Burning Love escrita por Yumenaya


Capítulo 24
Nem tudo são lendas...




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“Tragam ela para cá,” alguém disse numa voz autoritária. “Preciso saber o que está realmente acontecendo para tomar as providências.” E então a voz sumiu.

“Ei, Embry, vamos nos transformar.” Pensou o lobo-Paul.

Eu estava num confronto interno. Não sabia se confiava neles, ou se eu saia dali imediatamente. Eu sentia o perigo no ar, mas de alguma forma eu achava que aquilo era uma besteira. Que perigo eu iria correr? Eu sabia me proteger, posso ler as mentes deles, e além do mais, não aconteceria nada de mais. Eu tinha confiança em Embry.

Eles se afastaram por um segundo, enquanto eu discutia comigo mesma. Eu ainda não acreditava que aquilo era real. Há alguns anos atrás havia escutado uma vez Caius comentando sobre a existência deles, e que deviam ser exterminados. Ele tinha algum trauma com lobisomens. Mas eu não havia acreditado em tal coisa, por isso não me aprofundei no assunto.

Quando escutei passos se aproximando, meus olhos pararam diante de dois garotos incrivelmente musculosos. Paul (que agora estava em sua forma humana) parecia ser irmão de Embry, apesar de algumas diferenças, ambos tinham cabelos curtos, e mais ou menos a mesma estatura. Os dois apesar de serem enormes, não eram desajeitados, e pareciam ter reflexos bons.

- Aya? Está tudo bem? – Embry perguntou se aproximando lentamente de mim – Hmm... Aya, nós precisamos conversar...

- Vocês são mesmo lobisomens? – perguntei aturdida, atropelando em palavras. Notei pelo canto do olho Embry e Paul trocarem olhares significativos. – Não precisa dizer nada. – acrescentei rapidamente, desejando amenizar a confusão dos meninos.

- Mas, Aya, eu preciso te contar uma coisa.

- Eu sei de tudo. E eu vou com vocês? – a minha afirmação saiu mais como uma pergunta.

A minha resposta havia os pegado de surpresa.

“Eu sei que sou bonito e tals, mas ela vai vir conosco sem nenhuma discussão?” Paul questionou-se.

- Bom... Eu também tenho um segredinho, também tenho alguns poderes especiais, digamos assim. – comecei a dizer, sem ter muita certeza sobre o que eu falaria.

“Que tipo de poderes especiais ela tem?” Paul pensou, me olhando seriamente.

“Segredos?” pensou Embry, preocupado.

Eu deveria contar a eles sobre quem eu era? Eles eram confiáveis? Essas perguntas repetiam-se na minha mente.

- Aya, você não precisa nos contar nada. Tudo bem. – Embry disse me lançando um olhar cheio de compreensão. E isso fez com que eu gostasse e confiasse ainda mais nele.

- Hm, eu posso ler mentes. – eu disse, abaixando meu rosto, constrangida.

“Ler mentes? Ela é o quê?” Paul pensou, divertido, não acreditando que eu era capaz de tal coisa. 

“A Aya soube desde o início o que eu era, ou só agora? Será que ela escutou minha discussão com Paul?” Embry pensava.

- Vamos, então? – Embry perguntou.

- Claro. – eu disse, e ambos se viraram para a floresta. – Mas antes eu preciso avisar aos meus amigos que preciso ir.

- Verdade, tinha me esquecido desse detalhe.

- Prazer, sou Paul. – o amigo de Embry se apresentou, e estendeu sua mão para mim.

- Aya. – eu me apresentei, e ao pegar sua mão, notei que ela também estava muito quente.  A temperatura era parecida de alguém que está com febre. Decidi fingir que não tinha nada de errado.

Quando estávamos nos aproximando do local onde os meus amigos estavam reunidos, me lembrei que não seria nada adequado eu voltar com dois garotos gigantes ao meu lado. E também chamaria muita atenção das meninas. Principalmente de Lauren e Jessica.

- Você podem me esperar no carro? – perguntei, desacelerando os meus passos e acrescentei sem graça – Hm, vocês chamam muita atenção das garotas.

A compreensão tomou conta da expressão de ambos.

