que me fez arrepiar. Na mesma hora Paul, recuou um passo pra trás, ainda tremendo e de olhos fechados. Jacob, ao contrário não havia se mexido, só se contorcia cada vez mais, e agora sua coluna começava a se curvar para frente. Eu sentia que ele iria se transformar a qualquer momento.

Levantei-me da cadeira, e dei um passo à frente.

Senti uma mão no meu ombro, e por reflexo me virei para ver quem era.

- Aya, fique aqui. É perigoso. Lembra às vezes andar com lobisomens tem seus riscos. - Embry alertou-me.

- Eu sei me proteger. - disse, e me desvencilhei de sua mão.

Fiquei entre Paul e Jacob.

- Se controlem, estamos num ambiente cercados de pessoas inocentes, vocês não querem machucar ninguém, não é? – sussurrei numa voz persuasiva.

- Aya... Vá para trás. Eles não estão sob controle. - Sam também falou num tom baixo. Então acrescentou mais alto - Embry! - ambos trocaram um olhar significativo que eu mal prestei atenção.

- Vem comigo - Embry tentou me arrastar de lá, mas eu não me mexi.

- Não vou sair daqui. - cruzei os braços, teimando. Sam começou a abrir a boca - Nem pense em dar uma ordem, ninguém vai me tirar daqui.

- Paul, cara, controle-se. - Embry desistiu de tentar me puxar, e apoiou sua mão no ombro de Paul, tentando acalmá-lo. - Jake? Você está legal?

Foi então que me virei para poder olhá-lo. Ele estava me encarando, com os olhos saltados e a boca levemente aberta. A raiva que antes transbordava dentro de si, fora momentaneamente esquecida.

- A-aya? - ele gaguejou, visivelmente assustado. - É você mesmo?

Antes mesmo que eu pudesse responder Sam interviu.

- Você conhece Aya?

Jacob deu um passo pra frente, ficando próximo de mim. Embry e Paul se colocaram ao meu lado protetoramente.

- Afaste-se dela Jake. Ela não tem culpa de nada. - Embry disse estendendo a mão, impedindo que Jake se aproximasse ainda mais de mim.

Um garçom que trabalhava no local se aproximou de nós, cauteloso.

Só então percebi que todos estavam nos encarando assustados. Alguns nem piscavam os olhos, não querendo perder aquela cena de briga.

- Está tudo b-bem? - perguntou com a voz tremida. Também, se eu não os conhecesse ficaria aterrorizada por ter que intervir a briga de dois caras monstruosos.

- Claro. É apenas um desentendimento entre amigos, nada demais - falei sorrindo - falando nisso, os nosso lanches estão prontos? Estou morrendo de fome. - mudei de assunto, tentando aliviar a tensão.

O garoto suspirou.

- Tomarei providências para que cheguem rapidamente. - ele disse, e saiu andando até o caixa.

- Vamos nos sentar? - perguntei. Então percebi que Kim estava ao lado de Jared, próximo de nós. - Oi, você é a Kim, certo?

- A-aham. - ela disse ainda perturbada por presenciar aquela cena de confusão.

- Quer se sentar conosco? - ofereci.

- Claro, se não for incomodo.

- Imagina, fica a vontade. - sorri.

Quando me virei para me acomodar na mesa, percebi que Jacob ainda me encarava paralisado. Seus olhos não desgrudavam de mim, nem por um segundo.

Caminhei até ele calmamente, Embry tentou me impedir, mas lhe lancei um olhar transmitindo que estava tudo bem. Ele logo olhou para Sam que assentiu e disse:

- Ele está sob controle.

- Acho que precisamos conversar. - Jake disse, ignorando o comentário de Sam. Acabando com o silêncio que se instalara no local.

- Depois, primeiro preciso comer, estou morrendo de fome - fui sincera, mas estomago estava começando a fazer barulhos. - Porque não se junta conosco?

- Claro, claro. - Jake disse com sua voz rouca. Não consegui segurar a risada que saiu involuntariamente da minha boca. Sempre sonhara com o dia em que encontraria com Jake, e escutaria ele falando o seu usual “claro, claro”.

Meu sonho estava se realizando, será que minha vida iria se ajeitar? Ou será que novas confusões iriam ocorrer?

***

- Sempre que precisar de ajuda para gastar dinheiro, não hesite em nos chamar. - Quil disse exibindo um grande sorriso, e ele recebeu um tapa na cabeça de Sam, o repreendendo.

Eu ri diante daquela cena. Eu nenhum momento eu me senti deslocada, era como se fossemos amigos a anos, ao invés de horas.

Quando terminei de pagar a conta, sai do local segurando minha coca-cola nas mãos.

- Agora você não me escapa. Precisamos conversar – uma voz rouca ressonou atrás de mim, e em meu ombro uma mão gigante e quente se instalara.

 

Continua...

Oi minhas queridas, cá estou eu de novo. Fiz de tudo para conseguir postar este capitulo hoje. E graças a Deus, eu consegui :D

Minhas férias foram prolongadas até o final de semana não voltarei para casa, então, talvez demore ainda mais para postar o próximo capítulo, sinto muito. Farei de tudo para postar o próximo capitulo em breve, mas não posso garantir nada.

No inicio o encontro deles não seria assim, mas no fim essa idéia pareceu combinar melhor. Espero que todas gostem.

Fiquei muito feliz por saber que vocês não me abandonaram, obrigada, mil vezes obrigada pelo carinho e compreensão.

Milhões de Robeijos e Taykisses a todas :*

Yumenaya


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