Cheguei até o grupo, e disse que estava com dor de cabeça por isso voltaria para casa. Mike tentou me levar para casa, mas graças a ajuda de Jessica consegui escapar. Ele havia prometido dar uma volta com ela pela reserva.

Quando cheguei ao local onde estava meu carro, fiquei encabulada com os pensamentos dos dois.

- Esse Aston Martin é seu? – Paul perguntou se referindo ao nome do carro com reverência.

Pessoalmente não compreendi ao certo. Para mim, aquele carro era um prata reluzente, brilhante, e bonito, mas ainda assim era apenas um carro.

- Sim. – Embry respondeu por mim. – Ele é fantástico!

Os olhos dos meninos, principalmente de Paul traçavam os contornos do meu carro com certa admiração.

- Se quiserem pode dirigir – sugeri. Além de deixá-los felizes, também facilitaria para chegarmos até o local onde nos encontraríamos com os outros.

Os olhos de Paul brilharam de alegria.

- Sério? Eu posso dirigir o Aston Martin? – perguntou atônico.

Sorri simpaticamente e acenei positivamente.

Paul sentou-se no banco do motorista, Embry no do acompanhante e eu fui para trás.

- Aonde nós vamos? – perguntei curiosa.

Paul ligou o motor enquanto Embry se admirava com o carro.

- Para a casa de Emily. Ela é namorada de Sam... não, agora é noiva, eu acho. Todos irão nos encontrar lá. – Embry disse, e acrescentou mais animado - Tomara que tenha muita comida nos esperando.

- Você sabe que vai ter. – afirmou Paul, então ele olhou para mim através do retrovisor – Mas não tenho certeza que vamos ser servidos tão cedo.

Embry ergueu uma sobrancelha.

- Dará tudo certo. Não tem nenhum problema com Aya.

- Ela anda com vampiros. – Paul olhou desafiador para Embry - Cinco pratas? – propôs.

- Feito.

Ambos apertaram a mão, selando a aposta.

- Ei, o que você sabe sobre nós? – Paul perguntou interessado.

- Bom, sinceramente, nem sabia da existência de lobisomens. Os Cullens não falaram nada sobre vocês. – falei enquanto olhava várias casinhas idênticas passarem por nós lentamente, muito devagar para o meu gosto.

- Eles não falaram nada sobre nós? Nada sobre o acordo? – “Será que eles acharam que ela não corria nenhum risco, não sendo uma deles? Os Cullens sabem da nossa existência, pelo que escutei.”

Foi aí que me lembrei da conversa de Edward e Alice que havia escutado mais cedo. Sobre o perigo que eu supostamente estaria correndo, sobre uma visão, sobre Alice não poder ver o futuro deles. Isso explica o fato deles estarem sussurrando, eles estavam querendo ocultar a existência de lobisomens.

- Emily sabe sobre...? – deixei a pergunta no ar, não querendo ser inconveniente.

- Claro. E ei, não a encare. Isso irrita Sam. – Embry alertou-me.

Fiz uma careta.

- E porque eu a encararia?

Embry pareceu desconfortável.

- Como você acabou de ver, andar por aí com lobisomens tem seus riscos. – ele disse se lembrando de Paul tentando me atacar. Então ele mudou bruscamente de assunto. – Você sabe tudo sobre os Cullens? – disse tentando dar de ombros, mas estava levemente preocupado com a minha segurança.

- Sim. Eu sei que eles são vampiros e tudo mais. – comentei com um sorriso.

- Você não tem medo de ser atacada por eles? – Paul perguntou extremamente curioso.

– Não, além de ser improvável devido à dieta deles, meu pai os mataria caso isso ocorresse – ambos me olharam olhares curiosos. Mas não proferiram mais nenhuma palavra.

Depois de fazer uma curva apertada, Paul parou diante de uma casa pequena que um dia havia sido cinza. Havia apenas uma janela apertada do lado de uma porta pintada de azul, e em baixo da janela tinha uma caixa cheia de margarida, dando ao local uma aparência alegre.

Paul abriu a porta do carro e inalou.

- Hmmm. Emily está cozinhando.

Eu também inalei, e o cheiro que inundou minhas narinas era incrivelmente atrativo para mim.

Embry abriu a porta para mim, enquanto Paul foi caminhando na direção da porta. Eu relutei em sair, e de repente me senti nervosa.

- Vamos, venha. Nós não mordemos – Embry brincou sorridente.

- Diga por si mesmo – Paul disse malicioso.

Sai do carro cautelosa, com Embry me puxando pela mão. Subimos por cima do único degrau e entramos na casa sem bater na porta. Eu entrei timidamente.

A sala da frente era em grande parte a cozinha.

Eu estava preparada para encontrar vários garotos gigantes como Embry e Paul nos esperando, mas em vez disso, lá estava apenas uma humana normal. Ela era uma mulher jovem, com aparência de uns 20 anos no máximo. Sua pele era cor de cobre e ela possuía um cabelo preto longo, que cobria metade da sua face.

Ela estava de pé no balcão perto da pia, tirando muffins grandes de uma bandeja e os colocando num prato com papel. Por um segundo, eu me perguntei se o motivo de Embry pra que eu não encarasse era porque essa garota era tão linda.

- Vocês estão com fome pessoal? - ela perguntou com uma voz melódica. Se virou para nos encarar, com um sorriso na metade do rosto.

Revelando o lado direito do rosto dela: uma enorme cicatriz que corre da raiz dos seus cabelos até o queixo, em três linhas vermelhas que repuxavam o seu olho e torciam sua boca.

 “Por favor, não a encare por muito tempo” Embry tornou a me alertar.

Agradecida pelo aviso de Embry, eu me virei rapidamente pra olhar para os muffins na mão dela. O cheiro deles era maravilhoso.

- Oh - Emily disse, surpresa - Quem é essa?

Eu a olhei, me concentrando em olhar para a parte esquerda do rosto dela, enquanto Embry e Paul formavam uma “fila” para comer os muffins.

- Aya Cullen. - Paul respondeu para ela, dizendo o meu novo sobrenome como se fosse um palavrão. Ela fez uma careta de puro desgosto com o meu nome. Aparentemente ela também não gostava dos Cullens.

Ela me encarou, sua feição ficando instantaneamente séria.

- Então você é uma... Garota-vampira? – “Por quê os meninos a trouxeram para cá? Isso dará confusão...”

Eu me enrijeci.

- Não completamente, sou metade humana... - sorri - e você é a garota dos lobisomens?

O lado esquerdo do rosto dela amenizou, formando um sorriso simpático.

- Eu acho que sou. - ela se virou para Paul - onde está Sam?

- Hm, deve estar a caminho. Pensei que todos já estivessem aqui.

A metade da face de Emily distorceu, devido à preocupação.

- Todos? – “Preciso preparar mais comida.” pensou, enquanto voltava para a cozinha e pegou várias dúzias de ovos.

- Precisa de ajuda? – ofereci.

Ela sorriu.

- Acho que vou ter que aceitar. Esses garotos... Comem além da conta. – o modo como ela se referia aos meninos, era num tom materno, o que me lembrou de Esme.

- Parece que eles nunca viram comida na vida. – falei admirada, o pote que há alguns segundos atrás estava cheio, agora estava quase vazio.

- Aya, vá em frente e se sirva com um muffin, você deve estar com fome. – ela suspirou – Deixe algum pros seus irmãos. – Emily bateu na cabeça de Paul, com uma colher de pau. E deu um tapa na mão de Embry.

A palavra irmão me surpreendeu, mas passou despercebida pelos outros. Decidi ignorar.

Soltei uma leve risada e peguei um muffin do prato e comecei a mordiscar as beiradas. Estava delicioso, e caiu bem no meu estômago. Embry pegou o quarto e enfiou inteiro na boca.

- Seu porco! – Paul comentou.

Eu observei silenciosamente os três agirem como uma família feliz.

Me acomodei na cozinha, que era super agradável, com armários brancos de madeira pálida no chão. Na pequena mesa redonda, havia um vaso azul e branco, a qual estava lotado de flores selvagens.

Enquanto Emily estava distraída com os meninos, resolvi ajudar. Peguei os ovos que estavam em cima do balcão, e os coloquei numa tigela grande amarela que estava no escorredor. Misturei-os rapidamente.

Emily veio ao meu encontro, sorrindo.

- Deixe que eu faço isso. Sente-se e coma algo. – ela levantou as mangas de sua camisa, e eu pude ver as cicatrizes que se estendiam por todo o seu braço e sua mão direita. 

- Não precisa se preocupar comigo, Emily. Não tenho grande apetite.

A porta da frente se abriu, e um rapaz de uns, o quê, vinte anos? Ele só usava bermuda e tênis, como os Embry e Paul. Qual era o problema desses garotos da reserva com camisetas? Atrás dele, havia mais dois garotos. Com as mesmas características. Pele marrom-avermelhada, cabelos negros e curtos, o peito nu definido, e os olhos castanhos escuros.


Ele estreitou os olhos para mim, e após concluir que a situação estava sob controle, sua expressão suavizou.

- Emily – ele disse, a voz transbordava amor e carinho.

- Sam! – Emily disse sorrindo.

Sam a puxou pela cintura, e beijou o rosto cheio de cicatrizes de Emily com adoração. Depois ele se inclinou e a beijou apaixonadamente. Desviei o meu olhar, tentando dar alguma privacidade ao casal.

- Ei, parem com isso – Paul reclamou – Eu estou comendo.

- Então cala a boca e come – Sam sugeriu, beijando a boca de Emily de novo.

- Ught! – Embry gemeu.

 

A pequena sala de Emily parecia ter diminuído consideravelmente com aqueles cinco rapazes enormes.

Emily havia se retirado, com a desculpa que precisava terminar de preparar a comida, me deixando a sós com os garotos.

Sam me observava atentamente, com um olhar estranho. Embry e Paul eram os únicos que estavam tranqüilos e a vontade. Os outros dois garotos que haviam chegado junto com Sam, estavam tremendo consideravelmente.

- Pedi para que você viesse aqui, para saber quais riscos você traz para nós... – Sam começou a dizer – Você não é uma vampira, então o que é?

- Bem, eu sou uma híbrida. Metade humana, metade vampira.

- Você é filha de um vampiro com uma humana? – Sam perguntou intrigado – Não, não pode ser.

- Quando nasci, minha mãe era humana. – me senti desconfortável falando da minha vida pessoal. – Tive uma infância curta, e em um período de três dias, eu já aparentava uma criança de meses de idade, e a mentalidade de uma criança de cinco anos. Agora, eu tenho 15 anos e a aparência de por volta 17 ou 18 anos.

- Isso quer dizer que você irá envelhecer em um curto período? – Jared perguntou, levemente curioso.

- Não, parei de mudar fisicamente assim que completei 6 anos.

- Então... os Cullens te contaram sobre o nosso segredo? – Sam murmurou.

- Sam, ela não sabia da nossa existência. – Embry disse, assumindo uma expressão séria.

- Então, como ela sabia que era você em forma de lobo? – ele perguntou, novamente me direcionando olhares desconfiados.

- Eu identifiquei a “voz” dele – falei por fim, atraindo ainda mais atenção. Todos ficaram visivelmente confusos, menos Embry e Paul, que já sabiam do meu super-poder – Eu posso ler mentes – esclareci.

- Ler mentes?

 

***

Olá leitoras, sei que devo uma boa explicação para todas. 

Nas últimas semanas, eu não estava conseguindo me concentrar nesta história, as ideias fugiam da minha mente, reescrevi esse capitúlo diversas vezes, e como não gostava do resultado apagava tudo. Estou tentando achar algum modo de adiantar alguns fatos. Sei que, com esse tempo sem postar perderei muitas leitoras, mas peço que por favor, não me abandonem. Juro que não fiz por mal, apenas precisava de um tempo para organizar minha vida em of e refletir.  

A partir de agora, os capítulos serão maiores, como perceberam e tentarei não sumir por tanto tempo.

Espero que me compreendam, beijos. E por favor mandem rewiens!

Ps: sei que este capitulo não ficou lá grande coisa, mas prometo que no próximo as coisas iram melhorar.

 

O que esperar no próximo capitulo?

• O que acontecerá com Aya? Os lobisomens irão aceitar ela, ou a guerra estará declarada?

• JACOB BLACK, finalmente irá aparecer em carne e osso nessa história.

• Muitas intrigas e confusões.

 


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